U-nico

Pai de menina

Geto respirava pesado em sua cadeira presidencial, não conseguia focar na reunião de maneira alguma, não com a lembrança do encontro.

"Kento fura olho desgraçado!" A raiva era sem razão, depois de tantos anos separados não poderia cobrar nada ela, ainda assim se sentia traído, ideias terríveis de que a cacheada o traiu enquanto estavam casados ou até mesmo que ela pediu divórcio para ficar com o loiro passaram pela cabeça dele o atingindo como uma faca afiada.

-- Geto vai para casa. A reunião acabou a meia hora e você continua encarando a janela. -- Miguel comentou despertando Suguru.

-- Passe os recados para Carmela e peça pra ela aparecer na minha casa mais tarde. -- Suguru pediu se levantando enquanto arrumava o traje social, seguiu para o estacionamento, mal entrou no carro quando a lembrança do restaurante o atingiu em cheio:

-- Então você é a nossa mamãe? -- Mimiko questionou, deixando Suguru extremamente envergonhado enquanto os olhos dela brilharam ao observar a mulher sorrindo de leve.

-- Meninas!

-- Não tem problema Geto, elas são adoráveis.

-- É que tem uma foto sua enorme no quarto do papai e eu vi nos três mosqueteiros que o Mickey também tinha uma foto assim da Minnie -- Mimiko se justificou e Lizie abaixo na altura dela.

-- A é? Ele ainda tem uma coleção de elásticos de cabelo na mesinha?

-- Ah tem sim, o papai sempre os perde. -- Foi a vez de Nanako responder.

-- Por isso os lacinhos cor de rosa? -- Geto a encarou confuso e a mulher se levantou sorrindo de maneira doce. -- Você parece ser um bom pai Suguru.

-- Ele é sim, o melhor. -- Mimiko agarrou a perna do pai e Nanako fez o mesmo.

-- Que bom -- Lizie voltou a se abaixar. -- Cuidem bem deles meninas. -- Ela sussurrou fazendo carinho nos cabelos de ambas. Suguru continuava a acompanhar a interação delas, sua mente lhe traindo a cada segundo, sugerindo que Lizie sempre foi a mulher ideal.

De repente um colega se aproximou tocando o ombro da mulher que jazia abaixada:

-- Vamos Liz? -- O olhar de espanto de Suguru foi inevitável ao ver o loiro com quem fez o colegial ao lado de sua ex mulher, tocando-a de maneira tão íntima, Lizie acompanhou o olhar travado do ex marido e de repente observou as crianças, ela queria dizer que não tinha namorado, mas não o fez. Mesmo com a face chateada das crianças, o semblante confuso de Geto tornou-se impagável.

Geto ligou o carro, colocou uma música qualquer e se concentrou em seus deveres como pai, não deveria estar se preocupando com algo tão infundado. A casa estava vazia já que as crianças estão no pré. Pós-almoço Carmela chegou, sendo recebida no escritório.

A loira era a assessora pessoal de Suguru e uma das poucas que acompanharam toda a sua vida desde que abriu a empresa.

-- Será que finalmente vai me escutar? -- Ela se referiu a contratar alguém para gerir a casa e ele respirou pesado assentindo. -- Finalmente! A Takahashi's company é perfeita para o serviço, entrei em contato com eles há um mês e pedi para marcarem uma entrevista com você diretamente, junto a CEO da empresa.

Ele massageou as têmporas enquanto Carmela colocava os papéis sobre a mesa dele.

-- Peça para contratarem uma cozinheira temporária para minha casa. -- Afirmou.

-- Ok. Não esqueça da sua reunião com o senhor Gojo em alguns dias.

-- Claro-claro. Pode ir Carmela e obrigado. -- Num último ato ela deixou uma pasta repleta de documentos da reunião anterior, já que o moreno não voltaria tão cedo para o trabalho.

[...]

Com a chegada de Mimiko e Nanako, Suguru se viu perdido entre sorrisos, querendo dar toda a atenção para filhas, então começaram com as brincadeiras, passaram grande parte da tarde assim, até que a hora da janta, por volta das dezoito e meia, encerrou com aquela bagunça.

