Capítulo 9: Casa
Assim que conseguiu resolver tudo para fugir de Seattle, jogou-se no jato de volta para casa, queria muito estar no conforto do seu lar, agora que tudo estava no lugar certo, que ela tinha conseguido ver o resultado do seu plano. Tinha o dia todo evitado a aproximação com Andrew Thompson, assim ele não acharia que agora eram amiguinhos de infância, a distância imposta de um país talvez tivesse o propósito de deixar isso bem claro.
Passou pela porta, dando um suspiro de puro alívio, foi até o escritório e lá deixou a pasta que carregava com notebook e documentos importantes. Ter um closet no seu novo apartamento em Seattle a poupava do inconveniente de carregar a mala, será que deveria mandar um bilhete de agradecimento para a sua personal shopper? Por sinal acertou muito bem nas peças escolhidas.
Assim que entrou no quarto, seu espaço mais do que sagrado, caminhou até a grande parede de vidro, apreciando a vista da cidade além do Central Park, morava em um dos poucos prédios de arquitetura moderna da região. Enquanto apreciava a vista que a acalmava, retirou os sapatos altos os descartando. Abriu os primeiros botões da camisa.
- Eu gostaria de ficar vendo o show, mas temos assuntos muito mais importantes para conversar. – A voz rouca veio de algum canto do seu quarto.
Ela se vira assustada para a sombra sentada em um dos lugares escuros.
- Seu sistema de segurança é muito falho. – Ele continua demonstrando mais preocupação, do que qualquer outra coisa.
- Thomas, o que faz aqui? Invadir minha casa não é algo muito bom de se fazer. – Falou em uma clara advertência, a sorte que ela não estava com uma arma na mão, poderia ter levado um tiro.
- Isso é uma ameaça? – O homem não pode conter a ironia.
Ele se levanta e caminha até ela, a encarando até que seus olhos desceram e ele pode ver a curva dos seios sob o sutiã de renda branco, ela não se importou em fechar os botões que já tinha aberto da camisa.
- Talvez seu mais novo pet... – ele empurrou o jornal no peito dela e continuou caminhando, parando diante da janela e colocando as mãos nos bolsos. – ...aprecie o espetáculo que você ia oferecer.
- O ciúme o trouxe aqui? – Ela tinha um sorrisinho petulante no rosto enquanto lia a matéria do jornal, com a fofoca do ano. A manchete dizia: "Muito mais do que uma parceria, será?".
- Você sabe muito bem, porque estou aqui. – Ele lança um olhar frio para ela. – Eu já era contra matar uma pessoa, agora promover uma chacina, foi um pouco demais. – A voz carregava um tom de censura vivo, ele condenava aquele tipo de violência.
- Não sei do que você está falando irmãozinho. – Ela deu um olhar inocente, então descartou o jornal sobre a cama, caminhou até a mesa de cabeceira e pegou a carteira de cigarro, retirando um que acendeu e deu uma longa tragada.
- Quando vai parar com isso? – Ele falou entredentes, impaciente com a falsa inocência dela.
- O cigarro? – Ela maneia a mão que segurava o referido cigarro, deu um sorriso que foi quebrado por outro trago.
- Falo de outro vício. – Ele estava começando a ficar irritado com aquela postura indiferente diante do ato cometido.
- O Sexo. – Ela deu um sorriso provocador, enquanto caminhava até ele de forma sedutora.
- Katherine, você pode enganar a todos, menos a mim. Sei por que montou este teatro usando este tal de Andrew Thompson. Fez toda essa cena, levou até o seu cão de guarda para o outro lado do país, para que ninguém consiga imaginar que a grande empresária está ligada a morte do grande chefe do crime de Boston e a maioria do seu bando. O interessante é que só as mulheres feitas como reféns dele escaparam, o ataque da "quadrilha rival" – ele enfatizou as armas – não quis ficar com elas ou matar possíveis testemunhas. Isso coincide com coisas que você já fez antes, a diferença é que deixou de fazer pessoalmente e mandou outras pessoas fazerem, mas a crueldade é a mesma Katherine! A mesma!
Ela terminou o percurso do caminhar lento diante dele, em meio ao grande monologo, olhou, esperou ele terminar para então falar:
- Seu método não é eficaz, investigá-los e entregar para a polícia em um embrulho. Você mesmo já mexeu os pauzinhos para prender o Carlucci, e ele mexeu os pauzinhos, pagou os juízes certos e bam! Lá está ele solto de novo! – Ela abriu um sorrisinho zombeteiro. – Agora quero ver ele fugir do caixão.
