💔 ℝ𝕒𝕟𝕔𝕠𝕣 (Dick Grayson)

Palavras: 6465

S/n (Homem trans): Theodore. Cabelo curto moreno pintado de rosa

Contexto: Dick cometeu um erro como líder e se culpa pela morte de seus parceiros, ele quer acabar com tudo, mas antes precisa do perdão daquele que ele mais machucou na vida

Gatilhos: Transfobia, suicídio, assédio

Ele era o responsável, ninguém mais que ele. Tudo de errado era culpa dele. A morte de Kori, de Garfield, de.... Porra.... A morte do Tim também era culpa dele...

Se ele tivesse tido mais cuidado na hora de criar o plano, se tivesse visto o óbvio, se não tivesse negligenciado as pistas claras de traição por parte da Terra... Porra, era óbvio que a Terra não tinha mudado porra nenhuma, ela ainda estava com Slade e agora... E agora eles três estavam mortos, tudo porque de novo ele estava pensando com o pau!

Não tinha mais nada para ele, por culpa dele isso tinha acontecido, nada mais justo que ele por um fim a isso tudo ele mesmo, não?

Mas ele precisava de uma única coisa para ir em paz, ele precisava do perdão do seu ex, aquele que ele arruinou a vida.

Theodore estava assistindo tv em seu apartamento minúsculo na favela quando ouviu alguém bater à porta, mas nem em um milhão de anos ele poderia imaginar que a pessoa do outro lado seria ele, não depois do que ele fez, não depois de ter desaparecido da sua vida por tantos anos.

— oi gatinho... - aquele maldito apelido que ele o chamava sempre bateu em seus ouvidos como espinhos - posso entrar? Eu tenho mesmo que falar com você. Prometo que não vou demorar, só... Por favor, gatinho.

— o que você quer? - o garoto perguntou sem paciência.

— eu só... Preciso que você me ouça okay? Sei que vou estar perdendo seu tempo, mas preciso falar com você, *preciso*.

Ele pediu com urgência, implorando com aquele olhar triste e derrotado que Theodore tanto odiava ver em Dick, mas o garoto sabia que ele sempre acabava com aquele olhar quando se culpava por qualquer coisa.

— posso... Entrar?

Com um pequeno suspiro incômodo, ele deu espaço para que o vigilante entrasse. A casa era pequena, a sala e cozinha eram a mesma coisa e a outra porta dava diretamente para o quarto, não era grande coisa, principalmente para um riquinho feito Dick que morava em uma mansão.

— não sei porque você tá aqui, mas já aviso, não quero que fique muito tempo - assim que ele entra o garoto fala e fecha a porta.

— Eu sei que não quer, mas só me escuta okay?

Ele estava tenso. Nervoso. Aquele nervosismo que era mais do que só ficar falando com quem você ferrou a vida mais de um ano atrás, nervosismo de quem sabia que ia partir para sempre do mundo. Ele andou mais um pouco para dentro do apartamento, olhando ao redor enquanto procurava as palavras.

— eu não vou ficar muito, só preciso dizer algumas coisas enquanto posso.

— tá, desembucha - disse sem paciência.

— antes, como você tá?

Dick perguntou em uma preocupação genuína enquanto se sentava no sofá. Ele sempre foi do tipo que se importava profundamente com as pessoas, talvez até demais. Ele conhecia Theo bem o suficiente para saber que ele nunca responderia se ele estava bem ou não, porque ele sempre escondeu isso atrás de uma fachada de sarcasmo e raiva, algo que ele sempre odiou.

— como você acha que eu tô? - sua resposta foi carregada de sarcasmo - morando na puta que pariu em um empreguinho de merda que mal paga as contas tudo porque a porra do meu ex decidiu me jogar pra fora do armário?

— bom... Provavelmente não tão bem. - Ele ficou triste com as palavras de Theo, ele podia ver a culpa escrita no rosto dele e o peso de saber que ele foi a coisa mais horrível para alguém que sempre amou.

Ele apoiou os antebraços nas pernas enquanto se inclinava um pouco mais para frente para olhar para trás de onde Theo estava, aquele apartamento minúsculo, a pobreza escrita em cada centímetro daquele lugar, enquanto isso ele morava em uma casa de milhões…

E isso era tudo culpa dele. Theodore tinha um futuro brilhante quando se conheceram, era inteligente, amável e dedicado, mas Dick não queria estar com alguém que ainda não era assumido para os pais, não queria ser visto como "uma garota" e achava que sabia o que era melhor para o rapaz.

Não tinha como dizer que a situação dele não era sua culpa, se ele tivesse esperado Theo ter estabilidade financeira antes de contar aos pais, ele não teria sofrido o nível de maus tratos que sofreu e ainda ser jogado na rua. Se Theodore não tinha um futuro, era porque Dick acabou com o que ele tinha e por egoísmo escolheu não o ajudar e terminar com ele.

