4. Pagou um boquete?

Ariana Grande

Eu contei para Maya sobre o que havia acontecido mais cedo e descobri que ela também não gostava de Marie. Continuaríamos naquele assunto por um bom tempo se Liam não tivesse passado correndo por nós duas, roubando toda nossa atenção.

— Alguém está apertado para ir ao banheiro. — eu disse, rindo do meu próprio comentário.

— Ariana! — a garota repreendeu-me. — Você não viu a cara dele não? — perguntou, indignada com a minha falta de empatia.

Neguei e parei de rir quando percebi que Maya estava preocupada de verdade, principalmente porque ela não era o tipo de pessoa que ligava muito para os outros.

— Vai lá falar com ele. — pediu-me e franzi o cenho, reprovando a ideia. — É sério, por favor, Ariana. — insiste.

Aquele pedido não fazia muito sentido vir justamente dela. Por que era tão importante se ele estava bem ou não?

— Por que eu? Vai você! — tentei livrar-me daquela tarefa.

— Porque ele não aceitaria ajuda de uma pessoa que odeia. — falou, mas sentiu uma certa dificuldade em admitir aquilo.

Aquela informação era nova, fazendo muitas dúvidas surgirem em minha mente. Por que Maya sequer ficaria preocupada com alguém que a odeia?

Mesmo que eu quisesse enche-la de perguntas e mais perguntas naquele momento, resolvi fazer o papel de boa menina e ajudar o pobre garoto, afinal não custava nada fazer uma boa ação.

Corri para tentar alcançá-lo e por sorte ele não havia ido muito longe.

— Liam! — chamar pelo seu nome foi o suficiente para que ele parasse e eu conseguisse finalmente aproximar-me do mesmo.

Fiz o que uma pessoa com um bom coração faria e o abracei. Seus braços apertaram-me forte, fazendo com que eu pudesse sentir todos os seus músculos do abdômen. Mordi os lábios e amaldiçoei-me por ter pensamentos tão sujos em um momento tão delicado e em que ele estava tão frágil.

Seu suspiro aliviado provou-me que aquilo era tudo o que ele precisava no momento.

— Quando eu te vi correndo para fora da escola pensei que poderia estar precisando de uma ajuda. — menti, eu só estava ali porque Maya havia pedido mesmo.

— É. Minha cabeça está explodindo. — confessou.

— Quer ir para casa? Posso chamar meu motorista para te levar. — tirei meu celular do bolso pronta para ligá-lo.

— Você tem motorista? Não acredito. — riu alto, deixando-me desacreditada com sua audácia. — É possível ser mais patricinha do que isso?

— Cala a boca. — falei, em um tom descontraído. — É que ainda não consegui tirar minha carteira de motorista. — expliquei.

— Nem imagino o porquê. — sugeriu que eu era uma péssima motorista.

Fazendo todas aquelas piadas pude concluir que ele não tinha medo do perigo. E isso era o que eu mais odiava nele. Enquanto os outros temeriam minha reação, Liam apenas achava graça. Será que eu estava perdendo a minha essência?

— Você é muito idiota. Por que eu resolvi vir atrás de você mesmo? — cruzei os braços e revirei os olhos.

O pior era que aquilo não era nem de longe o suficiente para me deixar brava com ele e seu sorriso fazia com que eu quisesse socar sua cara por ser tão adorável.

— Aposto que é por causa do jeito eu passo os dedos pelo meu cabelo. — disse sacana e passou a mão por seus fios castanhos, tentando fazer uma expressão sexy.

— Se toca, Liam Payne. Eu só estava praticando uma boa ação.

— Ah, virou santa agora? — cruzou os braços.

— Nunca fui. — eu disse, com um sorriso malicioso no rosto.

Em uma fração de segundos a tensão sexual tomou conta do ar ao nosso redor, fazendo-me sentir um misto de excitação e vergonha. Era um pouco contraditório assim como tudo sobre mim era.

