𝐌𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 - 𝐒𝐚𝐬𝐚𝐤𝐢 𝐊𝐨𝐣𝐢𝐫𝐨
Capa feita por mim, pela primeira vez o sobrenome de vocês será outro;
Enredo leve, estou afim de um conto soft.
2672palavras.
Momentos
Sasaki Kojiro
Sem descendentes e sem mais amores
Em vida Sasaki Kojiro sempre procurou se aperfeiçoar se desprendendo ao máximo dos relacionamentos pelo caminho e mesmo que amasse a senhorita Suzuki nunca parou para pensar em como seu coração ficaria se morresse em busca de sua causa. Agora, ali ao lado daquele que um dia foi o seu maior rival, a senhorita aguardava o desfecho da luta, onde o maior perdedor enfrentaria ao deus dos mares.
Sasaki estava a meia hora encarando os portões quando sua luta foi anunciada.
O maior perdedor da história ele é considerado, porém, o homem mais honrado que a senhorita Suzuki conheceu. A famigerada prometida assistia de longe o espadachim chegar na arena inundada d'água, torcendo com fervor pela luta e assim se recordou de quando eram mais jovens:
Ainda em vida Sasaki a salvou de muitos problemas de uma só vez, afinal ser estalajadeira em uma época onde as mulheres eram vistas como prometidas, guerreiras por consequência e serventes, nunca proprietárias sem ser de bordel ou negócios familiares era difícil. Na noite em questão, o jovem espadachim precisou repousar e sabia que não conseguiria descansar na floresta como sempre fez, porém não tinha dinheiro para ficar em um lugar calmo e foi ali que tudo mudou, o primeiro contato físico, mesmo que por ordem do destino. A bela senhorita estava prestes a tirar a própria vida por conta do que lhe ocorrera, o seu passado era somente seu e não cabia menção alguma do que ocorreu, mas foi só olhar para suas roupas maltrapilhas e as partes amostras de seus tornozelos e braços machucados que dava para imaginar o que ocorreu assim como a faca que fora direcionada a ele quando se aproximou.
Sasaki não só prometeu não te ferir como respeitou a distância imposta e quando viu na primeira oportunidade que estava prestes a se atear ao mar ele se chocou com seu corpo lhe puxando e rolando com você nas pedras até bater em um tronco de árvore, as lágrimas debulharam por sua face machucada pedindo desculpas por o ferir sem saber que havia encontrado uma solução recorrente para os seus problemas.
Naquela noite, sua pequena estalagem foi devolvida e todos aqueles que acabaram com você mortos, mesmo que não fizesse parte dos critérios dele, ainda era um homem com conceitos e jamais deixaria uma boa moça a mercê da própria sorte e depois de tudo isso obteve como agradecimento um prato de comida quente e um futton limpo para poder descansar.
Sem dúvida alguma tal bonança aquecia seu coração e sua mente sempre em busca de se aperfeiçoar...
Os meses se passaram e Sasaki deixou aquele lugar, estava próximo de concluir seu objetivo, mas não se esqueceu de ti.
O jovem espadachim te mandava notícias sempre que podia através de cartas e você as respondia, sentindo em seu coração que estava desenvolvendo um sentimento brando por ele, sem saber que ele os correspondia. Como se Sasaki lhe conquistasse com as palavras antes mesmo de tocar em sua mão, até o dia em ele retornou, o cabelo estava maior, a face mais alegre e trazia consigo algumas margaridas, sabia que você gostava.
"Trouxe flores." Ele sussurrou e você sorriu, confirmando ali que nutria sentimentos por ele, quaisquer que fossem. Seus olhos vagaram das flores para o peitoral descoberto onde ainda havia um filete de sangue.
-- Sente-se Sasaki. -- Ordenou e ele observou sua expressão séria, ali morriam as palavras doces.
-- O que foi, não gostou das flores? -- Sussurrou.
-- Sasaki o seu peito está ferido e vou limpar para que não infeccione. -- Ele sorriu.
-- Não precisa disso.
-- Sasaki...