O silêncio pesado e carregado recaiu sobre os dois, nenhum deles sabia o que dizer, era tudo doloroso e ruim. E a culpa toda dessa dor, dessa culpa e dessa dor era toda culpa dele.

Ele não podia evitar de ficar olhando em volta, aquela minúscula prisão de Theo que ele sabia que era culpa dele também. Ele tentou fugir, olhar para outro lugar, mas não podia evitar de voltar para o magrelo com cabelo castanho e o olhar cansado que era ele mesmo responsável pelo estado miserável dele.

— Theo, me desculpa. Eu... Eu preciso te dizer isso de novo, eu... Não tenho palavras para te dizer como eu te machuquei, não mereço nem que você me perdão.

Ele parou de repente, sem querer terminar a sentença. O que ele ia dizer? Me perdoar? Depois de tudo que ele tinha feito, depois de toda a dor e sofrimento que ele tinha causado para alguém que ele amava tão profundamente. Mesmo depois de tudo, ele ainda sabia que ele nunca mereceria perdão.

Theodore estava de braços cruzados olhando Dick, apenas esperando que ele falasse o que tinha para falar.

— eu não mereço o perdão, sei que não mereço... Mas eu preciso que você saiba que não foi tudo de propósito, que eu... Eu não queria te magoar...

O vigilante estava começando a ficar em pânico novamente. Aquela maldita frase repetida na cabeça dele como um mantra de tortura. "Eu não mereço, não mereço, não mereço". Ele olhou diretamente para os olhos castanhos que sempre conheceu muito bem e se sentiu se esfarelando por dentro.

— Eu sei que você não queria, é óbvio que você não queria. Mas não é porque o seu pai te aceitou e nunca teve problemas por você ser BI, que meus pais iriam me aceitar sendo trans. Eu sei que você não fez de propósito, o que chega até a ser pior o que você fez comigo.

As palavras de Theo o machucaram, mas ele sabia que era verdade. Ele sempre foi uma pessoa privilegiada que não sabia o que as pessoas tinham que passar todos os dias, o quão cruel a vida poderia ser, principalmente com alguém que não era do padrão social. Ele era um imbecil ignorante que tinha tudo servido em uma bandeja de prata e sempre se achou superior.

Ele nunca conheceu a dor da rejeição, e a rejeição pelo próprio sangue e família ele jamais conheceria, mas Theo conhece. Theo conhece o quão cruel é essa sensação.

Foi só então que Dick se pegou pensando o porquê Theodore estava com aquela aparência, ele sempre gostou de pintar o cabelo e não era exatamente magro, mas agora seu cabelo estava castanho e ele era tão magricelo que o moreno sentia que poderia o quebrar em dois só de o abraçar.

Ele sempre gostou quando Theo usava maquiagem colorida para destacar os olhos e as sardas delicadas no rosto dele, sempre amava quando ele pintava o cabelo, aquele estilo rebelde sempre fez ele parecer fofo e bonito. Mas agora seu cabelo era liso e todo na mesma cor normal, parecendo frágil como uma folha de papel.

Dick nunca teve vontade de abraçar alguém tão desesperadamente como quando ele olhou para Theo, era tudo culpa dele, era tudo porque ele tinha quebrado ele e agora era tarde demais para consertar.

Uma pergunta se formou na cabeça de Dick, uma que ele desejou nunca ter pensado. Uma pergunta que ele não queria saber a resposta, pois ele tinha quase certeza que a resposta só pioraria a situação.

— Theo, você... Você se machucou?

O garoto cruzou os braços e olhei para o lado apenas porque não podia o encarar. Estar com Dick tinha feito eu parar de me cortar, mas depois de todo aquele desastre.....

— não é da sua conta.

A confirmação da pergunta que ele desejou nunca ter pensado só piorou tudo. Ele não queria chorar, mas era difícil conter as lágrimas que se juntaram em seus olhos.

Ele já conhecia Theo, ele sabia que ele tinha um problema com automutilação, ele sempre soube que ele fazia isso quando ficava muito estressado, mas ele tinha feito isso depois de tudo o que aconteceu entre eles e agora era tudo por culpa dele.

— Theo, eu... Porra, eu sou um completo idiota. Eu nunca deveria ter feito aquilo, ter terminado com você foi o pior erro da minha vida eu... Eu...

Ele engoliu em seco enquanto continuou encarando Theo, ele queria abraçá-lo, queria abraçar o cara que ele ainda amava, mas tinha medo de quebrá-lo em pedaços devido ao quanto ele o machucou.

Theo se afastou um passo para trás, encostando as costas na parede para se afastar de Dick.

— e o meu pior erro foi ter aceitado namorar com você pra começo de conversa.

Aquelas palavras feriam como facadas no peito. Ele sempre soube o quanto Theo gostava dele, a forma que ele o olhava sempre o fez saber que ele realmente era único para o garoto, era doloroso ouvir que ele o via como uma desgraça na vida dele.

