Se essa rua...

"Se essa rua... Se essa rua fosse minha..."

Cantarolava Hyunjin, sentindo seu peito arder com a falta de ar pela casa empoeirada, observando no horizonte da janela de sua sala a rua de diamantes do rico vilarejo, cujo quando o sol refletia, as pedras de diamante iluminavam ricamente a redondeza, trazendo mais sofrimento ao seu ser.

"Eu mandava... Eu mandava ladrilhar... Com pedrinhas, com pedrinhas de diamantes... "

O Hwang suspirou, o gosto amargo da inveja cobria seus lábios, se vivesse naquele luxo, talvez ele não o abandonaria... Talvez eles estivessem juntos até hoje, sorrindo em um segredo apaixonado, cujo o amor apenas eles conheceriam.

"Só para o meu... Só para o meu amor passar..."

As lágrimas se uniam em seus cantos dos olhos, conforme caminhava pela casa de forma lenta e dolorosa de assistir, abrindo a janela de seu quarto enquanto via deste ângulo, o bosque obscuro e assustador que assombrava a todos os moradores pelas noites sombrias.

"Nessa rua, nessa rua tem um bosque..."

O Hwang suspirou, permitindo as lágrimas finas escorrerem pela face doente, as gotas caindo pelo seu colo como uma forma de prende-lo a sua dor, prende-lo unicamente ao seu sofrimento.

"Que se chama, que se chama solidão..."

As flores eram visíveis a olho nu, eram tantas pelo chão daquela floresta que notavam a coloração a distância, mas apenas de ver os aspectos obscuros das árvores, a falta de iluminação entre os troncos e folhas, a falta de animais, era assustador, se não fosse pela figura bela, de pele pálida e olhos rosas, que observava suas vítimas enquanto caminhava entre as árvores sem se importar de ser visto por alguém ou não.

"Dentro dele, dentro dele mora um anjo..."

O homem pálido de fios negros olhou de relance para a casa aos pedaços, a casa mais pobre daquele lugar, seus olhos belos se encontraram com os olhos negros e abatidos, mostrando uma feição dolorosa antes de sumir.

"Que roubou... Que roubou meu coração...''

Hyunjin de lembrou perfeitamente, o dia cujo foi corajoso e tolo, invadindo aquele belo lar em busca do anjo da lenda, foi um desafio de amigos seus.
Na época, era rico, mimado, um burguês da vila rica, que invadiu a floresta e se perdeu entre tantos troncos escuros mesmo durante o dia.

Hyunjin havia encontrado um rapaz belo, que sorriu para si, o abraçou e o encantou.
Sua voz cantarolava essa mesma canção, enquanto Hyunjin apenas sabia o ouvir e permitir que seus beijos fossem distribuídos pelos seus lábios inchados, em selares carinhosos e castos.

Hyunjin foi salvo daquela floresta graças a aquele anjo, porém... Não ficaria assim, ele se apaixonou.

No dia seguinte, que retornou a floresta, seu melhor amigo estava lá também, aos beijos com aquele mesmo anjo, que o levou para a saída e o salvou da mesma forma que fez com o Hwang.

Pobre Hyunjin... Não entendia que aquele era um ato comum ao anjo, guiar pessoas perdidas por meio de feitiços, encantos e sedução para fora da floresta e voltar a sua vida pacata e vazia.
Hyunjin não poderia aceitar uma idéia assim.

Hyunjin naquele dia brigou com seus amigos, descobriu que todos já viram o anjo, todos já beijaram o anjo, mas apenas Hyunjin estava ali, apaixonado tão loucamente.

Os boatos de um humano sobre feitiço de um anjo caiu sobre os moradores fofoqueiros rapidamente, sua casa foi tomada a força pelos próprios irmãos mais velhos, o deixando com o casebre velho da família no canto mais isolado daquele lugar rudimentar.

Ninguém queria um doente de amor por perto...

Hyunjin tentou retornar a floresta apenas mais uma vez, foi quando viu que haviam não apenas um, mas sim dois anjos.
O primeiro era o de fios negros, apelidado pelos moradores de Lee Know, pois Lee era um sobrenome comum e Know era de saber, pois ele sempre sabia quem estava perdido e como o levar a saída sem causar pânico.

Porém o segundo era um anjo pálido, ruivo e repleto de sardas.
Olhos verdes como esmeraldas e a feição fria.
Este era Lee Yongbok, o único cujo o nome era real, pois já se apresentou a um morador da vila.

Yongbok, ao contrário do outro anjo, não se importava se alguém estava ou não perdido, ele queria apenas se divertir.
Vendo um humano como Hyunjin ali, tão belo e perdido, Yongbok não tardou a se aproveitar e usar com o rapaz, a mesma artimanha da sedução que outro anjo tinha.

A diferença, era que ao invés de salvar e o guiar a saída, Hyunjin se perdeu entre os toques quentes e se entregou ao ruivo entre arbustos e galhos.
Ele não havia visto o rosto abatido e decepcionado que os fitava, não havia notado que Know havia os visto e estava com seu coração partido.

Hyunjin talvez não soubesse, mas sua beleza era grande até para os anjos, pois Yongbok só se interessou por sua pessoa graças a isso e Know... Pobre anjo Know, paixonado por um humano pois era idêntico a um falecido amor seu...

Desde este dia, aonde Hyunjin acordou suado e sujo na porta de sua casa, o Hwang chorava dia e noite tentando se desculpar com o anjo que nunca mais quis o ajudar, nunca mais quis o ver... Mesmo que só tenham de visto aquela primeira e última vez.

– Se eu roubei... Se roubei seu coração... – sussurrou Minho, o anjo Lee Know, observando da janela, pelo lado de fora da casa quebrada, o rapaz doente que aos poucos definhava de amor, desmaiado no canto de seu quarto – É porque... Só porque te quero bem.

A voz tão bela e melodiosa soava tão suave, ninguém além do próprio ouvia a canção, tanto pela distância, quanto pelo tom de voz, tão baixo quando um sussurro, mas tão maravilhoso ainda assim.

Se roubei, se roubei seu coração... – o Lee engoliu seco, sentindo sua lágrima brilhante pingar sobre a beira da janela, criando lentamente uma pedra de diamante bruto aonde antes era uma poça pequena de suas lágrimas – É porque... Tu roubaste o meu também...

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