Capítulo 01
Obs: É importante que vejam o CAST no capítulo anterior.
Ellen Vedder Stuart
Mais uma vez eu estou tendo de ouvir minha mãe reclamar de sua vida, do emprego, e de nós suas filhas. Minha paciência é a mínima, principalmente por ser o alvo desta casa, mesmo tentando todo dia ser um exemplo a ser seguido e uma boa filha. Eu simplesmente resolvi ignorar tudo com os fones de ouvido no volume máximo!
Me arrumo para o trabalho no qual é indesejável à mim, com uma roupa básica e não chamativa. O suéter vermelho caí bem em meu corpo, principalmente quando uso uma jeans preta e um clássico tênis all star azul forte, quase preto.
Assim que prendi os cabelos econferi o meu estado no espelho, peguei a minha bolsa e guardei o celular dentro. Saí de casa sem me despedir, e muito menos sem olhar na cara delas, atitude que me faz sentir o coração apertado. Eu preciso terminar logo a faculdade para poder pagar um loft, o dinheiro que recebo no bar dá apenas para pagar a mensalidade e ajudar com as compras do mês em casa.
Não tenho para onde ir, meus amigos não são pessoas boas, se é que posso chama-los de amigos, apenas simples companheiros. Eu poderia pedir ajuda para o meu pai, se eu simplesmente tivesse um pai. Ele vive com seus rolos, nunca sei quando ele falará a verdade, cria os três filhos da imunda da mulher dele, e me deixou como se eu não existisse, a mim e a minha irmã. Sinto uma tremenda mágoa dele, pois ele nem tenrou se algum dia um pai para nós. Maldito homem!
Homem no qual me abandonou, alias... Homens, como descreve-los? A grande maioria são seres imundos! Não, não quis generalizar, até porque ainda existe homens boas nesse mundo, mas não acredito na bondade alheia.
Infelizmente tive a minha primeira "experiência" com um homem, quando fui abusada com os meus dez anos pelo meu próprio primo.
Eu quero sumir deste lugar, encontrar pessoas com o mesmo raciocínio que o meu, mas nesta miséria não conseguiria nem sair deste estado, e ter toda hora a tua mãe no ouvido lembrando o quão imprestável é, não facilita em nada.
Já pensei em ir morar com a minha avó, mas sempre que penso nisso esqueço que para ela sirvo apenas de empregada, ela é tão manipuladora que me faz sentir pena de suas condições, mas sei que tudo não passa de fingimento!
Chego ao bar, encontrando com Dylan e Tyler no banco a frente do balcão e de costas, com certeza bebendo com o dinheiro que conseguiram em algum pequeno roubo. Pobres coitados! Mal sabem que isso será pior no futuro, que estes pequenos roubos irão levar eles a grandes loucuras!
Eu tenho pavor do Tyler, desgraçado!
Sem olhar para a cara do moreno, cumprimento Dylan com um aperto de mão, ele falou algo e logo riu, apenas fingi uma risada na qual saiu tão fraca e sem graça, mas fiz apenas para não parecer desagradável com ele.
—Aí, Ellen. Me vê uma vodka. —Vodka, bebidinha fraca! Bryan apareceu em frente ao balcão, escorando os braços sobre ele e passando as mãos sobre os fios de cabelos castanho e mal cuidado.
Pego a garrafa que já está na metade, coloco o copo em cima do balcão e sirvo a bebida para o homem, logo entregando para ele, que a mantém em cima do balcão. O comportamento dele me fez perguntar:
—Mais alguma coisa? —então eu coloco a garrafa no seu devido lugar.
—Uma garrafa de cerveja. — Viro para trás e a pego no refrigerador, coloco-a em cima do balcão.
—Seis dólares a garrafa, e pela vodka é dois.—Digo, observando ele retirar a carteira de dentro do bolso traseiro e abri-lá, pegando de lá as cédulas.
—Certo, aqui está. —Bryan pôs em cima do balcão o dinheiro e pegou as bebidas.
—Eu já irei te entrego o copo. -Aviso, e ele concorda com a cabeça.
—Estão liberando os quartos?—Ouço a voz de um homem, viro para ele e então respondo.
—Sim, à hora é quarenta dólares. —Digo, ele torceu o nariz, enrugando a testa assim que abriu a carteira. Pego o dinheiro dado por ele, guardo no bolso e vou até onde ficam as chaves, logo entrego para o homem que sorriu para a acompanhante e subiu os degraus para o medíocre do quarto.
Pego o copo para a cerveja de Bryan e caminho rumo a mesa dele, o homem geralmente vem nas sextas-feiras, beber e fumar neste imundo bar. Ele é lenhador, não tem familia e eu o julgo ser uma pessoa boa, a mulher o deixou, e as pessoas sentem pena dele, eu felizmente não possuo esse sentimento. Não se deve viver da pena das pessoas.
—Obrigado, Ellen. —Ele imediatamente foi servindo-se.
—Por nada, qualquer coisa chame.
—Eu beberei mais essa e estarei indo.—O homem deu um gole na vodka.