Ele tinha destruído ele, destruído a pessoa que ele mais amou no mundo.

— gatinho, por favor, me escute, eu só...

Ele estendeu a mão para tocá-lo, mas se segurou no último segundo. Ele não merecia tocar em Theo, ele não merecia fazer nada além de apenas olhar para ele por tudo o que tinha feito.

Ele sentiu lágrimas salgadas queimando o canto dos olhos novamente.

— Eu sinto muito. Eu me arrependo do fundo do meu coração, arrependo-me do que fiz, pelo que fiz com você, pelo que destruí.

Suas mãos tremiam, seus olhos começavam a lacrimejar, toda a culpa, toda a raiva consigo mesmo e todo o sofrimento por ver o que ele tinha causado em alguém que um dia o amou tão profundamente e com todo o seu coração, era tudo demais para ele.

Ele sentia como se fosse morrer se não conseguisse se desculpar, pedir perdão por toda a tragédia que ele havia causado e ele era tão egoísta que ele queria seu perdão, mesmo sabendo que não merecia ele.

— olha dick, eu não tô interessado na sua auto piedade. Não sei porque você tá aqui, mas também não quero saber.

A rejeição doída como milhares de facadas no peito de Dick. Theo sempre foi assim, não gostava de demonstrar dor, preferia guardar tudo para si mesmo, escondê-la o mais longe possível.

Ele se levantou e olhou nos olhos cansados de Theo, aquele olhar que ele sempre conheceu e sempre amou, agora com tanto desgosto e raiva no olhar. Ele sempre tinha medo de enlouquecer e perder seus amados por causa de sua irresponsabilidade e falhas. Agora ele já tinha o pior dos temores se manifestando.

— eu te amava... Ainda amo…

— Então você tem um péssimo jeito de demonstrar isso.

Ele respondeu com a voz fria ao abraçar os braços consigo mesmo enquanto se encostava mais na parede atrás dele.

— eu te amava... Ainda amo…

— Então você tem um péssimo jeito de demonstrar isso.

Ele respondeu com a voz fria ao abraçar os braços consigo mesmo enquanto se encostava mais na parede atrás dele.

Eu assisto um pouco dick, ele parecia patético. Olheiras, cabelo desarrumado, estava péssimo e aquilo me fez suspirar antes de continuar a falar.

— mas eu também te amava.

O coração de Dick se encheu de esperanças com as palavras de Theo, pelo menos ele sabia que ele também teve algum sentimento por ele, não importando o quanto tentava dizer a ele que odeia-o.

Ele deu um passo para frente, se aproximando novamente dele enquanto o encarava.

— você... Me amava?

— porra dick... - eu rio dele em escárnio, saindo da parede para me aproximar dele - é lógico que eu te amava. Eu estava disposto a continuar com você mesmo depois da merda que você fez comigo. Foi *você* quem decidiu terminar.

Seu tom tão sarcástico quase fez ele estremecer, ele nunca tinha visto Theo assim, ele sempre tinha sido doce e carinhoso com ele, agora aquela parte fria e endurecida dele estava na frente dele por sua culpa.

Ele tentou manter a calma enquanto olhava para Theo, o encarando diretamente sem desviar o olhar, mesmo que não merecesse aquele olhar.

— Eu sei que eu fiz isso, mas eu... Eu não queria terminar. Eu sempre te amei.

— Não me venha falar isso quando foi você que me abandonou.

Ele podia sentir as palavras de Theo perfurando o peito dele. Foi ele que terminou o relacionamento? Claro que foi, e foi a pior decisão de sua vida, sempre foi.

Ele tentou novamente não desviar o olhar de Theo enquanto continuava a olhar diretamente para ele, tentando transmitir toda a culpa dentro dele mesmo.

— eu sei... Foi uma decisão estúpida, eu... Eu sei e me arrependo disso. Eu sempre me arrependi disso….

Eu suspirei, cansado de todo aquele assunto, de toda aquela emoção.

— o que você veio fazer aqui afinal?

A pergunta de Theo fez o pensamento de culpa na mente de Dick piorar, lembrando-o do porque ele estava ali.

Ele tentou evitar de responder por um tempo, desviando o olhar para qualquer lugar além de Theo, mas sabia que só prolongaria a conversa, não podia dizer que estava ali para ver a pessoa que amou antes de se matar. Ele sentiu sua garganta fechar, mas conseguiu dizer em voz baixa vacilante.

— ... Eu queria seu perdão.

Eu fiquei quieto pelo que pareceu uma eternidade, estava olhando aquele homem de 1,80 parado no meio da minha casa. Mesmo tão acabado, ele ainda parecia tão lindo quanto quando me acordava aos beijos.

— é isso o que você quer? Porque?

