U-ltrarracional
Pai dedicado, homem impulsivo
Conforme os dias passavam, Lizie mergulhava de cabeça em seu novo papel que assumiu junto as filhas de Suguru. O primeiro teste veio rapidamente, quando ela assumiu a responsabilidade de levar Mimiko e Nanako para um parque temático local.
Lizie sabia que esse seria um momento crucial para ganhar a confiança das meninas e mostrar a si mesma que ela era capaz de cuidar delas com todo o carinho e dedicação. Enquanto caminhavam pelo parque, Lizie observava atentamente as reações das meninas, procurando formas de se conectar com elas.
Mimiko e Nanako, por sua vez, estavam encantadas com a atenção e o cuidado da cacheada. Elas se agarravam às mãos dela, compartilhavam suas emoções e histórias, e sorriam radiantes a cada momento juntas.
À medida que o dia avançava, Lizie se via envolvida nas brincadeiras das meninas, participando de jogos, passeios e até mesmo algumas voltas nas atrações do parque. Sua energia contagiante e seu sorriso caloroso criaram um ambiente de diversão e alegria que as meninas adoravam.
Ao pôr do sol, enquanto se preparavam para ir embora, Mimiko e Nanako se aproximaram de Lizie com brilho nos olhos.
-- Tia Lizie, você pode vir brincar com a gente de novo amanhã? -- Perguntou Nanako, com uma pitada de esperança em sua voz.
Lizie sorriu, sentindo-se aquecida pelo carinho das meninas.
-- Claro que sim, queridas. Eu adoraria passar mais tempo com vocês. -- Ela respondeu, acariciando os cabelos das meninas.
Mimiko e Nanako trocaram olhares animados, e um sorriso travesso apareceu em seus rostos.
-- Você podia vir brincar com a gente todos os dias e para sempre, Tia Lizie! Você é a melhor! -- Exclamou Mimiko, sua voz transbordando de alegria.
Lizie sentiu seu coração se encher de ternura diante da inocência e do afeto das meninas. Ela sabia que estava se conectando com elas de uma maneira especial, e uma ideia começou a se formar em sua mente. Enquanto caminhavam de volta para casa, Mimiko e Nanako continuaram a falar animadamente sobre os momentos divertidos que compartilharam com Lizie. E, sem que Suguru percebesse, as meninas começaram a expressar discretamente seu desejo de que Lizie se tornasse mais do que apenas uma pessoal presente em suas vidas -- elas queriam que ela fosse sua mãe.
Já no apartamento, Lizie, observando a cena, sentiu uma sensação de contentamento ao ver as crianças tão felizes. Ela se juntou a uma última diversão da tarde, tornando-se parte integrante daquele momento descontraído. A tensão que pairava no ar em seus pensamentos começou a se dissipar, substituída por uma atmosfera mais leve e acolhedora.
Entre risos, abraços e brincadeiras, Suguru percebeu que, apesar dos desafios e das incertezas, momentos como esses eram preciosos. Ele se permitiu mergulhar completamente na alegria de estar com suas filhas e, aos poucos, as preocupações do passado foram deixadas de lado. O fim da tarde se desenrolou com sorrisos compartilhados, tornando evidente que, independentemente das complexidades da vida, a conexão entre pai e filhas permanecia inabalável.
Aquele dia se tornou uma pausa bem-vinda na agitação da rotina, e todos naquela sala compartilharam um vislumbre da felicidade que pode ser encontrada nas pequenas alegrias do que seria uma vida em família.
[...]
Geto parecia renovado, adentrando a empresa com uma leveza fora do comum, na mente tatuada os momentos com a mulher e as filhas, impulsivamente seguiu até a mesa da secretária e sorriu abertamente.
-- Mande flores para esse endereço. -- Escreveu em um papel qualquer que pegou na mesa da própria, havia descoberto mais sobre a ex ontem. Quando conversaram sobre o dia após as meninas dormirem, Geto e Lizie decidiram que se desse certo as crianças ficariam na casa dela, já que a mulher deixou claro que não se sentia confortável em ficar no ap que um dia também foi dela, como medida de segurança Geto passou a ela a lista das alergias das filhas e do que não podiam comer e Lizie enviou uma das suas assistentes organizacionais para substituir Li ficando é claro sob as ordens da governanta mais velha, com tudo acertado Geto seguiu para a sala de reuniões, ainda revigorado principalmente por que pela manhã as filhas não paravam de falar dela e no primeiro horário disponível pós-almoço resolveu que ligaria para a mulher, mas não sem antes almoçar com Gojo.
