Resumo: foi ruim o suficiente que você tivesse que passar seu aniversário em quarentena, mas para Henry esquecer? Isso foi horrível

Aviso: nenhum
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Você sabia que não era justo ficar chateado com Henry por poder se divertir durante esta maldita quarentena, enquanto tudo o que você conseguia era olhar para as paredes e andar sem rumo pela casa de aluguel que vocês dois tiveram durante a fotografia principal da segunda temporada de The Witcher.

Foi a primeira vez que você veio com ele ao local, principalmente porque teve um mês de folga do trabalho e decidiu que poderia usar a paz e a tranquilidade do campo para trabalhar em alguns projetos pessoais. Parecia o plano perfeito. Enquanto Henry estava trabalhando duro na série, você tinha a casa só para fazer o que quisesse e quando a noite chegasse e ele voltasse para casa, você poderia dedicar todo o seu tempo a ele.

Então a notícia do vírus surgiu e, por um tempo, a produção continuou, mas à medida que o cenário progrediu lentamente para algo mais terrível, os produtores decidiram parar tudo por segurança e iniciar o isolamento. Você e Henry conversaram e decidiram que poderia muito bem esperar onde você estava em vez de voltar para Londres. Ele tinha esperanças de que isso acabaria rapidamente.

Agora, quase dois meses depois, ainda não havia evidências claras do fim da quarentena e você estava ficando sem ideias para se divertir. Você leu todos os livros que trouxe com você e com certeza, sempre houve Kindle, mas não foi a mesma coisa. Você gostava de sentir a coisa real, sentir o cheiro das páginas, tocar a textura áspera do papel sob os dedos.

Além disso, você sentiu falta de poder sair, ver amigos e familiares, ter pequenas reuniões. Você sempre foi uma pessoa do povo e, por mais que a tecnologia o tenha ajudado a permanecer perto de seus entes queridos, simplesmente não foi a mesma coisa. Na verdade, às vezes parecia que vê-los através da tela era ainda pior, porque no final da chamada seu coração sempre se sentia mais apertado e o caroço na garganta tornava muito mais difícil respirar, fazendo lágrimas escorrendo no canto dos seus olhos.

Henry estava se isolando muito bem. Apesar de ser um homem muito social, ele também teve seus momentos introspectivos, nos quais se perdeu em seus hobbies favoritos, como ler, jogar ou malhar. Mais recentemente, ele também começou a cozinhar e pintar estatuetas em miniatura.

Ele passava horas completamente absorvido na tarefa em mãos, mal ouvindo quando você falava com ele. Foi um pouco frustrante, mas você sabia que ele não fez isso de propósito e sempre que você tinha a atenção dele, Henry era completamente dedicado a você. Assistindo ou fazendo o que quiser, sem perguntas.

Então, realmente, não havia razão para reclamar e não era justo pedir a ele para mantê-lo entretido o tempo todo. Afinal, você era um maldito adulto e não uma criança. Você poderia encontrar algo para fazer nesta casa. Havia aquele programa da Netflix que você queria assistir e, como Henry estava mais uma vez na cozinha fazendo Deus sabe o que, Kal poderia usar uma caminhada. Isso lhe daria uma desculpa para respirar um pouco de ar fresco e esconder sua decepção de Henry.

A verdade era que você esperava que ele prestasse um pouco mais de atenção em você hoje. Afinal, foi seu aniversário. Mas ele nem parecia se lembrar, e você odiava ser o único a lembrá-lo. Você sabia que ele se sentiria péssimo por esquecer e tentaria compensar demais. Não era isso que você queria. Vocês só queriam um bom tempo juntos, abraçados no sofá, com um pouco de pipoca e um filme brega na televisão. Isso não foi pedir muito, foi?

"Vamos lá, Kal", você ligou, dando uma última volta no quarteirão antes de liderar o caminho de volta para casa. "Estamos fora há tempo suficiente. Seu pai provavelmente está preocupado. Se ele sequer notou que saímos, é isso."

Com um suspiro pesado, você voltou para a casa no final da rua, rindo de Kal perseguindo borboletas. Foi a sua época favorita do ano. Foi tão bonito ver as flores de volta em plena floração e os pássaros e abelhas voando por aí.

E como quase ninguém estava fora, parecia que a mãe natureza estava recuperando seu terreno, e na maioria das vezes você viu a vida selvagem se fazendo em casa nos jardins ou se divertindo orgulhosamente, como se eles fossem donos da rua. Foi uma visão linda e quase o suficiente para acalmar seu humor azedo quando você se aproximou da porta vermelha da casa de aluguel.

Você deixou suas botas no tapete de boas-vindas, antes de limpar as patas de Kal e deixá-lo correr para dentro na sua frente, franzindo a testa um pouco na escuridão do saguão e da sala de estar. Você entrou em suas meias, tirando os ombros do casaco e piscando as luzes.

"FELIZ ANIVERSÁRIO!" Várias vozes gritaram fazendo você gritar de surpresa.

Você olhou em volta, mas havia apenas Henry parado lá, com um bolo de chocolate grande, mas ligeiramente torto, um sorriso nos lábios e um chapéu de festa em cima de seus cachos escuros. Na tela da televisão, os rostos de seus entes queridos olhando para você em pequenas janelas individuais da teleconferência em grupo. Todos eles tinham chapéus de festa bobos.

Na parede acima da cabeça de Henry, um banner feito à mão, flores de papel, origami e flâmulas de papel coloridas decoraram a sala e você sentiu lágrimas repletas de olhos enquanto levava tudo.

"Você realmente pensou que eu esqueceria?" ele perguntou com uma sobrancelha amassada e você riu, sentindo-se bobo e não querendo nada mais do que correr em seus braços e abraçá-lo com força. "Vá limpar. Vamos esperar por você."

"Hen..." você respirou, seu coração transbordando de alegria e amor por este homem perfeito. Você ainda não podia acreditar que ele acabou de entrar em sua vida um dia, mas ficou tão feliz que ele entrou. "Obrigado."

"Sempre", ele sorriu para você, e em seus olhos azuis do oceano, você podia ver Henry se contendo de ir até você, selando os lábios nos seus. "Eu te amo."

"Eu também te amo."