☄️ DANIEL MACIEL - Parte 3 (final)
No outro dia, acordei com a cama vazia. O quarto estava silencioso, exceto pelo som distante de carros lá fora. Olhei para o relógio na cômoda e já marcavam 10h da manhã. Franzi o cenho, imaginando que Maciel já devia ter ido embora. Era típico dele sair cedo, especialmente quando tinha que trabalhar.
Levantei devagar, o cansaço ainda pesando no corpo, enquanto as pernas protestavam, resquício do dia exaustivo de trabalho. Fui até o banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes, deixando a água fria despertar meus sentidos. Com os cabelos um tanto bagunçados, segui para a cozinha, decidida a preparar algo rápido para comer.
Ao virar o corredor, fui surpreendida por uma cena inesperada. Maciel estava lá, na beira do fogão, mexendo algo em uma panela. Ele vestia uma camiseta preta que parecia ainda mais amarrotada do que quando chegou, e seus cabelos estavam ligeiramente bagunçados, como se tivesse acabado de acordar — ou não tivesse dormido direito.
— Meu Deus! — Exclamei, levando a mão ao peito, assustada. — O que você tá fazendo aqui? Eu pensei que tinha ido embora.
Ele se virou, com um sorriso de canto, claramente se divertindo com a minha reação.
— Bom dia pra você também, amor. — Respondeu, apontando com a colher de pau para o café fumegante que estava sobre o balcão. — Fiz café e tava terminando umas panquecas. Achei que você ia acordar mais cedo.
Eu fiquei parada por um momento, tentando processar a cena.
— Você sabe que é sábado, né? Não precisava estar aqui... Nem fazer tudo isso. Já já vai ter gravação.
Ele deu de ombros, virando a panqueca na frigideira com a habilidade de alguém que fazia aquilo frequentemente.
— Eu quis. Além disso, você prometeu deixar eu cuidar de você.
Seu tom era casual, mas havia algo nos olhos dele — aquele jeito tranquilo e seguro que sempre me desarmava. Suspirei, sentindo um pequeno sorriso escapar.
— Tá, mas não acostuma.
— Tarde demais. — Ele respondeu com um sorriso mais largo, colocando uma panqueca no prato ao lado — Agora, me dá bom dia — Ele sorria olhando nos meus olhos.
— Bom dia, amor.
— Repete isso. — Ele pediu, o tom misturando brincadeira e algo mais sério, como se quisesse guardar cada palavra que eu dissesse.
Revirei os olhos, tentando conter o sorriso que insistia em aparecer.
— Bom dia, amor.
Dessa vez, as palavras saíram com mais facilidade, e a reação dele foi imediata: um brilho nos olhos e uma expressão tão genuinamente satisfeita que me fez sentir que eu tinha acabado de lhe dar o melhor presente do mundo.
— Acho que posso me acostumar com isso. — Ele disse, voltando a virar a panqueca com um movimento preciso.
— Tô começando a achar que você gosta de me provocar.
— Claro que gosto. — Ele respondeu sem hesitar, ainda de costas para mim. — Mas só porque eu sei que no fundo você gosta também.
Ele colocou outra panqueca no prato e se virou, estendendo-o para mim com um olhar triunfante.
— Agora senta e come, que a gravação pode esperar um pouquinho.
Eu ri, balançando a cabeça, mas fiz o que ele disse. Não era tão difícil se render quando ele fazia parecer tão fácil.
O café da manhã foi tranquilo, com Maciel insistindo que eu comesse mais do que o necessário e lançando comentários leves que faziam meu dia começar melhor do que eu esperava. Após terminarmos, cada um se ocupou com seus próprios preparativos. Mesmo sendo meu dia de folga, não consegui resistir aos pedidos persistentes dele para acompanhá-lo à gravação. A forma como ele justificava — um meio sorriso aqui, um "vai ser mais divertido com você lá" ali — era quase impossível de ignorar.
