͙ࣳ 𖥔 ⸰. capítulo 12 .⸰ 𖥔 ͙ࣳ
as armadilhas da batcaverna e filoctetes, o bode surtado

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CECÍLIA REY HAVIA PERDIDO as contas de quantos vezes teria morrido durante o caminho até a entrada da mansão se não fosse por Leo salvando sua pele.

Primeiro o alçapão sensível a calor no passeio - foi a parte mais fácil para ela, já que por conta de sua baixa temperatura corporal não seria difícil a confundirem com um cadáver -, então os lasers nas escadas, os pregos envenenados sensíveis a pressão no tapete de "boas-vindos" e é claro, a campainha explosiva. Cecília nunca se sentiu tão bem-vinda em um lugar como se sentiu na mansão fo batman.

Obviamente Leo, o Bob Construtor, desativou tudo rapidamente e ninguém foi fazer um visita até Hades. Como se ele tivesse um sexto sentido para desastres mecânicos iminentes e soubesse exatamente o que fazer para evitá-los e salvar a pele de todos.

Cecília estava mais focada em afastar o frio de perto dos semideuses, — que antes tremiam até ranger os dentes — então era óbvio que se não tivesse Leo se preocupando com tudo aquilo, ela teria um encontro nada legal com seu tio-avô mais cedo do que imaginava. Se bem que para os conceitos de um semideus, Cecília achava que estava durante muito. Isso não era bom.

━ Bob construtor ataca novamente. ━ Uma fumaça de vapor saiu de sua boca, sumindo logo em seguida.

━ Você é incrível, cara. ━ Disse Jason, o que não foi uma boa ideia, embora suas intenções fossem as melhores.

Todo mundo estava sentindo o clima tenso, o que era inegável. Primeiro, Jason e Leo quase se mataram. Segundo, Leo perdeu um grande amigo. Emoções demais para apenas um semideus que ao menos tinha o privilégio de parar e respirar. Missões frenéticas, perdas rápidas e correrias desenfreadas, era óbvio que a Leo estaria a um passo de explodir. Jason teria o azar de ser o primeiro a queimar se continuasse com suas tentativas de ajudá-lo.

Ele tinha realmente as melhores intenções, mas Leo estava em uma posição complicada para aceitar elogios e consolos. Cecília começava a perceber apenas naquele momento que talvez, assim como ela, Leo Valdez fosse o tipo de pessoa que odiasse precisar de ajuda. E para pessoas como eles, pena e empatia era semelhante a uma tortura lenta e dorolosa.

Leo fez uma carranca, os lábios apertados em uma linha firme apenas confirmavam as suspeitas de Cecília.

━ Sim, sou incrível ━ nem um pouco convincente, enquanto examinava a fechadura da porta da frente. ━ Não posso consertar um dragão direito, mas sou incrível.

━ Ei, aquilo não foi sua... ━ O loiro tentou dizer mais foi interrompido.

━ A porta da frente está destrancada. ━ anunciou Leo, evitando olhar para Jason.

Cecília não poderia culpá-lo.

━ Está? ━ Piper olhou para a porta incrédula. ━ Todas aquelas armadilhas, e a porta está destrancada?

Leo virou a maçaneta. A porta abriu facilmente. Ele pisou no lado de dentro sem hesitação. Fugindo de Jason e de seus conselhos e altruísmo.

━ Ele precisará de algum tempo para superar Festus. Não leve isso para o lado pessoal. ━ Piper tentou confortar Jason.

━ É.. É, ok.

Jason parecia se sentir horrível. Cecília agora entendia o porquê. Ele passará de apenas um garoto desmemoriado com todos os trejeitos de um general, para apenas um semideus de dezesseis anos cheio de incertezas. Cecília sabia que ele estava se sentindo culpado pelas coisas cruéis que dissera para Leo. Ela ainda sentia a hesitação do filho de Zeus quando falava com ela. Jason estava coberto pela culpa de atacar dois de seus companheiros de equipe, companheiros esses que ele tanto se cobrava em proteger.

━ Piper, eu sei que estava confuso em Chicago, mas aquela coisa sobre o seu pai... se ele está em perigo, eu quero ajudar. Não me importo se é uma armadilha ou não.

Cecília percebeu o momento em que as palavras de Jason foram ditas totalmente fora de hora. Piper pareceu ficar repentinamente abalada.

