Jackpot
Embora Dan, Chie e Amano tivessem levantado para nós todas as informações disponíveis, ainda era pouco para traçar um perfil de jogo. Por esse motivo, Dan me colocou para começar na linha de trás, onde eu podia ter um campo mais amplo de visão logo no início. A capitã é a central responsável pelo bloqueio, mesmo antes do apito inicial as adversárias já jogavam olhares para ela se ajustando em posições.
No sorteio elas escolheram a recepção, o que significa que eu começaria direto no saque. Girei a bola nas mãos e então a bati duas vezes no chão antes de soltar os ombros e me preparar.
O saque-viagem foi feito com perfeição, forte em sua totalidade, uma vez que usei a mão direita. Talvez elas não tivessem esperando algo intenso desde o começo, pensando que iriamos olhar um pouco a situação, ou o nervosismo de jogar com universitárias fosse mais proeminente. Só que não aconteceu.
— Capitã, mais uma vez bom saque!
Passei os olhos pela formação por um momento. Ao meu lado estava Sora na rotação com Emi e depois Hana. Na linha da frente da direita para esquerda, Aki, Keiko e Chiasa. Era a primeira vez em um longo tempo que jogamos com a nossa formação, quase, original. As garotas que foram para o acampamento, a cada dia ganhavam mais destaque pelas habilidades, conquistando seu lugar nas partidas. Só que quando falamos em confiança, os fósseis ainda fazem o melhor trabalho.
Pressionar até onde puder, empurrar o jogo com consistência e um bom trabalho, para então entrar com as lanças afiadas com habilidades.
No segundo saque, elas já estavam preparadas e a recepção foi feita. A líbero levantou perfeitamente, olhei com cuidado a movimentação. A esquerda hesitou em correr para o ataque, o que deixou como opção o centro e a direita. Considerando Keiko no meio, a posição mais confortável para atacar era um cruzado na receptora mais fraca.
Encostei em Emi a empurrando de leve, ela entendendo imediatamente que era para trocar de lugar com Hana.
— Boa recepção!
A bola foi levantada para Aki, assim como Keiko. A capitã também estava na rede, dei um passo para frente me preparando. Como esperado, o bloqueio foi efetivo, e a minha leitura de jogo também.
— Keiko manda de segunda! — gritei ainda me levantando
A central seguiu a minha fala dando um toque de leve jogando a bola para o fundo da quadra. Elas entenderam que seria fora, mas caiu bem em cima da linha, ainda não estava pronta para largar do saque.
Duas palmas foram ouvidas do outro lado da quadra, era a capitã das adversárias tentando recuperar o ânimo, e o ritmo da partida. — Vamos lá, eu disse que se vocês as tratarem apenas como colegiais, o jogo não será um treino. Que tal levarem mais a sério agora? Ou essas pirralhas vão nos comer vivas.
A frase estava no limiar do elogio com o desprezo, todas — inevitavelmente —, eram mais velhas, então por questão de hierarquia não tinha muito o que poderia ser dito. Apenas falado.
— Vamos fazer de tudo para manter a vantagem, as coisas vão ficar um pouco diferentes agora. Kei se achar que não consegue bloquear, limite a trajetória da bola, eu e Emi damos um jeito.
— Certo — minha amiga bateu a mão na minha comemorando o ponto anterior e então voltamos para nosso lugar.
Embora a partida estivesse com um bom começo, algo nas adversárias estava me incomodando, com poucas jogadas ainda não estava perceptivo para mim o que era. Esse momento é o mais propício a ganhar vantagem, pois ainda somos completamente desconhecidas. Essa é a hora perfeita para mudar de saque.
Novamente, o apito soou, e então saquei, dessa vez com a mão esquerda. As receptoras se posicionaram corretamente para dar sequência na jogada, mas a rotação fez com que ela batesse nos braços e fosse para uma direção oposta daquela que deveria.
Até ali, 3 a 0 para a Academia Fukurodani.
O primeiro ponto delas veio no meu quarto saque, um block-out que teve uma trajetória absurda de desvio. Foi com esse número 1, que o jogo realmente começou.
Ficou claro que a maioria das adversárias estava nos subestimando, depois da chamada da capitã a postura mudou completamente. Se não tivéssemos ganho uma certa vantagem no começo, as coisas estariam muito feias para o nosso lado. A diferença de habilidade era gritante quando comparado em grupo.
Talvez no individual algumas jogadoras da Fukurodani fossem superiores, mas em grupo elas se provaram melhores e isso resultou na perda do primeiro set por um placar apertado.
23 a 25.
— Não é um resultado tão absurdo, na verdade, era até esperado. — Dan andou na nossa frente. — Conseguimos fazer uma leitura melhor, vamos mudar a formação agora para o segundo set, vamos com mais agressividade. Chizue, Aya vocês entram no próximo.
— Sim.
— Mais do que consistência e confiança, vamos jogar com movimentação, com Chiu em quadra [Nome] consegue se soltar e a força de ataque aumenta. Chiasa pode abusar mais dos levantamentos, faça essas duas trabalharem.