Suguru carregou ambas no colo até a cozinha onde as sentou nas banquetas e preparou os pratos individuais, Mimiko nasceu com uma leve deficiência de ferro no organismo estão precisava constante comer o dobro de itens para suprir, seus pratos são sempre regados de verduras e carne, muita carne, também possui intolerânciaa glúten, algo que realmente levar a casos severos, já Nanako tem algumas alergias alimentares, porém nada severo. Desde que não coma em excesso e o moreno era extremamente atento a esses fatores, desde que adotou as meninas seguiu rigidamente com a saúde delas.

-- Desculpe a demora senhor Geto, fui buscar seus ternos na alfaiataria. -- A senhora Li comentou.

-- E por que não pediu para minha assistente? -- Ele arqueou a sobrancelha, a idosa já fazia muito por seu lar.

-- Não estou tão velha a esse ponto senhor Geto -- sorriu indo para a pia e olhando as meninas comerem a comida felizes.

-- ¹Uba, conhecemos a mamãe ontem. -- Mimiko sorriu e Geto travou.

-- É, ela é linda, mas acho que você já conhece. Tem fotos dela por aqui.

A idosa sorriu secando as mãos e indo até a geladeira pegar o suco para as crianças enquanto Geto continuava a descascar maçãs para as filhas em silêncio.

-- Se referem a senhorita Lizie crianças? -- Ambas disseram Sim em uníssono. -- Ela é realmente adorável, um exemplo de força e... -- Li parou de falar ao ver que Geto continuou quieto, muito quieto e sério.

-- Bom, aqui está o suco.

As crianças agradeceram.

-- Se precisar de mim estarei organizando o closet das meninas. -- Suguru assentiu.

As meninas terminaram de comer e quiseram mostrar os deveres da escola. Suguru partilhou daquele momento com máxima atenção, tentando não retornar aos pensamentos a respeito da mulher, pois, logo vinha em mente que Lizie estava com outro.

"Também Suguru, o que você esperava, que ela fosse continuar solteira depois de oito anos separados? Francamente, que merda de situação!" O Pensamento ocorreu enquanto as meninas decidiam o que queriam assistir, quando Geto se deu conta de que elas brigariam pelo controle. Tomou da mão de ambas e sorriu.

-- Vamos ver meu malvado favorito. -- Decidiu.

-- Tudo bem e as guloseimas? -- Os olhos de Nanako chegaram a brilhar conforme puxou o unicórnio para o colo.

-- É papai, já comemos a Maçã faz tempo. Pode ser um sorvete? -- Mimiko pediu e ele sorriu negando.

-- Não aprontem, eu já volto. -- Suguru deixou as meninas sozinhas, foi até a senhorita Li que havia terminado de passar pano no quarto das crianças e a dispensou, afinal já estava beirando as vinte da noite, a idosa, no entanto, afirmou que iria embora após terminar de cuidar das refeições para o almoço do dia seguinte e Suguru concordou antes de seguir para a cozinha e preparar duas travessas de lanches saudáveis, que dariam sono nas filhas.

Ao retornar elas reclamaram um pouquinho pela falta de açúcar em excesso, ainda assim comeram tudo pelo sabor maravilhoso e no fim das contas foi o fim que os assistiu. Suguru adormeceu no meio do segundo quando El Macho se revela e as meninas sorriram, Nanako desceu do sofá e subiu as escadas sozinha sem que Li visse, pegou uma coberta e arrastou até eles os cobrindo, Mimiko deitou na coxa direita do pai, já Nanako deitou na barriga e assim a família dormiu.

Ao passar pela sala, a senhora Li sorriu, Geto Suguru é um excelente pai, mas vive cansado por não ter muito tempo disponível. A idosa até queria ajudar mais, no entanto, estava velha e perto de se aposentar. Como medida cautelosa, deixou várias almofadas em volta das crianças, apagou as luzes e desligou a TV, trancando a porta ao sair.

[...]

-- Deus -- Foi tudo o que ele mencionou ao acordar pela manhã todo amassado e com dores por ter dormido no sofá, as pernas de Nanako estavam praticamente enfiadas em seu rosto enquanto Mimiko dormia no chão, sobre uma pilha de almofadas, mas sabia que as filhas tinham se divertido o Smart em seu pulso apitou indicando o despertador que comprovava o atual atraso. Suguru não teve muito o que fazer, apenas passou as mãos pelos cabelos, acordando delicadamente as filhas:

-- Meninas acordem, estamos atrasados.

-- Não papai, só mais um cadinho. -- Mimiko pediu.

