IV
"Eenie meenie miny mo
Get your lady by her toes
If she screams, don't let her go
Eenie meenie miny mo
Your mother said to pick the very best girl
And I am
Running through the parking lot
He chased me and he wouldn't stop
Tag, you're it
Tag, tag, you're it
Grabbed my hand, pushed me down
Took the words right out my mouth
Tag, you're it
Tag, tag, you're it".
-Tag, You're It, Melanie Martinez.
Ainda onze semanas antes...
Berk, 23:59 pm.
O motorista estacionou em frente ao condomínio de classe média alta onde Astrid moraria enquanto o pai estivesse em Londres. Ele abriu a porta para ela, que sorriu em agradecimento e saiu do carro, entrando no prédio.
Ela entrou no elevador , pressionando o último botão, indo direto para a cobertura que seu pai havia comprado e deixo pronta antes de ir.
O elevador fez um pequeno "ding" antes de abrir.
O piso da cobertura era enorme e com apenas dois apartamentos, 1056 e o dela: 1057. Ela tirou as chaves da pequena bolsa que estava com ela e foi até a porta.
Ela apenas teve tempo de girar a chave na porta antes de ouvir o "ding" do elevador outra vez, imaginando que fosse apenas seu vizinho, ela nada fez.
-Está me seguindo? - Ela se assustou com a voz atrás dela e se virou apenas para se encontrar com Soluço Haddock.
Astrid revirou os olhos.
-Claro, eu não consigo ficar longe de você, amor. - Ela disse com ironia e ele riu.
-Que bom, isso significa que eu venci.
Ela riu com ele e ele se aproximou, pegando seu pulso antes que ela fosse capaz de colocar um dos pés no apartamento. Ele a empurrou na parede, a prendendo segurando as mãos dela, se inclinando e a beijando nos lábios.
Astrid tentou soltar as mãos enquanto o correspondia, mas ele não a soltava. Ela revirou os olhos mentalmente e desistiu de se soltar.
Soluço mordeu o lábio dela levemente antes de descer os beijos pelo pescoço dela, soltando suas mãos e a puxando pelo quadril para dentro do apartamento dela. Ela tirou os saltos quando os dois estavam perto das escadas e ele fez o mesmo com os sapatos que usava.
Ele voltou a beijar os lábios dela e ela o puxou pela escada, tirando a jaqueta dele quando chegaram ao topo. Eles entraram no quarto dela aos tropeços e caíram na cama dela, com ela por cima.
76 dias antes...
03:15 am.
Astrid acordou em uma sala escura. Ela franziu a testa, olhando em volta. A sala era completamente vazia, com apenas um espelho e ela olhou seu reflexo: um vestido rosa claro chegado aos joelhos, um laço branco amarrado na cintura e prendendo seus cabelos loiros em um rabo de cavalo alto, meias sete-oitavos lilases e pequenas botas brancas. Ela ergueu uma sobrancelha, o que estava acontecendo?
Ela olhou em volta mais uma vez, encontrando uma escada do outro lado da sala que levava para cima. Ela caminhou até a escada, os degraus de madeira rangendo sob seus pés.
Ela alcançou o topo da escada, chegando a uma pesada porta de madeira. Ela conhecia aquela porta de algum lugar...
-Não... - Ela arfou, se afastando alguns passos da porta.
Seus olhos lacrimejaram e ela balançou a cabeça com força. Ela fechou os olhos, ainda balançando a cabeça. Aquilo não podia estar acontecendo, ela não estava ali, ela abriria os olhos e estaria em seu quarto, segura.
Ela abriu os olhos, suas lágrimas escapando ao ver que continuava no pequeno porão. Astrid olhou para a base da escada, encontrando apenas a velha cama de casal.
Ela começou a soluçar, a respiração pesada e inconstante. Ela queria gritar e bater na porta até que alguém fosse salvá-la, mas ninguém viria.
Gritar e bater na porta apenas pioraria sua situação, apenas o faria vir até ela.
-É um pesadelo, é um pesadelo, é um pesadelo... - Ela murmurava com as mãos ao lado da cabeça, segurando os cabelos com força enquanto as lágrimas rolavam por seu rosto. - É um... - Ela começou, parando ao ouvir os passos pesados se aproximarem.
A porta se abriu e ela deu um passo para trás, vendo o homem à sua frente, sorrindo de maneira psicótica, se aproximando dela e ela deu passos para trás, descendo as escadas.
-Não... Por favor... Vai embora. - Ela implorou, ele riu de forma grotesca, ainda se aproximando.
Ela atingiu a lateral da cama, caindo no colchão velho, sabendo que estava completamente sem saída, impotente. Ele subiu na cama, engatinhando lentamente até ela e Astrid nada podia fazer. Ele era maior, mais forte, mais rápido. Ela não tinha saída e ninguém viria salvá-la, assim como ninguém acreditaria nela.
