55
Minjeong respirou fundo quando parou na porta da varanda, apreciando o fim de tarde enquanto esperava Jimin acordar. Era a primeira vez desde que a havia conhecido que a Princesa necessitava de algumas horas de sono.
Ao se lembrar da noite anterior, lamentou que a reunião do Conselho tivesse se estendido por mais tempo do que o esperado. Mas como Princesa, Jimin tinha que lidar com toda a questão interna do principado. Desde designar um novo Conselheiro a Busan, um que não cometeria o mesmo erro do seu antecessor, a enviar o destacamento imperial de volta para o Império, onde Seojoon reportaria a situação ao Rei afim de garantir que o tratado com a Ordem fosse cumprido.
Algumas questões menores também necessitavam da sua atenção, então ela passou grande parte do dia na câmara do Conselho.
Não admirava que necessitasse de um descanso para a mente.
– O que faz parada aí? – Perguntou Jimin, movendo-se sobre a cama.
Minjeong se virou, sorrindo para a linda vampira que a encarava com devoção. Ela se aproximou da cama e se sentou.
– Eu não quis acordar você – disse, colocando a mão contra o rosto dela e a estudando atentamente. – Você conseguiu descansar?
A Princesa sorriu.
– Estou pronta para mais um conflito de interesses.
– Você sabe o que eu quero dizer. Você estava exausta quando voltou do conselho e foi a primeira vez que a vi dormir por horas seguidas.
– Isso é um problema? – Ela perguntou rapidamente.
– Claro que não. Só foi algo fora do seu habitual.
– E que não deve se repetir por um longo tempo. Podemos continuar com essa conversa, mas primeiro...
Timidamente, ela roçou sua bochecha. Quando Minjeong não se afastou, ela tocou seus lábios com o dela. Jimin a beijou intensamente, mas com paciência, saboreando seus lábios e o interior de sua boca. Quando se separaram, ela moveu a cabeça e beijou o pescoço dela, de novo e de novo.
– Eu estou realmente grata por ter você aqui agora. Tive medo de que fossemos obrigadas a nos separar para sua proteção.
– Eu nunca vou aceitar que faça isso para me proteger.
Jimin se afastou.
– Você está sempre me surpreendendo. – Ela segurou as mãos dela. – A jovem corajosa com os belos olhos castanhos. Eu soube na noite em que te vi pela primeira vez que você era um dos maiores bens do mundo e eu deveria fazer o que fosse preciso para te salvar. Veja como sou abençoada por sua causa?
Minjeong puxou a mão dela e deitou-se ao seu lado.
– Quando olho para trás, sinto como se isso tivesse acontecido há anos e não meses.
A Princesa beijou as pontas dos seus dedos, um por um.
– Eu não a pedi em casamento na melhor das circunstâncias, mas você se lembra das palavras que trocamos no dia que selamos nossa união?
O olhar de Minjeong se moveu para seus olhos.
– Sim.
– Eu me comprometi com você diante de Escriba Imperial. Você fez o mesmo. – Jimin acariciou a aliança de ouro em seu dedo anelar. – Sem hesitação.
– Eu havia concordado em minha mente há muito tempo. – Ela deslizou a mão pelo seu braço, observando as marcações ritualisticas presentes ali. – Eu teria aceitado me casar com você no momento em que perguntasse.
Um profundo suspiro de alívio escapou de seu peito.
A musicista colocou o braço em volta da cintura dela.
– Você duvidou que eu fosse aceitar?
– Não, mas sou muito grata por essa segunda vida. Juro que farei tudo o que puder para amar e proteger você.
– Eu juro o mesmo. – Ela a beijou.
Jimin fez um barulho no fundo da garganta e puxou-a para cima dela. As mãos dela acariciaram suas costas antes de deslizar até a plenitude de seu quadril e apertá-lo sensualmente.
Minjeong abriu a camisa dela e salpicou seu peito com beijos enquanto ela levava os lábios ao seu pescoço e puxava a pele em sua boca.
– Nunca me canso disso – sussurrou a musicista, trazendo o rosto a poucos centímetros dela.
– Eu também não – Seus olhos castanhos nublaram.
– Eu prometo aproveitar cada segundo desse momento – Ela piscou com um sorriso.
Jimin apertou-a com força.
– Sem dúvida.