No estúdio, enquanto ele estava no sofá, concentrado no roteiro do dia, eu decidi dar uma mãozinha para a equipe, ajudando a organizar os cabos que estavam bagunçados desde a última gravação. O ambiente estava movimentado, mas confortável — típico de um sábado de trabalho, com todos ajustando os últimos detalhes.
Foi então que Chico se aproximou, trazendo seu habitual ar despreocupado e aquele sorriso de sempre. Ele encostou-se na mesa ao meu lado, cruzando os braços, o olhar fixo no meu rosto.
— Manu, minha produtora preferida. Eu tava pensando, sabe... — Ele começou, um tom descontraído que já denunciava o que viria a seguir. — Sábado, trabalhamos tanto. Não quer ir no barzinho hoje? Vai ter um show de pagode muito bom, e eu consigo ingressos pra você.
Fingi um momento de confusão, deixando minhas mãos descansarem nos cabos que estava enrolando.
— Vocês vão sair hoje de novo? Ninguém me avisou.
Enquanto falava, lancei um olhar breve para Maciel, que continuava com os olhos no roteiro, mas a tensão no seu maxilar denunciava que ele estava ouvindo cada palavra.
— Não, eu tô falando de eu e você. — Chico insistiu, agora visivelmente mais desconfortável. — Sair como colegas de... Trabalho?
Soltei um riso discreto, cruzando os braços e virando para ele.
— Ah, entendi... — Fiz uma pausa, deixando o suspense no ar antes de continuar, olhando diretamente para ele. — Sabe, eu acho que isso pega mal. Poderia chamar meu namorado?
A surpresa estampou o rosto de Chico de imediato, suas sobrancelhas erguidas como se ele tivesse ouvido algo impossível.
— Você namora? — Ele perguntou, a voz carregada de incredulidade.
— Claro que sim. — Respondi, com a voz firme, mas mantendo um tom divertido. — E se você continuar querendo me arrastar pra barzinho sem ele, tenho certeza que ele tem coragem de dar um soco na sua cara...
Chico abriu a boca para responder, mas a expressão confusa só aumentava à medida que eu falava. Não precisei olhar para trás para sentir que Maciel agora estava totalmente sintonizado na conversa, mesmo que ainda mantivesse a postura relaxada.
— Não é, amor? — Perguntei, girando para encará-lo diretamente.
Maciel levantou os olhos do roteiro brevemente, um sorriso ladino surgindo no canto de sua boca. Ele fechou o roteiro de forma lenta, como se quisesse prolongar o momento, antes de responder.
— Com certeza. — Disse ele, sem nem precisar alterar o tom descontraído de sua voz.
Chico piscou mais algumas vezes, agora claramente tentando reorganizar seus pensamentos enquanto olhava de mim para Maciel, e depois para Pig, que também estava ajudando na arrumação do local.
— Espera aí! Vocês namoram? — Ele exclamou, ainda tentando processar a ideia.
— Só você não percebeu isso, gênio. Eu disse que nesse caroço tinha angu. — Pig comentou casualmente enquanto enrolava os cabos, como se fosse óbvio desde o começo.
Chico franziu o cenho, claramente mais confuso agora.
— O ditado é ao contrário, gênio. — Maciel interveio sem levantar os olhos do roteiro, mas o sorriso zombeteiro em seu rosto ficou evidente.
— Tanto faz. — Pig deu de ombros, apontando o dedo em nossa direção sem sequer olhar diretamente. — O ponto é que tava na cara que isso aqui já era namoro faz tempo.
Eu deixei uma risada escapar e encarei Maciel, que agora parecia bem mais feliz e leve com o fato de não sermos mais um segredo entre seus amigos. Eu ainda estava com medo, mas algo dentro de mim dizia que valia a pena tentar.
Pronto gente, era só pra dar um desfecho mesmo. Hihihi
Acho que a próxima vai ser do Medina, estou ponderando aqui meus rascunhos.
Gente, meu computador queimou a tela, quis morrer. Estou fazendo tudo pelo celular, então se ficar alguma coisa fora de formatação n foi culpa minha 😭
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