— Mas é bom saber que você gosta de praticar boas ações. — Liam cortou o silêncio. — Talvez eu possa vir a precisar delas um dia. — piscou para mim, com uma feição safada.

— Seu pervertido! — dei um tapa em seu braço e seu rosto contorceu-se de dor. — Desculpa, não era para ter te machucado. — passei os dedos em seu braço, analisando a vermelhidão presente ali.

Um simples toque era suficiente para que meus hormônios dessem sinal de vida. Eu não queria admitir, mas a verdade era que Liam estava se transformando em uma ameaça à minha sanidade.

— Eu só estava brincando. — achou graça da minha preocupação, fazendo-me bufar. — Sabe, você é um pouco mais legal do que eu imaginava.

— Isso era para ser um elogio? — perguntei e ele deu de ombros. — Bom, acho melhor eu voltar para lá, ainda tenho que almoçar. — dei um passo para trás, sinalizando minha saída.

— Tudo bem. Vou para casa, mas não precisa se preocupar com carona, estou com o meu carro hoje. — sorriu antes de virar de costas e seguir seu caminho.

Assim, finalmente pude respirar fundo e ir para a Cafeteria encontrar com Maya.

— Como ele estava? — ela afobou-se para perguntar, quando sentei ao seu lado. — Toma aqui, peguei seu almoço. — entregou-me um prato e agradeci, sentindo-me faminta.

A essa altura, todos da mesa encaravam-me, esperando a resposta para o que Maya havia perguntado.

— Bem. — foi a única coisa que eu disse.

— Sério? Ele saiu detonado daqui. — Niall contou.

— É, você fez o quê? Pagou um boquete para ele sentir-se melhor? — Harry interrogou-me, com as sobrancelhas franzidas.

— Meu Deus, Harry. Por que é sempre você que tem que falar a merda? — Louis disse, e era provavelmente o que todos da mesa estavam pensando.

— Olha quem fala, boca grande. — Harry respondeu, com a cara fechada.

— Você não viu nada ainda. — Louis levantou da mesa rapidamente, com os braços apoiados na mesma, desafiando o cacheado e chamando a atenção das pessoas das mesas que estavam ao redor da nossa.

— Ei, ei, ei! Guardem o barraco para outro dia. O foco agora é o Liam. — Maya relembrou, tentando acalma-lós. — Continua, Ariana.

— O que vocês querem que eu fale? — perguntei, achando aquilo muito tedioso.

— Como que ele melhorou do nada, por exemplo. — seus olhos brilharam de curiosidade.

— Não sei, a gente só conversou. — continuei comendo minha comida, implorando mentalmente para que esquecessem o assunto.

Eu não gostava de interrogatórios. Se nem meus pais ficavam em cima de mim daquela forma, quem eram eles para ficar? Minha paciência já estava esgotando-se.

— Eu sabia. Ela pagou um boquete. — Harry voltou a insinuar que eu havia praticado tal ato.

— Não, eu não paguei. E não posso fazer nada se você acha que para uma pessoa melhorar seu humor a única alternativa é o sexo. — falei furiosa, e cada vez mais meu ranço por aquele garoto aumentava.

— Dois a zero para Ariana. — Louis comemorou, recebendo um olhar assassino de Harry.

— Então, onde vocês pretendem assistir o jogo do Norwich e Bristol City? É esse sábado. — Niall mudou o assunto e mostrou o quanto era sensato.

Finalmente uma conversa a qual eu não fazia parte. Eu só queria comer minha salada em paz.

Fiquei remoendo em minha mente tudo o que havia acontecido naquele dia. Perguntei-me porque era tão difícil para eles, e principalmente para Harry, compreender que Liam havia melhorado depois de nossa conversa.

N: Esse é o meu capítulo preferido até agora.

Revisei ele com tanto sono que to até merecendo uma chuva de votos e comentários. Mesmo assim se tiver algum erro peço desculpas.

Obrigada a quem ta acompanhando e me incentivando a continuar❤️

Ah, e vocês perceberam que eu consegui postar mais rápido dessa vez?

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