🎄 DANIEL MACIEL¹ - Especial de Natal

3095 palavras

Atrasei, mas trouxe!

A luz suave da noite invadia o quarto, banhando o ambiente com um tom quente e tranquilo, mas dentro de mim havia um vazio que não conseguia ignorar. O telefone estava preso entre meu rosto e o ombro, minha mãe do outro lado, falando com a voz doce e cheia de preocupação. Eu estava dobrando as roupas, uma tarefa simples, mas cada dobra parecia pesar mais.

— Filha, não vai vir, mesmo? — A voz da minha mãe carregava um tom de tristeza que me fazia sentir ainda mais culpada. — O Natal sem você não vai ser a mesma coisa. Sabe que aqui é tão vazio sem você.

Eu suspirei, tomando cuidado para não mostrar a frustração que vinha me consumindo ao longo do ano. Eu queria estar ali, com ela, sentada à mesa, compartilhando o Natal como sempre fizemos. Mas a realidade era que as passagens estavam inacessíveis. Eu havia tentado, e muito. Tentei até fazer maratona de madrugada em sites de passagens, na esperança de pegar algum valor mais baixo, mas as ofertas eram sempre aquelas impossíveis de alcançar. Desde o começo do ano, sempre que me sobrava um pouco de dinheiro, era uma luta entre viajar e pagar o aluguel daquele mês. O aluguel ganhava a batalha todo mês. E ali estava eu, sozinha, em uma cidade que não era minha, longe de tudo que me era familiar.

— Eu sei, mãe... Eu sei. — Falei com a voz cansada, dobrando uma camisa com a mente em outro lugar. A tarefa não tinha pressa, mas meus pensamentos estavam dispersos. — As passagens estão muito caras. Eu tentei, você sabe que tentei. Não deu.

Do outro lado da linha, a voz dela era mais suave, mas ainda assim cheia de uma ternura dolorida.

— Eu entendo, minha filha... só estou sentindo tanto a sua falta.

Eu fechei os olhos por um instante, sentindo um nó se formar na garganta. Eu sabia que ela sentia, mas também sabia que a saudade era algo que a gente só podia amenizar de longe. Uma saudade silenciosa, mas constante. Eu nunca achei que a distância fosse doer tanto. Não nas pequenas coisas, no cotidiano, mas nesse Natal solitário, vendo tudo ao meu redor lembrando de momentos familiares, de tradições, de risadas e abraços.

A cada comercial, cada filme, cada música de Natal, parecia que o mundo me lembrava daquilo que eu não tinha. Eu me sentia cercada por uma felicidade que não poderia fazer parte da minha realidade naquele momento. O Natal era uma época de encontros, de casa cheia, de trocas de presentes e risos. E ali estava eu, sozinha, em um quarto vazio, com as luzes da cidade piscando lá fora, como se zombassem da minha solidão.

— Então me promete que não vai passar o Natal sozinha, Thais? — A voz da minha mãe atravessou a linha, carregada de preocupação, como se tentasse me alcançar mesmo à distância.

Eu respirei fundo, tentando engolir o nó que se formava na garganta, o peso da saudade e da culpa se misturando. Não queria que ela soubesse o quão solitária eu estava, que o meu "plano de Natal" era basicamente assistir a mais alguns filmes até pegar no sono, sem mais nenhum objetivo. Tudo o que eu queria era evitar que ela ficasse ainda mais triste por minha causa.

— Claro, mãe. Estou marcando de sair com o pessoal — Menti, e a mentira soou vazia até para mim. Mas era o que eu precisava dizer para que ela não ficasse ainda mais preocupada.

Ela pareceu relaxar um pouco, mesmo que eu soubesse que, no fundo, ela sabia que algo não estava certo. Minha mãe sempre foi boa em ler meus sentimentos, mas hoje eu precisava que ela acreditasse, nem que fosse por um momento, que eu estava bem.

