XXIX
15:16 pm.
-Não vou fazer isso.
O gangster riu da coragem do rapaz.
-Não? - Ele perguntou, o rapaz negou e o gangster deu de ombros. - Muito bem. É realmente uma pena, parece que a amável Raquel não vai poder viver por mais um dia.
Os olhos de Eugene se arregalaram e o rapaz engoliu um nó em sua garganta. O gangster pegou o telefone para avisar seus capangas, mas Eugene o interrompeu.
-Se eu concordar, vai deixar a Raquel e a mim em paz? - Ele perguntou, o gangster o olhou por um momento, contemplando suas opções.
-Muito bem, se não falhar, eu os deixo em paz.
Eugene soltou a respiração, aliviado com a possibilidade de sair daquele pesadelo.
-O que eu preciso fazer?
O Fúria da Noite sorriu.
-É bem simples: você vai explodir um cofre do banco, - ele explicou - Você precisa chamar a atenção da imprensa, eles precisam saber o que você está fazendo. A polícia com certeza vai te perseguir, mas é fácil se livrar deles. - Eugene assentiu. - E se você for pêgo, eu mesmo te mato.
19:00 pm.
Eugene estava pronto com a Lamborghini Veneno estacionada a algumas quadras do banco, o detonador da bomba estava em suas mãos e por um momento ele hesitou, mas logo balançou a cabeça e pressionou o botão.
O barulho da bomba explodindo pôde ser ouvido de onde ele estava e ele apertou o volante com força, pronto para acelerar com o carro quando fosse a hora.
Ele ouviu as sirenes da polícia e dos bombeiros se aproximando, com as mãos suadas ele acelerou o carro, passando por algumas das viaturas policiais. Os policias identificaram o carro e, como o esperado, foram atrás do rapaz.
A luz de um helicóptero iluminou o carro e mais viaturas se juntaram à perseguição. Entretanto, a Lamborghini era rápida demais e Eugene não conseguia controlar o carro muito bem, ele não conseguia fazer curvas fechadas, o que causava alguns arranhões na pintura perfeita do carro.
Ele ouviu tiros e acelerou mais ainda. Ele estava a quase trezentos quilômetros por hora, a paisagem era um borrão do lado de fora, os tiros o ensurdecia e ele estava desnorteado com tantas coisas acontecendo ao seu redor ao mesmo tempo.
Não foi surpresa para o rapaz quando invadiu uma loja de brinquedos com o carro e bateu em uma das prateleiras, finalmente parando. Em um piscar de olhos, ele estava cercado.
-Departamento de Polícia de Berk, saia do carro com as mãos para cima! - Eram as instruções dadas pelo policial que gritava no magafone.
Eugene suspirou.
-Se você for pêgo, eu mesmo te mato. - As palavras do gangster ressoavam em sua cabeça, mas isso já não importava mais, pelo menos Raquel estava segura, certo?
Se convencendo de que aquela era a verdade, Eugene abriu a porta da Lamborghini e saiu com as mãos erguidas.
-Não se mexa ou vamos atirar! - O mesmo policial o avisou e Eugene apenas revirou os olhos, mas não se mexeu.
Um policial se aproximou dele e o algemou com as mãos nas costas, o empurrando para fora da loja de brinquedos e dentro de uma viatura.
19:34 pm.
Em seu apartamento, Soluço tentava não quebrar tudo ao ver como Eugene havia destruído sua Lamborghini e sido pêgo pela polícia. Ele pegou o celular e rapidamente ligou para Jack.
-Que porra está acontecendo, Frost?! - Ele gritou assim que o albino atendeu.
-É apenas um contratempo, chefe. - Jack tentou explicar, mas não teve muito êxito.
-Um contratempo? Se esse filho da puta abrir a boca, estaremos todos fodidos! Tire ele de lá agora ou vai ser a sua cabeça que vai estar no meu escritório de manhã! - Ele gritou e desligou sem esperar por uma resposta.
