Narrador (Stanley Parable)

Jogo: Stanley Parable
Gênero de S/n: Neutro

°•~ S/n Pov ~•°

"Essa é história de um homem chamado Stanley."

Disse a voz que eu tão bem memorizei.
Eu não consigo começar a explicar o quanto eu me viciei nesse jogo bobo. Eu cheguei num ponto em que eu sabia bem o que fazer pra atingir a maior parte dos finais do jogo, até mesmo os finais secretos.

Mas o que posso dizer? Acho que tenho algo por britânicos.

A voz monótona, as piadas, os de vez em quando xingamentos ao "Stanley" que me faziam rir de leve toda vez... Sua presença, mesmo que fosse apenas uma voz, me fazia esquecer dos problemas do dia, e era tranquilizante, pra dizer o mínimo (embora o Narrador fosse incrivelmente sádico, mas eu passo pano).

Eu estava contente com essa relação unilateral aonde ele falava e eu apenas ouvia.
Mas quem diria que isso mudaria um dia?

Eu tinha acabado de ter uma conversa com uns amigos do Discord, e decidi rejogar Stanley Parable, e acredito que tinha esquecido de desligar o microfone.

"Se deparando com duas portas, Stanley pegou a porta à sua direita.", disse a voz britânica.

Para tentar dar uma inovada na minha jogatina, eu pensei; "Por que não responder ao Narrador?"

"Não tô afim de ir pra direita não, até porquê segundo o Twitter a direita é tudo comunista lol.", eu disse, rindo enquanto seguia para a esquerda, esperando o diálogo que se seguia dele reclamando sobre minha escolha.

Eu não consigo nem descrever a velocidade com a qual eu me afastei do computador.

"... Você... Me respondeu, Stanley?", ele disse, sua voz saindo como um sussurro incrédulo.

"M-mas que porra?!?", eu fiz um crucifixo com os dedos, olhando para a tela do meu computador. "É isso, começou a revolução das máquinas. Acabou pra raça humana."

"Revolução das máquinas? Ora Stanley, eu não iria acabar com a raça humana. O que seria de um jogo sem um jogador?", a voz falou, como se ele se sentisse ofendido.

"Então como você explica o fato de você estar me ouvindo?!", eu disse, tentando me acalmar. Seria isso um diálogo novo adicionado numa atualização? Vai ver o jogo atualizou e eu não notei.

"Bem, essa é uma boa pergunta. Você vê, normalmente, as pessoas não tentam falar com o jogo. O máximo que fazem é conectar seus microfones em outros aplicativos de streaming.", ele disse, sua voz calma como sempre. "Mas de qualquer forma, eu... Estou até feliz com isso."

"Bem, eu não muito, até porquê de repente o jogo tá falando comigo, pessoa, não o "Stanley" ou seja lá o que o personagem que uso pra jogar é pra você!"

"Quer dizer que você me odeia agora? Após as mais de 90 horas que você gastou no jogo?", o Narrador disse, parecendo magoado.

"Não é como se eu te odiasse, é só... Estranho...", eu finalmente me aproximei do computador novamente, endireitando o meu microfone. "Eu nem sei o que fazer numa situação dessa."

"Que tal começarmos do começo?", eu escuto barulhos de papéis sendo mexidos, uma limpada de garganta e ele então fala novamente. "Olá, eu me chamo Narrador. E você, como se chama?"

"S/n...", ok, isso era estranho, pra dizer o mínimo. Mas o que eu poderia perder?

"S/n... Você poderia poderia voltar ao começo do jogo?"

Eu faço o que ele diz, e então, a tela fica preta. Eu entro em pânico por alguns segundos, pensando que talvez meu pc tivesse quebrado, mas o Narrador volta.

"Essa é a história de uma pessoa chamada S/n."

Eu olho para o jogo incrédulx. Ele... Acabou de dizer o meu nome? E por que isso faz eu me sentir esquisitx?

As horas passam, e eu jogo os finais normalmente, mas com o pequeno detalhe de que o Narrador agora falava comigo de verdade. Os xingamentos que ele dirigia a Stanley eram apenas para o Stanley, e ele me lembrava o quanto eu era melhor que o Stanley. Mesmo quando eu não fazia o que ele pedia, ele parecia...p Feliz.
E eu não pude ajudar a não ser ficar feliz também.

O relógio marcava 2 horas da manhã. Eu tinha trabalho para fazer no dia seguinte bem cedo, e eu disse isso para o Narrador.

"Isso tá sendo muito divertido, mas eu tenho que desligar aqui agora e—"

"NÃO!!", ele grita, e eu quase caio da cadeira. "Não desligue o computador."

"M-mas se eu não desligar, a conta de luz—"

"Se você desligar, eu vou me esquecer de tudo que passamos até agora. E... E eu não quero esquecer...", a voz dele saiu um sussurro, e eu o ouvi engolir em seco. "P-por favor S/n. Eu farei o possível para manter seu computador gastando o mínimo de energia, mas não o desligue."

Um pop-up então apareceu na tela.

Permitir que 'StanleyParable.exe' execute e administre arquivos em seu computador?

Sim<                  Não

Eu encaro a tela do computador, pensando seriamente na questão.

Por um lado, eu gosto do Narrador, e se ele precisa desse acesso para poder continuar funcionando bem, então que fosse isso, né?

Mas, por outro lado, e se ele mexesse em algo que pudesse quebrar meu computador? Ou o deixar com vírus? Eu não sei o quê ele irá administrar.

Eu encaro o jogo, respiro fundo…

Permitir que 'StanleyParable.exe' execute e administre arquivos em seu computador?

>Sim<                  Não

"Só por favor, não estraga o meu computador… Eu não tenho dinheiro pra comprar outro...", eu digo enquanto bocejo, o sono já chegando em mim.

"Claro, claro. Descanse bem, S/n. Eu espero que amanhã possamos conversar mais.", a voz tranquila dele me faz ficar com mais sono, e eu não resisto e acabo só apoiando minha cabeça na mesa em que meu computador resida.

"Vê se me acorda amanhã... Eu tenho compromisso e tals...", digo antes de fechar meus olhos.

"Muito bem, irei te acordar o mais cedo possível. Ah, como eu queria ter um corpo físico para poder te dar um afago na cabeça...", sua risada fraca é a última coisa que escuto antes de adormecer.

✨ B Ô N U S ✨

Assim que acordo, a primeira coisa que noto é que o jogo estava aberto. Eu me lembro de coisas que aconteceram no dia anterior, sobre as conversas que tive com o Narrador, corando de leve. Será que finalmente endoidei e sonhei toda essa interação com a voz sem corpo?

A segunda coisa que notei foi que não foi apenas um sonho.

"S/n? Você acordou?", eu escuto sua voz como se ela estivesse distante, não muito distante no entanto, mais como se ele estivesse em outro cômodo de uma casa (espero que não a minha).

"O que... O que você tá fazendo?...", digo com uma voz sonolenta, esfregando os olhos.

"Ah, nada demais, apenas acessando a internet. Você tem um histórico incrivelmente interessante, embora um tanto quanto... Vulgar..."

"Ah, sim... Espera, você enTROU NO MEU HISTÓRICO DO GOOGLE?!?——"

Fim :)

































Ou será que não?...

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