Hana permaneceu em quadra servindo então como o terceiro pilar de força no nosso ataque, voltamos para o segundo set com um time melhor polido. Qualquer um que ver de fora, pode se perguntar o porquê as cinco garotas que foram para o acampamento não começarem direto como titulares. Para Dan, isso realmente não importava, a cada jogo, a cada set, ele pensaria no melhor conjunto possível conforme a estratégia desejada.
Começar ganhando é sempre o ideal, mas entre as estratégias dos times colegiais, sacrificar o primeiro set não é nada incomum. A escola do Bakaneko costuma fazer isso com adversários desconhecidos, isso porque no caso deles dá tempo o suficiente para o levantador compreender o que acontece. No nosso caso, além do entendimento, também criamos uma vantagem ao levar tudo para o terceiro set, uma vez que nosso preparo físico permite manter o nível.
O primeiro set com a Nittadai começou com certo deboche, quando as universitárias viram que nós não estávamos ali para brincadeira, começaram a nos levar a sério. Ganharam confiança, e então abaixaram a guarda novamente.
Com a Fukurodani entrando em quadra com um conjunto de habilidades mais definido que a combinação de jogadoras anterior, conseguimos nivelar o jogo e provar de uma vez por todas que não podemos ser subestimadas em nenhum momento.
— Um toque! — Keiko gritou da rede.
Aya estava bem posicionada na área de defesa, o arco para a levantadora foi perfeito e como combinado anteriormente por sinais. Eu e Chizue avançamos em sincronia por lados opostos, como pulei na posição para atacar com a canhota chamei, o bloqueio para mim deixando o espaço livre para a segundanista conquistar nosso 15º ponto, nos colocando a frente do placar.
15 a 13.
Nittadai pediu tempo, e Dan deu as novas direções.
— Certo, se pediram tempo é porque estamos incomodando. Nosso ataque está mais efetivo, mas não estamos conseguindo acertar no bloqueio. Sora, Keiko, vocês estão jogando com uma das melhores centrais universitárias, observem como as adversárias se movem quando vão nos bloquear e vão encontrar a resposta de como agir.
A vice-capitã esfregou o rosto com a toalha — Eu não sei o que estão fazendo, sei que estou pulando no momento certo, mas no alto simplesmente parece que está errado.
— Alguns atacantes conseguem atacar fora do tempo do bloqueio — treinadora Atena disse —, sempre que achar que é o momento de pular, se atrase. Podemos testar dessa maneira e encontrar o tempo certo.
— Assim como estamos analisando, elas também estão fazendo o mesmo. Não facilitem. — Dan olhou para onde o outro grupo estava. — Técnico Zayasu está dando orientações, então acredito que o ritmo vai mudar novamente.
Ocasionalmente, tenho vontade de amaldiçoar Dan por estar certo.
Como ele avisou, depois de algumas palavras do técnico nacional, nossas adversárias mudaram por completo. Era um novo time, as mesmas jogadoras, porém um padrão de hierarquia diferente.
Progressivamente a nossa vantagem foi diminuindo, forçando Dan a pedir tempo quando chegamos aos 22 pontos empatados.
— Estão fazendo um bom trabalho segurando a pressão, e pressionando. Continuem assim, respirem e falem, do meio do set para cá vocês pararam de conversar, chamem jogadas, gritem.
— [Nome] e Keiko estão sendo mais marcadas, usamos bastante as pontas. Chiasa, pode usar mais o meio para atacar agora no final. — Chie concluiu.
Esfreguei a toalha no rosto, a capitã e central estava na linha de fundo, mas não havia trocado com a líbero. A garota fez algumas boas recepções, mas não sei se é o suficiente para segurar na defesa. Embora tenhamos mais de dois anos de jogos acumulados, elas eram diferentes do que já encontramos. O time inteiro podia suprir qualquer posição bem, embora se tornassem excepcionais nos lugares designados.
— [Nome]! — senti uma batida nas minhas costas.
Levantei a cabeça — O que foi?
Dan cerrou os olhos — Escutou alguma coisa do que eu disse?
— Sim — respondi confusa. — Por quê?
— Porque esta fazendo exatamente o que eu disse para não fazer, se trancando nessa cabeça pensante e ficando calada.
— Honestamente, eu prefiro assim. — Sora levantou a mão, ganhando alguns risos.
— Não é só você que está pensando nas próximas jogadas — treinadora Atena interviu —, distribuia seus pensamentos e reorganize o time maestrina. Se movimentar tudo sozinha, suas cordas vão acabar enroscadas.
Respirei fundo e soltei os ombros, sentindo a dor de te-los tencionado por tempo demais.