—Você sempre diz isso.—Demonstro o meu tédio na voz, mas enfim, isso não é problema meu.
Volto para trás do balcão e guardo o dinheiro no caixa. Observo um grupo de amigos entrarem e logo fecharem a porta, eles estavam suados, com regatas soltas no corpo e bermudas que deixavam amostra as pernas torneadas.
Não dei muita importância, mas os amigos se aproximaram e sentaram nas banquetas disponíveis em frente ao balcão.
—Quantos está a garrafa de uísque? —Um deles perguntou.
—Depende a marca.— respondo.
—Certo. Eu quero a mais cara. —Disse, fazendo questão de se exibir aos amigos.
—Certo. Quinhentos dólares. —O homem abriu a carteira e os sanguessugas o invejavam pelo olhar, todos aaparentavam querer a ostentação dele, mas com a com a excessão de um, aquele que mais me chamou atenção, que se manteve calado em meio a risadas e pedidos ao senhor endinheirado.
Caminho um pouco, ficando de frente a ele e logo pergunto:
—E ai, irá querer o que? —Eu não sei o motivo do meu tom de voz ter saído baixo o suficiente para apenas ele ouvir, o olhar do homem encontrou o meu e então seguiu impecavelmente encarando os meus olhos.
-Apenas uma água, sem gás. -Cuido cada palavra saída dos lábios dele, parecia tudo planejado, desde o seu tom aos lábios tão apetitosos. É normal cuidar a boca de um cliente enquanto fala? Talvez...mas e desejá-los?
O meu pequeno transe desapareceu quando risadas e piadas sem graça dos homens passaram-se a ser mais fortes do que o meu encanto por esses lábios.
—Está tão duro assim, Mason?—Mason, então este é o nome do moreno. O esnobe perguntou naquele deboche que o fez virar e lançar-lhe um olhar fuzilador.—Eu pago a sua águinha.
Eu sinto a frustração dele em meio a esse bando de imbecil, eu estou me sentindo irritada por ele, talvez por eu passar pela mesma coisa na faculdade.
Ele virou novamente, pegou o celular e passou a digitar nele, eu observava cada movimento seu, desde os dedos até a face, onde seu nariz mexeu como se estivesse mal da rinite.
—Hey, garota. Onde está o meu uísque?—Ele perguntou arrogante, então fui perceber que estava prestando atenção de mais nele.
Espero que Mason não tenha percebido.
Caminho rumo a prateleira das bebidas, pego o uísque mais caro e volto para o balcão, onde o homem me entregou o dinheiro. Eu conferi e quando fui guardar, ele novamente perguntou arrogante.
—E os copos?—respiro fundo e pego cinco copos, a quantidade de invejosos mais o imbecil esnobe.
—Mais alguma coisa? —Murmuro, e ouço o que não esperava. O meu sangue ferveu no mesmo momento!
—A tua bundinha. —Fecho os olhos e pressiono os lábios. Respira fundo, Ellen!
Vou rumo ao refrigerador e pego a água de Mason, ele nota a minha movimentação e guarda o celular. Coloco um copo em cima do balcão e quando fui por a garrafa, sinto a mão dele prensar em cima da minha que esta grudada no recipiente de plástico.
—Não ligue para eles.—Apenas fiz um esforço para mexer os lábios para o lado, em um sorriso fraco de lado.
—Tudo bem, eu já acostumei. —Mason retirou a sua mão da minha e eu sinto novamente o contato do ambiente frio na minha pele. —Ah, e... A água é dois dólares. -Ele pegou o dinheiro e me entrgou.
—Estamos indo. Valeu, Ellen. — Dylan falou.
Ele e Tyler levantaram e estavam indo ao rumo da saída.
—Apareçam.-Digo.
Enquanto dois saíam, uma entrou. Eu já havia visto a loura, só não me recordo de onde e quando nos vimos, ou talvez apenas eu tenha lhe visto.
Ela aproximou-se ficando atrás de Mason, com as mãos ela cobriu os olhos do homem, o que eu acho a coisa mais clichê e enjoativo do mundo! Besteirinhas de casal.
-Adivinha quem é?
Ela não esperou ele responder, foi virando a banqueta onde Mason está e sentou no colo dele, logo pondo a língua na boca do cara, tendo um beijo de Mason que chegou a me invejar.
Mason tem mãos tão grandes, onde ele segura as costas e com outra mão a coxa da mulher com força. Aqueles lábios deslizam junto aos dela numa intensidade que qualquer garota gostaria de estar no lugar dela.
—Vamos ir naquela festinha.-Ela falou assim que terminaram o beijo e eu observo tudo ou ouço enquanto retiro o saco de lixo para disfarçar a minha curiosidade.
—Eu estou cansado, e tenho treino amanhã. —Mason falou, que voz rouca! Espera, ele treina no que?–O teu pai anda muito severo!—Reclamou.
-Bobagem! Ele tem ciúmes da melhor filha.-Ela se gabou e ele riu. Uma risada indiferente.
