31
– Já contei que morava em Haseung no século XV. Era filha única de uma família renovada. Tinha obrigações a seguir. Meus pais garantiriam que cada uma delas fossem cumpridas, mas eles foram atacados antes disso acontecer.
Minjeong a abraçou mais forte.
– Depois que meus pais morreram, o nome da minha família ficou manchando pela tragédia. Fugi e me tornei uma ninguém. Morava nas ruas e tinha que lidar com todos os tipos de situação, incluindo lutar pela minha vida. Certo dia um comerciante cruzou o meu caminho. Foi a partir daí que a minha vida mudou.
Jimin pigarreou.
– Ele era um homem calmo, contemplativo e estudioso. Mas era bom para mim. Confessei a ele a história da minha família e de como fugi. Ele colocou a mão na minha cabeça e me ofereceu um emprego. Estava longe de ser algo justo, mas ainda era melhor do que viver na rua.
– Em que ano isso aconteceu?
– 1532.
– Quantos anos você tinha?
– Ia fazer 22.
– Tão jovem... – comentou ela.
Jimin sorriu.
– Mantive minha verdadeira idade em segredo, mas para você vou contar. Nasci em 1510.
– E se tornou uma vampira em 1534?
– Sim.
Minjeong tocou o rosto dela.
– Tão jovem... Tão bela...
A Princesa fechou os olhos enquanto ela acariciava ternamente suas sobrancelhas e seu queixo.
– Temos a mesma idade. – Ela parecia triste.
Jimin abriu os olhos, que brilhavam de espanto.
– Está viva há cinco séculos?
– Você só tinha 24 anos quando se transformou.
– Bom, olhando por esse ângulo. – Ela pressionou os lábios na lateral da mão dela, que descansava em seu rosto. – Não imaginava que precisaria esperar quinhentos anos para encontrar minha alma gêmea.
Minjeong sorriu, tirando a mão.
– Não achei que minha alma gêmea seria uma mulher mais velha.
Jimin riu e o som ecoou pela quarto escuro.
– Idade não deveria significar nada para nós. O que importa é que encontramos uma a outra. Finalmente.
– Concordo. Seus olhos parecem velhos às vezes, mas seu rosto sempre será jovem.
– É parte da maldição, ficar presa num corpo que nunca envelhece enquanto sua mente lentamente decai.
Minjeong estremeceu.
– Isso é mórbido.
Jimin passou o polegar no lábio inferior.
– Lembre que esta é nossa realidade. Mas estava contando a você sobre meu passado. Vivi, trabalhei e fiz o melhor para ficar longe de problemas. Meus dias e noites eram estruturados em torno de muitas obrigações. Eu era apenas uma serviçal, então não tinha direto a nenhuma regalia. Mas poder assistir ao nascer do sol de um novo dia era um fio de esperança ao qual eu me agarrava.
Minjeong observou a expressão de Jimin mudar.
– O que aconteceu?
– O que sempre acontece: a injustiça e o mal engoliram toda a bondade. Eu fiquei doente. Na época, não sabia o que havia de errado, mas fui ficando fraca. Como custava a cumprir com minhas tarefas, acabava sendo punida pelos empregados encarregados. Isso pareceu piorar minha condição. Naquela época ninguém se preocupou comigo, afinal eu era substituível.
Minjeong pegou a mão de Jimin e a apertou.
– Sinto muito.
Ela se virou em direção à varanda, desviando o olhar.
– Ao cair da noite, eu estava louca de dor. Pensei que fosse morrer. E em determinado momento implorei para que isso acontecesse. Foi então, no meu ponto mais baixo, que ouvi algo farfalhando em meio ao celeiro onde estava. Quando me virei, vi uma mulher vestida de branco saindo da escuridão.
– Um anjo?
– Não era um demônio. Agora que conheço bem as trevas posso declarar que ela era boa. Inicialmente, achei que era uma das empregadas, enviada para me levar de volta ao trabalho. Eu sabia que não conseguiria. Meu corpo não resistiria muito mais tempo.
Jimin ficou calada por um momento.
– A mulher se manteve a distância, me observando por algum tempo. Finalmente se dirigiu a mim. Seu coreano era arcaico e ela tinha um sotaque estranho. Não era um que eu conhecia, mas falava lentamente e de forma simples para que eu pudesse compreender. Ela disse que podia sentir meu desespero e que estava ali para me dar vida. Ela me daria poder, riqueza e propósitos. Prometeu ser minha mestra e minha mãe.