-- Negativo. Levantem! -- Apesar de pouco ríspida, não gerava medo nas meninas que logo levantaram. -- Para a cozinha vamos tomar café.

-- Indicou indo à frente e colocando o avental e prendendo os cabelos e enquanto preparava o café as meninas calçavam os sapatos, Suguru sentiu-se aliviado por terem tomado banho na noite anterior antes dos filmes e agora o orgulho alcançava o coração ao perceber como ela se viravam bem sozinha.

Após o café carregou as bolsas e colocou as crianças no conversível, tendo em mente que deveria ter um dia cheio.

Já no escritório Suguru encarou os envelopes sobre a mesa e tudo que Carmela tinha levado para a sua casa, no fim enfiou tudo na bolsa quando organizou as crianças no carro.

Abriu o primeiro deles vendo os papéis da reunião que teria com Satoru, deixou de lado e pegou o próximo dando de cara com o sigla Takahashi's Company, correu os olhos rapidamente pelo papel dos feitos sobre a companhia que contrataria, mas o que realmente o prendeu foi o nome.

Takahashi's Company fundadora e líder: Lizie Takahashi

Vice-presidente e responsável pelos setores de expansão: Kento Nanami

Suguru parou de ler enquanto a mente passou a funcionar contra se questionando desde quando Lizie deixou de ser uma Ferrati para se tornar Takahashi e outra se ela estava com Nanami por que raios tinha outro sobrenome?

No fim, quando se tratava da mulher, perdia um pouco da boa e velha razão.

A reunião com Gojo ocorreu bem, Suguru não prestou atenção para dizer a verdade, mas concordou com as ideias de Miguel e acima de tudo do próprio Satoru e agora de frente ao amigo e principalmente a sós pode respirar tranquilamente.

-- Nunca te vi tão desnorteado, o que foi que aconteceu?

Por um momento Geto pensou se deveria contar, mas era Satoru ali. Não tinha outro melhor com que pudesse conversar se não o melhor amigo com conselhos terríveis.

-- Lizie aconteceu. -- O platinado riu de leve ao ouvi-lo.

-- Hum... Voltaram foi? -- De certa forma Satoru sabia que não, mas, queria ouvir da boca de Geto o descontentamento, pois, há anos atrás, quando deu o divórcio para mulher sem ao menos tentar lutar por aquilo que tanto prezava, foi Gojo quem o acompanhou no processo de amargura vendo-o sofrer e de certa forma definhar pela escolha ruim.

-- Não. -- A voz de desgosto de Geto só o fez rir mais. -- Eu a encontrei no restaurante.

-- Caramba Suguru você precisou reencontrar a mulher da sua vida para se dar conta de que não conseguiu seguir em frente? -- Desdenhou, Geto entendia que essa era a forma do platinado de lhe motivar. -- E você pelo menos a convidou para jantar?

-- Sabe que as coisas não são tão simples assim. -- Afirmou levando o amigo a sorrir.

-- Ah, então me explica por que você sempre foge dela? Na verdade, você nem tentou Suguru e aposto que as fotos continuam na sua casa.

Geto revirou os olhos, afinal Gojo tinha razão. Até mesmo o vestido que Lizie esqueceu permanecia no armário, no fundo, parecia estar fadado aquela mulher, pois, não conseguia esquecê-la nem mesmo tentando estar com outras e óbvio que não adiantaria, afinal de que vale preencher o vazio da mente se a alma e o coração continuam focado na mesma doce e divertida mulher que um dia desposou? Claramente que não conseguiria seguir em frente, não enquanto ainda houvesse esperanças de retornar.

-- Sinceramente você ta se perdendo, Lizie só precisou aparecer pra acabar contigo. -- Se pôs de pé ajeitando o terno.

-- Não venha com essa Satoru até onde eu sei Zaneli também não te perdoou. -- Tocou na ferida do platinado que apenas revirou os olhos e pegou o óculos no bolso frontal do paletó.

-- A diferença é que eu não fui casado com ela e agora estou correndo atrás feito um desgraçado. Não caia no mesmo erro. Vem, vamos comer, já que seu eu te mandar caçar uma diversão é capaz de me agredir nessa sala. -- Ironizou levando Suguru a revirar os olhos pela sugestão infame e enquanto a dupla seguia para um restaurante caro qualquer, afastada do centro empresarial, a mulher de longos cachos vermelhos sorria encarando as caixas.

