ALEX KAREV - GREY'S ANATOMY

— O que aconteceu?! — Entro desesperada na enfermaria, após receber uma mensagem de Cristina dizendo que Alex havia ganhado um olho roxo na porta do hospital — Quem fez isso? — Caminho até o loiro, agarrando seu rosto para averiguar o ferimento, arrancando dele um leve gemido de dor.

— Não foi nada, eu estou bem — Ele diz tirando as minhas mãos do seu rosto e levantando-se da cadeira.

— Bem? Você está com um olho roxo, o nariz sangrando e um corte na boca — Escapo uma risada debochada — Se isso é estar bem então eu sou a fundadora desse hospital. Senta de novo na merda da cadeira, Alex.

Ele bufa, mas volta para a cadeira, enquanto eu preparo os materiais do curativo.

— Como foi isso? — Pergunto, organizando a bandeja com os esparadrapos e as pomadas.

— Isso realmente não é importante para você.

— Eu não perguntaria se não fosse — Me dirijo até ele, aplicando um asséptico nos ferimentos — Você deveria agradecer que eu ainda me importo com você, de todo esse hospital. Se dependesse dos outros você poderia ser atacado pelo que fosse lá fora e ninguém viria aqui te ajudar.

Tento encontrar seu olhar, mas está fixo no chão. Ele não queria olhar pra mim e isso era compreensível.

Como você encara a pessoa com a qual você ficou junto por meses, mesmo que não oficialmente, depois de trair ela com uma enfermeira e brigar com o novo médico na frente do hospital só porque ele a convidou para sair?

Simples. Você não encara.

— Sorte sua que ele bateu mais que apanhou. — Digo agora finalizando o curativo e encarando-o — Ser atacado na primeira semana de trabalho com certeza não estava no contrato, mas ele me garantiu que vai deixar essa passar.

— Perguntou por que se já sabia o que aconteceu? — Disse olhando para mim, finalmente. Mas não consigo dizer se era um olhar arrependido, deboche ou tristeza.

— Para ver se você poderia ser honesto comigo pelo menos uma vez na vida. — Cruzo os braços — Incrível como você sempre consegue uma forma de superar alguma merda anterior que você faz. E pasmem, você sempre consegue fazer pior. O que você estava pensando?

— Eu não tava nem aí, [nome]. Eu sou o idiota que nunca se importa com o que faz, uma bomba. — Diz levando as mãos ao rosto, um peso de frustração na voz — Desculpa... Eu não devia ter feito isso com você. Sinto muito.

— Não é a hora de sentir muito, Alex. Eu fiz de tudo por você aqui, eu falei bem de você e te defendi para todos os meus amigos... No fim eu saio como uma idiota e você insatisfeito ainda vai lá e dá um soco na minha chance de seguir em frente?!

— Você não tava mesmo pensando em aceitar o convite daquele cara, não é? — Ele levanta, ficando cara a cara comigo — Você sequer o conhece! Mark Sloan é um babaca, mulherengo! — Diz apontando para a porta

— É para isso que servem os convites para jantar ou beber, Alex! Para conhecer a pessoa! — Deixo minha voz elevar — E eu estava bem animada para isso, se quer saber!

Ele passa a mão no rosto, andando para longe de mim. Eu podia sentir sua raiva pelo ambiente, mas também podia sentir sua insegurança. Ele sabia que não podia exigir nada de mim.

— Tudo bem. — Ele diz, com as mãos apoiadas na mesa, de costas para mim — Será melhor para você. Saia com ele.

— Ótimo. Farei isso. — Caminho até a porta, mas antes de sair eu paro — E você não pode julgar ninguém. Espero que tenha ciência de que você não está no lugar de falar do caráter de ninguém.

Sigo pelos corredores zangada. Eu realmente estou brava. De todos os homens do mundo eu fui me envolver logo com o mais infantil? Por Deus.

Entro na sala de descanso e me jogo no sofá, ao lado de Cristina que folheia uma revista sobre médicos, mas para ao me ver, abrindo a boca para falar.

— Não se atreva — Digo, notando que ela queria falar algo — Meu dia já está ruim o suficiente.

— Você não tem culpa das péssimas escolhas que você faz... É isso que quer que eu diga?

— Cristina! — Sento-me, encarando a mulher de olhos puxados a minha frente

— Olha, eu não estou te julgando. Tudo bem que eu não escolheria Alex Karev para molhar o biscoito, mas seu coração bondoso te faz ver o melhor nas pessoas — Joga a revista na mesa de centro, junto com as outras — Eu me preocupo com você, tá legal? E o Alex é uma bomba que eu não gostaria de ver você perto quando explodisse.

— ... Se já não explodiu — Me jogo nas costas do sofá, levando as mãos ao rosto — Ao menos o Mark não me culpou pelo ocorrido, sorte dele ser bem mais forte que o Karev.