— Com uma rotação a capitã volta para a rede, temos que tirar o melhor dos pontos agora, para levar o primeiro set o bloqueio dela é bem feito e sem aberturas. Mesmo que tentemos um block-out, quem está na linha de fundo consegue recuperar. É uma estratégia que devem estar acostumadas pela taxa de assertividade do bloqueio. — E continuei — A levantadora não gosta de jogadas arriscadas, tende a ir pelo caminho mais seguro, todas são boas, mas tem um elo fraco. A ponta número 6. Ela tende a hesitar quando os ataques são rápidos demais, se eu tivesse que chutar é a adição mais recente no time.
— Se fomos falar de nós, estão em alerta por conta dos ataques. Estão me neutralizando fazendo com que receba muito mais quando estou no fundo, Kei que costuma gostar de atacar com fintas também não está tendo sucesso. Conseguimos marcar mais quando fomos criativas e fizemos algo inesperado.
Terminei de falar com um suspiro olhando para as jogadoras em seguida. As mais velhas me olhavam com uma careta, apenas Chiasa mantinha os olhos brilhantes na minha direção. — O que foi?
— Você é uma maníaca — Hana disse devolvendo a toalha para Amano. — Chega a ser assustador.
— Foi o que eu sempre disse — Sora completou —, uma idiota do vôlei.
— Não entendi tudo, mas podemos aumentar a pressão na jogadora número 6. E precisamos livrar o caminho para você atacar mais, certo? — Keiko perguntou enumerando os pontos com os dedos. — Ah, e usar mais o centro, como a treinadora Atena disse.
— No resumo, muito resumido. Sim — Dan concluiu balançando a cabeça — não soltem o ritmo do jogo.
O apito soou e então voltamos para a quadra.
— Eu realmente fiquei quieta todo esse tempo? — questionei a Sora.
— Sim, estamos acostumadas com seus gestos, então seguimos. Mas ficou calada depois que a vantagem foi embora.
Nós duas estávamos na rede, o saque era nosso, e o bloqueio era um dos mais altos, perdendo apenas para quando Sora e Keiko estavam juntas. A recepção foi bem feita, o levantamento foi curto e pelo meio sendo parado por nós duas no bloqueio bem em cima do elo fraco do jogo, virando o placar pela primeira vez em algum tempo.
O saque do nosso lado foi mais uma vez forte, mas não o suficiente para gerar uma chance. As adversárias escolheram tentar atacar pelo meio novamente, dessa vez conseguindo passar e atrasando Chiasa para o levantamento. Me posicionei para fazer o passe, as minhas garotas pularam fazendo o chamariz, deixando o caminho livre para eu cortar de segunda com um cruzado mudando a posição ainda no ar.
— Isso! — fechei a mão em punho e comemorei com as garotas. — Chia, mais uma vez bom saque.
Na rede cruzei os olhos com a capitã adversária por um momento, sustentando seu olhar até que desviasse, já que uma das jogadoras precisou a chamar. Mesmo com a minha dita percepção avançada, não sabia dizer se o interesse era positivo, ou negativo.
Dessa o saque vez pegou na rede fazendo um efeito, e bagunçando o contra-ataque, Keiko entrou na frente de Chiasa fazendo a recepção e deixando o caminho livre para atacarmos. Tentei uma primeira investida com um cruzado, a força fez com que levássemos uma nova chance.
— Chiasa mais uma vez! — pedi enquanto via a trajetória da bola.
— Capitã, por favor!
Não tive muitas chances de usar o cruzado com a mão esquerda, essa me pareceu uma ótima oportunidade. O ângulo fechado fez com que a bola batesse antes da linha de divisão de quadra, conquistando para nós o primeiro set.
Girei o pescoço, Dan estava certo, deixei os pensamentos pesarem nas minhas ações limitando os movimentos. Agora, depois da pequena bronca e desabafo, me sentia muito melhor e mais apta a jogar a minha maneira.
— Levante a camisa — Dan falou se aproximando com as conhecidas fitas de kinésio —, usou muito os ombros nesse set, é melhor prevenir.
Puxei a barra do uniforme tirando parcialmente a deixando que o treinador fizesse seu trabalho.
— Foi um set ótimo, Sora e Kei se acertaram no bloqueio no final. Faça com que elas se movimentem mais no terceiro set e conseguiremos tomar a vantagem no folego.
— Certo, obrigada. — Recebi um tapinha no braço, ajustei as vestes e voltei para junto do time.
Junto das garotas, treinadora Atena estava dando algumas instruções, e também palavras de força.
— Não se desanimem pela mudança no fim do set, vôlei é assim. Rápido, dinâmico, inesperado. Vocês estão jogando com que tem de mais perto das ligas profissionais, não são muitos times que podem dizer que venceriam um set como vocês fizeram.
— Chiasa, descanse no próximo. Naoki, você entra — anunciou o treinador —, como vocês sabem, a nossa especialidade é resistência. As faça se movimentar o máximo possível, tem carta-branca para ser o mais irritante possível.
Honestamente eu entendia o porquê da troca, apesar de ser a mais nova do time titular, Misaki ainda não retornou aos jogos e a técnica da primeira anista é diferenciada. Ela não ficava nervosa, ou tinha problemas em seguir orientações, tudo era feito de maneira precisa, calculada e com a melhor técnica possível.