Ele podia sentir cada segundo dos momentos de silêncio enquanto Theo o encarava, enquanto o analisava da cabeça aos pés. Deve ser estranho e estranhamente reconfortante vê-lo depois de tantos anos separados.

Ele tentou pensar na melhor maneira de responder a pergunta de Theo, era uma boa hora para ser honesto com ele? Talvez, era melhor do que piorar a situação.

— Eu quero seu perdão... Aconteceu algo e... Eu preciso dele.

— O que aconteceu para que você precisasse justamente do meu perdão?

Dick permaneceu em silêncio por um momento enquanto pensava se de fato deveria contar o que aconteceu, e se ele poderia lidar com a reação dele para isso.

Ele engoliu em seco, antes de finalmente responder.

— eu... Uma de minhas missões... Eu errei e algumas pessoas morreram. Não era para ser assim e... Eu... Desculpe-me, mas eu não posso ficar com isso na consciência. Isso... Isso está me matando.

Eu mordi meu lábio, me contendo para não avançar sobre Dick e o consolar, mas não o fiz.

— e.... O que isso tem haver comigo? Porque precisa do meu perdão se eu não fui afetado por nenhuma dessas mortes?

A pergunta de Theo acertou em cheio, porque ele precisava especificamente de seu perdão? Por causa da culpa que ele sentia por machucá-lo anos atrás? É claro que isso fazia ele se sentir pior. Ele baixou os olhos novamente ao responder com a voz embargada.

— ... Você é a única pessoa que eu acho que me ajudaria... Você é a única pessoa que eu confio….

— Eu sou uma péssima escolha…

Ele se encolheu com a afirmativa de Theo. Talvez ele fosse uma péssima escolha depois de tudo que tinha acontecido entre eles, depois de todo o sofrimento que ele tinha causado a ele, mas Dick se via desesperado depois de tudo.

Ele levantou novamente o olhar para Theo, encarando ele novamente com a aparência de quem estava implorando pelo perdão.

— você é a única pessoa com quem eu quero falar... Por favor, eu só quero que você me escute... Por favor…

O silêncio pairou sobre eles novamente enquanto Dick continuava parado no meio do apartamento de Theo, esperando desesperadamente que ele concedesse o perdão.

Ele podia sentir o olhar frio de Theo perfurando o seu corpo enquanto ele continuava parado frente a ele, a tensão no ar tão palpável que poderia cortar com uma faca. Finalmente, Theo suspira, quebrando o silêncio e encarando-o novamente.

— eu... Eu vou escutar você, então fala.

A aprovação de Theo foi como se um peso tivesse sido retirado de seus ombros, ele podia sentir o alívio passando por ele enquanto ficava imóvel na frente de Theo.

Ele engoliu em seco novamente, tentando evitar de fazer alguma besteira, ele precisava ser honesto com ele, não podia esconder nada.

Após alguns segundos de silêncio, ele finalmente começou a falar, sua voz vacilante e tremida.

—... Eu estava em uma missão com alguns outros herois... Era tudo normal... - Até ele ter errado. Ele deveria ter sido mais rápido, podia ter agido de outra forma, podia ter sido menos ingênuo, podia ter sido menos idiota. Ele soltou um suspiro trêmulo enquanto relembrava toda a tragédia - Mas eu... Eu fiz algumas coisas erradas... Eu fiz umas escolhas estúpidas... Não deveria ter sido assim. Mas eu... Eu agi errado e algumas pessoas morreram. Por minha culpa…

Theodore se odiou de como podia sentir pena dele, como ele podia simplesmente perdoa- lo por causa disso. Ele tentou resistir a isso, manter aquela raiva e aquela dor guardada, mas o olhar de culpa de Dick era simplesmente demais para lidar. Ele se sentiu amolecer um pouco enquanto o encarava, sentindo todo o pesar e arrependimento em cada palavra que Dick dizia.

— Eu sei que se eu não tivesse sido um líder tão relapso, eles ainda estariam vivos, se eu apenas tivesse prestado mais atenção aos detalhes, se não tivesse ignorado o óbvio.... Mas eles morreram, quando eu deveria ter sido o único a morrer.

O moreno tinha lágrimas nos olhos quando se moveu para frente, o que fez Theodore dar um passo para trás de volta à parede. Dick sentia o peso do que fez voltar, podia quase ver o corpo de Garfield em seus braços quando o via morrer e voltar a forma humana.  Dick pressionou Theo contra a parede, deixando um dos braços apoiado contra a parede e o outro tocando de leve o quadril agora drogado do garoto.

