capítulo 38

JIMIN

Era difícil sustentar o sorriso no rosto, não podia demostrar o medo que eu sentia naquele momento.

O almoço com meu pai não aconteceu da melhor forma e isso me deixava preocupado com o que aconteceria quando eu chegasse em casa.

Não podia deixar Jungkook preocupado, ele já tinha os próprios problemas e não queria ser mais um.

A única coisa que me deixava um pouco melhor, era saber que Jeon estava perto de conseguir romper o contrato, não estava feliz apenas por mim, mas também por ele que finalmente estaria livre.

O resto do dia passou rapidamente, infelizmente eu não tinha escolhas não podia ignorar o que iria acontecer. Tentei sorrir sempre que Jungkook me olhava, não podia causar desconfianças.

Quando o trabalho acabou, o moreno disse que me levaria para casa, minhas mãos suavam muito, podia sentir meu coração batendo por todo o corpo de forma intensa.

-Amor, tá tudo bem ? - já estávamos dentro do carro, era óbvio que o moreno estava preocupado comigo, eu me sentia horrível por ter que esconder algo desse tipo dele.

-E-esta sim...não se preocupa - sorri de forma que o tranquilizasse.

O resto do caminho foi como caminhar até a morte, nenhum dos dois falava nada, estávamos presos em nossos pensamentos, cara um com sua carga de problemas.

Assim que o carro parrou, Jeon me olhou e selou meus lábios, agradeci pelos vidros serem escuros, pois minha mãe estava me esperando em frente a porta de casa.

-Jungkook - lhe chamei inseguro.

-Oi, meu bem.

-Eu te amo - aquele era a frase mais verdadeira que eu já disse em minha vida, precisava deixar claro para ele o sentia, por medo de não poder fazer isso em outro momento.

-Eu amo você - nossos rostos estavam encostados, seus olhos presos aos meus - prometo te tirar daqui.

Não respondi, não queria criar expectativas e esperança em algo que talvez não acontecesse, sabia que ele faria de tudo para conseguir, mas mal sabia se eu conseguiria sobreviver a essa noite.

Infelizmente não pude ficar ali por muito tempo, sai do carro, abraçado com a minha bolsa, atravessei os portões que foram abertos pelos seguranças da casa.

Minhas pernas tremiam e eu sentia o peso das lágrimas em meus olhos. Aylin me abraçou assim que passei por ela, de longe poderia parecer algo maternal, porém eu entendia suas intenções o que me causava mais medo ainda.

-Seu pai está no escritório com os amigos, eles estão a sua espera - a mulher disse com um sorriso.

Concordei com sua fala, apenas com um aceno de cabeça e caminhei para dentro. Haviam muitos funcionários por todo o lugar, senti alguém pegar a bolsa dos meus braços e vi Lisa me olhando.

Lisa era a única funcionária da casa que parecia se importar com a minha presença, mas não ao ponto de me ajudar, eu não julgava a garota, ela era muito nova e tinha medo dos meus pais, eu não podia ser egoísta e correr o risco de fazer a menina perder o emprego.

-Manoban, não o atrase, não vai querer enfrentar o mau humor do meu marido - minha mãe disse de forma ácida.

A loira se escolheu e saiu dali após se curvar em um pedido de desculpas. Aylin não ficaria em casa, ela odiava ter que me ver após as festinhas dos meus pais, talvez seu consciência pensasse ao ver meu corpo.

Subi as escadas com medo, as pernas quase falhando, meu único pensamento era que Jeon me perdoasse por mentir, rezava para que nada acontecesse com ele caso eu não voltasse.

Assim que entrei no corredor do escritório, pude ver dois seguranças em frente a porta, eles eram pagos para ignorar tudo que vissem ou escutassem.

Eu os conhecia bem, trabalhavam ali desde que eu era um bebê, as vezes eu conseguia ver um fundo de pena no olhar deles, mas sempre era ocultado por uma expressão de tédio.

A porta foi aberta e mesmo que eu quisesse correr, eu entrei. Meu pai estava sentado na sua típica cadeira de couro, em suas mãos havia um copo com whisky, a bebida predileta dele.

A sua volta, estavam seus amigos, no total eles eram cinco, eu já os conhecia eles apareceram na mesma época que os seguranças.

-Eu disse que queria você aqui as 19:00 ! - a voz de Choy era firme e demostrava toda sua insatisfação, senti um arrepio passar por todo meu corpo, escondi minhas mãos que tremiam - se ajoelhe.

Parei em frente a ele me ajoelhando, meu coração pesava, mas não podia ser um covarde, precisava pensar que se não fosse eu ali seria Jungkook.

Estar naquela posição era humilhante, senti um par de mãos percorrer meu corpo, senti a pouca cor que havia em meu rosto sumir ao perceber que era Soobin.

Sua mão adentrou meu cabelo, não consegui conter o grito ao sentir meus fios serem puxados de forma bruta, fazendo meu rosto ficar de frente ao seu.

-Você é tão insolente, não sabe seguir uma regra básica - meu rosto virou com a força do tapa do meu pai.

Aquilo foi como um convite para que os outros pudessem me machucar, Julian me deu um chute na costela, me fazendo perder o ar por alguns segundos.

Queria poder dizer que tudo aquilo era algo novo, mas eu já estava acostumado, Park Choy sempre fez questão de reunir seus amigos para essas festas particulares, era uma forma de eles aliviarem a raiva.

Eu era como um boneco para eles, sentia os impactos de seus tapas, socos e chutes, até mesmo usavam cintos e outros objetos para me baterem.

Já havia passado por muitas surras e torturas nas mãos deles, minhas costas e corpo possuía muitas cicatrizes, principalmente nas pernas por conta dos fios que usavam para me prender.

Não aguentava mais chorar, se quer tentei pedir por ajuda, sabia que ninguém me ouviria. Segurei todos os gritos, esperando pela hora que ficaria inconsciente para não ter que aguentar aquela dor.

-Você é útil apenas para isso - Julian sussurrou em meu ouvido - é apenas um bonequinho idiota, feito para ser machucado.

Por mais que minha cabeça quisesse acreditar em casa uma daquelas palavras, eu fazia questão de lembrar de Jungkook, de todas as coisas boas que ele falava sobre mim, cada elogio ou toque amoroso.

O moreno era minha maior força, eu andaria pelo inferno, enfrentaria milhares de torturas se isso significasse que meu namorado estaria bem, da mesma forma que ele faria comigo.

Fechei meus olhos, eu já não sentia mais dor, meu corpo estava anestesiado, sentia o sangue escorrendo de meu corpo, sorri ao sentir meus olhos pesar, sabendo que agora não sentiria mais nada.

❤️❤️❤️notas da autora❤️❤️❤️

Oiê amores, capítulo novo para vocês, quero deixar dois avisos para vocês.

1- não haverá mais capítulos desse tipo pelo menos não com os meninos, não prometo nada sobre uma surra futura nos Park e nos Jeon kkkkk.

2- vou postar mais um capítulo ainda hoje, por que  é aniversário da autora, mas quem ganha o presente é vocês kkkkk ❤️


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