━ Jason, você não sabe o que está dizendo. Por favor não faça eu me sentir pior.

Ela mergulhou para dentro da mansão, fugindo de Jason e seus conselhos e altruísmo.

Cecília pegou Jason pelo braço o puxando para longe da porta.

━ Você é filho de Zeus, mas tem que parar de ser um cabeça de vento, Loiro. ━ Ela sussurou para ele, olhando dentro dos olhos elétricos. ━ Sei que acha que é responsável por eles, isso não significa que precisa sempre dar seus conselhos fora de hora, Cabeça de vento.

Ela teve que se segurar para não rir. Percy era um completo cabeça de alga e Jason era um cabeça de vento, os dois primos eram escorregadios e alheios.

━ Só quero que ficamos unidos. ━ Jason abaixou a cabeça, os cabelos loiros sempre penteados para trás caíram sobre seus olhos azuis. ━ Temos que estar juntos e resolver as coisas como um só. Somos uma equipe, não somos?

━ Somos sim, mas as vezes precisamos de um tempo sozinhos. No momento certo eles vão procurar ajuda, antes disso eles precisam colocar a cabeça no lugar. Isso serve pra você também. ━ Ele levantou os olhos para as mãos da Rey, que seguravam o seu braço antes de olhar para os olhos cristalinos. ━ Vamos, antes que você vire picolé de novo, Cabeça de vento.

Cecília o puxou para dentro.

A única iluminação da casa vinha de fora, deixando todo o grande ambiente em uma quase escuridão. Um brilho fraco entrava pelas frestas das cortinas grossas que cobriam as janelas de aproximadamente três metros de altura. Várias estátuas de metal em tamanho real estavam distribuídas pelo salão. O eco de seus passos soavam pela mansão.

━ Fogo? ━ Cecília escutou Piper perguntar a Leo.

━ Não está funcionando.

Leo parecia frustrado, o que significa que eles continuariam no escuro. Cecília seria sincera em dizer que só queria cair em um canto e dormir. Ultimamente ela só pensava em uma boa soneca.

━ Faltam algumas horas para o amanhecer. ━ Lembrou Jason logo depois que eles chegaram a conclusão que explorar a caverna do batman no escuro era completamente perigoso, então ficariam juntinhos todos eles. ━ Está muito frio para esperar do lado de fora. Vamos trazer as gaiolas para dentro e acampar nessa sala. Esperamos pela luz do dia, então podemos decidir o que fazer.

Ninguém ofereceu uma ideia melhor.

Eles trouxeram as jaulas com o Treinador Hedge e os espíritos da tempestade para dentro e se estabeleceram na mansão escura. Leo não parecia no ânimo de fazer mais tacos. Além disso, ele não tinham fogo, então se contentaram com a comida fria. A Rey realmente não se importou, ela já havia comida coisas muito piores do que uma conida gelada.

Sendo sincera ela estava se sentindo agitada. Suas entranhas pareciam coçar de ansiedade. Ela não queria dormir, embora fosse tudo o que pensava. Quase tudo. Cinquenta porcento de seus pensamentos estavam em Percy Jackson, porque o garoto filho de Poseidon era mais que apenas o melhor amigo que passou a ser visto como um irmão. Ele era tudo pelo o que Cecília lutaria.

Os outros vinte cinco porcento ela listava todos os desastres futuros que aquela missão aguardava. A última porcentagem ela passava pensando no Acampamento Meio-sangue.

Porque tirá-la de dentro do acampamento era a parte fácil. Durante anos ela esteve cumprindo missões longe daquele lugar, mas era impossível apagar a lembrança do acampamento dela. O seu cheiro era uma memória vivida, Cecília desejava que se um dia partisse dessa para melhor pudesse sentir aquele cheiro único — que deveria ser tão comum — de grama molhada e plantações de morangos uma última vez. Ela era capaz de visualizar os campos verdes e saudáveis, a casa grande pintada de azul, os chalés, os estábulos com os pegasos descansado no final da tarde, anfiteatro durante as noites de fogueira e comemorações, o pavilhão e as inúmeras guerras de comida sem motivo, o lago de canoagem que sempre vivia fugindo, a floresta dividida durante o caça bandeira e o estreito de Long Island. Era preciso apenas fechar os olhos e ela estava de novo em casa. O cheiro impregnado não só em sua pele, mas em sua alma.