Passou pelo homem retomando o caminho até a janela, dando um trago e soltando a fumaça lentamente. Ele observou os contornos dela, um longo suspiro escapou dos seus lábios.
- Se um dia eu precisar parar você, eu vou parar. Porque não posso deixar você se tornar tão criminosa quanto eles.
- Meu caro, olhe pelo lado bom, a sua cidade agora está limpa. Pelo menos a zona portuária. – Falou de forma simplista, como se falasse de um projeto urbanístico.
Ele caminha até ela, a virando para ele, arrancando o cigarro das mãos dela e esmagando em um cinzeiro próximo que repousava sobre uma mesa de apoio, sinalizando que a conversa ficaria séria. Então a pegou pelos ombros, forçando a encará-lo.
- A que preço? Ao preço da sua alma? Porque você está vendendo a sua alma para fazer essa maldita limpeza. – Ele falava com um misto de raiva e revolta.
- Minha alma já se perdeu a muito mais tempo, mio caro. – A indiferença na voz dela era cortante, mostrava o quanto ela estava morta.
- Não, não se perdeu. Eu vejo no fundo dos seus olhos. – Ele a olhava nos olhos, tentando confirmar sua afirmação.
Ela aproximou os lábios próximos ao dela, a milímetros e sussurrou no tom certo só para eles ouvirem, aquele pequeno segredo compartilhado.
- Da mesma forma que vejo no fundo dos seus olhos algo que eu pensei que estava adormecido.
O homem fechou os olhos, respirou fundo, tentando manter o controle. Até que ele levou a mão aos cabelos dela, a puxou, beijou de forma intensa, sem o mínimo aviso e ela se entregou sem um pingo de protesto. Era um beijo sem um toque de gentileza, ao contrário, era cheio de urgência, bruto e cru, em que ela devorava os lábios dele de forma intensa, a entrega de longos anos de sentimento adormecido aconteceu ali, como se uma barragem tivesse se rompido e ninguém pudesse conter a velocidade que a água descia pelo rio.
Ela se sentiu em casa ao encontrar os lábios dele que tinham uma familiaridade incrível, voltou a sentir-se a adolescente que um dia o amou sem limites. Era familiar, mas com um toque novo, sem a inocência, era como fogo espalhando-se.
As mãos indo até os botões da camisa dele, abrindo-os com ansiedade, enquanto ele sem um pingo de cuidado, abriu a camisa dela fazendo os botões voarem. Ele a empurrou contra a cama, onde a mulher caiu sobre os lençóis de algodão puro, em meio a maciez do cobertor, sem dar muito tempo para pensar, o homem retomou o beijo sem muita cerimônia, cobrindo o corpo dela com o dele, e a mulher o acompanhou naquele momento de entrega, enquanto a mão dele vagava pela coxa feminina, subindo um pouco da saia, que também tinha a ajuda do movimento da perna dela que acariciava a lateral do corpo dele, revelando o topo de renda da meia três quartos, que foi acariciada por ele, reverenciando o pecado que a visão impressa em sua mente trazia.
A urgência era maior, o desejo que os devorava, sem um pingo de generosidade ou calma. Tanto que em questão de segundos a calcinha foi rasgada, em meio a uma mordida dela ao lábio inferior dele. E em questão de minutos, ele a penetrava, a estocando forte, entrando sem nenhuma sutileza e os gemidos abafados por lábios que seguiam naquele encontro urgente e selvagem.
Eles se consumiam enchendo o quarto de ruídos violentos e guturais, selvagens e animalescos. Até alcançarem o ápice, quando ele caiu para o lado, ofegante, fechando os olhos. Assim como ela, que sentia ainda pulsar devido ao orgasmo, mas arder pela força do encontro.
- O que nos tornamos? – Ele perguntou sentindo a culpa invadi-lo.
- Duas vítimas da SUA escolha. – Ela respondeu de forma amarga.
Saindo da cama e indo para o banheiro, deixando-o sozinho, mas no ar estava bem claro o recado: "Vá embora! Volte para a sua casa! Me deixe só!".
***
Essa e outras músicas estão na playlist da Trilha Sonora no Spotify: https://open.spotify.com/playlist/2l7XQw3oh4uZidoumVL96a?si=G5fRfy3uSMimeWcN9OFNmQ
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