— eu tive que pegar seus cadáveres... Tive que levar eles de volta a base e... Porra... Foi tudo culpa minha - ele deixou a cabeça cair no ombro do outro, sua voz era embargada e falha - deveria ter sido eu. Eu sempre fodo a vida de todo mundo. Por minha culpa eles estão mortos, por minha culpa você foi espancado e expulso e... Merda eu nem sei o que você passou nesse tempo pra conseguir se reerguer tudo porque fui um covarde medroso que achava que... Sei lá... Que eu poderia achar alguém melhor e com menos problemas, que eu deveria só te largar…

Theo permaneceu quieto enquanto o outro falava novamente, agora tão próximo dele. Aquele aperto de Dick contra seu quadril o fazendo estremecer a contra vontade, como sempre aconteceu no passado. Era tão confortável e familiar, um conforto que ele odiou ter, mas não podia negar como seu corpo o queria desesperadamente. Aquele toque contra a sua pele deixando sua mente confusa enquanto ele tentava recuperar de volta seu autocontrole.

— Eu senti que precisava ao menos do seu perdão, se não... Você não sabe o quanto eu me arrependi de não ter pego você de volta, de não ter ido atrás de você e te mimado com tudo que podia, de não ter te protegido... Porra gatinho.... Eu te amo tanto que não sei como fui tão estúpido de te largar... Você nunca teria permitido que eu fosse para uma missão sem preparo, você nunca me deixaria arriscar a vida dos outros sem ter certeza que eles ficariam bem. Gatinho... Se eu não tivesse sido um imbecil todo esse tempo, eles não teriam morrido, nós ainda estaríamos juntos.

Os olhos de Dick estavam cheios de lágrimas, mesmo que Theodore não pudesse ver seu rosto, ele ainda podia sentir as gotas quentes caindo sobre seu ombro, o aperto da mão de Dick segurando seu quadril com uma sensação primitiva de posse, como se ele estivesse tentando tomar de volta algo que lhe foi tirado.

— gatinho, você não sabe quantas noites eu passei sonhando acordado com a gente até pegar no sono, quantas noites eu nos imaginei juntos de novo, eu te pedindo em casamento, eu te levando para tomar testosterona, eu e você em encontros que sempre planejamos fazer, a gente planejando um futuro….

Theodore se viu tremendo contra a mão de Dick contra seu quadril, sentindo a vontade despertar dentro dele novamente. Porra, como ele queria poder apenas jogar todo o seu autocontrole fora e apenas se entregar, apenas se entregar e voltar a amar Dick novamente. Mas aquela parte dele que ainda estava magoada e com raiva o obrigava a manter a parte racional dele presente, a mesma parte o fazendo o impedir de fazer alguma coisa estúpida.

— ver você assim tão magro e sem cor me faz pensar em tudo que eu não fui capaz de fazer para te ajudar, como eu consegui ser um incompetente até com você e não te proteger, como eu não consigo proteger nada que eu amo... Mas talvez tão ruim quanto isso é sentir como você está se estremecendo com um toque tão simples meu - a mão do moreno acariciou o quadril de Theodore, deixando a ponta dos dedos adentrar a bermuda preta que ele estava usando - pensar que eu ainda causo isso em você me faz querer ser egoísta de novo e te pegar para mim, te tomar de volta como eu nunca deveria ter permitido o abandonar... Faz eu querer chorar em seus braços e depois te fazer chorar pelo meu pau.

Theo teve de fechar os olhos ao sentir aquele toque se intensificar, ele não estava o impedindo, mas de longe também não o encorajava a nada. O magrelo nem sabia se deveria se permitir sentir aquilo ou se deveria reprimir todas aquelas sensações.

A reação de Theo a seu toque o fazia se lembrar de todos os momentos que tinham se tocado nos passado, como ele conseguia deixa-lo completamente entregue a ele, como ele conseguia deixa-lo derretendo enquanto ele o tomava com carícias. Aquilo fazia seu coração pesar, a vontade de senti-lo completamente entregue a ele se tornando cada vez mais difícil de resistir.

— gatinho... - a voz de Dick estava grave e rouca, enquanto ele pressionava ainda mais o corpo do magrelo contra o seu próprio, sentindo completamente o quanto ele estava.

— não dick.... Não faça isso - ele sussurrou, era um sussurro abafado pelo próprio desejo de se permitir voltar ao que tinham antes - não me faça ceder a você, por favor.

O sussurro de Theo era como facas no peito de Dick, o fazendo sentir como se todo o ar tivesse sido retirado de seus pulmões por um momento.

Ele podia sentir as mãos tremerem enquanto o apertava contra ele, o segurando com força, quase como se tivesse medo de deixar ele se afastar.

— mas eu não consigo resistir a você, gatinho... Você é minha droga, e eu só quero te sentir de novo, como antes….

— você só está triste, está mal pelo que fez... Você não precisa de sexo, precisa de conforto - ele mordeu os próprios lábios ao falar, deveria deixar dick se foder, na verdade, deveria transar com ele só para o deixar ainda mais transtornado do que já estava... Mas ele não conseguiria fazer isso com alguém que amou e ainda amava tanto - você não pode tentar descontar sua tristeza em sexo, tem que lidar com as consequências dos seus atos, não se entorpecer de prazer ou de qualquer outro anestésico temporário.

