Você sabia, desde o primeiro beijo, as ramificações políticas que isso teria. Vocês dois fizeram isso. Nunca houve como evitar isso, na verdade.

Era para impedir que seu disfarce fosse descoberto, foi o que você disse a si mesma e a ele na época. O PDA deixa as pessoas desconfortáveis, e a última coisa que a milícia do rei procuraria enquanto procurava pelo grupo rebelde que sequestrou o príncipe seria Maxon beijando seu líder em público. É exatamente por isso que fazia sentido. O fato de ter sido um passo lógico só o levou a negar seus sentimentos por ainda mais tempo.

Já foi bastante difícil reunir-se com o rei para explicar que você nunca sequestrou o filho dele, ele havia fugido. Maxon queria saber em primeira mão o que as pessoas em Illea enfrentavam no dia a dia, as lutas que enfrentavam e que ele era privilegiado demais para sequer imaginar. Talvez, pensou ele, se pudesse saber como era em primeira mão, se pudesse ouvir as vozes das pessoas, seria capaz de fazer mudanças reais e substanciais.

Por sorte, a primeira pessoa que ele encontrou falando desordenadamente sobre política e questões sociais no bar foi você - o líder do grupo rebelde anônimo mais poderoso do país. Você e sua tripulação abandonaram as castas e estabeleceram conexões por toda Illea. Suas conexões nas castas superiores forneceram financiamento e suprimentos para libertar e socorrer as pessoas que estavam em dificuldades.

Depois que Maxon descobriu o que você faz, você não conseguiu se livrar dele. Claro, foi apenas um golpe de azar que ele tenha sido visto sendo arrastado para um local seguro durante um motim, que foi imediatamente interpretado como um sequestro real. Ter que invadir o palácio para devolver o príncipe era algo que você nunca sonhou que teria que fazer.

Você quase teve sucesso também. Foi no último minuto que os guardas encontraram você devolvendo o príncipe. Depois de implorar e convencer muito, Maxon conseguiu que seu pai e o conselho pelo menos ouvissem você defender sua causa. Depois de fornecer muitas evidências que você compilou de como o dano e a violência atribuídos a você e ao seu grupo foram realmente cometidos pelos próprios guardas do rei, eles não tiveram outra opção a não ser ouvi-la.

Com você e Maxon complementando as experiências um do outro, vocês apresentaram o plano em que vinham trabalhando juntos há semanas. Se não fosse pela cobertura da mídia, você tinha certeza de que teria sido "sob consideração" até que o inferno congelasse. Felizmente, o retorno do príncipe foi notícia - ao vivo, é claro - então você tinha audiência garantida. Você estaria mentindo se dissesse que não foi um dos momentos mais satisfatórios da sua vida, finalmente ter todos em Illea ouvindo o que você tem a dizer, cara a cara.

Quando tudo foi dito e feito, tudo o que King Clarkson tinha a dizer era: "Bem, agora com tudo isso resolvido, podemos finalmente começar a nos preparar para sua seleção".

Você podia ver que ele iria recusar, naquele momento. Você o arrastou para uma barra lateral antes que ele pudesse.

Você nunca se considerou um romântico incurável, mas quando Maxon agarrou seu rosto e disse com toda a veemência: "Não me importo com nenhum dos selecionados, quero estar com você". você não conseguiu evitar. Você diminuiu a distância, beijando-o de novo e de novo.

Agora aqui está você, deleitando-se com sentimentos recém-confessados, tentando descobrir seu próximo passo.

"Temos que contar a eles", você diz, balançando a cabeça. Obviamente existem riscos. As pessoas que admiram cada um de vocês podem vê-los como traidores, traindo o que vocês representam. Mas há uma chance de que isso possa consertar o país mais rapidamente do que qualquer projeto de lei ou aliança poderia.

Ele olha para você e você pode ver o quanto ele realmente não quer fazer isso. Ele tem bons motivos para temer o pai, fato que ainda enche você de uma raiva inefável.

"Poderíamos fugir", diz ele, uma espécie de esperança boba na declaração.

"Sim", você diz rindo, "olha como isso funcionou bem para você da última vez.

Ele olha para baixo, de repente muito mais sério. A mão dele acaricia a sua, hesitante e terna.

"Eu faria isso de novo."

Você se vira, reprimindo outro daqueles sorrisos estranhos e confusos que só ele parece ser capaz de invocar em você.

Vocês dois ficam sentados em silêncio por um momento, aproveitando a relativa paz que têm.

"Então", você diz, pronto como sempre, "estamos fazendo isso?" Você olha para ele com expectativa e ele retribui o gesto. Ele tem esse novo tipo de confiança em seus olhos, não o tipo que você obtém nas aulas de esgrima e etiqueta, mas o tipo que você obtém com a confiança absoluta, uma confiança altruísta de que você fará isso funcionar, porque é isso que fará bem para você. todos ao seu redor.

"Tudo bem", você ri, "pronto quando estiver".