—Claro.-Talvez estivesse concordado com ela para não deixa-lá ignorada. Que seja isso, amém!
—Aí, Sarah. — o esnobe levantou.—Volta para casa.— Ele caminhou até o casal e puxou o braço magro da loira
—Qual, foi?—A loira se exaltou, puxando o braço para si. —Me deixa com o meu namorado.
Ela deu ênfase no meu, então olho para ele, Mason mantinha um brilho nos olhos, enquanto olhava para os dois, aquela expressão de missão comprida, ou talvez seja apenas impressão minha.
—Eu disse casa.-O homem falou entre dentes e a garota se aproximou dele.
—Por favor, discussões fora do bar. —Ouço a voz do meu chefe.—Eu não quero acionar a policia.
Ele disse e o cara se afastou dela, então voltou para o balcão e agarrou a garrafa de uísque, o esnobe deu uma olhada para Mason, o mesmo que estava virado parece ter sido avisado por algo do além, pois ele também virou-se, e dali os olhares mais raivosos que alguém poderia ver.
Eu estou gostando disso, poder assistir de camarote ambos se matarem apenas pelos olhos, o desejo de socar um ao outro parece transbordar.
—Beleza, meu chapa.-O esnobe disse, levou a garrafa até a boca e deu um gole. Assim que o liquido passou pela garganta dele, o homem limpou os lábios com a palma da mão.—Sarah, vamos para casa.— mandou mais uma vez, a loira virou os olhos.
–Vai se foder, Jacob. Eu já sou maior de idade e o pai disse que eu podia sair.— ela falou um pouco mais baixo.
—É melhor ir, Sarah.—Disse o namorado, abrindo a garrafa d'água e despejando-a no copo. A namorada lhe olhou brava, talvez eles estivessem marcando de sair daqui e transarem, seria essa a tal festinha? Não foi desta vez, Barbie.
Ela saiu frustada, atropelando todos que se divertiam e logo saindo para fora, sem antes fazer o papel de garota mimada e bater a porta. Se Jacob e ela forem irmãos está explicado.
Jacob também foi, acompanhado da sua garrafa de uísque e junto à ele a patota de trouxas, parece que até o ar do ambiente melhorou!
Logo a cessão de karaokê começou, momento no qual é a minha pequena folga, fui para os fundos onde para na casa de John, o meu chefe. Ele me deixa a vontade para comer e fazer qualquer coisa, até porque ele não assinou a minha carteira, basicamente uma troca medíocre da parte dele.
Abro a garrafa de bebida, e pego um cigarro de John. Sento em uma cadeira e coloco os pés em cima da mesa.
Ascendo o cigarro e logo pondo entre os lábios, dou uma tragada. Logo é com a garrafa na qual o liquido passa queimando por minha garganta, isso é bom!
A fumaça passa por minhas narinas, minha cabeça vai para trás e meus olhos cuidam o destino que a fumaça toma com aquela luz forte transmitida da lâmpada.
Dou mais um gole e agora eu me sinto um funil nesta posição, a minha cabeça vai para o lado e com a porta entreaberta dou de cara com ele.
Mason se mantém sentado naquele mesmo lugar, onde dá para enxergar nitidamente a cozinha de John.
Eu não me importei. Viro a cabeça para o lado e volto a fumar e beber, como se aquele olhar não estivesse em mim.
Mas ifelizmente os meus minutos passaram-se rápidos, apago o cigarro dentro do cinzeiro e fecho a garrafa. Passo a mão no rosto, levanto e sigo rumo ao bar novamente. Fecho a porta desta vez, e sou recebida com mais pedidos.
Todos são atendidos.
—Deseja mais alguma coisa?— Pergunto assim que vejo ele brincar com a garrafa plástica.
—Eu não posso beber, então não. —Ele respondeu gentil, enquanto olhava a garrafa.
—Acredito que aqui não seria o lugar certo para beber uma água. — apoio os braços sobre o balcão.
—Eu gosto de olhar para as pessoas se divertindo.– Mason me olhou.
—E por que não se une a diversão?
—Porque eu sou como você. —Arqueio a sobrancelha, sem entender.—Gosto de me divertir sozinho.
—Está se referindo sobre antes?
-Sim, estou. -Deu de ombros.
—Ah.-Pressiono os lábios, um pouco constrangida.
—Eu estou indo. —Mason falou, ele pegou a mochila do chão e pôs nas costas.
—Ok, apareça...—Por que isso soou tão oferecido? —Para, observar a diversão.— Completo com a frase.
—Apareço,-Pausou—para observar a tua diversão. —Aquelas palavras me deixaram boquiaberta, não apenas por suas palavras mas sim por seu tom de voz. Não sei descreve-lô, mas eh adoro um mistério! —Tchau.
—Tchau.
Observo ele se afastar com aquele jeito masculino de andar, às costas largas naquela regata o deixa tão desejado! Meus dedos chegam a se encolher sobre a palma da mão, talvez para a vontade que eu estou desse homem passar.
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Tô voltando amores
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