-- Finalmente parece até que transou... Olha esse bom humor. -- O platinado sorriu apoiando os cotovelos na mesa enquanto Suguru sorriu cinicamente ignorando tal comentário.
-- Não enche Satoru, por que quis tanto me ver?
-- Agora sou eu quem preciso de um conselho. -- Ajeitou os olhos e Suguru notou que o amigo estava tenso. -- Quero pedir Zaneli em casamento.
Geto praticamente engasgou com o vinho branco.
-- O que você fez Satoru?
-- Nada demais. -- Coçou a nuca envergonhado, o que era raro de se ver. -- Estou realmente apaixonado, assim como Lizie sempre esteve em seu coração, acho que ter perdido Zaneli por tanto tempo me fez abrir os olhos, fora que o moleque não para de me atazanar.
Afirmou levando Suguru a gargalhar e por um minuto o moreno parou para pensar que tudo estava dando certo, pelo menos dessa vez...
Agora de volta ao escritório, Suguru se pegou querendo deixar evidenciar seu lado irônico ao qual sabia que tiraria Lizie do sério, mas não resistiria, não quando estava animado em contar-lhe a novidade. Geto pegou o celular e discou para a mulher logo aproveitando para destilar sua vontade de irritá-la e com isso a ligação foi marcada por uma falsa tensão palpável, até que assuntos realmente sérios entraram em conflitos com as provocações. Ele, desconsiderando qualquer delicadeza, questionou suas habilidades como se fosse uma estranha.
-- Tem certeza que consegue dar conta de duas crianças e ainda gerenciar o que eu pedi? Sinceramente, você não me parece capaz -- provocou Suguru, uma vez que percebeu o quão cansada a mulher ficou e sua ironia carregada de julgamento o faria se arrepender.
Lizie, no entanto, não estava disposta a aceitar tal tratamento. Revirando os olhos, ela respondeu com uma firmeza contida, mas carregada de irritação.
-- Você me ligou, pediu por ajuda, e acha que está na posição de questionar? Sinceramente, Geto, eu não preciso de você e sei que não pode dizer o mesmo.
A troca de farpas continuou, ambos expressando suas frustrações e descontentamentos acumulados ao longo do tempo. A relação passada entre eles lançava sombras sobre o presente, criando um cenário de animosidade, mesmo que fosse temporário. Uma vez que ainda não haviam conversado sobre seus sentimentos.
Suguru, apesar de ser um homem poderoso no mundo dos negócios, estava perdido quando se tratava de lidar com suas próprias emoções e a dinâmica complicada entre ele e Lizie. A conversa, longe de ser pacífica, destacou as feridas não cicatrizadas e as complexidades de uma relação que, de alguma forma, ainda persistia.
No entanto, no meio da tempestade verbal, Lizie mostrou sua força interior, recusando-se a ser diminuída. Ela estava ali para cuidar das crianças, não para ser alvo de sarcasmo. A troca de farpas, embora amarga, abriu espaço para uma possível compreensão mútua, à medida que ambos confrontavam seus sentimentos e expectativas não resolvidas.
-- Vamos continuar essa conversa na sua casa! -- Não foi um pedido e sim uma afirmação antes de desligar o telefone de maneira descortês, a mulher, por outro lado, revirou os olhos decidindo se ligava de volta e o mandava não vir ou se deixava e confrontavam de uma vez essa confusão, no fim optou pela segunda opção e enquanto Lizie ia em direção ao chuveiro para relaxar, Suguru conferia com Carmela se a mesma comprou as flores.
[...]
Geto sentia as mãos suadas, a respiração falhando e acima de tudo seu corpo parecia pesar o dobro, tudo por que estava diante da porta da casa de Lizie a mulher parecia demorar uma eternidade para abrir a porta, quando, na verdade, estava terminando de se arrumar, os cachos recém lavados perfumavam o ambiente, ao abrir a porta ele respirou pesado, diferente dos encontros usuais, Lizie estava de vestido branco que adornava perfeitamente seu belo corpo assim como o decote mediano em taça nos seios aos quais ele se concentrou minimamente, a mulher seguia descalça, uma mania que tinha desde sempre e ele apreciava tudo.
-- Entre. -- Deu espaço para que o moreno passasse e só assim deixou de lado os pensamentos a respeito ela.
-- Obrigado, são para você. -- Estendeu o buquê de narcisos e rosas-vermelhas.
Lizie agradeceu pegando as flores e sorrindo ao aspirar o perfume único da combinação, tocando as pétalas lentamente e sentindo o rosto quente, pois, se lembrou perfeitamente do significado daquelas plantas, assim como Suguru que sorriu de lado por entender a expressão facial da mulher, se sentindo muito bem em ter aquela conexão, afinal significava que mesmo que tenham se passado oito anos, Lizie não esqueceu do que viveram.
