XI
'"Cause I love them bad girls
Doing bad things
Lookin' hot with an attitude
Love them bad girls
Like a bad dream
Shouldn't want them but I do
And I can't, help it, no
Damn it feels good when you're messing with a bad girl''
-Bad Girl, MKTO.
71 dias antes...
Berk, 21:04 pm.
Astrid havia acabado de deixar Soluço sozinho na mesa de jantar. A loira havia dito que precisava "retocar a maquiagem" e saiu da mesa.
Ela e Soluço estavam em um belo restaurante no centro. O restaurante era do prefeito e padrinho do Haddock: Bocão. Então os dois tinham uma ótima mesa, com uma ótima vista da cidade. Era bem romântico e, se Astrid não conhecesse bem esse jogo, estaria impressionada.
Ela entrou no banheiro vazio e soltou uma respiração. Foi até o espelho, retirou o celular da bolsa e enviou uma mensagem para Cabeça-Quente:
Asty (21:04 pm.): Você está bem?
Ela deixou o celular de lado enquanto esperava por uma resposta e encarou a si mesma no espelho, decidindo corrigir as pequenas imperfeições da maquiagem.
No restaurante, Soluço a esperava. Ele sorriu ao decidir brincar com a garota, se convencendo de que já era hora do Fúria da Noite saber dos efeitos que seu pequeno presente teve.
No banheiro, Astrid terminava de aplicar mais uma camada de máscara para cílios quando seu celular apitou e a tela se iluminou com uma mensagem:
Você tem 1 nova mensagem.
Era o que se lia no visor. Imaginando que fosse apenas Cabeça-Quente a respondendo, Astrid desbloqueou a tela, apenas para que seu coração quase pulasse pela boca quando leu:
Desconhecido (21:05 pm.): Gostou do meu presente, princesa?
Engolindo a seco, ela ignorou o lado são de sua mente e respondeu:
Asty (21:05 pm.): Não, me livrei dele.
Ela apenas precisou esperar alguns momentos antes que ele respondesse:
Desconhecido (21:06 pm.): Eu pensei que colocaria um sorriso no seu rosto :(.
A loira revirou os olhos.
Asty (21:06 pm.): Eu estava apenas sendo irônica.
Desconhecido (21:06 pm.): Você precisa trabalhar mais na sua ironia, princesa.
Astrid suspirou, cansando daquelas mensagens.
Asty (21:07 pm.): Pare de me incomodar!
Ela deixou o celular de lado e voltou a trabalhar em suas pequenas imperfeições. Alguns momentos se passaram e uma onda de alívio a invadiu ao perceber que ele realmente havia parado de incomoda-la.
Seu celular tocou outra vez e a tela se iluminou.
Você tem 1 nova mensagem.
Mais uma vez imaginando ser Cabeça-Quente, ela desbloqueou a tela e...
Desconhecido (21:10 pm.): Já disse que está linda essa noite?
Sua respiração ficou pesada ao ler. Ele a havia visto?
Astrid respirou fundo algumas vezes, tentando se convencer de que ele apenas estava brincando com ela.
Desconhecido (21:11 pm.): Sempre imaginei que você ficaria linda de azul e dourado.
Se Astrid estava de alguma maneira conseguindo se acalmar, naquele momento ela precisava de uma bombinha de asma. Ele a havia visto! Mas como? Onde?
Asty (21:11 pm.): Onde você está?
Desconhecido (21:12 pm.): Eu comando Berk, princesa, estou sempre em todos os lugares. Eu vejo tudo, inclusive o seu amiguinho que está com você nesse restaurante.
Astrid arfou, temendo pela vida de Soluço.
Asty (21:12 pm.): Vai machucá-lo?
Desconhecido (21:13 pm.): Quer que eu machuque?
Asty (21:13 pm.): Não!
Desconhecido (21:13): Então não vou ;).
Ela franziu a testa. Ele machucava quem ela queria? Desde quando?
Asty (21:13 pm.): Desde quando faz o que eu quero?
Astrid se arrependeu assim que clicou em "enviar". O que ela tinha na cabeça? Ela estava provocando um gangster psicopata!
'É, foi bom conhecer o Soluço.'
Astrid revirou os olhos para a voz em sua cabeça.
Ele não vai matar o Soluço só por causa de uma mensagem.
'Ele arrancou a cabeça do Eret na noite passada porque você não soube usar a ironia, o que acha que ele vai fazer com o Soluço? Provavelmente vai matar e te mandar os órgãos para guardar de lembrança.'
Astrid balançou a cabeça, tentando se convencer de que a voz estaria errada dessa vez. Ela voltou a olhar para o celular quando ouviu outra vez o som de notificações.
Desconhecido (21:14 pm.): Você já dançou com o diabo na pálida luz da lua?
Ela franziu a testa, mas suspirou, ótimo, ele havia ignorado sua mensagem.
Asty (21:14 pm.): O que isso significa?
Desconhecido (21:14 pm.): ;).