As palavras de Theo acertaram em cheio, ele sabia que ele estava certo. Isso foi apenas uma forma de tentar aliviar a dor que sentia, ele podia apenas usar Theo para escapar daquela culpa e angústia... Mas aquela parte dele, aquela parte que ainda o amava, não podia fazer isso com ele, não podia machucar mais alguém que amava.

O moreno pressionou a cabeça contra o ombro de Theo novamente, tentando conter uma vontade frustrante de chorar.

— eu sei... Você está certo…

— você pode até estar querendo isso comigo de verdade, mas mesmo se não for por um desejo de acabar com essa sensação de culpa, ainda assim fazer sexo só iria piorar as coisas, principalmente se for comigo... Eu... Se eu te odiasse, eu iria pra cama com você agora, porque eu sei como você se sentiria um lixo em ter feito isso depois, sei como você só iria se culpar ainda mais e julgar a si mesmo como alguém sem caráter por ter tido prazer em uma situação como essa. Mas eu não te odeio, por isso, por favor, não me faça querer isso também.

O moreno sabia que ele estava sendo sincero, podia perceber pelo tom da voz dele, e era exatamente por isso que doeu ouvir as palavras dele naquele momento. Theo era bom demais para ele, sempre havia sido.

Ele fechou os olhos com a cabeça pressionada against o ombro de Theo, sua mente estava confusa e dividida, a culpa e o arrependimento o fazendo sofrer, mas o toque do corpo dele contra o seu e as palavras dele contra o seu ouvido o fazendo querer apenas se entregar a ele.

— Então me dê o seu perdão... Me perdoe.

— não. - eu sussurrei quase que imediatamente - eu não te perdoo.

A negativa o fez estremecer com a força que sentiu, o fazendo se afastar um pouco de Theo. Aquele simples não era como uma facada no peito, sentia como uma espada atravessando seu coração.

Ele encarou Theo, seus olhos azuis brilhando agora devido às lágrimas, sua mão ainda apoiada contra a cintura do mais baixo.

— por que não? Por que você não pode me perdoar?

— porque você nunca fez nada para se redimir. Porque você fez coisas que estragaram minha vida a um ponto que mesmo se você tivesse disposto a se redimir agora, eu ainda assim não o perdoaria. Eu posso entender o porquê você fez o que fez e posso não te culpar pelo que aconteceu, mas eu não te perdoo, nem hoje e nem nunca. Se você quer meu perdão para poder se matar em paz, então você vai ter que continuar vivo por muito tempo.

As palavras de Theo eram como punhaladas contra o coração de Dick. O ar que ele estava respirando parecia fugir de seus pulmões enquanto encarava o olhar do magrelo. Aquilo o estava desmoronando por completo.

Ele não podia negar que merecia aquela rejeição, não depois de tudo que fez, mas mesmo assim doía, doía mais do que palavras conseguiam explicar.

— mas... Eu preciso do seu perdão... Eu... eu prometo que vou fazer de tudo pra me redimir, que vou fazer tudo pra pagar pelos meus erros.

— Então faça o que for preciso para se redimir e o perdão vai vir como uma consequência disso.

O moreno poderia sentir a culpa se intensificando. Tudo o que ele queria no momento era apenas mergulhar contra o corpo de Theo e sentir aquele toque novamente, sentir o conforto que poderia acalmar a agonia que sentia dentro de si, mas ele sabia que não merecia afeição agora.

Ele se afastou alguns centímetros de Theo, soltando o quadril dele e dando um passo para trás, apoiando as mãos contra as paredes atrás si para se apoiar.

— ...me diga uma coisa gatinho... Por que você ainda me ama?

Os lábios de Theodore se apertaram, sem saber como responder aquilo, na verdade, ele não tinha como responder, não podia dizer que sim e muito menos afirmar que não. Como poderia afirmar algo qual ele mesmo não tinha certeza da veracidade? Talvez o amasse ainda, talvez o ódio já tivesse o corroído por dentro, talvez ainda quisesse o amar, talvez não pudesse o fazer mesmo se tentasse, ele simplesmente não sabia e portanto, ficou em silêncio.

A falta de palavras por parte de Theo só o deixava mais desesperado. Ele queria uma explicação, uma confirmação, que alguém lhe desse o alívio ou o abatimento que precisava ouvir.

Ele apoiou as costas contra a parede e caiu no chão, agora com a cabeça apoiada contra os joelhos enquanto encarava o nada diante de si.

— eu... Não mereço que me ame, ainda mais depois do que fiz... Mas eu... Quero saber, mesmo assim... Me diga gatinho... Você ainda me ama?

— isso.... - os lábios do garoto se fecharam com firmeza, ele não conseguia negar aquilo tão rapidamente quanto gostaria - olha Richard.... - ele recomeçou de forma insegura - não é tão simples assim.