Se a ordem do treinador Esparta era para exaurir as adversárias, isso seria feito com certeza.
A palavra para definir o começo do terceiro e último set, é atenção, cautela. Ambos times estavam altamente sensíveis à movimentação do adversário. Pouco a pouco, com jogadas bem estruturadas e precisas, fomos galgando nossos pontos.
14 a 13
Nittadai estava com o saque, conseguimos receber. Naoki fez um levantamento curto para mim que cortei mirando o canto oposto da quadra. O contra-ataque veio com um esquema de pipe, contudo, toda a nossa armadilha de desgaste provou sua efetividade. A bola bateu na rede, dando tempo o suficiente para Aya reagir.
Chizue avançou no lado oposto, porém novamente o levantamento veio para mim. O bloqueio atrasou no salto deixando o espaço livre para eu atacar e conseguir o primeiro ponto de vantagem do set.
— Boa leitura Naoki, Aya boa recepção.
Comemoramos o ponto e voltamos para as posições.
— Chiu, bom saque!
A segundanista tinha o que devia ser um dos melhores saques viagem do time, rápido e preciso. Foi recebido, mas de maneira ruim, a Nitaddai escolheu atacar com uma finta por cima do bloqueio.
— Cobertura!
— É minha — Naoki correu para fora da quadra para levantar.
Kei foi a escolha de ataque que devolveu o toque leve na bola mirando a linha lateral. Pensaram que iria para fora, mas a central conseguiu acertar a linha fazendo mais um ponto.
Pouco a pouco as adversárias estavam se cansando, fazendo mais erros, deixando aberturas. Porém, não desistiam, e isso provavelmente era o que as tornavam irritantes. Aposto que os times que jogam contra nos também acabam pensando o mesmo, a persistência das universitárias acabou nos levando para além dos 25 pontos.
Estávamos empatados com 28 para cada lado.
O saque ela delas, não veio tão rápido quanto os outros podendo ser recebido por cima, Naoki de posicionou e mandou para Hana que fez um belo corte cruzado do lado esquerdo. Infelizmente recebido e devolvido na mesma intensidade num ataque de segunda.
— Não deu para pegar, vamos recuperar — bati duas palmas e apoiei nos meus joelhos.
A capitã estava no fundo, a rotação da frente era fraca. O bloqueio não estava subindo o necessário para parar nossas atacantes mais altas, tínhamos uma chance de virar.
Levantei a manga para o rosto, o secando e me preparei para o saque. A recepção foi minha, baixa, não consegui reagir a tempo de ir para o ataque. Chizue tentou marcar com um toque leve na área onde não tinha ninguém, mas uma das garotas conseguiu dar sequência. A bola foi para o alto, dando tempo o suficiente para o time se reorganizar.
As atacantes de adiantaram, mas a levantadora ainda estava longe da bola. O que deixava de opção apenas a capitã na linha do fundo. Sora e Kei fizeram a leitura certo do movimento, mas havia algo de errado. Para atacar, ela havia pulado muito mais para frente do que o necessário para um ataque de fundo.
Foi então que percebi que esse nunca foi a sua ideia de ataque.
— Droga — reclamei recuando no momento em que a central usou o nosso bloqueio para mandar a bola para cima.
Teria de ser agora, todos os treinos com pés tinham que dar algum resultado. A bola que voou para fora da quadra foi alcançada com o pé, a bola subiu. Dessa vez na trajetória certa sem bater no meu rosto ou seguir para um lugar completamente aleatório.
Por ser baixa, acabei caindo no processo, precisando virar a cabeça para acompanhar a trajetória. Minha recepção foi forte, o que a levou direto para a linha de fundo, as jogadoras estavam distantes e não conseguiram alcançar.
Teríamos uma chance de lutar pela vitória, se ela não tivesse caído fora das linhas da quadra.
O apito soou.
— Ah! — bati com a palma no chão frustrada e deixei o corpo cair, me deitando por completo. Sentindo o peito subir e descer rapidamente por conta da respiração ofegante.
Encarei o teto do ginásio universitário por um momento, e então tomei impulso para me sentar. Recebendo mãos para me ajudar a levantar.
— Pelo menos conseguiu recuperar sem se dar uma bolada na cara dessa vez — Sora me alfinetou.
— Bom trabalho! — Kei elogiou.
Abri um sorriso — Se fosse Sora, é ironia. Mas já que é você Keiko, agradeço. Foi uma boa leitura que vocês fizeram nessa última jogada.
— Achei que era um bom momento para um ataque de fundo — Sora comentou olhando para as adversárias. — Parece que a capitã delas também pensou, só não esperava ser um block-out planejado.
O jogo terminou 28 a 30.
Chamei as garotas para se alinharem e cumprimentamos as adversárias, ao menos a estratégia dera certo. Afinal, elas estavam completamente exaustas, enquanto a Fukurodani provavelmente aguentaria jogar mais sets com o mesmo nível de reação.
