Donnie Brasco 🚔
Contém: Palavras de baixo calão e violência . (Triste)
Pov Donnie Brasco/ Joe Pistone
Estacionei meu carro em frente ao contêiner abandonado e Lefty me olhou.
-É isso aí, rapaz. É hora de acertar algumas contas. Fique de olhos abertos e só aja quando eu mandar. Entendeu?
-Sim. _Falei simplesmente, tirando a chave da ignição. Depois abri a porta e saí do carro ao mesmo tempo que Lefty.
Caminhamos para o contêiner e Sonny foi quem abriu a porta para nós.
-E aí, Sonny. _disse Lefty_-A vadia está aqui?
-Está. Nós a assustamos um pouco enquanto esperávamos você.
-Ah! Então se divertiram, ein?
-É..._sorriu amarelo_-foi uma diversão e tanto, chefe.
Lefty sorriu dando uma batidinha no ombro de Sonny, logo adentrando o lugar, eu acenei para o homem na porta e segui Lefty para dentro. Assim que chegamos à uma parte mais clara, meus olhos encontraram uma mulher vestida à trapos rasgados e ensanguentados. Ela estava ajoelhada no chão sob a mira de uma arma enquanto seus braços estavam amordaçados para trás. Uma parte dos seios estava exposta e foi o que me constrangeu, além de sua situação.
-Olha só você. _ Lefty a cutucou com a ponta do sapato_-Achou mesmo que não íamos descobrir seu esconderijo, não é?
A mulher não havia levantado a cabeça nem respondido sua pergunta e isso estressou Lefty ainda mais.
-Não vai responder, vadia? _ o que apontava a arma para a cabeça dela encostou o cano em sua têmpora.
-O quê...o quê quer que eu diga? _Ela finalmente falou, sua voz arrastada devido a dor. _-Você já me pegou, não é? Então por que não termina o que seus homens começaram?... Eu...eu não aguento mais.
Lefty levantou a cabeça e acenou para o homem atrás dela. Ele a puxou pelos cabelos e Lefty a deu um tapa no rosto fazendo-a cair no chão enquanto gemia de dor.
-Onde está aquele desgraçado? Hun? Bob J está com meu dinheiro! Me diga onde ele está!
-Eu não sei.
-Não me faça perder a paciência, vadia! _Sonny recebeu uma ordem para levantar a mulher do chão e coloca-la de joelhos novamente. Eu já estava angustiado vendo-a sofrer daquele jeito, o único problema era que eu não podia me envolver, para não quebrar o meu disfarce. _-Você prefere sofrer ao invés de entregar seu namoradinho, não é? Eu vejo. Deve o amar muito para isso...
-Eu não...não o amo. Bob é...um maldito desgraçado.
-Ah ... é mesmo? Porque eu não acredito numa palavra que você diz. Foram cinco anos ao lado daquele canalha e agora está o protegendo enquanto ele deve estar por aí gastando toda a minha grana. São cinquenta mil dólares que o filho da puta me roubou e você está dizendo que não sabe onde ele está!?
-Eu não sei!
-Está me fazendo perder a paciência, S/sn!
-Se não acredita atire em mim de uma vez. Eu não me importo! Vá em frente. Coloque uma bala na minha cabeça e assim poderei descansar em paz.
-É...parece que será a única maneira...quem sabe matando você, Bob J possa voltar querendo vingança pela garota dele, hun?...teve uma boa idéia aqui, gracinha.
-Ele não vai voltar. _Essa mulher estava piorando ainda mais sua situação. Ela sorriu mostrando seus dentes manchados de sangue. _-Aquele filho da puta simplesmente mudou de endereço e de identidade...neste momento ele deve estar bem longe daqui curtindo a vida e gastando seu dinheiro sujo! Mas pensando bem, Bob merece aplausos...roubar de outro idiota e ainda sair ileso é uma artimanha para poucos.
Lefty pediu com os olhos que o outro homem, cujo ainda não havia sido apresentado, "cuidasse" da mulher e foi isso que ele fez. Começando a chuta-la com agressividade e a transferir tapas em seu rosto, agora ainda mais machucado.
-Ei...cara, acho que ela apagou aqui.
-Pelo menos calou a maldita boca.
-Vamos mata-la agora, chefe?
Lefty pensou um pouco olhando para a mulher desmaiada no chão.
-Um tiro a queima roupa a fará se calar para sempre.
Eu não conseguia desviar os olhos dela. Achava injusto terem a sequestrado ao invés do namorado. Mas estes são a gangue mais procurada da América. Eles são cruéis e vingativos. Não havia nada que pudesse fazer quanto a isso.
-Ainda não..._Lefty me surpreendeu com sua resposta. _-Vamos dar mais um tempo de tortura à ela. S/sn irá falar, tenho certeza.
-Mas ela disse que não sabe onde ele está._acabei quebrando meu silêncio e Lefty me olhou como se dissesse: "e você acredita mesmo nisso?"