– Fiquei arrasada com a possibilidade de perder você. Eu me perguntei se seria capaz de lidar com a dor que isso causaria. Mas não quero perder tempo pensado nessas coisas. – Minjeong colocou a mão contra o rosto dela, maravilhada com a sensação da pele na palma da sua mão. – Por alguma razão, o universo fez com que nossos caminhos se cruzassem. Eu não vou questionar isso, e não vou criticá-lo. Esta é a nossa chance de felicidade, e não devemos perder um segundo sequer tentando entender isso. Me ame, Jimin, como você sempre me amou. E tudo estará perfeito.
A Princesa mudou de posição, pressionando-a gentilmente contra a cama.
– Eu gosto deste seu moletom. – Suas mãos agarraram a barra da peça, puxando-a pelos braços dela. – Mas ainda prefiro você nua.
Minjeong tirou a camisa dela e sorriu.
– Magnífico – ela murmurou, olhando apreciativamente para o corpo dela enquanto Jimin se desfazia do resto das suas roupas. Ela tomou seu tempo removendo-as, suas mãos deslizando através de sua pele.
– Você é tão linda. – Jimin parecia fascinada enquanto explorava suas curvas. Ela pressionou os lábios em sua pele, beijando-a com devoção.
Minjeong passou um braço ao redor de seu pescoço, puxando-a para ela para que suas bocas pudessem se encontrar. Ela deslizou as mãos por suas costas, deleitando-se com a suavidade dela e a perfeição com a qual já estava acostumada.
Jimin provou seus seios, beliscando e chupando enquanto seus quadris alinhavam-se com os dela. A musicista estava excitada e a sensação aumentou quando seus corpos fizeram contato.
– Eu preciso de você. – Os olhos castanhos de Minjeong queimaram os dela.
Seu polegar encontrou sua bochecha e a Princesa a acariciou com ternura. Então, deslizando a outra mão por seu quadril, seus dedos entrando nela.
Minjeong fechou os olhos quando ela começou a se mover. Era uma plenitude que nunca se cansava de sentir. Ter o corpo dela sobre o seu, em contato com o seu, cercando-a com amor e dedicação.
Jimin gemeu, levando os lábios ao seu pescoço.
A musicista abriu os olhos assim que ela empurrou os dedos contra um lugar mais delicioso.
– Jimin, eu não acho que posso... – Minjeong ofegou, incapaz de completar a frase.
– Está tudo bem, apenas relaxe. – A boca dela voltou aos seus seios, chupando-os de forma alternada, enquanto ela erguia os quadris no ritmo dos seus impulsos.
Minjeong gemeu suavemente com seus movimentos. E então, ela sentiu isso, o começo de uma conclusão gloriosa como uma nota que pairou no ar por várias batidas. O prazer percorreu seu corpo, acendendo cada nervo.
Jimin grunhiu e começou a aumentar o ritmo das estocadas. Enquanto seu orgasmo crescia e diminuía, o corpo de Minjeong relaxou.
A Princesa a acompanhou até o último minuto e então enterrou o rosto no pescoço dela.
– Normalmente você me morde durante e não depois – observou Minjeong.
Jimin mordiscou sua pele.
Ela riu, e a Princesa se juntou a ela, o som da felicidade ecoando pelo quarto.
– Eu me perguntei quando poderia rir assim de novo – Minjeong confessou, mergulhando as mãos pelos cabelos desgrenhados, acariciando sua nuca com os dedos.
– Eu também. – Ela sussurrou. Seus olhos estavam sérios.
Minjeong tomou seu tempo observando-a.
– Acho que, talvez, houvesse três Jimins diferentes.
– Três?
– A Jimin que você era quando jovem, a Jimin que você era quando fez a transição para vampira, e a Jimin que você é agora. Mas algo permaneceu constante. Alguma parte de você permaneceu a mesma. Esse núcleo é quem eu amo. Não o dinheiro, ou o poder, ou até mesmo a bela coleção de instrumentos que você tem. Eu trocaria todas essas coisas para ter você comigo por mais um dia. – Ela a abraçou junto ao seu corpo. – Agora que tenho você, nunca vou deixá-la.
Jimin beijou sua testa.
– Eu te amo, Minjeong.
– Eu também te amo, Jimin.
– Bom, nesse caso – Ela sorriu de canto, e seu olhar vagou para seus seios. – Vamos aproveitar desse amor um pouco mais.
\[...]
Duas horas depois, o casal de vampiras seguia pelas passagens subterrâneas, rumo a câmara do conselho.
– Ningning disse que você vai iniciar o treinamento com Changbin na próxima semana – Perguntou Jimin, estendendo o braço para segurar sua mão.