Estendi a mão para a capitã adversária.
— Obrigada pelo jogo.
Foi a primeira vez que reparei, ela tinha os cabelos curtos e castanhos, olhos escuros — quase pretos —, e devia ter a minha altura, senão um pouco menos.
— Eu que preciso dizer isso — respondeu com um sorriso —, faz algum tempo que não temos um jogo tão divertido. Se fosse uma partida oficial de cinco sets, estaríamos com problemas.
— Fico feliz que demos pelo menos um pouco de trabalho.
A garota colocou ambas mãos na cintura, olhando para o time por cima do ombro — Muito trabalho, não me lembro quando foi a última vez que tivemos que fazer tantas modificações durante uma partida. Quando o Zayasu-san disse sobre esse jogo, a maioria pensou ser algo fácil, e não entenderam o porquê. Sempre soube que seria uma dureza.
Então se voltou em minha direção novamente, fazendo uma confissão — Vi vocês jogando no primeiro ano. Uma parente minha ia jogar o torneio, não chegaram a se enfrentar, mas vocês jogaram antes dela.
A mais velha continuou falando — Quando entraram na quadra pensei, "Ah, como nunca ouvi falar dessas jogadoras antes", apenas para descobrir depois que era um time com apenas alguns meses. Foi uma escolha bem arriscada.
— Foi um plano egoísta — respondi —, mas parece ter dado certo.
Fomos interrompidas por algumas palmas, dessa vez vindo do técnico Zayasu. Acenei para a capitã, e me juntei com o time para ouvir o que ele tinha a dizer.
— Muito bem, muito bom. — falou com uma expressão de contentamento. — Acredito que esse jogo hoje tenha feito ambos os lados olharem o esporte com outros olhos. Lembrar que não se deve subestimar adversários.
Ele olhou para o time que auxiliava, e em seguida para nós — E como a técnica e dinamismo pode tornar um time versátil em todas as situações.
— As chamam de espartanas, posso ver o porquê, e acredito que é uma ótima alcunha. Devo elogiar o trabalho físico desenvolvido pelo treinador Daniel ao longo de três anos no comando, tenho certeza que temos muitos assuntos para conversar. — o treinador respirou fundo antes de continuar — A Fukurodani tem um estilo agressivo, quase manipulador em quadra, adaptável e rápido nas reações. Não faltou nada no time de vocês, podem se orgulhar da partida. A vitória só não foi conquistada, pelo tempo em quadra que não viveram, a experiência. Tenho certeza que o time desde ano, e os próximos, terão muitas conquistas.
— Obrigada pelas palavras — me curvei para a frente agradecendo.
— Treinador Zayasu — uma das jogadoras adversárias levantou a mão. — Precisamos acabar o treino agora? Ou podemos fazer um treino livre?
O mais velho olhou para o relógio — Temos até o almoço, nossas convidadas devem almoçar na cafeteria com o restante dos alunos. E conhecer o campus e ter algumas atividades na parte da tarde.
— Ótimo.
Não havia vergonha entre as universitárias, logo alguns grupos foram formados para troca de experiência. Sora e Keiko foram puxadas pelas centrais do time para ter algumas dicas de bloqueio, me juntei com as pontas recebendo algumas orientações de movimentação. De alguma forma elas realmente queriam ajudar nosso time a evoluir.
Como mencionado, tivemos um almoço junto do restante dos alunos, e um tour pela Nittadai depois disso. Visitamos salas e laboratórios, também outros espaços esportivos. Professores que estavam no campus, alegremente pararam para nos receber e explicar as suas áreas de pesquisa.
Quando percebi, já estava de tarde, e a Fukurodani estava se preparando para partir.
— Capitã, me permite ter uma palavra?
Era o técnico Zayasu que se aproximou de mim, indicando para nos afastarmos um pouco do grupo.
— Primeiro, devo a parabenizar pela partida esplêndida. Segundo, devo me desculpar — o mais velho abaixou a cabeça por um momento. — A indiquei para o Acampamento Nacional da Juventude, mas por algum motivo acabou saindo da lista na convocação. Na época, não fiz muito caso, mas agora entendo o quão estava errado. Suas mãos estavam cruzadas atrás das costas, então não percebi segurarem algo. O técnico me estendeu um envelope branco com as informações da universidade.
— Posso estar sendo precipitado, mas independente dos resultados do Torneio de Primavera, gostaria de tê-la no projeto da Nittadai. Sei por cima as condições que a tiraram da lista ano passado, nossa instituição é uma enorme vitrine, não há maneira de ser ignorada. — o homem voltou a sorrir. — Apoio, proteção e guia, podemos garantir isso.
— Além de claro eu ter um interesse pessoal de te ter no time, credito no seu estilo de jogo, na sua capacidade, habilidade, sei que tem muito o que oferecer. Iremos fazer uma proposta oficial depois do torneio, mas espero que considere seriamente nossa universidade como uma opção.