-Ela está mentindo, rapaz.
-E se tiver falando a verdade?
-Donnie...Não me diga que está com pena dessa vadia? Ela merece tudo que está passando aqui...S/n também é cúmplice!
'Então este é o nome dela.'_ Pensei.
Olhei para a mulher vendo uma pequena possa de sangue ao lado da testa dela, cujo havia batido com força no chão.
-Eu não estou com pena...de forma alguma. Estou apenas tentado ser racional. Ela me pareceu genuína.
-Certo, rapaz_Lefty assentiu e eu franzi o cenho _-Então faça um favor para mim. Cuide dela esta noite, se a vadia acordar, faça lhe contar a verdade. Te daremos 24 horas, voltamos amanhã neste mesmo horário, se ela continuar relutante, nós a mataremos e é você quem colocará um bala na cabeça dela. Estamos entendidos?
Eu não consegui responder enquanto absorvia o que Lefty disse.
-Donnie? Estamos entendidos?
-Hum...ok. _respondi e Lefty assentiu
-Ótimo. Me da sua chave.
-Hã?
-A chave do carro, rapaz.
-A tá. Aqui._peguei a chave do bolso e o entreguei.
-Valeu. Vejo você amanhã.
Eu assenti e o vi sair do contêiner acompanhado de Sonny e o outro homem. Mas antes de fechar a porta Sonny disse:
-Há um sanduiche dentro da caixa naquele canto. Divirta-se.
A porta fora fechada e eu suspirei logo voltei a olhar para a mulher e fui até ela. A peguei em meus braços e medi seu pulso. Estava fraco. Respirei fundo e tirei um lenço de dentro do bolso do casaco e limpei um pouco do sangue no rosto dela.
-Você precisa acordar e contar a verdade do que sabe. Só assim poderá sair daqui.
-Eles não vão me deixar sair. _ela me surpreendeu ao acordar de repente _-Você sabe disso melhor do que eu. _abriu os olhos e encontrou os meus.
-Pensei que estivesse desmaiada.
-Anos convivendo com gangues, tive que aprender algumas técnicas de sobrevivência.
-Por que se envolveu com alguém assim?
-Fui obrigada. Ser uma agente infiltrada tem dessas coisas.
Olhei para ela chocado
-Você é uma agente?
Ela sorriu
-Assim como você, Pistone. Eu reconheço um agente quando vejo um. E sei coisas sobre você que talvez você mesmo não saiba. Sempre quis te conhecer pessoalmente, mas não nessas condições..._sorriu pequeno_-Estou cansada de perseguir gangues para cima e para baixo...mas nosso trabalho requer o melhor de nós...então...aqui estou.
Eu assenti vagamente
-Eu sinto muito.
-Não sinta. Você não tem culpa...eu escutei você me defendendo. Ou pelo menos tentando defender. Isso já é o suficiente. Obrigada.
-Você precisa sair daqui. Precisa contar a eles o que sabe...não pode terminar assim.
-Já estou marcada pra morrer há muito tempo. Não tenho medo.
Balancei a cabeça
-Mas se isso te alivia, eu realmente não sei nada sobre Bob J. Ele se foi sem deixar rastros. _fez uma careta de dor_-Eu não devo sobreviver vinte quatro horas.
-Você precisa ser forte.
-Não deixe que aqueles filhos da puta mude a pessoa que você é, Pistone. Principalmente Lefty. Ele não é confiável. Não o deixe entrar em sua cabeça.
-Eu sei.
Ela assentiu e fechou os olhos. Depois de respirar alguns minutos, ela voltou a abri-los.
-Posso te pedir uma coisa?
-Qualquer coisa.
-Se a manhã chegar e eu ainda estiver respirando...por favor, não hesite em atirar em mim.
-Eu não...
-Você disse "qualquer coisa".
-Hum...ok. _eu não queria, mas faria o que foi me pedido.
Tentei alimenta-la naquela noite com o sanduiche que Sonny havia deixado para mim, mas S/n não o comeu totalmente. Eu a observava longe com seus pensamentos, parecia que sua alma estava saindo lentamente do corpo, seu tom pálido deixava isso evidente. A coloquei encostada na parede do contêiner e meu casaco por cima de seus ombros; S/n me olhou, sorriu pequeno como agradecimento, depois fechou os olhos para descansar. Segundos depois, conferi se ela ainda estava respirando, e estava. Ainda bem.
Mas confesso que não sabia se preferia que ela partisse ali ou no dia seguinte com um tiro...acho que não queria que ela morresse de qualquer forma.
No entanto, quando as vinte e quatro horas passou e Lefty retornou, não tive outra saída a não ser atirar.
"Bang"
Deixando seu corpo para trás, saimos do contêiner como se nada tivesse acontecido. No entanto, eu carregava o peso de sua morte em minhas costas.
...
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