Passando uma das mãos pelos cabelos, ele soltou a respiração.
'É nisso que dá mandar um ladrãozinho fazer o trabalho de um gangster.' Disse "sua consciência". 'Nós vamos perder tudo por causa de uma burrice sua!'
Minha??!
'Sim! Sua! Por culpa dessa sua obsessão com esse projeto de Barbie!'
Batidas na porta impediram o rapaz de responder sua consciência.
'Deve ser sua Barbie, Ken.'
Revirando os olhos, Soluço foi até porta, apenas para constatar que a irritante voz estava certa mais uma vez ao ver Astrid parada na porta.
A loira sorriu para ele e ele viu o alívio em seus belos olhos azuis. Ótimo, ela acreditou, pelo menos uma notícia boa essa noite.
-O que faz aqui, boneca? - Ele perguntou, fazendo a garota dar de ombros.
-Estava entediada no meu apartamento e resolvi te ver. - Ela mentium fazendo o garoto rir.
-Bom saber que eu sirvo apenas para tirar o seu tédio. - Ele comentou com ironia. - Mas é uma pena que eu não possa te ajudar essa noite.
A loira franziu a testa.
-Por que não?
'Porque um imbecil foi pêgo pela polícia e eu tenho que tirar ele lá para poder matá-lo com minhas próprias mãos.'
-Noite de poker com os rapazes. - Ele disse a primeira coisa que passou por sua cabeça e Astrid ergueu uma sobrancelha.
-Você vai trocar por poker? - Ela perguntou sem realmente acreditar que aquilo estava acontecendo.
-Vou. - Ele repondeu, não tendo uma escolha.
Astrid o olhou de cima a baixo antes de dar de ombros.
-Tudo bem. - Ela disse e se virou em direção ao próprio apartamento, Soluço suspirou.
-Espere. - Ele a chamou. Ainda de costas para ele, Astrid mordeu o lábio para conter um sorriso. Ela ouviu os passos dele se aproximando e não se moveu. Ela sentiu as mãos dele em seus ombros, descendo por seus braços e subindo mais uma vez. -Astrid, boneca, minha linda... Eu prometo compensar amanhã.
-Como?
Ele pensou por um momento, mas acabou dando de ombros.
-Eu não sei, você decide.
O sorriso voltou aos lábios da loira.
-E eu posso escolher qualquer coisa?
Soluço deu de ombros.
-Qualquer coisa. - Ele afirmou. Astrid se virou para ele, o beijando rapidamente nos lábios antes de se afastar com um sorriso presunçoso.
-Eu espero que você saiba patinar, amor. Nós vamos patinar no gelo amanhã. - Ela se afastou, deixando Soluço preso nos próprios pensamentos.
O rapaz apenas retornou à realidade quando escutou a porta do apartanento dela se fechar.
-Merda, eu não sei patinar. - E com esse comentário ele voltou para seu apartamento, não perdendo mais tempo e ligando outra vez para Jack.
22:45 pm.
Astrid virou a garrafa de vodka, apenas para se decepcionar com o recipiente vazio. Pausando o filme em sua televisão e deixando a pipoca de lado, ela saiu de sua cama, desceu as escadas e foi até a cozinha.
Ela mexeu nos armários, procurando por mais do líquido transparente, mas não encontrando nada. Ela grunhiu de frustração, agora ela teria que sair para comprar!
Ela pegou a carteira, um casaco e vestiu os sapatos, a loja de bebidas não era muito longe, então ela não precisva ir de carro. Assim, ela fez seu caminho para fora do apartamento e em seguida para fora do condomínio.
As ruas eram escuras e silenciosas, mas estava tarde então ela não se preocupou, ela estava distraída, com a mente em nenhum lugar em particular, até que ouviu o "click" de uma arma atrás de si e o cano frio ser pressionado atrás de sua cabeça. Astrid prendeu a respiração, congelada onde estava e sem saber o que fazer.
-Entre no carro.
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