Cap 1 - Poema do Sonho
O medo rondava minha alma
Como uma serpente
Pronta para o dar o bote final
Mas algo me mantinha calma
Tinha que salvar aquela gente
Do meu âmago surgia uma chama fatal
E eu era capaz
Nada poderia me derrubar
Esse era o meu destino
Uma tentativa audaz
Me faria lutar
Como se eu soubesse meu caminho
A tempestade se aproximava
Raios destruiriam inocentes
E eu não poderia recuar
Muita coisa que eu amava
Esqueceria completamente
A grande onda tem poder de matar
Eu também tenho o poder
Sei que posso me sacrificar
Vidas inocentes serão resgatadas
Eles têm medo de morrer
A Tempestade vai chegar
A cada contagem mais almas amedrontadas
Ninguém confia que poderei
Ninguém acha que terei sucesso
Ninguém mais acredita em mim
Mas sua confiança obterei
Sei que verão meu progresso
Não posso culpá-los por serem assim
É chegada a hora
Não sei se me despesso
Que bela ultima visão
E é agora
Talvez não tenha regresso
Adeus ao horizonte, ao clarão
Adeus, o problema está tão longe
Mas cada vez mais perto
Posso sentir a vibração pulsante
A varanda de madeira do templo
Talvez não seja suficiente
Não há tempo para testes
Não há espaço para falhas
Sei o que me espera
Se sobreviver, sei o que me aguarda
Não me darei ao luxo de chorar
Lágrimas podem desconcentrar
Estou proibida de errar
Será?
Será mesmo que consiguirei?
Nunca saberei se não tentar
Sou a única esperança
De um mundo condenado
De um povo desamparado
É um mistério
A condenação desse mundo
Não há um só culpado
Sinto a chama me consumir
A cada segundo
Sinto raiva, medo e tristeza
Não me sinto mais incapaz
E se tiver que ir
Assim será
O céu é uma festa de cinza e roxo
Os raios são holofotes prateados
O tsunami completa o magnífico e catastrófico quadro
A descarga é lançada
Se aguentar três: vitoria
Senão, morte certa
São lançados os dados da sorte
Com sua foice a morte aguarda
Mas meu coração permanece forte
Todos torcem por mim agora
Perceberam que sou sua ultima chance
Alguns vibram, outros choram
Primeiro raio, diga não à derrota!
Segundo raio, diga não à fraqueza!
Terceiro raio... Vitoria!
Mas o tsunami ainda aguarda
Sua vez de causar mal
Revida, violentamente, sentindo-se o tal
Todas as forças que me restam
Uso para manter a gloria
Derrotei outro desastre
A batalha fora intensa
Sinto o corpo desabar
Feliz, porém, por conseguir
Ao mal derrotar
O céu agora clareia
Mostra o lindo pôr do sol
Minha alma se incendeia
Mas se apaga ao final
Ao contrário do esperado
Não estou morta, mas bem viva
E agora me aprontam, dando vivas
Um casamento me aguarda
Por ter salvo aquele mundo
Não é amor, é algo imundo
Que me querem por ganância
Estou chorando no altar
Mas não é felicidade
É tristeza absoluta
Obrigada a me casar
Era belo e charmoso
Era forte, musculoso
Era rico, endinheirado
E rude, um mal amado
Era pobre de alma
Miserável de coração
Não possuía qualquer calma
Por qualquer coisa gritava Não
Pobre coitado, casava também por obrigação
Eu já calculava como fugir
Quando arrancaram minha esperança
Agora só haveria ilusão
Moraria num palácio
Ou talvez numa mansão
Teria sempre o quisesse
Menos o amor de um bom coração...
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