A saia lápis muito bem delineada ao corpo, casando com a camisa branca, os scarpins que a cada passo tocavam o chão de maneira silenciosa conforme se aproximava do portão. Ao recebê-la, o diretor sorriu largamente, Lizie o cumprimentou ajeitando o blazer e bolsa social.

-- Você sempre exagera. -- O loiro comentou e ela sorriu.

-- Claro que não Nanami, eu fechei um contrato e tanto com o sistema educacional japonês, as crianças já são organizadas e cuidam do ambiente escolar, então por que não fornecer mais, pense comigo. -- Piscou deixando o sócio absorto, não adiantava em nada reclamar, só queria estar em casa, mas a mulher seguia implacável.

-- Vamos começar com a visitação? -- O diretor mencionou e ela concordou animada, percorreram assim boa parte das salas vazias e a todo momento a estagiária que até então estava atrás de Nanami fazia anotações conforme a voz de Lizie ecoava em meio as perguntas. O grupo parou ao notar algumas crianças novas brincando no pátio, duas, no entanto, chamaram-lhe atenção, entretanto ela não disse nada. Só observou a dinâmica das pequenas junto aos colegas, Lizie não queria admitir, mas desde que saiu do restaurante acompanhada de Nanami que se questionou sobre a mãe das garotas e até mesmo sentiu um pouco de inveja da mulher. 

É, eu sei que parece totalmente sem sentindo, mas, ninguém manda no coração, principalmente quando se vê o ex por quem ainda se tem sentimentos, aquele com que se teve uma vida e acredite quando eu digo isso, afinal Suguru foi o único namorado sério dela, o homem que fez juras sobre um altar além de lhe prometer o mundo, quando, na verdade, por escolhas profissionais nem percebeu o quanto se afastava e com o tempo o mesmo ocorreu com ela.

O amor é tão complicado às vezes, principalmente quando se tenta proteger o sentimento que restou para que sobre apenas as boas lembranças.

Então quando Lizei viu Geto com as crianças, é claro que a respiração falhou, que o coração bateu mais forte e que a cabeça doeu ao perceber o quanto tinha perdido por um medo infundado de que passariam a ser dois estranhos convivendo como um casal infeliz, mas não tinha o que fazer agora não é? Afinal, Suguru Geto seguiu em frente e querendo ou não ela também.

-- Vamos Lizie. -- Nanami tocou o cotovelo dela que concordou em um sorriso curto. A visita continuou em meio a uma reunião totalmente adaptativa ao que as crianças precisavam e Lizie sentia muito orgulho desse sistema educacional, no fundo, queria que todos os países fossem assim priorizando e investindo no futuro, dando assim a possibilidade a todos de evoluir e alcançar o que almeja, pois tiveram uma boa base para tal.

Suspirando, apertou a mão do diretor no fim da reunião/visita enquanto Nanami fazia o mesmo. Quando se tocou do horário nem percebeu que passou boa parte da tarde ali, haviam chego por volta das quinze e quarenta e já passava das dezessete e dez.

-- Pelo visto perdi a hora de novo. -- Afirmou e Nanami cruzou os braços.

-- Você sempre extrapola Liz. -- Comentou em negativa e levou um tapinha no peito.

-- Não seja tão ranzinza Kento, vamos tomar um café para comemorar -- Sorriu abertamente e ele até negaria, mas gostava demais da companhia dela, sempre tão alegre, mesmo quando estava triste. Estavam próximos à porta quando ouviram as vozes e logo duas meninas ofegantes a frente.

-- Senhora. -- Mimiko chamou tendo atenção dela que se abaixou para falar com a criança.

-- Vem pra casa com a gente. -- Nanako comentou e Lizie balançou a cabeça.

-- São umas graças, mas não podem convidar estranhos para o seu lar. Tudo bem? -- A voz serena fez com que as pupilas de Nanako dilatassem em esperança e felicidade, apenas assentindo aquela mulher de maneira obediente.

-- Senhora... -- Mimiko chamou.

-- Pode me chamar de tia Liz. -- A criança assentiu, porém, pensou: "em breve vou chamá-la de mamãe."

-- É solteira? -- Nanako se adiantou, levando Nanami a cobrir os lábios com a vontade de rir da situação e sim, ela se recordou da cena de meu malvado favorito quando proferiu tais palavras.

-- Tudo bem meninas já chega, a senhora Otsuki chegou. -- A professora se aproximou e Liz se levantou logo sentindo uma pequena mão envolver a sua.