– Eu preciso me aprimorar se quiser ser capaz de lidar com os inimigos da nossa raça.
A Princesa deu-lhe um longo olhar.
– Não irei me opor a isso, uma vez que reconheço que Changbin é o vampiro mais qualificado para treiná-la. Mas vou exigir relatórios diários e acompanharei os treinos sempre que for possível.
Minjeong sorriu.
– Isso é você se certificando de que não vou correr nenhum risco durante o treinamento?
Jimin passou a mão no queixo, evitando o seu olhar.
– Isso sou eu me certificando de que não vou precisar substituir meu comandante num futuro próximo. Pelo bem de ambos, o aconselhável é que eu supervisione as coisas de perto.
Ainda sorrindo, Minjeong balançou a cabeça e entrelaçou seus dedos com os dela. Elas entraram em uma sala adjacente, onde Ningning as aguardava.
A chinesa sorriu, fazendo uma breve mensura.
– Estão todos presentes? – Perguntou Jimin em tom calmo.
Ningning assentiu.
– Sim, Mestre. Conforme solicitado, todos os membros do Conselho foram convocados e estão aguardando por sua presença.
– Diga a Aeri que já cheguei. Ordene que os guardas mantenham sua posição e destruam qualquer um que tentar entrar.
Ningning curvou-se mais uma vez e desapreceu detrás da porta.
A Princesa escorregou o braço ao redor da cintura de Minjeong e a puxou para perto.
– Eu sei que você não tem interesse nas reuniões do Conselho – ela disse em tom sério. – Mas o que estou prestes a fazer hoje é de grande importância para o principado e necessito da minha princesa consorte ao meu lado.
Minjeong sorriu de forma singela.
– Depois de tudo o que aconteceu, eu definitivamente reformulei alguns dos meus pensamentos. Não estou aqui apenas por que me pediu, mas porque sinto que é o meu dever.
A expressão dela suavizou, e a mão foi ao seu rosto, acariciando sua bochecha com o polegar antes dela dizer:
– Você é perfeita. E eu sou mesmo a mulher mais sortuda do mundo por ter você ao meu lado.
Minjeong desviou o olhar.
– Eu não sabia que a conversa iria seguir nessa direção.
Jimin sorriu pousando os lábios no seu queixo. Quando suas mãos deslizaram da nuca e mergulharam nos cabelos dela, ela suspirou baixinho.
– Acho que você devia começar logo essa reunião, e depois podemos voltar para o nosso quarto.
A Princesa sorriu.
– Acho que você tem razão. – Os lábios dela tocaram sua orelha – Prometo lhe dar toda a minha atenção assim que me livrar das minhas responsabilidades.
Ela segurou o seu braço e então abriu a porta.
– Declaro iniciada a reunião do Conselho – disse Aeri.
Os membros do Conselho se levantaram enquanto a Princesa entrava no salão.
Minjeong a acompanhou, seus passos firmes sobre o chão de pedra. Diferente da primeira vez em que esteve no Conselho, ela não se sentia ansiosa e tampouco temia os demais vampiros presentes ali.
Enquanto avançava adiante, Minjeong viu uma cadeira à sua direita, ela era tão ornamentada como aquelas usadas pelos membros do Conselho e tinha uma visão direta para cada um destes. Jimin a posicionou em frente a ela, ao lado de um pequeno lance de degraus e subiu para o seu trono.
Quando ela acenou na sua direção, a musicista entendeu que aquele era o seu lugar de honra.
Pôde sentir vários olhos a observando, mas permaneceu em silêncio.
– O que iremos tratar aqui hoje deve permanecer em sigilo. – O coreano autoritário de Jimin interrompeu os devaneios de Minjeong. Ela é os membros do Conselho assumiram seus lugares, atentos. – Devo salientar que qualquer um a vazar informações será executado por traição.
Ela olhou com severidade para os vampiros presentes ali. Ante o prolongado silêncio que seguiu a suas palavras, soube que eles ficaram abalados.
– Então, estamos entendidos ou não? – Perguntou ao grupo.
Aeri se adiantou.
– Estou ao seu serviço, Mestre.
– Sempre – disse Ningning.
Taeyong e Yeji assentiram com a cabeça.
– Jisu?
A vampira revirou os olhos.
– Vamos, minha senhora. A mim o que me importa? Deve saber que qualquer um presenta nesta sala estaria disposto a me matar no menor sinal de traição.
A Princesa a encarou com uma expressão severa.
– Se tentar algo assim, eu mesma me encarregarei de você pessoalmente. Está claro?