— Ah sim! Temos agora o McSteamy na equação. Ele ainda quer sair com você?

— Sim. E eu vou, espero que Karev não surja como um dos garçons e atrapalhe toda minha noite — Levanto-me — Hora de voltar ao trabalho, vamos.

[...]

Entro no bar onde combinei com Mark de encontrar-nos. O ambiente é aconchegante, com luzes suaves e música ambiente. Avisto o loiro em uma mesa ao fundo e me aproximo, sentindo um mix de nervosismo e ansiedade.

Ele se levanta ao finalmente me ver e sorri de maneira calorosa para mim. Mark é charmoso e atencioso, era difícil não se sentir à vontade ao seu lado.

— Eu estava realmente com medo de que você não viesse — Ele diz, puxando uma cadeira para que eu pudesse sentar.

— O que te fez pensar isso?

— Bom, eu ouvi algumas coisas pelo hospital... Tinha quase certeza que o garoto convenceria você a voltar com ele.

— Ah, não se preocupe com isso. Alex e eu... Não somos mais um casal — Digo, tentando disfarçar a tristeza que ainda sinto ao falar sobre o assunto.

Mark parece surpreso com minha resposta, mas logo recupera o sorriso.

— Bem, nesse caso, acho que podemos aproveitar a noite sem preocupações, não é mesmo? — Ele diz, chamando o garçom para fazer o pedido.

Conversamos por horas, rindo e compartilhando histórias. Mark é realmente encantador, e aos poucos, consigo me sentir relaxando ao seu lado.

Talvez pelo efeito da bebida, ou até mesmo por me sentir tão confortável ao seu lado, eu passo a ter conversas mais sentimentais durante o encontro. Posso garantir que não sei como nem quando eu entrei no assunto, mas agora eu estava falando sobre Alex em um encontro com Mark.

— Eu sei o que muitos dizem por aí, mas eu conheci um lado dele que ninguém sequer teve acesso... Por trás de toda aquela marra e birra tem muitos traumas, sabe? — Suspiro fundo — Estou fazendo de novo, não estou?

— Sim, você está de novo falando sobre o Karev durante nosso encontro. — Ele me lança um sorriso cúmplice.

— Desculpe, acho que a bebida está me deixando sentimental — Digo, dando uma risada sem graça.

— Não se preocupe com isso. Às vezes é bom falar sobre essas coisas, especialmente com alguém que pode te entender — Ele responde, colocando a mão sobre a minha — Sabe... Eu realmente não gosto de perder. Mas eu estou quase aceitando que nessa competição eu não ganho.

— O que quer dizer?

Ele escapa uma pequena risada antes de encarar meus olhos.

— Querida, é óbvio que você ainda está apaixonada nele, já contei 6 vezes que ouvi o nome desse sujeito agora a noite. — Ele sorri, mas não se mostra desconfortável — Você claramente o ama, ao ponto de perdoar qualquer coisa que ele faça, porque você o conhece melhor que todo mundo do hospital.

Fico sem palavras por um momento, surpresa com a franqueza de Mark. Ele estava certo, é claro, mas é diferente ouvir isso de alguém de fora.

— Eu... Eu não sei o que dizer — murmuro, desviando o olhar.

— Não precisa dizer nada. Só quero que saiba que estou aqui para você, seja como amigo, seja como algo mais — Ele diz, sorrindo gentilmente — Mas siga seu coração, sim? Os outros vão julgar qualquer escolha sua. Não deixe que isso decida por você. O que você sente no seu coração é o certo, siga ele.

Confesso estar surpresa. Não imaginei que um encontro terminaria assim, principalmente este. Mark me assiste entrar no taxi, certificando-se de que estou segura e acena quando finalmente o motorista da a partida.

Chegamos. Não em minha casa, mas em uma casa muito familiar. Eu poderia ter feito isso no outro dia, mas eu realmente não tomo boas decisões quando bebo.

Bato a porta, ensaiando mentalmente o que vou dizer. Quando a porta se abre, Alex me encara com um semblante surpreso e logo em seguida um sorriso. Sinto uma onda de raiva, tristeza e saudade.

— Eu ainda estou com muita, muita raiva de você, Alex. — Digo com a voz embargada.

Antes que eu pudesse complementar dizendo mais alguma coisa, Alex me puxa para um beijo apaixonado. Fico chocada com o gesto, sentindo uma onda de calor percorrer meu corpo.

Ao nos separarmos, Alex me olha nos olhos de maneira serena.

— Me perdoa. Eu... Eu realmente não quero perder a única pessoa que se importou comigo de verdade. — Me abraça, me levando para dentro da casa — Mal consegui pegar no sono imaginando que eu teria que ver você e aquele médico juntos no hospital.

— Se você estragar tudo de novo, Alex. Eu juro que nunca mais apareço nessa sua porta.

Ele sorri, sabendo que estou falando a verdade, mas sabendo que nunca tentaria a sorte outra vez.

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