"Eu não sei o que
Está te incomodando
Mas há tanta vida
À sua frente
E não vai ficar mais lento
Não importa o que você faça
Então, você só tem que aguentar firme Tudo o que podemos fazer é aguentar firme.

Tudo o que podemos fazer é aguentar firme.
Sim, você só tem que aguentar firme. Só, só aguente firme Só aguente firme por mim"

— Hold On, Shawn Mendes.

° ° °

Margo Point Of View:

Estava sentada naqurla droga de cadeira esperando a doutora me chamar. Eu realmente odiava ter que vir a este lugar e faltar as aulas, mas eu precisava vir, eu queria conseguir esquecer isso tão facilmente como esqueço outras coisas.

Meus pais fazem questão de lembrar-me que preciso estar aqui, falando com essa médica e deixando ela me examinar.
Aqueles olhos azuis não saiam da minha cabeça, seu cabelo castanho me encantava e seu sorriso tímido... Eu não conseguia esquecer este garoto, por nada neste mundo.

— Margo, querida? – Escutei alguém chamar-me e sai de meus pensamentos, olhei para a pessoa a quem disse meu nome e encontrei a doutora a sorrir para mim – Vejo que lembra do seu nome hoje.

— Vamos acabar com isso logo. – Murmurei e entrei em sua sala, sendo seguida pela mulher de branco. Eu odiava vir aqui, não me agradava ter que responder perguntas que as vezes me fugiam as respostas.

— Sente-se, Margo – A doutora suspirou ao se sentar na sua cadeira de couro preto, ela apoiou os cotovelos na mesa e me sentei na cadeira a sua frente, colocando os pés nela e abraçando minhas pernas – Se lembra o dia em que nasceu?

— Vinte e um de março, de... – O ano me fugiu dos pensamentos, mas eu tinha certeza que ainda estava ali. Logo veio à mim a minha idade, e diminui pelo ano em que estávamos – 1999.

— Hmm... Está melhor que na semana passada – Ela crispou os lábios e Mordi meu lábio inferior – Se lembra o nome de algum colega de sua escola?

— Lembro – Olhei para a janela ainda mordendo o lábio, eu queria que essa hora passasse rápido para ir para casa.

— Me diga os que você lembra – O seu tom de voz, parecia debochar de mim, jogar na minha cara que não conseguia lembrar algumas coisas, até mesmo meu próprio nome.

— Sthéfany... Letícia... Benjamin – Olhei para a mulher em minha frente, ela tinha um sorriso falso em seus lábios e me segurei para não sair correndo desta sala.

— O quê está na sua cabeça agora, Margo? – Ela aumentou um pouco seu tom de voz e o deixou mais desafiador, mas ela não sabia que eu amava desafios.

— Olhos azuis-piscina –Olhei para o chão e apoiei a cabeça nos joelhos.

— Como é o nome dos seus pais? – Essa pegou-me de surpresa, nunca conseguia lembrar qual eram os nomes dos meus pais. Mas agora, minha memória estava tomando o caminho de volta, nomes apareceram em minha cabeça.

— Eleonor e Robert Hunterwood – Eu a vi arregalar os olhos, eu havia acertado, tinha certeza. Uma barreira vencida, uma coisa em minha cabeça, aquele garoto apareceu na hora certa.

— Até a próxima sessão – Ela disse friamente e me apressei a sair da sala sem dizer nada.

Eu aguentei até o final, aguentei firme a pressão. Aguentei por causa daquele garoto, apenas falando poucas coisas ele me fez ser mais forte, não me encolher aos medos. Eu estou aguentando firme por um garoto chamado Benjamin, eu o encontrei em um corredor da escola.