— Fico mais tranquila então. Só não se esqueça de se cuidar, tá bom? — Ela disse, tentando soar animada, mas com um tom de preocupação ainda evidente.

Eu acenei, mesmo sabendo que ela não podia me ver. Aquela simples conversa estava me desgastando mais do que eu queria admitir. Queria poder ir até ela, atravessar a distância, compartilhar um momento simples de Natal. Mas, ao invés disso, estava aqui, em um quarto que não era o meu, tentando me convencer de que tudo estava bem.

— Eu te amo, mãe. — Minha voz tremia um pouco, mas eu estava determinada a manter a compostura.

— Eu também te amo, filha. Boa noite, e feliz Natal.

Fui eu quem desliguei, mas fiquei ali por um momento, segurando o celular contra o ouvido, ouvindo o silêncio do outro lado da linha, que agora parecia tão pesado. O Natal estava se aproximando, e com ele, a sensação de que algo estava faltando. Algo que eu não poderia comprar ou pedir. Eu só queria estar com as pessoas que amava, e isso, infelizmente, não estava ao meu alcance.

Com um suspiro profundo, deixei o telefone de lado e me voltei para a pilha de roupas espalhadas sobre a cama. Era uma tarefa simples, quase mecânica, mas, de alguma forma, a repetição me ajudava a lidar com o vazio que crescia em mim. Dobrar cada peça era como dobrar um pouco da saudade, do cansaço e da frustração que insistiam em me rondar.

Terminei a última blusa e olhei ao redor. O quarto estava silencioso, e o som distante dos carros lá fora parecia reforçar minha solidão. Caminhei até a cozinha, pegando a garrafa de vinho na bancada. Um gole não vai fazer mal, pensei, enquanto alcançava um copo e me dirigia para a sala.

Afundei no sofá com um misto de cansaço e resignação. Liguei a TV e, sem muita vontade, procurei algo para assistir. Os sons de Casamento às Cegas encheram o ambiente, um reality que Ana, minha colega de trabalho, havia insistido para que eu visse. Dei um gole no vinho enquanto os participantes começavam a se apresentar, suas vozes nervosas e cheias de expectativas contrastando com o peso da noite.

Me encolhi no sofá, sentindo o calor do vinho subir pelas minhas bochechas. A TV piscava à minha frente, mostrando casais conversando e rindo, enquanto eu tentava ignorar o aperto familiar no peito. A cada cena, os personagens pareciam mais distantes da minha realidade, mas eu me pegava acompanhando, quase sem perceber.

Os olhos começaram a pesar, e a tela da TV tornou-se um borrão distante. A conversa animada dos participantes virou um murmúrio suave, misturando-se com o som dos carros lá fora. Antes que pudesse evitar, o sono me venceu, e o copo vazio escorregou suavemente da minha mão para o tapete.

Abro os olhos assustada, o som insistente do telefone me arrancando do sono. A sala estava escura, iluminada apenas pela luz fraca da televisão, que exibia a clássica mensagem da Netflix: "Você ainda está assistindo?". Com o coração acelerado, procuro às cegas entre as almofadas até encontrar o aparelho. O nome de Maciel piscava na tela.

— Alô? — murmuro, a voz rouca e sonolenta.

— Tava dormindo? — ele dispara, o tom de leve julgamento já conhecido.

Olho para o copo vazio no chão, a mancha de vinho no tapete e a garrafa de vinho pela metade na mesa. Uma cena que não queria justificar.

— Talvez. Qual o problema? — respondo, tentando soar casual, mas ainda meio grogue.

— O problema é que são quase oito da noite, e você prometeu não passar o Natal como uma eremita — ele retruca, a voz cheia daquele sarcasmo que só ele conseguia fazer soar amigável — É véspera de natal, Thais!

— Eu nunca prometi isso. Você tá inventando coisa agora. — Passo a mão pelo rosto, tentando afastar os últimos resquícios de sono e me situar.