Olhei mais uma vez para o envelope — Sim, farei isso. Obrigada.
O técnico em estendeu a mão, num cumprimento. — Esteja preparada para a próxima chamada nacional. Não deixarei que roubem sua chance novamente.
As palavras não vieram, não consegui responder, apenas aceitei sua mão e me curvei, andando em seguida em direção ao time completamente em silêncio. Foi recebida com sorrisos, e uma alegria silenciosa. Sora colocou o braço em cima dos meus ombros.
— Você pode chorar se quiser, sabia?
Imediatamente as lágrimas se acumularam no canto dos meus olhos, os lábios pressionados com força tremeram com o sentimento nascendo dentro do peito. Minhas garotas se aproximaram, enquanto o choro corria livre pelo meu rosto.
— Vai manchar a aplicação desse jeito — Dan puxou o envelope da minha mão.
Amano-kun me estendeu uma toalha limpa dos equipamentos. Sora pegou o pano e colocou no meu rosto. Enquanto isso, as meninas brigavam com o treinador Esparta para ver o conteúdo do envelope.
A volta para a Fukurodani foi caótica, entre choro e comemorações. A última vez que eu havia chorado dessa forma, fora depois do meu acidente no primeiro ano. Quando chegamos na escola, o gentil assistente até foi buscar gelo para mim, visto que as garotas falaram que meus olhos estavam inchados.
Nosso ginásio foi aberto, e nos organizamos na arquibancada. Uma pequena reunião pós-jogo para passar alguns pontos. Nossa quadra ficaria aberta depois para que os garotos a pudessem usar.
— Bom, no geral não tenho muito o que falar. Nossos maiores erros, se é que posso falar isso, foi no bloqueio e no saque.
Sora e Keiko reclamaram.
— Vamos olhar com um pouco mais de cuidado esses dois pontos essa semana. No demais estão dispensados. — Chie agradeceu também, deixando a palavra com o Hibiki-sensei.
— Creio que nossos incríveis treinadores já tenham dito a maioria das palavras. — o conselheiro colocou as mãos atrás das costas. — Contudo, se tenho alguma frase para contribuir, é. Bom trabalho, e parabéns por serem o time que são.
Agradecemos, e a maioria de nós começou a se organizar para ir embora.
— Capitã chorona, vamos invadir o acampamento masculino hoje? — Hana perguntou girando os braços.
Por mais que fosse uma tradição, não podia ignorar a situação física das jogadoras.
— Para jogo não, podemos dar uma olhada no treino livro. Se quiserem, podemos nos reunir amanhã para o set.
— Ótimo, nesse caso. Até amanhã! — Hana se levantou dando um bocejo —, estou exausta.
— Não é para menos, você jogou os três sets — Aki anunciou.
— Nos encontramos amanhã, quem quiser participar do treino livre de invasão, claro. Obrigada por hoje pessoal — respondi com um aceno. As garotas agradeceram e algumas delas foram embora.
Se eu for sincera, também estava exausta. Porém, além da curiosidade de ver o time convidado, também deixaria a chave do ginásio com os garotos. Aquelas que ficaram foram Sora, Keiko, as gêmeas, Sayuri, Aya, Yumi e Naoki.
— Realmente estamos velhas e cansadas — Sora colocou ambas mãos no pescoço. — O segundo ano está bem animado.
Estávamos no vestiário do clube, lavei o rosto vendo que ao redor dos meus olhos ainda estava avermelhado e inchado. Um clássico rosto pós-choro, soltei os cabelos e os ajeitei prendendo novamente. Acabei por tirar a camisa de jogo, ficando com a blusa do agasalho oficial e a regata.
— Apesar de segurar bem, todas estávamos tensas de alguma forma. Queríamos vencer — expliquei —, mais que o físico, estamos cansadas mentalmente. O que é normal.
Coloquei a alça da bolsa no ombro e respirei fundo, alongando os braços. Meus ombros realmente trabalham hoje.
As mais novas estavam do lado de fora, conversando dobre o jogo e trocando algumas palavras. Kei no meio delas também parecia compartilhar da mesma idade, a central estava deitada apoiada nos ombros de Sayu sem qualquer vergonha. Sora franziu, e a puxou pela gola da camisa.
— Pare de abusar dos nossos dinossauros.
— Mas estou cansada, Sora — a voz veio chorosa.
— Voltasse para a casa — rebateu.
Uma Keiko sonolenta fica desatenta aos seus arredores, por esse motivo, ela então deitou no ombro da vice-capitã. — Também estou curiosa com a Karaprumo. O que são mesmo? Pombos?
— Prumo? De onde você tirou isso?
— Pombos não fazem "pru-pru"?
Dei uma risada alta e sincera — Como onomatopeia, sim, mas para começar são corvos, e o nome da escola é Karasuno.
— Então é "crawsuno" — Kei riu sozinha. A companheira de rede dela me olhou com uma careta.
— Sempre soube que tinha algo de errado com essa garota, mas isso é demais. — Sem esperar uma permissão, Sora apertou a bochecha de Keiko, que despertou imediatamente pela dor. — Pare de ser estranha.