A Princesa rangeu os dentes.
– Ela me chamou de filha. Disse que estava sozinha havia muitos anos, que era rica e tinha uma grande propriedade. Tudo o que lhe faltava era uma herdeira. “Abandone essa vida de sofrimento e se torne minha filha”, disse ela. “Posso acabar com sua dor.” Ergui minha mão em sua direção, implorando silenciosamente para que me salvasse. Ela fez um sinal para mim. Veio na minha direção e me abraçou como quem abraça uma filha. Eu chorei. Ela beijou minha testa e virou minha cabeça para o lado, então afundou os dentes no meu pescoço.
Minjeong estremeceu.
– Ela era uma vampira?
– Sim, uma sangue puro. Na época eu não tinha ideia do que se tratava. Ouvira boatos sobre seres estranhos na cidade, mas achávamos que era uma superstição. Não sabíamos que havia uma espécie diferente escondida entre nós. Quando ela terminou de se alimentar de mim, mordeu o próprio pulso e o estendeu na minha direção.
Os olhos de Jimin se fixaram nos de Minjeong.
– Naquele momento, senti seu poder. Senti o impulso de me juntar a ela. E senti alívio do meu sofrimento. – Jimin estremeceu, virando-se para o jardim. – Eu bebi.
Minjeong abraçou-a. Ela permaneceu rígida, sem tocá-la.
– O que aconteceu depois? – A voz dela saiu abafada pela camisa dela.
– Como você testemunhou, a transformação leva tempo. É um processo doloroso e complexo. Na maior parte do tempo, eu mal estava consciente. Logo que engoli o primeiro gole do sangue dela, me arrependi. Mas continuei bebendo. – Jimin colocou as mãos no vidro e abaixou a cabeça. – Quando acordei, meu corpo era o que você vê agora. Minha criadora estava me observando com um olhar de triunfo. Ela sorriu e disse que iria mostrar meus novos dons. E foi assim que minha vida de vampira começou.
Minjeong a abraçou mais forte, sem saber o que dizer.
– Minha criadora era uma dos originais, o que talvez explique minha força.
– Ela podia caminhar sob o sol?
– Não.
– Mas você pode.
– Sim.
– Você é um mistério.
– Talvez. Passei um tempo com minha criadora, que, fiel à sua palavra, me tratou como uma filha. Um dia percebi que as coisas que costumavam afetar os vampiros tinham pouco efeito em mim. Fui sábia o suficiente para perceber que deveria manter a descoberta em segredo. Naquele dia, fui até minha criadora e anunciei que ia partir, dizendo que queria seguir meu próprio caminho no mundo. Ela me deu a bênção de mãe e eu parti.
– Para onde foi?
– Voltei ao lugar em que minha família morreu. Por sentimentalismo, talvez. Não sei. Entrei na propriedade abandonada e descobri que os objetos que havia deixado para trás ainda estavam lá. Era como se estivessem esperando por mim. Sem pensar, eu os peguei. Foi só então que percebi que tinham poder sobre outros vampiros, mas não sobre mim.
– As relíquias – sussurrou ela. – Pertenciam aos seus pais.
– Sim. – Sua postura suavizou e ela a abraçou. – São tudo o que me restou deles. Não sei por quê, mas elas não têm efeito em mim.
– Se eu fosse supersticiosa, diria que foram um presente.
Jimin ergueu as sobrancelhas.
– De quem?
– Do seus pais.
– Eles não dariam um presente para uma criatura como eu.
– Eles lutaram para te proteger quando estavam vivos – disse ela suavemente. – Não entendo isso de vida após a morte. Mas imagino que seus pais ainda protegeriam você.
Jimin olhou para o piso. Naquele momento, ela parecia uma menina.
– Isso é algo que eu jamais irei saber.
Minjeong ergueu o rosto dela e beijou seus lábios.
– Você permaneceu na cidade depois que resgatou as relíquias?
– Sim. Minha memória da vida humana tinha começado a desaparecer, mas eu me lembrava de tudo relacionado aos meus pais. Voltei para Hanseung como vampira, determinada a fazer justiça.
– E conseguiu?
– Não descansei até encontrar os assassinos. Eram um bando de brutamontes que estavam passando pela cidade. Eu os cacei, torturei e joguei os corpos numa fogueira. Mas era tarde demais para minha família.
Ela olhou Minjeong com tristeza.
– Alguns anos depois Hanseung passou a ser conhecida como Seul, uma bela cidade, cheia de artistas e intelectuais. O Príncipe permitiu que eu me unisse a seu principado e estou aqui desde então.