❄︎❄︎❄︎

━ Ahhhggggggh!

Cecília Rey acordou brava.

Ela despertou com um sobressalto, eufórica e alerta. Não se lembrava com o que sonhara, apenas que era sobre coisas felizes e agradáveis, e, quando acordou, poderia ter batido em algo. O grande salão era iluminado pela luz da manhã, entrando timidamente pelas frestas da cortina. Ela com toda certeza não teria acordo com um péssimo humor logo cedo se não fosse o Filoctetes gritando e destruindo completamente a mobiliário. Cecília torceu para que Bruce Wayne não se irritasse.

É claro, ele não era o verdadeiro Filoctetes: era apenas o sátiro pirado, Gleeson Hedge. E é claro que a mansão não pertencia a Bruce Wayne.

━ O Treinador está acordado ━ Anunciou Leo, o que era meio que desnecessário.

━ Valeu por avisar, Leo. ━ Disse esfregando os olhos.

━ Treinador! ━ Gritou Jason. Hedge virou, os olhos escuros mergulhados em selvageria.

━ Você é a nova criança. ━ Ele baixou a clava, parando com seu show de acesso de raiva e então acrescentou: ━ Valdez, McLean e o que está acontecendo? Estávamos no Grand Canyon. Os anemoi thuellai estavam atacando e... O que está fazendo aqui Rey? ━ Perguntou focado em Cecília, mas antes que pudesse responder, Hedge mirou em das gaiola dos espíritos da tempestade, e seus olhos se arregalaram. ━ Morram!

━ Alguém para esse sátiro maluco! ━ Gritou.

━ Opa, Treinador! ━ Leo entrou no seu caminho, o que era bastante corajoso, mesmo que Hedge fosse quinze centímetros mais baixo. ━ Está tudo bem. Eles estão trancafiados. Nós só te tiramos da outra gaiola.

Eles continuaram a tentar conter o sátiro, que em um rápido instante pareceu perder completamente sua agressividade raivosa. Cecília esfregou os olhos se sentando no chão, enquanto observava os trio tentar explicar tudo o que havia acontecido naquele meio tempo em que Gleeson Hedge permaneceu prisioneiro. Ela fechou os olhos apoiando a cabeça na base na lança fixa no chão.

━ Então, esse é o covil da bruxa, é? Por que tudo é de ouro?

━ Ouro? ━ Cecília escutou a voz de Jason e abriu os olhos novamente.

A sala era repleta de ouro — literalmente —, as estátuas, o conjunto de chá que Hedge esmagara, a cadeira que era definitivamente um trono. Até as cortinas, que pareciam ter se aberto sozinhas no romper do dia pareciam ser tecidas com fibra de ouro.

━ Que merda... ━ Disse Cecília olhando ao redor.

━ Olha a boca, Rey! ━ Repreendeu o Treinador Hedge, recebendo um bico em resposta.

━ Por isso toda aquela segurança lá fora. ━ O Targaryen mirim murmurou.

━ Bem que podíamos encher um pouco os bolsos. ━ Cecília sorriu olhando para os três semideuses.

━ Não vamos roubar. ━ Claro, príncipezinho.

━ Não é roubo, é pegar emprestado sem uma data de devolução. ━ Disse gesticulando com as mãos.

━ É o destino, cupcakes! ━ Hedge interrompeu, parecendo nem um pouco interessado na discussão dos semideuses. ━ Estou destinado a protegê-los. Qual é a missão?

Humilde demais.

Antes que eles pudessem decidir se queria explicar, um homem gordo de batba branca e num roupão branco saiu com uma escova de dentes dourada na boca. Cecília não julgava, se fosse tão rica daquele jeito, andaria pintada de ouro.

Ele paralisou quando viu os adolescentes imundos e deploráveis ocupando seu salão, junto com um homem anão do tamanho de uma criança.

━ Lit, meu filho? ━ A escova de dente caiu de sua boca. ━ Venha aqui, por favor. Há pessoas estranhas na sala do
trono.

O Treinador Hedge fez o de sempre. Ele levantou sua clava e gritou:

━ Morra!

━ Alguém segura esse bode, pelo amor de seu pai, Jason!

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É muito importante que voltem e comentem, a cada apoio a está fanfic, me dá mais motivo para continuar.

Beijinhos