O homem ficou sobre ela, com as mãos ao lado de seus cabelos loiros. Ela soluçava baixinho, as lágrimas ainda caindo e ela podia dizer que ele se divertia em vê-la desse jeito. Ela olhou no par de olhos castanhos sobre ela e um arrepio percorreu sua espinha.
Ele aproximou o rosto do dela e ela fechou os olhos com força.
Um tiro ressoou pelo porão e Astrid abriu os olhps a tempo de ver o sangue do homem jorrar e respingar em seu rosto quando a cabeça dele recebeu o impacto. Ela se assustou com a vista. O que estava acontecendo?
Ela olhou para as escadas, encontrando um rapaz qua aparentava ter sua idade. Ela não sabia quem ele era, ele usava uma máscara negra ao redor das orbes verdes. Os cabelos eram castanhos-avermelhados e ele usava uma roupa de couro negra.
Ele colocava sua Pistola FN calibre 5.7 no quadril quando olhou para ela, com os olhos verdes ainda desconhecidos.
Astrid acordou assustada, olhando para todos os lados e suspirando de alívio ao perceber que estava em seu quarto, segura, com Soluço dormindo pacificamente ao lado dela.
Ela se levantou da cama e foi até sua suíte, ascendeu a luz e se olhou no espelho. Graças a Thor Soluço não estava acordado, a última coisa que ela queria era que ele a visse assim: com o rosto vermelho pelas lágrimas, os cabelos grudados à pele - agora extremamente pálida - pelo suor, a respiração pesada e ofegante, os lábios secos e brancos. Aquela no espelho não era Astrid Hofferson. Não, Astrid Hofferson era perfeita: com cada fio de cabelo em seu lugar, as bochechas levemente coradas, assim como os lábios, os olhos azuis brilhantes, mas não por lágrimas. Aquilo em seu reflexo não era ela, era um fantasma, uma garotinha abalada por seu passado.
Seu passado... Algo que ela pensara que havia superado. Dez anos de remédios e sessões de psicanálise deveriam ter ajudado, e ralmente ajudaram, ela não era mais a garotinha assustada por seus fantasmas, por mais que houvessem sequelas incuráveis, ela não sofria mais com os pesadelos... Até essa noite.
Ela se inclinou na pia, molhando os pulsos, rosto e nuca. Ela pegou uma toalha branca e se secou, se virou para sair do banheiro e se assustou com Soluço escorado no batente da porta.
-Você está bem? - Ele perguntou, a olhando de cima à baixo, procurando por algo que indicasse que ela não estava bem.
'Não.' A voz em sua cabeça o respondeu, a fazendo revirar os olhos.
-Estou, volte a dormir. - Ela tentou acabar com o assunto, mas Soluço sabia que tinha alguma coisa de errada.
-Você estava gritando enquanto dormia.
Astrid passou por ele, saindo do banheiro e entrando no quarto outra vez.
-Foi apenas um pesadelo, nada de mais. - A voz na cabeça dela riu de forma irônica 'Com certeza, nada de mais, só um lembrete do que fodeu com o seu psicológico e te fez frequentar um psicanalista por dez anos, mas não é nada com que ele deva se preocupar.' - Eu só preciso de algumas pílulas para dormir melhor.
-Ou precisa de um abraço. - Ele disse, abrindo os braços para ela que apenas revirou os olhos antes de sair do quarto.
Soluço riu, voltando a se deitar na cama, com a cabeça apoiada nas mãos.
Astrid desceu as escadas, indo para a cozinha.
Ela mexeu em cada armário da cozinha e estava quase desistindo quando encontrou as pílulas. Ela colocou uma na boca e bebeu um copo de água, guardou as pílulas no armário outra vez e voltou a subir as escadas.
Ela entrou em seu quarto e se deitou na cama, não muito próxima do Haddock. Enquanto ela esperava para a pílula fazer efeito, Astrid começou a pensar em seu pesadelo.
Ela havia sonhado com a mesma coisa há muito tempo, mas uma coisa a intrigava: o final. Não era para ter acabado desse jeito. O que aquilo significava? E, mais importante: quem era o ganster que a havia resgatado?
Astrid suspirou, desistindo de esperar que a pílula fizesse efeito. Ela olhou para Soluço, que continuava acordado, olhando para o teto.
-Soluço? - Ela o chamou.
-Hmm? - Ele continuou com os olhos no teto.
-Ainda posso ter aquele abraço? - Ela perguntou, o fazendo rir, ele olhou para ela, gesticulando para que ela se aproximasse e ela assim fez.
Ele passou um de seus braços pela cintura dela e ela apoiou a cabeça em seu pescoço, suspirando antes de fechar os olhos. Astrid não sabia se ela estava confortável pu se a pílula havia funcionado, mas, em apenas alguns minutos, ela adormeceu, dormindo tranquilamente e, felizmente, sem sonhos.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top