– Eu entendo como é perder um pai, Jimin. Sinto muito por seus pais, de verdade.
– Gostaria que sua história tivesse sido diferente – disse Jimin em tom baixo. – Não posso mudar o passado, mas posso garantir que algo assim não volte a se repetir.
– Por isso você quis tanto que eu fizesse parte do seu mundo.
– Mesmo agora ainda é perigoso para você. – Jimin se afastou dos braços dela e olhou para o jardim. – Se a Ordem vier, você ficará no meio disso tudo.
– Então temos que evitar que a Ordem venha.
– Não – disse Jimin asperamente. – Eu preciso evitar que a Ordem venha. Se eles vierem, você deve fugir da cidade.
– Não. Você tentou me fazer partir antes, lembra? E eu me recusei. Não vou deixar você ou a cidade. Eu amo você, Jimin. Vou ficar com você.
Os olhos da Princesa queimaram como um fogo castanho. Ela a pegou em seus braços, colocando a língua entre seus lábios. Minjeong se agarrou aos ombros dela, segurando-a desesperadamente enquanto o beijo dela a tomava.
Jimin puxou os cabelos de Minjeong com a mão esquerda, pressionando-a contra a parede. Ela a beijou, a língua provocando a dela sem hesitar. A musicista a imitou com avidez, sentindo o gosto dela, seus dedos subindo pelo pescoço de Jimin até agarrar seu cabelo. Não havia espaço entre elas. O corpo perfeito dela pressionava o de Minjeong, num contato excitante.
Ela gemeu quando a mão de Jimin deslizou por sua cintura, roçando seu jeans antes de abrir o botão. Minjeong aproveitou para tirar a camisa dela de dentro da calça, desabotoá-la e puxá-la por seus ombros.
Com um grunhido, Jimin jogou a camisa no chão.
Na luz tremeluzente, Minjeong se afastou para examiná-la. Os dedos dela fizeram um círculo preguiçoso ao redor do umbigo, e a Princesa sorriu enquanto fechava os olhos e gemia.
Num movimento frenético, ela a beijou, abrindo e puxando para baixo o jeans dela. Sem aviso, Jimin a girou em seus braços e avançou, em direção à cama. Ela se ajoelhou diante dela, puxando a calcinha até que arrebentasse. Então seu rosto desceu para entre as pernas dela.
Quando a língua de Jimin fez contato com seu sexo, Minjeong fechou os olhos, suas mãos agarrando os lençóis. Ela começou devagar, provando e lambendo de cima a baixo antes de tomar posse em sua boca e chupar. Minjeong murmurou uma aprovação, e ela manteve seu ritmo lento, provocando e provando-a com os lábios e a língua.
Quando suas pernas se agitaram, as mãos frias de Jimin agarraram as coxas dela, mantendo-a na altura de sua boca.
– Jimin... – Ela gemeu.
A Princesa abocanhou o seu centro e foi recompensada com um longo gemido. Minjeong enfiou os dedos nos cabelos dela, mexendo o quadril contra a sua boca enquanto ela a dominava da melhor forma possível.
Quando a musicista a agarrou pelos ombros e começou a puxá-la, ela ergueu os olhos, confusa.
– Jimin, eu preciso sentir você. Agora. – Falou Minjeong, ofegante.
Num gesto abrupto, ela ficou de pé, com os olhos brilhando como brasa e uma expressão feroz de desejo.
Minjeong estremeceu contra a cama, com as pernas bambas. Ela a levantou, colocando as pernas dela em volta de sua cintura. A mão esquerda de Jimin apoiou a cabeça dela contra a parede, para protegê-la.
Ela encostou o nariz no pescoço dela.
– Quando estou sozinha, anseio por seu sabor. Você é como mel na minha língua. Eu podia me alimentar de você pela eternidade.
Jimin arrancou os botões da camisa dela.
Logo a camisa e o sutiã de Minjeong se juntaram às roupas dela no chão, num emaranhado de tecido descartado.
Minjeong beijou a lateral do rosto dela enquanto a boca de Jimin descia para seu seio, mordiscando sua pele antes de colocar um mamilo entre os dentes. A musicista apertou a cabeça dela contra seu peito, saboreando a sensação da língua fria.
Jimin sugava os mamilos alternadamente. Sua mão se moveu para as costas dela, sustentando-a enquanto ela deslizava a mão livre entre suas pernas. Com um movimento rápido e profundo, ela a penetrou com os dedos. Minjeong ficou sem fôlego e agarrou os ombros dela.