Ela esperou mais alguma mensagem dele, mas ela não veio, ao invés disso Cabeça-Quente finalmente respondeu:
Cabeça-Quente (21:16 pm.): Respirando conta como "bem"?
Astrid revirou os olhos para a amiga.
Cabeça-Quente (21:16 pm.): Eret não responde as minhas mensagens e nem atende minhas ligações.
'Porque ele está morto e a cabeça está na minha banheira.'
Cabeça-Quente (21:16 pm.): Acho que aconteceu alguma coisa ruim.
Astrid engoliu a seco antes de enviar:
Asty (21:17 pm.): Aposto que ele está com alguma vadia por aí.
Astrid guardou o celular sem esperar por uma resposta e voltou para o restaurante. Ela se sentou na mesa outra vez e Soluço sorriu de forma irônica.
-Eu pensei que você tivesse morrido lá dentro. - Ele brincou e Astrid revirou os olhos.
-Eu tentei, mas os remédios ainda não fizeram efeito. - Ela brincou de volta e os dois riram por um momento.
23:45 pm.
Astrid pegou mais um par de luvas de látex antes de subir as escadas para seu quarto. Ela entrou em sua suíte, vendo o crânio na água agora fria. Ela se inclinou, pegando os ossos e secando em uma toalha. Ela retirou a água da banheira, jogou as luvas no lixo e saiu com o crânio.
Ela voltou a descer as escadas, abrindo a pequena porta em baixo dela. Ela pegou a caixa de decorações para o Halloween e jogou o crânio lá dentro. Ela saiu do pequeno armário e trancou a porta.
'Precisamos de um celular novo.' A voz em sua cabeça a lembrou, Astrid assentiu, decidindo que compraria um no dia seguinte.
Ela subiu as escadas outra vez e entrou em seu quarto. Ela franziu a testa com as cortinas brancas balançando com o vento, isso era incomum, normalmente as portas de vidro que levavam à sua sacada ficavam fechadas.
Mais uma vez ignorando o lado são de sua mente, Astrid abriu as cortinas e entrou na sacada, apenas para encontrar seu mais novo admirador sanguinário parado ali, de costas para ela.
-Como entrou aqui? - Ela perguntou, o som da voz dela o fazendo se virar para vê-la com um sorriso torto nos lábios.
-E qual seria a graça em te contar? - Ele perguntou em tom brincalhão, fazendo Astrid revirar os olhos.
-O que você quer? - Ela perguntou soando mais confiante do que realmente estava.
Ele se aproximou alguns passos dela e Astrid estava congelada demais para dar um passo para trás.
-Eu te fiz uma pergunta que você não me respondeu.
Astrid franziu a testa, inclinando a cabeça para o lado.
-Qual pergunta?
-Você já dançou com o diabo na pálida luz da lua? - Ele sussurrou, agora a apenas um passo dela.
A respiração de ambos se chocavam, Astrid sentia o perfume dele, uma mistura de perfume masculino sangue e pólvora que a embriagava. Ela o olhos nos olhos verder e frios, se perguntando que tipo de mistérios haviam por trás deles.
-Não. - Ela respondeu, a voz apenas um pouco mais alta do que um sussurro.
O gangster a puxou pela cintura, fechando o espaço entre eles, grudando seus corpos. Astrid nada fez, ela estava completamente encurralada, em transe, acorrentada e submissa àqueles olhos verdes que não saíam dela enquanto ela inconscientemente entrelaçava os dedos com os dele e uma de suas mãos segurava levemente seu ombro.
Eles não tinham música alguma, mas nenhum dos dois parecia se importar, eles criavam o próprio ritmo: dois passos para trás, dois passos para frente, um giro completo...
Os dois ficaram assim por um tempo, tempo demais, tempo o suficiente para que ele se inclinasse e a beijasse e para que Astrid beijasse de volta.
Ele era um gangster, um ladrão, assassino, psicopata, ele era a personificação do próprio Diabo, ainda assim, ali estava ela o beijando como se o amanhã jamais fosse chegar.
A parte sã de sua mente chorava, gritava e implorava para que ela parasse, para que fugisse e o entregasse para a polícia, para que contasse tudo o que havia acontecido nos últimos dias. Mas Astrid não podia, ela havia ido longe demais com tudo aquilo desde a noite em que decidiu não entregar a arma, ela estava envolvida demais com tudo aquilo, ela havia se tornado cúmplice, mandante de um assassinato brutal e, depois desse beijo, possivelmente amante do maior gangster do país. Ela não podia entregá-lo, se o Fúria da Noite caísse ela cairia também, ela perdeira tudo e esse era um risco que ela não estava disposta a correr.
Os dois se separaram ofegantes e Astrid não se atreveu a abrir os olhos e olha-lo quando disse:
-Você deveria ir.
Ele apenas riu, a beijando mais uma vez e mais uma vez Astrid correspondeu. O Fúria da Noite a empurrou para dentro do quarto sem quebrar o beijo, não se dando o trabalho de fechar a porta da sacada atrás de si.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top