Essa indecisão de Theo apenas fazia Dick sentir o coração ser partido ainda mais. Ele estava desesperado por apenas algo que o aliviasse, qualquer coisa que fosse uma confirmação ou uma negação. Porra, ele apenas queria uma certeza, não importar de qual forma.

Ele manteve a cabeça apoiada contra os joelhos enquanto encarava o chão, com a voz trêmula e presa de emoção.

— Eu só quero a verdade, por favor... Eu não posso lidar com mais uma mentira por mais que eu mereça ela. Me diga... Você me ama ou não?

O silêncio tomou aquela pequena casa que parecia bem mal estruturada, assim como Theodore se sentia naquele momento. Ele não conseguia encarar os olhos azuis daquele que um dia pensou que viveria o resto de sua vida e depois o traiu de forma dolorosa.

— sim.... Eu amo.

A confirmação era uma mistura de um pequeno alívio e de uma facada em seu peito da mesma vez. Ele sentiu seu coração apertar com tanta força que não conseguia respirar. Era como uma mistura de alívio de saber que ele era amado por quem realmente amava, mas também era como receber outra facada por perceber que ele não merecia aquele amor depois de tudo que fez.

Ele fechou os olhos com força, deixando uma única lágrima escorrer por sua face enquanto continuava com a cabeça apoiada contra seus joelhos.

— mas isso não quer dizer que eu te perdôo - sua voz saiu tão baixa quanto a última vez, era quase um sussurro aquele ponto.

Ele sentiu a confirmação ser seguida do abate que ele sabia que era certo. Ele era amado, mas não era perdoado e porra.... Ele não merecia o perdão. O ar parecia não entrar nos pulmões de Dick enquanto ele mantinha a cabeça baixa, apoiado contra os joelhos.

A única lágrima em sua face se juntou a outras enquanto ele chorava baixo contra seus joelhos. Era tudo o que ele merecia por tudo que fez.

Ele sabia que não valia nada, por culpa dele seus amigos estavam mortos, por culpa dele Theodore teve a vida destruída, por culpa dele. Tudo ao redor dele se destruía.... Por isso era melhor acabar com tudo, ele sabia que era...

Dick não tinha mais esperança de continuar, não depois da besteira que fez, não depois das mortes em suas mãos.

Ele era um monstro e sabia disso. Ele realmente era um monstro e o melhor que ele podia fazer agora era acabar com tudo e parar de arrumar desculpas, parar de tentar reconquistar um amor que ele não merecia.

Theodore suspirou profundamente, passando os dedos pelo próprio cabelo antes de se aproximar de Dick que estava naquela posição miserável.

— olha... Eu não sei o que aconteceu pra eles morrerem e parte de mim acha que você tem que sofrer mesmo... Mas outra parte odeia te ver chorar assim.

Dick podia apenas sentir o peito apertado enquanto aquela voz doce ecoava próximo a si. Ele sentia as mãos tremerem e sua visão estava borrada pelas lágrimas. Ele ergue a cabeça para encarar aquele rosto tão belo e agora tão magro e abatido pela dor que ele havia causado.

Ele não merecia a afeição que ele tanto queria, mas ainda assim, não podia não olhar para aqueles olhos castanhos escuros enquanto sentia o peito apertado pela tristeza enquanto encarava aquele rosto.

— por que você ainda se importa?

— porque.... - ele suspirou novamente, passando a mão pelo cabelo o jogando para trás, o próprio rapaz parecia tentar buscar essa informação em sua mente - porque infelizmente eu não consigo não te amar, mesmo que você seja um idiota que tenha fodido a minha vida, eu ainda gosto de você Rick...

Theo mordeu os lábios e se mexeu desconfortavelmente mudando o peso de pé, ele estava tão incomodado com tudo aquilo que mesmo se tentasse, não poderia esconder. Contudo ainda assim ele prosseguiu.

— você é um idiota. Isso é fato.... Mas não é um assassino... Tenho certeza que você não queria que eles morressem, assim como não queria estragar minha vida, mas ações têm consequências e sério, você tem que aprender a lidar com elas ao invés de fugir delas como você sempre faz.

As palavras de Theo eram como facadas diretamente no peito de Dick, ainda assim, ele sabia que merecia cada palavra dita por ele. O moreno tentou se recompor enquanto olhava aqueles olhos castanhos escuros, sentindo seu peito apertado enquanto o escutava.

Era um alívio que ele sabia que ainda o amava, mas doía saber que ele era a raiz de tudo aquilo que havia causado sofrimento a ele.

— como é possível, mesmo depois de tudo que eu fiz você ainda me ama?

Ele riu, apenas isso, apenas riu ali parado antes de se mover e se sentar sobre aquele sofá de péssima qualidade.

— se eu soubesse.... Já teria parado de te amar a muito tempo, mas sei lá... Acho que meu cérebro não consegue fazer isso.