Jimin levou a boca ao seu pescoço e continuou a estocá-la com precisão, se enterrando dentro dela. A respiração de Minjeong acelerou, e ela começou a gemer seu nome, deixando-a louca de excitação. Jimin passou a língua em cada canto da boca dela, ajustando o dedos para roçar também no seu centro.
A sensação dos seus toques é dela nua se esfregando em sua pele sensível era quase demais. A excitação de Minjeong foi crescendo e ela mordiscou o ombro dela.
– Beba. – Ordenou Jimin.
A musicista ergueu a cabeça e a encarou com um olhar fixo.
– Tudo bem por você? – Apesar da excitação que irradiava da sua pele a sua voz era quase um surrurro.
– Você precisa disso. E eu quero que o faça.
Com um suspiro, Minjeong aproximou os lábios do pescoço dela, passando a língua de leve para provar seu gosto. Após um segundo de hesitação seus dentes afundaram na pele dela e ela começou a sugar, bebendo o seu sangue.
Jimin parecia deslocada para longe do corpo enquanto uma onda de prazer a sobrepujava. Minjeong bebia enquanto ela continuava a penetrá-la. Os músculos internos dela se contraíam ao redor de seus dedos, e a ela percebeu que faltava pouco, aumentando ainda mais o ritmo.
Minjeong se perdeu por completo quando chegou ao orgasmo. Enquanto tentava controlar a respiração, se afastou do seu pescoço, lambendo gentilmente o ferimento.
A Princesa colou a testa na dela para ver aqueles olhos inebriados e sorriu.
– Você é sempre tão perfeita, Minjeong.
Antes que ela dissesse algo, Jimin a levou de volta para cama, girando o corpo para que a musicista ficasse por cima. Jimin olhou para a posição dos seus corpos, completamente fascinada. As coxas dela estavam abertas sobre seu quadril, os longos cabelos castanhos cascateavam por seus ombro e aquela pele auva era extremamente convidativa.
Quando Minjeong baixou o olhar, a encontrou olhando para ela, faminta.
– Eu quero mais – exigiu Jimin. – Muito mais.
O brilho que irradiava de seus olhos a deixava ainda mais excitada. Minjeong mordeu o lábio inferior e sorriu antes de baixar a cabeça.
\[...]
Minjeong sentia mãos firmes em seu corpo, segurando-a num abraço apertado. Ela relaxou contra a pele fria e lisa, incapaz de traduzir as misteriosas palavras sussurradas em seu cabelo.
Ela murmurou, sentindo a satisfação pulsando em seu corpo, e notou a mão de Jimin perto de seu coração.
Ela estava sentindo os batimentos dela.
Quando abriu os olhos, percebeu que estava aninhada sobre o corpo nu de Jimin, que tinha um sorriso no rosto e os olhos atentos.
– Você parece bem.
Minjeong sorriu.
– Pode-se dizer que sim. Você foi muito generosa.
A Princesa devolveu o sorriso dela.
– Vou tentar me lembrar disso. Mesmo assim, não posso monopolizar o seu tempo. Vai ser difícil, porque amo seu gosto, amo cada parte de você.
Minjeong se aninhou nos braços dela.
– Você se controlava quando eu era humana, né?
Jimin ficou tensa, os tendões em seus braços contraídos sob a pele.
– Eu precisava ser mais cuidadosa. Mas agora é como se você... Eu me sinto... – Ela hesitou, abraçando-a mais forte.
– Eu também sinto – respondeu a musicista baixinho. – Quero tanto você... Às vezes sinto como se estivesse me afogando e só você pudesse me salvar.
Ela assentiu, beijando sua testa.
– Não quero me separar de você, Jimin. Quando me deixou para ir atrás daqueles caçadores, tive medo de que não voltasse.
– Eu sempre voltarei – sussurrou ela.
– Promete? – Minjeong olhou para ela solenemente.
– Desde que eu seja capaz, prometo.
– Bom.
Ela beijou o ombro dela, soltando-se em seus braços novamente.
– Preciso abrir mão da sua companhia agora. Você vai sair para trabalhar daqui a algumas horas.
Minjeong suspirou.
– Trabalho. Esqueci.
Jimin beijou a orelha dela.
– Vamos, meu amor. Faço questão de ir conferir o espetáculo na estreia.
Ainda nua, ela a pegou nos braços e a carregou até o banheiro.
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