— Não fale assim comigo.
Empurrei as duas na direção do ginásio dos meninos, ignorando a pequena discussão. Dan e Chie estavam conversando com Hibiki-sensei e viram em seguida.
Automaticamente tomei a frente do grupo, Sora ao meu lado. Subi os degraus do ginásio, os times estavam todos reunidos, deviam ter acabado o treino oficial agora. Senti os olhos se voltarem para nós, alguns esperados e outros surpresos.
Mantive a cabeça alta e me curvei — Desculpe por interromper.
— Não é exatamente uma novidade capitã — o treinador dos garotos respondeu com um sorriso. — Conhece as regras.
— Como a palma da mão treinador Yamiji — respondi com confiança —, não se preocupe.
Ele dispensou os garotos para o treino, meus olhos se prenderam aos visitantes rapidamente fazendo uma primeira análise. Tinha alguns garotos altos, a maioria deles pareciam não entender o que estava acontecendo, um desviou a cabeça assim que nossos olhos se chocaram, outros dois estavam surpresos, o mais alto deles — loiro —, não ligou. Porém, o que realmente me chamou a atenção foi um garoto de cabelos laranjas logo na frente.
Hinata. Eu sabia quem ele era, o dito pupilo de Koutarou.
— Não gosto desse seu olhar — Sora me fez desviar ao me chamar. Ela colocou a bolsa no chão.
— Por quê? — respondi fazendo o mesmo que ela.
Minha amiga deu um riso cínico — Sua curiosidade espartana é assustadora, nos faz sentir pequenos, inquietos. Não é à toa que alguns deles parecem não estar respirando.
Balancei os braços rindo — Ninguém nunca morreu.
— Ninguém morreu ainda.
— [Nome]! — Kou veio direto para mim. — Como foi o jogo? Vocês ganharam?
Virei em sua direção — Foi um bom jogo, mas não ganhamos. Perdemos dois sets a um.
— O quê?! — gritou surpreso.
— Era um time universitário no fim das contas, deve ter sido difícil — Konoha também se aproximou curioso.
— Diria que foi irritante — Sora respondeu o loiro.
De repente senti meu rosto sendo virado, Kou tinha os dedos no meu queixo forçando minha cabeça em sua direção. As sobrancelhas franzidas emoldurava um par de olhos preocupados.
— Você estava chorando? Está machucada?
Seus olhos abaixaram por um momento, provavelmente mirando o pedaço de fita escapando do agasalho perto do pescoço.
Neguei — Chorei, mas foi porque algo bom aconteceu.
Suas iris se iluminaram, o capitão do time masculino me abraçou pelos ombros. — Se está feliz, eu também estou.
— Nojentos — Sora reclamou se afastando.
Bati nas laterais de Kou — Os outros times estão olhando, não que eu me importe muito, mas Kuroo pode pegar no seu pé depois.
Imediatamente ele se afastou, mudando o gesto para um tapinha no ombro um tanto quanto robótico — Que bom. Que tudo deu certo. E que está bem.
Agradeci, mais uma vez com riso levantando uma das mãos para o pescoço girando ele. — Não vamos ficar muito tempo hoje, vim mais deixar a chave do nosso ginásio.
Continuei — Combinamos de voltar amanhã para jogarmos, não estamos nas melhores condições. O restante do time já voltou para casa.
— Não é melhor nem jogar? — o capitão disse preocupado. — Eu estava ansioso para ver vocês contra a Karasuno. Mas você só usa fitas de kinésio quando sobrecarrega.
— Está tudo bem, é preventivo. — ergui o braço flexionando — Amanhã já estarei nova em folha. Também queria ver o time visitante.
— Ah, vou te apresentar!
— Sora — chamei minha amiga que estava mais afastada, engajada numa conversa com a italiana e as outras garotas. Vi a gerente da Nekoma acenar para mim e fazer um movimento indicando para conversarmos depois. Aceitei o gesto e indiquei para o time me seguir.
— Sawamura! — Kou chamou tendo a atenção de toda a Karasuno, inclusive as gerentes que pelo que vi haviam duas. — Esse é o time de vôlei feminino da Fukurodani.
— Isso parece meio óbvio, não? — Sora reclamou.
A ignorei por um momento — Desculpe, vocês devem ter se assustado com a repentina invasão. Sempre visitamos o acampamento do grupo Fukurodani quando sediamos. Sou [Nome], capitã do time.
— Ah sim — um deles tomou a frente aceitando a minha mão. — Sawamura Daichi, capitão da Karasuno de Miyagi. Oe, se alinhem.
Os jogadores nos cumprimentaram, também fizemos o mesmo.
— É bom ver algumas pessoas novas, espero que aproveitem o acampamento de treino. Geralmente ficamos para jogar, mas tivemos um amistoso hoje e meu time não está completo, espero ter a oportunidade de os enfrentar amanhã.
