Uma dançarina de prestigio

Eu era uma garota de quinze anos cheia de sonhos e ambições, estava a beira do início da adolescência, provando novos gostos e vendo um novo mundo se abrir a minha frente, o ano era de 2010, e uma mudança repentina para outro pais abalou minhas estruturas me fazendo perder amigos e também meus costumes bobos e comuns que eu carregava desde a infância.

Com um pai formado em ciência e uma mãe biomédica, nós nos mudávamos com frequência sempre para locais onde precisavam de ajuda para desenvolver alguma vacina ou estudar alguma nova doença, ao contrário do que pensem eu não era uma adolescente rebelde, triste ou resmungona, eu até gostava de viajar e conhecer novos lugares, mas não esperava me mudar para o outro lado do mundo e ter que recomeçar logo nessa idade.

Eu ainda mantive meus sonhos e me foquei neles ao passar dos dias naquela nova cidade, mesmo estando longe dos meus amigos procurei manter a rotina que possuía nos Estados Unidos e me mantive firme mesmo com a dificuldade de aprender o idioma e dominar a cultura respeitosa e contida da Coreia do Sul. Meus pais também tiveram seus desafios e aos poucos nós fomos nos acostumando e aprendendo a viver naquele novo lugar.

Ao contraio do que você possa imaginar eu tinha um sonho totalmente diferente do que a profissões dos meus pais, eu sempre me destaquei muito na dança e amei a forma como podemos nos mover e nos expressar por meio dela, para mim dançar era mais o do que um hobbies ou uma forma de se distrair e sim uma forma de dar meu melhor e sentir meu corpo, eu não tinha explicação para como amava aquilo e como me fazia bem dançar.

Lembro-me que confidencie aos meus pais meu verdadeiro sonho eles se assustaram um pouco, pois planejavam me colocar em uma das melhores faculdades para eu seguir o ramo da família, no entanto independente de tudo eles respeitaram minha decisão e prometeram me apoiar independente do que acontecesse no caminho, confiariam em mim e nas minhas habilidades que eram muito elogiadas pelos professores onde eu praticava.

Sim, eles fizeram isso por mim também, na verdade desde quando eu morava nos EUA meus pais sempre pagaram aulas de dança para mim, quando pequena o ballet, quando demonstrei desagrado migrei para o jazz, por um tempo tentei dança contemporânea, mas achei no estilo livre a melhor forma de me expressar e também dançar, ali fiquei mesmo depois que vim para esse novo país e ainda assim eles acharam um novo local para eu praticar e continuar.

Aqui existia um estilo de música chamado k-pop, é diferente do que estou acostumada, mas devo assumir que me encantei com ele principalmente pelas danças bem organizadas e as batidas envolventes. E foi bom também para melhorar minhas habilidades e também aprender mais.

Com o tempo fui amadurecendo mais a ideia de seguir meu sonho, pensei em duas possibilidades bem obvias uma de me tornar uma trainee em alguma empresa ou então voltar para meu país de origem e tentar entrar para um famoso estúdio de dança que existe, onde treina e capacita jovens para que possam ser coreógrafos ou dançarinos para famosos. A cada dia que passava eu recebia mais e mais elogios de pessoas desse ramo quando me viam executar passos difíceis ou complicados e isso me dava forçar para continuar correndo atrás, além de também sempre estar vencendo competições ligadas a isso.

Eu iria conseguir, eu tinha certeza disso!

E com a chegada dos meus 17 anos eu achei que tudo ficaria ainda mais fácil, acabei mudando de ideia com respeito a entrar para uma empresa de kpop, mas ainda possuía vários convites de estúdios renomados para me juntar e crescer, a dúvida era qual eu iria escolher? Ficar ali ou voltar para os Estados Unidos e tentar lá?

Com 17 anos eu não pensava em nada além de realizar meu sonho de infância e não esperava que nada me desanimasse ou parasse, mas aí...

Tudo mudou radicalmente!

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