-- Ok, ok. -- Ergueu os braços em rendição sentindo o sorriso dela voltar a face, a mulher foi até seu quarto pegando os itens necessários para cuidar do ferimento e ao retornar o viu brincando com o gato da casa. -- Ponha-o no chão e venha comigo, não faremos isso aqui. -- Ele assentiu e assim foram para o quarto que corresponderia a ele se viesse descansar. -- Agora abra sua roupa.
Apesar da vergonha lhe alcançar ele sorriu fazendo o que pediu você analisou o ferimento superficial e viu como o peito estava sujo e suado e assim balançou sua cabeça.
-- Tome um banho está bem, vou por as flores no vaso.
-- Pensei que não tivesse gostado. -- Comentou te levando a sorrir de maneira doce.
-- Eu adorei. -- E assim saiu do quarto e retornou a entrada pegando as flores, pegou um vaso de barro e colocou água depois as flores as cheirando, margaridas branquinhas que te levaram a rir de maneira apaixonada ao relembrar de algumas cartas.
Quando Sasaki terminou foi até você e não pode deixar de sentir o coração bater mais forte. -- São lindas Sasaki. -- Comentou.
-- Fico feliz em ouvir isso, escute senhorita...
-- Só Sn por favor. Nos conhecemos há muito tempo para me tratar com tanta formalidade. -- Ele sorriu abertamente. Estava ali para se despedir, porém como faria com você sendo tão amável? Seus olhos vagaram pelo corpo se concentrando na ferida no peito e ele suspirou.
-- Não se preocupe com isso.
-- Como não? Vamos dar um jeito nisso -- levantando a barra do seu kimono você foi até o jovem que sentia-se desnorteado por sua presença tão bela e ao retornarem para o quarto você cuidou de seus ferimentos leves, sentindo que vez ou outra os olhares em direção ao seu rosto e suas belas mãos, mas não queria se iludir. Não quando iria embora de vez te deixando sozinha.
-- Sn vim me despedir. -- Não havia outra forma de tocar em tal assunto, sua respiração foi densa deixando o jovem espadachim confuso, quase, como se houvesse se conformado.
-- Já esperava por isso. -- De maneira arbitrária segurou nas mãos rudes que passaram mais tempo segurando uma espada e treinando do que apreciando um bom pires de saquê. -- Não precisa se sentir culpado por seguir seu coração. -- Você sorriu.
-- E não me sinto, na verdade estou sendo um pouco egoísta.
Você abriu os olhos confusa. Antes de notar a proximidade ao qual se encontravam, uma conexão intensa entre olhares levando Kojiro a duvidar da própria partida.
-- Sou egoísta por querer lhe cortejar, mas devo partir. -- Em momento algum a conexão se quebrou e você tocou os lábios dele com a ponta de seus dedos.
-- Não será. Vá atrás dos seus sonhos e eu irei dos meus e podemos simplesmente prometer que quando nos encontrarmos seremos sinceros com nossos corações.
Sua coragem força de vontade eram tão admiráveis que ele não tinha com não se impressionar e sentir-se agraciado por tê-la encontrado pelos percursos da vida.
-- Sn eu prometo que teremos mais momentos como esse. -- Ele sorriu e sem saber o que viria ou como reagir no momento em que sentiu seus lábios sobre sua bochecha estagnou.
Você entendeu que talvez devesse avisá-lo, mas no momento seguinte ele riu te puxando para perto e envolvendo todo o seu corpo em um abraço.
-- Vá embora amanhã assim podemos aproveitar um pouco.
O espadachim concordou na mesma hora e ali vocês deixaram morrer as palavras se entregando ao momento, onde um simples olhar tinha mais peso e significado do que qualquer outra ação. Seus lábios tocaram os dele antes de se levantar e deixar para trás um homem enrubescido que demorou a entender que estava perdendo tempo imaginando como reagir ao seu lado. Sasaki não é burro, apenas fica desnorteado perto de você.