"Deus... Não brinca assim comigo." O pensamento parecia gritar, Lizie sempre quis montar uma família, a prova viva disso foi o casamento com Geto e a desilusão que o fim desse pequeno ato trouxe a sua vida amorosa e perspectivas do futuro.

-- Meninas! -- A idosa Li se aproximou. -- Não deveria incomodar os outros, peço perdão em nome da família Geto -- Se curvou levemente, o olhar de Lizie logo foi em direção às feições cansadas e bondosas da mulher.

-- Senhora Li?

A voz dela inconfundível fez com que a idosa a encarasse sorrindo:

-- Senhorita Ferrati. -- Sorriu.

-- É Takahashi agora, mas não precisa de tanta formalidade. -- Se aproximou da mais velha a abraçando e foi retribuída. As crianças olharam aquela cena e em seu interior desejaram um abraço daquele também. -- Não precisa pedir desculpas pelas meninas, são adoráveis. -- Deixou um carinho na cabeça das meninas.

-- Tia Liz, você vai com a gente não vai? -- Nanako agarrou a mão da mulher convencida e ela sorriu minimamente olhando para Nanami, que parecia gritar com os olhos que aquela era uma péssima ideia.

-- Não é uma boa ideia crianças, a mamãe de vocês pode não gostar e também tem Suguru e...

-- Não temos mãe. -- Nanako afirmou claramente entristecida, Lizie tinha suas suspeitas, mas não queria confirmar desse jeito.

-- E o papai vai adorar a surpresa. -- Mimiko afirmou, levando a cacheada a sorrir e ajeitar os cabelos.

-- Elas são sempre assim tão... Intensas?

-- Sim, mas não estão erradas. -- Li chegou a ficar com vergonha por revelar algo tão íntimo do patrão, mas, no fundo, só queria vê-lo feliz.

-- Bom, nesse caso. Não vamos deixá-las esperando, não é mesmo? -- Nanami revirou os olhos por baixo dos óculos. -- Nami se incomoda de assumir por hoje? -- Pediu com tanto carinho que o Kento corou.

-- Tudo bem, só não diga que eu não avisei -- e assim seguiu para fora do colégio junto ao pequeno grupo que os acompanhou.

Lizie estendeu as mãos para as crianças que seguraram sorrindo.

[...]

Suguru estranhou a demora de suas filhas para chegar em casa, havia dez minutos do horário usual apesar da preocupação respirou fundo.

-- A senhora Li deve ter passado no parque, às vezes minhas filhas são bem convincentes. -- disse a si mesmo conforme saia do banho e vestia roupas causais, aproveitou que as crianças ainda estavam fora para preparar alguns lanches e arrumou o sofá confortavelmente para que vissem filmes, dessa vez se dormisse ali não acordaria todo torto mesmo que ainda estivesse moído.

Quando a porta finalmente se abriu, Suguru sorriu:

-- Boa noite, princesas do pa... -- O olhar de Suguru se espantou levemente ao notar as mãos das crianças ocupadas puxando para dentro a mulher com quem um dia compartilhou uma vida e atrás vinha a senhora Li pedindo desculpas sem emitir um som.

Ao ver Mimiko e Nanako chegando com Lizie, Suguru sentiu um alívio momentâneo. Seu coração se encheu de alegria ao vê-las, e por um instante, as preocupações da reunião e os pensamentos tumultuados se dissiparam. Ele estava determinado a dar toda a atenção possível às suas filhas.

-- Suguru! Papai! -- as meninas exclamaram, correndo em sua direção com os braços estendidos. O empresário se ajoelhou para recebê-las em seus abraços, deixando um sorriso sincero iluminar seu rosto.

Lizie, observando a interação, sorriu calorosamente. Era evidente o carinho e a conexão entre Suguru e suas filhas e apesar de não entender o que ela fazia ali, queria tê-la por perto, mesmo que momentaneamente, ainda abraçado com as crianças Suguru encarou a mulher que lhe sorria e agora deixando as filhas se aproximou para cumprimentá-la corretamente, mas os lábios de Lizie foram mais rápidos.

-- Boa noite, Suguru.

O passado e o presente colidiam, criando uma tempestade de emoções que nenhum dos envolvidos poderia evitar.

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¹ Uba - Significa babá em japonês

Lembrando tem imagine dos personagens de Jujutsu no meu livro de imagines:

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