— Prometeu sim, no açaí depois do treino. Ou vai me dizer que esqueceu? — Ele responde com tanta certeza que me faz duvidar por um instante. — Agora levanta e se arruma. Estou a caminho.

— O quê? Como assim? Você tá vindo pra cá? — Endireito minha postura no sofá, agora completamente desperta. — Você não tá com a sua família?

— Estou a cinco minutos de distância. E arruma uma mala também, tá? — Ele fala como se estivesse confirmando algo banal, antes de desligar, sem me dar tempo para protestar.

Fico segurando o celular por alguns segundos, encarando a tela como se ela pudesse me explicar o que acabou de acontecer. Solto um suspiro, seguido por um gritinho resignado, quase infantil, enquanto afundo de volta nas almofadas do sofá.

— Eu não quero sair! — Digo para o vazio da sala, cruzando os braços como se fosse possível debater com alguém que já tinha decidido tudo por mim.

A ideia de sair parecia um desafio monumental. Eu queria me afundar naquela solidão, na melancolia confortável da minha tristeza infinita. Não era o Natal dos meus sonhos, mas era o que eu tinha. E mais importante, eu não queria ser o motivo de alguém abrir mão da própria felicidade para tentar consertar a minha. Não podia estragar o Natal de outra pessoa.

Foi por isso que decidi não me arrumar. Nem mesmo toquei na mala. Quando o porteiro ligou, avisando que Maciel estava lá embaixo, soltei um longo suspiro. Ele realmente estava levando isso a sério. Relutante, pedi que ele subisse. Eu precisava convencê-lo pessoalmente de que não valia a pena. Ele tinha que passar o Natal com quem realmente importava para ele.

Quando a batida na porta ecoou pelo apartamento, caminhei até ela, ainda com o cabelo bagunçado e vestindo a camiseta larga que usava para dormir. Abri a porta, pronta para começar minha argumentação, mas perdi todas as palavras quando meus olhos encontraram Maciel.

Ele estava arrumado. Não o tipo de arrumado casual que eu costumava ver na academia, mas com uma camisa social preta, os primeiros botões desabotoados, calça jeans escura e um casaco jogado no braço. A luz do corredor destacava os tons acobreados do cabelo bagunçado de propósito, e, por um instante, parecia que eu estava vendo outra pessoa. Um Maciel diferente, menos desleixado, mais sério.

— Vai ficar aí me encarando ou vai me convidar para entrar? — Ele disse com aquele meio sorriso típico, quebrando o silêncio.

— Você tá... Uau. — Respondi, finalmente recuperando minha voz, enquanto dava um passo para o lado para deixá-lo passar.

— E você não está pronta. — Ele comentou, entrando com a naturalidade de quem já conhecia cada canto do meu apartamento. Os olhos de Maciel foram direto para o tapete, onde a mancha de vinho permanecia intacta. — Isso vai ser difícil de sair.

Antes que eu pudesse responder, ele se jogou no sofá com a confiança de quem não pretendia sair tão cedo.

— Maciel. — Cruzei os braços, tentando soar firme. — Pode ir pra casa.

Ele não parecia nem um pouco abalado. Pegou o controle da TV, deu uma rápida olhada na tela congelada de "Casamento às Cegas" e apertou o play.

— Eu vou. Com você. — Disse, casualmente, enquanto o episódio voltava a ser reproduzido, como se ele não tivesse acabado de invadir a minha noite.

— Maciel, eu tô falando sério. — Fui até ele, tentando pegar o controle, mas ele apenas o segurou acima da cabeça, fora do meu alcance, enquanto sorria daquele jeito irritantemente confiante.

— Eu também tô falando sério. Você não vai passar o Natal sozinha. Então, ou você levanta e se arruma, ou eu vou continuar aqui, comendo seu estoque de biscoitos enquanto vejo esses casais fazerem escolhas questionáveis.

— Eu não acredito nisso. — Resmunguei, frustrada.