Ambos retornaram para a sala onde ele te ajudou a cuidar do estabelecimento sempre disposto e te fazer rir ou até mesmo lhe dar mais atenção do que está acostumada a receber. O espadachim ficou a vislumbrá-la da porta da cozinha, claro que você não geria a estalagem sozinha, não tinha como cuidar dos quartos, limpar, cozinhar e cuidar do financeiro sendo uma só e no fundo cogitou a hipótese de quando se encontrarem aprender algumas funções para te ajudar.
-- Sasaki o que tanto pensas? -- Era notável o rubor nas maçãs dele quando você se aproximava.
-- Em como você é incrível. -- Deixou escapar e seus olhos desviaram para as moças da cozinha que sorriam e especulavam a respeito.
-- Vamos passear um pouco. -- Sussurrou segurando em suas mãos um livro antes de saírem da estalagem e irem para o jardim, você foi mais rápida em sentar-se na grama fria e ele fez o mesmo ao seu lado, não demorou em abrir o livro que na verdade era um compartimento para guardar as cartas que ele escreveu. -- Guardei todas elas, e sei que você não pode guardar as que lhe enviei.
Ele sorriu
-- E como não? -- Sasaki enfiou a mão no Kimono limpo tirando de lá a última carta que você enviou, tomou outro o cuidado do mundo quando veio se despedir de trazer tais palavras para lhe questionar e mesmo pós banho tratou de guardar a carta.-- Sabe Sn eu queria me despedir, mas não serei um covarde de ir embora sem lhe falar a verdade. Cortejá-la é pouco para o que almejo fazer. -- E assim se aproximou, você deixou o livro de lado e trouxe as mãos dele para si, colocando ao redor de sua cintura e ele se alarmou de leve não esperava essa reação de você,. muito menos que se inclinasse e tomasse os lábios em um toque mínimo e ao se afastar ele foi até você aprofundando o beijo, apreciando a maciez de seus lábios. -- Talvez eu deva ficar mais que uma noite.
Seu sorriso apaixonado falou mais alto.
-- É... Talvez você deva.-- E assim voltaram ao ósculo cada vez mais intenso sendo interrompido por um pigarrear, uma das responsáveis pela comida fora informar que a refeição já está a a mesa e ao se levantar você sorriu. -- Continuamos depois.
Com a ideia de que tais sentimentos ainda nublados os perseguiram por pelo menos uma noite, Sasaki lhe seguiu. Naquela noite vocês conversaram tanto a respeito das cartas quanto de seus sentimentos confusos e foi a primeira vez que ele passou uma noite tranquila em uma companhia
Nos dias que sucederam ele ficou e em uma dessas noite o desejo falou mais alto, onde ele lhe amou completamente, repetindo todas as noites a partir dali e no fundo você sabia que ele deveria ir, foi a promessa que fizeram, onde os sonhos se cumpririam a partir do esforço e só então se encontrariam novamente e após uma semana o espadachim partiu.
Sasaki pode ter ido embora, mas o coração foi entregue a você.
...
As cartas tornaram-se cada vez mais raras, porém possuíam o mesmo tom doce e cada vez mais palavras, como se tentasse suprir toda a distância de uma vez, você fazia o mesmo mandando cartas perfumadas contando do seu progresso.
Um ano se passou e você soube que algo estava errado, Sasaki não mandava mais cartas no fundo de seu coração, sabia que ele jamais retornaria para cumprir sua promessa, de alguma forma sentia que Kojiro já não pertencia a esse mundo e mesmo assim o esperou. Trabalhando para realizar o seu sonho e no fim Sn morreu aos oitenta anos, sem descendentes e sem mais amores.
Criando novas lembranças
No momento atual você o assistia apertando em seu peito o mesmo livro de sempre onde guardava suas cartas, quando ele fraquejou na arena, seu maior inimigo aquele que agora você sabia ser o responsável por sua morte bradou para que ele mostrasse o que se tornou e levada por esse momento sua voz também ecoou. Os olhos de Kojiro te viram e no curto reluzir você sentiu que o espadachim estava com você, como se estivessem na estalagem aproveitando uma das noites de verão, ele recostado no futton e você deitada entre as pernas apoiada em sua coxa direita tendo os fios massageados, sem dúvida alguma uma bela lembrança e agora diante da vitória o corpo de Kojiro ia ao chão pelo cansaço sendo amparado pela Valquiria que o ajudou.