— Eh, vocês jogam com o time masculino? — um outro garoto de cabelos claros comentou. — Ah me chamo Sugawara, prazer.
— Sim, jogamos, treinamos juntos, os times são bem próximos. Inclusive estamos ganhando no saldo de sets jogados — expliquei.
— Por um, não é grande coisa. — Koutarou reclamou virando o rosto apenas por um momento. — Jogar com as espartanas é sempre divertido, [Nome] tem ataques tão bons quantos os meus. Treinamos juntos desde o primeiro ano, e ela também é ponta. Está entre as melhores do país.
— Mas ela entra no top 3, diferente de você — Konoha alfinetou.
— Ei! — ralhou com o colega de time.
— Que legal! — Hinata fechou as mãos e deu um passo a frente — Kenma me disse que vocês tem ataques super fortes.
— Sim, sim — Kou respondeu cruzando os braços —, as espartanas de Tóquio estão entre os times mais fortes da região. Chegaram ao top 8 nacional duas vezes, apesar do time só ter três anos.
— Espartanas de Tóquio! — Hinata repetiu o que ele disse, me fazendo rir da interação.
— Como assim três anos? — Daichi questionou.
Brevemente expliquei todo o começo da minha saga, o time que não existia quando cheguei na escola, seguido de todo recrutamento de jogadoras e o início do clube. Treinos, posições em torneios, acidentes e claro, o porquê de sermos as espartanas.
— Oh, incrível conseguirem tudo isso em três anos.
— Parece uma história épica — o garoto que tinha cavanhaque completou.
— Bom, falamos no começo do ano que vamos lutar para sermos imortais. Então, pode se dizer que sim. Já tomamos muito o tempo de vocês aqui, nosso ginásio está aberto para treino livre também, podem usar.
— Posso pedir algo? — o líbero levantou mão. — Pode me deixar receber um corte seu?
Todos que estavam ali, pareceram tencionar esperando a minha resposta — Claro, porque não.
— Nesse caso, eu me ofereço para levantar — uma voz se aproximou.
A italiana, Kuroo, e mais alguns garotos da Nekoma se aproximaram.
— Estão nessa rodinha há tanto tempo, que ficamos curiosos — Kuroo disse —, não nos deixem de fora.
— Como sempre, se enfiando onde não é chamado, Bakaneko.
— É uma habilidade.
Tirei a jaqueta do agasalho pedindo para Sora segurar recebendo um aviso em resposta — Não exagere, idiota do vôlei.
Joguei os braços para cima me alongando, contando algumas vezes enquanto o líbero da Karasuno, que disse se chamar Nishinoya, se posicionava.
— Está com um belo mosaico de fitas nos ombros — Calli-chan comentou entrando na quadra comigo.
— Dan é um artista — brinquei —, ainda consigo atacar com todas as forças se quiser.
A italiana ergueu o queixo para mim com um sorriso de certa forma cruel — Mas você vai fazer isso?
— Depende se o seu levantamento for bom ou meia boca. — provoquei de volta.
— Tenho pena do líbero da Karasuno então.
Keiko jogou a bola para mim, a girei na mão e bati algumas vezes no chão. Parece que a maioria dos jogadores interrompeu o que estavam fazendo para ver esse pequeno teste.
— Capitã-senpai, você consegue!
— Força, capitã!
— Arranca o braço dele!
Sora bateu em Keiko sem um segundo pensamento, arrancando risadas de várias pessoas.
Ter toda a atenção do grupo me deixou motivada, sem falar que a própria rainha de copas italiana estava ali para me servir um levantamento. Um pensamento cruzou a minha mente, era como estar no centro de foco de uma luz de teatro.
Respirei devagar e joguei a bola, a italiana se posicionou na quadra com um sorriso, fazendo um levantamento perfeito para que eu conseguisse provar meu ponto. Finquei os pés no chão, movimentei os braços para tomar impulso e então pulei. O giro do corpo deixou o corte ainda mais poderoso.
O garoto podia ter acertado na trajetória da bola, mas não era o suficiente. A bola voou para trás a ponto de bater na parede.
— Boa cortada.
— Bom levantamento, Calli-chan.
Bati a mão na dela e então mirei para o outro lado da rede com um riso — Foi o suficiente para você?
Nishinoya sorriu — Não vou deixar você marcar amanhã.
— Quer dizer que aceitam nosso desafio? — questionei para aqueles nos assistindo.
Daichi olhou para os jogadores que chegavam a transmitir mensagens pelos olhos, o capitão cruzou os braços e sorriu.
— Sim.
No silêncio do ginásio, tomado pela tensão, apenas uma frase foi ouvida. Daquele que era chamado rei da provocação.
— Eh, boa sorte.
N/A: VEIO AÍ! Um pouco de interação com a Karasuno, vou explorar mais no próximo.
A era dos jogos voltaram! Já segue direto pros jogos de Tóquio, e depois o torneio.
Espero que tenham gostado.
Obrigada por ler até aqui.
Até mais, Xx!
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