— Thais, anda logo. Eu te dou 15 minutos pra ficar pronta, ou vou começar a jogar coisas aleatórias na sua mala. — Ele ergueu as sobrancelhas.

Suspirei, derrotada. Maciel era como uma força da natureza; resistir era inútil. Por isso caminhei com força até o quarto e peguei uma mala, colocando as roupas que dobrei nela.

— Quem vai estar lá? — Perguntei, enquanto jogava as roupas na mala sem muito critério.

— Meus pais e meu irmão. — Ele respondeu do sofá, o tom despreocupado.

Parei por um instante, segurando uma blusa na mão. Era estranho pensar que eu passaria o Natal com uma família que não era a minha. Uma pontada de nervosismo me atingiu.

— Maciel, não vai ser estranho? Digo, eu nem conheço sua família.

— Relaxa, Thais. Eles são tranquilos. Minha mãe adora qualquer desculpa pra fazer mais comida, e meu pai vai te enterrar em piadas ruins. Meu irmão... Bem, ele é só um upgrade meu. — Ele deu de ombros, como se aquilo fosse o argumento mais convincente do mundo.

— Upgrade? Você tá querendo dizer que ele é pior que você? Porque não é muito difícil. — Respondi, com sarcasmo, enquanto colocava um casaco na mala.

— Ha-ha, engraçadinha. Vai ver com seus próprios olhos. — Ele rebateu, e pude ouvir o sorriso na voz dele.

Voltei a me concentrar na mala, pegando um vestido e mais algumas peças. Quando terminei, fechei o zíper com um movimento decidido e olhei para a bagunça que havia deixado para trás no quarto.

— É sério, Maciel. Não quero atrapalhar. Natal é uma coisa de família, sabe?

Ele apareceu na porta do quarto, recostando-se no batente, os braços cruzados.

— Eu tô aqui, não estou? — Perguntou, me olhando — Thaís, eles te conhecem mais do que você imagina.

Havia algo na forma como ele me olhava que me fez acreditar nele, mesmo que eu ainda me sentisse deslocada.

— Tudo bem, mas se eu me sentir uma intrusa, vou pegar um ônibus de volta. — Avisei, pegando a mala.

— Sem chance. Você está sob minha jurisdição agora. — Ele piscou, pegando a mala da minha mão com facilidade.

Eu revirei os olhos, mas segui-o até a porta. Enquanto ele a segurava aberta para mim, percebi que, por mais imprevisível que a situação fosse, talvez eu realmente precisasse disso.

Tranquei a porta de casa, depois de conferir que todas as luzes e a TV estavam desligadas, e segui Maciel pelo corredor silencioso. O elevador, como sempre, estava morosamente lento, mas ele parecia alheio à demora, entretido com algo no celular.

Quando finalmente descemos, a brisa fresca da noite me envolveu, aliviando o calor abafado do apartamento. O estacionamento estava tranquilo, com apenas algumas vagas ocupadas. Maciel me conduziu até um carro prateado modesto e, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele abriu a porta do passageiro para mim.

— Serviço completo, hein? — Comentei, meio desconcertada pela gentileza.

— Só o melhor para a senhorita. — Ele respondeu, com aquele sorriso convencido, enquanto fazia uma leve reverência exagerada.

Entrei no carro, ajustando-me no banco enquanto ele colocava minha mala no banco de trás com cuidado. Assim que entrou e ligou o motor, um som baixo de música ambiente preencheu o espaço, algo leve e quase reconfortante.

— Então, para onde estamos indo exatamente? — Perguntei, quebrando o silêncio.

— Uma casa na praia. Meus pais têm um lugar em Maricá, bem tranquilo. Nada de super ceia ou festas gigantes. Só o básico: comida boa, gente boa, e... bom, agora você. — Ele deu de ombros, os olhos na estrada enquanto saíamos do estacionamento.