O maior perdedor da história venceu o deus dos deuses e ao olhar pra você seu sorriso se alargou.
-- Essa é a minha primeira vitória deixa eu aproveitar dessa vez. -- As palavras dele em meio ao silêncio dos deuses fizeram a humanidade vibrar e agora você aguardava o momento certo para estar com ele.
-- Papai quem é essa mulher que torceu tanto para o Sasaki? -- O garotinho ao seu lado perguntou e você riu de leve achando graça.
-- Sou a noiva dele. -- A criança se recusou a crer que uma mulher tão bonita pudesse se encantar com alguém como Kojiro.
...
Você aguardava ansiosa queria saber como tudo aconteceu na vida dele durante o ano que se perdeu e por isso ficou ali escorada na entrada da sala dos ganhadores que correspondia a ele esperando que recebesse todas as devidas felicitações.
-- Acho que há alguém a sua espera. -- Aquele que foi o seu maior rival em vida tornou-se um bom amigo. Os olhos de Sasaki agora tentavam não transparecer todos os sentimentos por você.
-- Bem vindo de volta. -- Sussurrou, notando que todos se retiravam do ambiente aos poucos. Sasaki lhe olhava com esmero, ambos haviam mudado tanto, vivenciado tantas coisas que tal encontro parecia um sonho. Você não era mais tão jovem como quando se apaixonaram, mas estava longe da velhice, em seu melhor estado ao qual considerou ter tudo que almejou para si, possuía quarenta e três anos, longos cabelos escuros presos em coques bem elaborados com um par de palitos enfeitados com guizos, trajando um kimono com flores vermelhas, seus lábios estavam tingidos e seus olhos levemente maquiados ao julgar por sua aparência devia ocorrer um grande evento e ele sorriu ao te imaginar feliz e realizada.
-- É bom estar aqui. -- Comentou se aproximando de você, a cabeça foi ao seu ombro respirando fundo e seus braços envolveram as costas cobertas pela atadura, ele respirou fundo antes de se afastar minimamente e olhar em seus olhos. -- Me desculpe pela falta de notícias, não imaginei que morreria tão... Rápido. -- Apesar das palavras o sorriso permanecia o mesmo, não tinha arrependo da forma como viveu e sim em não conseguir estar com você, mas você beijou a bochecha do mais velho e balançou a cabeça em negativa com um sorriso nos lábios.
-- Não há por que se desculpar esse foi o nosso combinado não é mesmo? -- Agora ele apertava suas mãos entre as dele. -- Eu fico feliz de ter realizado seus sonhos assim como fiz com os meus e agora temos todo o tempo do mundo. -- Sorriu e ele envolveu seu corpo antes de se afastarem e se sentarem a frente da tela para assistir a próxima luta. Sasaki se aproximou deixando um selar em seus lábios e foi retribuído com um beijo intenso matando a saudade.
E novamente um pigarrear vez com que se separassem, você encostou a cabeça no peito dele levemente envergonhada e então sorriu.
-- Eu acabei revelando a eles que sou sua noiva, me desculpe pela mentira.
Ele riu baixo com seu sussurro.
-- Você é bem mais do que isso Sn, afinal de contas ficou com o meu coração.
Seus olhos brilharam se contendo para não beijá-lo novamente enquanto a sala era invadida por aqueles que ele já derrotou, foi derrotado e no fim se tornaram amigos, além de Hrist que se dividia em opiniões a respeito de vocês devido a dupla personalidade e para você tudo estava perfeito, pois, depois de tanto tempo todos os momentos que tiveram juntos prevaleceu e por esses e mais incontáveis lembranças sabia que sua jornada ao lado de Sasaki estava apenas começando.
Ali criariam novas histórias e talvez as escreveram em carta, não poderiam recuperar o que se perdeu mais criariam lembranças mais belos em momentos cada vez mais amados.
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