Jisu baixou o olhar e resmungou um pouco.
– Sim, minha senhora.
A Princesa respirou profundamente.
– Primeiro, tenho algo a anunciar. Subirei ao trono Imperial em poucos anos. Tal como contei a Aeri, precisaremos nos reorganizar e reformular o Conselho do principado de Seul dentro desse período de tempo.
Os quatro outros membros do Conselho à encararam, chocados. Eles murmuraram entre si, mas foi Jisu a primeira a se pronunciar.
– Como isso pode ser possível, Mestre?
Jimin se inclinou para a frente em seu trono.
– Como vocês sabem, eu sou filha do Rei. Minha criadora me escolheu como sua sucessora no dia em que me transformou. Durante todos esses séculos a servi enquanto era preparada em segredo para o trono Imperial.
A loira ficou em silêncio, parecendo perdida em seus pensamentos.
– Como ficará a questão do principado, Mestre? – Perguntou Yeji.
— Esse é o principal motivo pelo qual convoquei esta reunião — disse a Princesa, olhando para o grupo. — Seul deixará de ser um principado e passará a ser reconhecida como cidade Imperial. Vocês passarão a responder diretamente à coroa e não mais a uma princesa.
Aeri reagiu na hora.
– Com todo respeito, Mestre, não acredito que a corte atual goste muito da idéia. Por séculos eles vem governando os principados do palácio Imperial nas colinas.
— Encontraremos uma solução favorável para eles, especialmente porque você assumirá a posição de Conselheira Imperial.
Aeri ficou em silêncio por alguns instantes, tentando desesperadamente refrear a própria surpresa.
– É uma grande honra, ainda que seja algo futuro. – Ela disse, fazendo uma profunda mensura.
– Sempre admirei a sua lealdade. – A Princesa pousou as mãos nos braços do trono. – Mesmo quando teve a oportunidade de me trair, você continuou a desempenhar o seu papel sem se deixar levar por delírios de grandeza. É digna da minha confiança.
A Conselheira pareceu devidamente contrita.
– Fico lisonjeada, minha senhora. Juro continuar fiel ao Império e a sua governante.
– Excelente. – Jimin a dispensou com um meneio de cabeça e olhou para os demais membros do Conselho. – Alguns de vocês talvez não compartilhem de tal regalia. O desempenho de cada um a serviço do principado irá definir se são dignos da corte imperial ou não.
Houve protestos. Sérios protestos.
— Ainda posso fazer pior — disse ela sem se abalar — e despojá-los dos seus cargos imediatamente.
— Não é para tanto, Mestre — disse Taeyong rapidamente.
– Foi o que pensei.
A Princesa encarou o anel de sinete em sua mão. Então ergueu a vista para olhar Minjeong. Deus, era tão linda...
Sua companheira. Sua amante. Sua princesa consorte.
Sorriu, incapaz de conter o orgulho que sentia por ela estar lidando tão naturalmente com a burocracia do seu mundo.
– Já é suficiente, falaremos mais dessa questão em uma reunião futura.
– Mas minha senhora... – começou Taeyong.
– Em uma reunião futura – Disse ela em tom sério antes de olhar para sua conselheira. – Prepare uma carta para os aliados em Busan, informando que sairei em comitiva para a cidade dentro de alguns dias. Explique que reassumi o controle do principado, mas não faça menção alguma ao que discutimos aqui.
Aeri assentiu com a cabeça.
– Claro.
– Eu mesma vou gravar o selo na carta. Traga-a para mim quando estiver pronta.
A Conselheira fez uma profunda reverência.
– Como desejar, minha Princesa.
Jimin se levantou-se do trono e foi ao encontro de Minjeong, colocando a mão em seu ombro.
Ela sorriu, e a Princesa a atraiu para lhe dar um beijo casto e logo voltou a olhar para os membros do Conselho.
– A reunião está encerrada e vocês dispensados. Quero ficar a sós com minha consorte.
Os membros do Conselho murmuraram entre si, mas não se atreveram a questionar a Princesa ou a sua decisão. Uma vez que eles fizeram uma breve mensura, se retiraram da sala.
A Princesa segurou a mão de Minjeong e a puxou em sua direção.
– Jimin – disse ela como advertência ao ver seu enorme sorriso.
– Venha aqui, meu amor.
Embora a única coisa que fez foi abraçá-la. Só precisava tê-la em seus braços para se certificar de que o mundo ao qual almeja era possível.
Afinal, Minjeong era sua esperança.
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