"De novo não." Você suspirou, xingando baixinho ao ver a tampa da tela levantada. Uma mensagem de texto azul cobria a feliz imagem de você e Buck na tela de bloqueio. Você nem precisava adivinhar para saber de quem era. Sua irmã ficou incomodando você a noite toda por causa de um jantar em família. Você já havia recusado educadamente três vezes, mas ela continuou pressionando. Você não a culpou, sua educação foi uma história completamente diferente da dela.

Ela ainda mantinha contato com seus pais, até os visitava a cada poucas semanas e fez uma promessa não oficial de 'tentar consertar a família'. Por mais que você desprezasse a ideia, você não poderia culpá-la totalmente por tentar. Ela era a mais jovem e a mais bem-sucedida e claramente a favorita.

Você ama Los Angeles, sua vida está aqui agora e você não sente necessidade de consertar nada. Você está feliz onde está. Você constrói algo aqui, algo pessoal e seguro e não está pronta para ver tudo desmoronar novamente.

"Tudo certo?" Buck perguntou, com a cabeça espiando pela porta. Você suspirou, jogando suavemente o telefone na bancada. As sobrancelhas de Buck se uniram enquanto ele lentamente se aproximava de você. "Você quer conversar sobre isso?"

Sem dizer uma palavra, você encostou a cabeça cansada no peito dele. Ele passou os braços em volta de sua cintura, dando um beijo suave em sua têmpora. "Não sei." Você suspirou. "São meus pais."

Buck sabia que você não tinha um relacionamento fantástico com eles, mas o assunto não aparecia com frequência. Assim como seus pais. Vocês conversaram sobre suas lutas compartilhadas, mas vocês dois não gostaram de mencionar isso desnecessariamente, já que era um assunto muito pesado para vocês dois tocarem. Vocês dois simplesmente não queriam forçar nada. Mas quando isso aconteceu, quando o assunto surgiu na conversa, vocês dois apoiaram como sempre. Buck especialmente, você não poderia pedir ninguém melhor em sua vida do que ele.

"Sinto muito por ouvir isso." Ele confortou, roçando os dedos em sua bochecha. "Está bem." Você ignorou. "Minha irmã acha que pode consertar a família magicamente. Estou surpresa que eles a tenham deixado tentar."

"Talvez eles não saibam."

"Sim, provavelmente. Faz muito tempo que não os vejo. Por que agora? Por que de repente ela quer mudar as coisas agora?"

"Você perguntou a ela?"

"Não, ainda não." Você admitiu, brincando com o cabelo dele. "A última vez que falei com eles foi na véspera de Natal."

Buck se lembrou da lembrança e deu um sorriso gentil e solidário ao relembrar como a noite terminou. Foi um dia confuso, cheio de comentários desagradáveis ​​e mal-intencionados. Primeiro eles não aprovaram o seu trabalho, depois o seu namorado e depois sentiram a necessidade de destruir tudo na sua vida. A lista poderia continuar para sempre. Foi simplesmente horrível. Suas sobrancelhas se uniram enquanto você tentava ao máximo bloquear a memória. Um suspiro saiu dos lábios de Buck, ele odiava ver você assim. Ele odiava não poder fazer mais para ajudá-la. "Eles trataram você mal, amor. Está tudo bem não perdoá-los."

"Eu sei."

"Eu não perdoei meus pais." Ele admitiu. "E eu honestamente acho que nunca irei."

"Se você quiser contatá-los novamente, espere até estar pronta e quando você realmente quiser. Não porque alguém te forçou. O mesmo aconteceu comigo, eu não estava pronto e acabou virando uma grande bagunça." Você ficou quieta por um segundo, Buck estava certo, mas você teve que reservar um momento para deixar os pensamentos em sua mente processarem tudo. Você examinou todos os cenários sobre como seria aquela reunião antes de confirmar que ainda não era a hora. Você não estava pronta. E tudo bem. Talvez você nunca esteja pronta e tudo bem também.

Você afastou um pouco do cabelo de Buck que havia caído em seu rosto, sua mão pousou em sua bochecha antes de se inclinar e dar-lhe um beijo suave. "Obrigado." Você disse suavemente antes de lhe dar outro beijo. O Buckley deu um sorriso gentil para você. "Vamos. Vou fazer um jantar para você. Isso vai te ajudar a clarear a cabeça."