A risada sofrida de Theo e sua forma de lidar com a situação simplesmente deixava Dick cada vez mais aflito. O moreno continuou apoiado contra a parede enquanto encarava Theo sentado no sofá.

Ele não sabia como poderia fazer aquilo, mas precisava que Theo o odiasse. Ele não podia saber que ele ainda sentia amor depois de tudo que fez. Mas mesmo assim, como poderia lidar com o fato de ele simplesmente não conseguir deixa-lo?

— Então... Por que você não me odeia? Pelo menos por raiva, não por amor….

— eu tenho raiva de você, muita.... Mas ainda assim quando lembro de como nós éramos antes, não consigo deixar de amar você... Acho que eu odeio amar você.

A confirmação de amor e raiva por parte de Theo fazia o peito de Dick doer de uma maneira que ele sequer sabia descrever. Havia tanto sofrimento que ele havia causado que parecia apenas justo que ele também sofresse.

Ele mordeu o lábio e fechou os olhos com força enquanto sentia as mãos tremerem, tentando conter suas emoções.

— eu... Mereço seu ódio e sua decepção, mas ainda assim.... Eu não consigo deixar de amar você também.

O silêncio se fez presente por um longo período, nenhum deles sabia o que falar. Dick queria se matar pela culpa e pelo remorso de tudo que fez. Theodore odiava o amar.

Porém ambos ainda se amavam, ainda se queriam.... Mas não era tão fácil, Dick não se sentia merecedor sequer da vida, quem diria ser merecedor de Theo que sempre foi como um ponto de luz em sua vida? Já o outro rapaz também estava em uma situação complicada, ele amava Dick, mas odiava sentir isso, odiava ainda sonhar com ele, ainda pensar nele na noite e imaginar como teria sido...

Eles não podiam ficar juntos, mas queriam. Theodore se sentia um imbecil por ainda desejar Richard, mas o ver assim tão despedaçado em sua frente apenas o fazia querer abraçar aquele grande idiota empático. Talvez fosse só isso que o vigilante precisasse, talvez se Theodore o abraçasse e o aceitasse de volta, ele não iria querer mais acabar com tudo... Mas ele não podia esperar isso e não podia pedir isso, ele sabia que não merecia nada, não merecia o paraíso que era o peito de Theo quando tinha feito o próprio presenciar o inferno.

Dick podia sentir o corpo tremendo enquanto encarava Theo através do silêncio. Ele realmente o amou mais que tudo, mesmo depois de tudo que causou, ele ainda sentia o coração pulsar por aquele garoto que sempre fora o seu paraíso.

Ele sentia os olhos queimando de tanto tentar conter as lágrimas enquanto encarava aquele sofrido rapaz sentado no sofá, que também o amava apesar de tudo. Theo ainda era seu conforto mesmo após ele ter causado seu ínfimo. Ele merecia se juntar aos seus amigos e morrer.

Mas mesmo assim, ainda queria poder abraçá-lo, abraçá-lo e não solta-lo nunca mais enquanto podia escutar aquele batimento de coração sempre que o pudesse.

Dick permaneceu parado ali contra a parede enquanto encarava o garoto magrelo sentado no sofá, com a voz trêmula devido a emoção.

— gatinho... Por favor... venha até mim…

Ambos sabiam o que era aquele pedido, se Theo fosse, estaria indicando que o aceitava de volta, que iriam ter um ao outro novamente e..... Ele não sabia se conseguiria fazer isso, não de novo.

O rapaz que antes tinha uma aparência vibrante com cabelos pintados de um rosa claro, agora parecia acabado, parecia.... Normal. Ahah.... Quantas vezes Dick o ouviu xingar pessoas padrões e falar que nunca iria querer ser como elas, quanto ele já falou que amava ser "esquisito" porque isso mostrava que tinha personalidade e agora ele parecia tão.... Comum...

Conforme Dick se perdia em seus próprios pensamentos deprimentes, acabou por não perceber que o garoto havia levantado do sofá, mas ao invés de dar os poucos passos para atravessar a sala, ele apenas abriu os braços. Theodore não iria até ele, mas estava permitindo que ele viesse.

O simples gesto, de abrir os braços na direção dele, parecia quase misericordioso. Era quase como se ele estivesse abençoando-o, permitindo-o, convidando-o a finalmente abraçá-lo.

Ele permaneceu paralisado por um momento, apenas encarando aquela imagem desejada à frente de si. A imagem era algo quase irreal, algo que ele pensava que nunca mais vivenciaria novamente.

Dick deu um passo à frente, depois mais um, um pouco hesitante enquanto se aproximava de Theo.

Talvez eles não tivessem nascido para estar juntos, talvez aquilo fosse um erro, talvez eles fossem apenas muito dependentes um do outro e.... Talvez aquilo só fosse os machucar mais ainda no futuro, porém agora, naquele momento, era tudo que eles tinham.

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