-- Vamos para sala. -- Ela desconversou sendo observada por ele que andava atrás o olhar fixado no quadril e mesmo que não pudesse ver, sabia exatamente para onde Suguru direcionava a sua atenção, só sendo comedida quando ela pediu licença para pôr as flores em um jarro de vidro brilhante e bem trabalhado, nesse momento Geto passou a vislumbrar o local.
A sala de estar da mansão exalava elegância e conforto, com seus tons claros e mobília em tons de madeira que conferiam uma atmosfera acolhedora e sofisticada ao ambiente. Ao entrar na sala, os olhos eram imediatamente atraídos para o grande sofá de linhas suaves e estofamento macio, posicionado centralmente em frente a uma lareira de pedra que emanava calor e luz suave.
Ao redor da lareira, estantes de madeira escura exibindo uma coleção de livros cuidadosamente organizada, criando um ambiente aconchegante e convidativo para momentos de relaxamento e contemplação. Nas paredes, obras de arte elegantes adornavam o espaço, acrescentando um toque de requinte e personalidade à decoração.
No centro da sala, uma mesa de centro de madeira maciça servia como ponto focal, sobre a qual repousavam elegantes peças de decoração e agora o delicado arranjo de flores frescas que Geto trouxera. Ao redor da mesa, sofás e poltronas confortáveis convidavam os convidados a se acomodarem e desfrutarem de uma conversa descontraída e amigável.
Ao fundo da sala, grandes janelas permitiam a entrada de luz natural, destacando os detalhes da decoração e oferecendo uma vista serena do exuberante jardim que se estendia além. Cortinas leves e fluidas em tons neutros emolduravam as janelas, adicionando um toque de elegância e proporcionando privacidade quando desejado. Suguru notou que na mesa de centro, mais precisamente uma redoma de madeira levemente angular alguns centímetros menor que a anterior, criando um leve relevo, estava posta para o chá com uma seleção de bules e xícaras de porcelana fina dispostas de forma impecável. Uma bandeja de prata brilhava ao lado, contendo uma variedade de biscoitos, pães e petiscos delicados para acompanhar a bebida quente.
No geral, a sala de estar da mansão era um refúgio de tranquilidade e beleza, projetado para proporcionar conforto e elegância aos seus ocupantes, carregando o máximo de essência de Lizie. Era o cenário perfeito para uma conversa amigável entre duas pessoas que compartilharam um passado.
O moreno sentou ao lado e ela sorriu servindo duas xícaras de chá, ele, por outro lado, notou a fenda enorme na perna direita expondo a coxa torneada e os fios cacheados ainda úmidos que caiam pela lateral do corpo feminino.
"Essa mulher é uma perdição, mantenha o foco Geto!" Era tudo que gritava internamente enquanto Lizie entregava a xícara.
-- Você disse que queria conversar -- ela se sentou ao lado dele bebericando o chá. Geto fez o mesmo e após deixar a xícara na mesa encarou o semblante dela.
-- Eu vou ser direto Lizie. Eu te quero de volta. -- Ela piscou diversas vezes.
-- Espera... O quê?
-- É isso mesmo que você entendeu, eu quero reatar um relacionamento com você.
Ela sorriu sem emoção, para Lizie, Suguru estava completamente confuso, uma vez que ambos funcionavam melhor como amigos, já haviam tentado antes e não deu certo, e ela não acreditava que em oito anos mudaram tanto ao ponto de voltarem a se relacionar romanticamente.
-- Espera Suguru, você deve estar confuso pela nossa proximidade. Não dá para resgatar o que perdemos e sinceramente não nos conhecemos mais a esse ponto. -- Pôs empecilhos ao invés de negar e ele se aproximou mais.
-- Nesse caso recomeçaremos ou você não quer?
Ela pressionou os lábios de uma forma nervosa, não esperava que Geto fosse ser tão direto mesmo o conhecendo, no fundo, estava contando com a aproximação lenta do homem para tomar um ponto de partida.
-- Vamos devagar ok? Eu estou cuidando das suas filhas esse mês e nos veremos muito. -- Ressaltou deixando implícito que não queria confundir as coisas.
