capítulo quatro

"Você me tem nas mãos,
Nem sabe o tamanho do seu poder.
Eu me posto como um gigante,
Mas caio quando estou perto de você.

Você me mostra uma porta aberta,
Só para batê-la na minha cara.
Eu não aguento mais isto,
Estou pedindo, querida

— Mercy, Shawn Mendes.

° ° °

O beijo daquela noite não sai da minha cabeça, meus pensamentos estavam misturados com meus sentimentos e isso não ajudava em nada meu humor. A festa havia acontecido a uma semana e eu não via mais aquela garota em lugar algum da escola, eu estava curioso.

Ela não contou-me seu nome, ela simplesmente se levantou e saiu andando com seu vestido preto e rodado depois do nosso beijo, e me perguntei se talvez aquilo não tivesse significado nada para ela.

Como sempre acontecia desde que à vi, suas feições estavam sendo esquecidas por mim, não lembrava mais o tom de seus cabelos, nem o de sua pele. Lembrava apenas de seus olhos, que pareciam tempestades de uma noite de inverno e seu beijo, que eram doce.

Me levantei de minha cama antes de ser chamado por minha mãe ou um de meus irmãos, me arrumei rapidamente depois de tomar um banho e desci as escadas de casa indo pela primeira vez até a cozinha, para tomar café com a família. Meu pai e meus irmãos já estavam sentados à mesa e minha mãe apareceu na porta assustada.

— Vocês sabem onde o.... – Então ela me viu e deixou os ombros caírem em um suspiro de alívio – Eu estava te procurando, filho – Ela olhou-me e sorriu.

Sorri para ela e me sentei em meu lugar na mesa, pegando uma torrada e mordendo um pedaço. Eu nunca comia com minha família, saia sempre direto para a escola. Mas eu estava me sentindo relativamente feliz hoje, feliz o bastante para ficar com minha família.

— Hayes, quer carona pra escola? – Meu irmão, Nash, perguntou para mim enquanto pegava a jarra de suco.

— Claro Nash, valeu – Sorri para ele e voltei a comer, isso era bom e eu não sabia disso. Eu me isolava da minha família sem saber que era tão bom ter uma.

Quando acabamos o café da manhã nós saímos de casa rumo ao colégio no carro do Nash, ele havia ligado o rádio e cantávamos as músicas juntos na estação 09, isso era incrível.

Ele mostrou para mim, que se importava comigo, pelo menos um pouco. Quando chegamos fiz um aceno de cabeça para Nash e sai de seu carro entrando no colégio, ele já estava cheio de gente por já estar quase ba hora do sinal.

Andei por entre as pessoas e avistei aquela garota que nao via a tanto tempo, ela usava uma saia azul grapiada e uma camiseta branca, usava meias 7/4 e um All-Star nos pés.

Ela tinha um estilo diferente das garotas daqui. Seus cabelos castanhos avermelhados deciam pelas suas costas em uma cachoeira e seus olhos brilhavam com o livro que era estava nas mãos, parecia ser interessante a leitura. Me aproximei dela.

— Ei, garota – Chamei sua atenção, ela olhou para mim e um sorriso travesso brotou em seus lábios rosados.

— Oi Benjamin – Ela disse com animação na voz – No que posso te ajudar? – A garota fechou o livro e olhou em meus olhos, a tempestade em seus olhos havia mudado, estava calma e serena em um tom de cinza claro. Nunca havia visto olhos assim antes.

— Pode me dizer seu nome? – Perguntei passando a mão na nuca e sorrindo timidamente.

— Claro que sim, pois agora eu lembro dele – A menina deu de ombros e sorriu ainda mais animada do que estava antes, parecia que ela realmente não lembrava seu nome — Eu me chamo Margo.

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