Fiquei quieta por um momento, olhando pela janela enquanto as luzes da cidade passavam rápidas. A ideia de passar o Natal com outra família ainda parecia surreal, mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim começava a se aquietar. Talvez fosse o jeito despreocupado de Maciel ou o simples fato de ele não me dar escolha, mas, pela primeira vez em semanas, senti que talvez não fosse tão ruim assim.

— Você não precisava fazer isso — Murmurei, olhando para ele de canto —  Natal é... é tão íntimo, sabe?

Ele soltou uma risada curta, mas sem deboche.

— Thais, eles já me perguntaram de você umas dez vezes só esse mês. "Quando vamos conhecer essa amiga que você tanto fala?", "Ela gosta de bolo de nozes ou prefere panetone?". Minha mãe, inclusive, ficou chateada porque eu não te levei antes.

Senti o rosto esquentar. Não era exatamente o que eu esperava ouvir.

— Você fala de mim pra eles?

— É claro. — Ele respondeu, me lançando um olhar rápido antes de voltar a se concentrar na estrada. — Eu tenho poucos amigos de verdade aqui em Niterói. E você é um deles.

As palavras dele me pegaram de surpresa, como uma onda que me atingiu antes que eu pudesse me preparar. Eu não sabia bem o que dizer, então apenas olhei pela janela, tentando processar o que sentia.

— Sua mãe vai me odiar se eu detestar panetone? — Perguntei, tentando aliviar a tensão que começava a crescer dentro de mim.

Maciel riu alto, aquela risada fácil e calorosa que eu já conhecia tão bem, preenchendo o silêncio do carro.

— Bem... Eu vou deixar você descobrir.

Por um instante, a preocupação foi substituída por curiosidade. A estrada para Maricá parecia se estender entre o céu e o mar, e a noite estava tranquila, com a lua refletindo nas ondas que eu conseguia enxergar ao longe. O som dos pneus no asfalto e a música baixa no rádio criavam uma atmosfera quase acolhedora.

Alguns minutos depois, o carro virou em uma rua mais estreita, cercada por casas grandes e silenciosas. Quando finalmente paramos, olhei pela janela e fiquei sem palavras. A casa não era apenas "bonita", como ele tinha sugerido. Era deslumbrante. Uma estrutura moderna, com janelões de vidro que revelavam luzes quentes e uma decoração que parecia saída de um catálogo de revista. A vista para o mar completava a cena, tornando o lugar quase mágico.

— É... Então, talvez tenha alguns tios também aqui hoje... — Maciel falou, quebrando o silêncio, mas sem olhar diretamente para mim.

— Alguns? — Perguntei, arqueando uma sobrancelha.

— Uns... seis? — Ele tentou minimizar, mas o sorriso no canto da boca o entregava.

— Seis tios, Maciel? — Meu tom era uma mistura de incredulidade e pânico. — Você disse que eram só seus pais e seu irmão!

Ele coçou a nuca, finalmente me encarando.

— Ok, talvez eu tenha deixado escapar alguns detalhes. — Ele deu de ombros. — Mas eles são legais. E tem comida demais. E... — Ele apontou para a mala no banco de trás. — Você já está aqui.

Suspirei, sentindo meu estômago se revirar de nervosismo.

— Isso não é exatamente reconfortante, sabe?

— Thais. — Ele apoiou o braço no volante, me olhando de lado, com aquele sorriso que era irritantemente eficaz em me desarmar. — Confia em mim. Eles vão te adorar.

Eu queria protestar, mas algo no tom de voz dele, na maneira como ele me olhava, me fez parar. Era como se ele realmente acreditasse que tudo ficaria bem.

— Tudo bem. — Murmurei, ainda hesitante.

Maciel saiu do carro e pegou minha mala do banco de trás, enquanto eu tentava reunir coragem para sair também. Ele abriu a porta para mim e estendeu a mão, como se estivesse oferecendo uma espécie de contrato silencioso.

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