-- Claro e a propósito, nesses oito anos eu as adotei, minhas filhas tinhas passado por duas casas e foram devolvidas como se fossem brinquedos com defeito simplesmente por terem problemas alérgicos e tem dias que eu abomino a sociedade em que vivemos. Eu me dediquei a minha empresa e apenas a elas, não tem nada de tão emocionante, sabe que sou comedido e não vejo problema algum em ser direto com você, fora que -- levou uma das mechas até o rosto, observando o cacho tão vermelhinho e brilhante antes de sentir o perfume e tocar a face dela. -- Você já foi minha mulher e me conhece muito bem.
O coração dela chegou a disparar, conforme respirava fundo, tentando manter toda a racionalidade.
-- Suguru...
-- Me conta do seu passado meu bem. -- Mordeu o lábio inferior e ela desviou o olhar se contendo ao máximo.
"Deus, por que esse homem continua tão atraente?" O pensamento eclodiu conforme sentia as carícias descerem por seu rosto, tocando o pescoço macio e passando pelo ombro direito para seguir o caminho do braço e parar sobre a mão ao qual ele segurou levemente levando até o lábio e emudecendo ainda mais os pensamentos dela.
-- Quer saber do Takahashi não é? -- Encarou os orbes escuros ao qual estava prestes a se afogar, os dedos de Geto repousaram a mão dela no colo assim como deslizou sorrateiramente pela cintura apertando sobre o vestido. Ele riu de forma irônica.
-- Não faça cerimônia.
-- Você não mudou nada, só amadureceu. -- Ela mordeu a bochecha internamente, mas não negou o contato. -- Takahashi Seiji, um bom homem disposto a me dar o mundo, mas que o mundo levou muito cedo.
Por mais que não tenha gostado do que ouviu, não ousou interromper.
-- Então se apaixonou perdidamente por ele?
Ela riu.
-- Por-favor Suguru, você não tem o direito de sentir ciúmes. Seiji fez parte da minha vida, um bom homem cuja família toda havia perecido para uma doença. Enquanto estivermos juntos o maior medo dele era que se um dia tivesse um descendente e a criança passasse pelo mesmo e dois anos depois de nosso casamento ele morreu de câncer. Então, matando a sua curiosidade, sim, eu sou viúva. -- Encurtou o assunto, não se sentia confortável falando do passado, era um agridoce forte demais para mergulhar depois de tudo o que lindo e sentindo que o clima pesou, Geto se amaldiçoou por deixar tão implícito toda a curiosidade a respeito do passado.
Lizie se inclinou para frente servindo mais chá e pegando um dos pães adocicados.
-- Então, como estão as meninas e o sistema organizacional? -- Mudou de assunto radicalmente e ele suspirou.
-- Vim aqui justamente para isso, as meninas estão encantadas com você e não veem a hora de voltar a vê-la. -- Lizie sorriu, também havia gostado da presença das crianças.
-- Então veio me pedir ajuda? -- Ironizou se recordando da conversa pelo telefone.
-- Se quiser, será um prazer deixar minhas filhas com você.
A vermelha balançou a cabeça em negação sorrindo.
-- Vou adorar tê-las em meu lar.
Geto arqueou a sobrancelha.
-- O que foi Suguru, achou que ficaríamos no apartamento? Aqui tem mais espaço e posso aproveitar minhas férias na piscina.
Por um momento ele divagou, mas compreendeu que ela não queria estar no mesmo lar que viveu.
-- Fique à vontade. -- Sorriu.
-- Você também é bem-vindo Suguru.
A conversa que decorreu depois disso foi a respeito das meninas, Lizie recolheu o máximo de informações possíveis conforme Geto falava com orgulho, depois seguiram para o lado externo aproveitando a leve brisa do entardecer, onde o moreno viu ali mais uma oportunidade.
-- Eu preciso ir e não se sinta pressionada a pensar na minha proposta. -- Deslizou os dedos mais uma vez pelo corpo da mulher, dessa vez pelas costas parando na curvatura da cintura apertando o local com ambas as mãos, o contato deixou Lizie levemente sem ar, mas o olhar já estava perdido nos dele assim como os dedos que aos poucos tocavam a nuca, a proximidade foi diminuindo e já compartilhavam as respirações quando a porta de vidro que dava para o jardim que estavam foi aberta.
-- Senhora desculpa o atraso e... -- A essa altura Geto e Lizie já haviam se separado. -- Desculpa, eu não queria...
-- Tudo bem, Suzuki. -- Lizie afirmou ainda encarando Geto que deixou um selar casto na destra dela assim como um carinho na face.
-- Nos vemos amanhã querida. -- Sorriu e ela concordou.
-- Vou te acompanhar até a porta.
E assim seguiram o caminho um pouco afastados, sabia exatamente o que queriam e se privavam pelas incertezas, pelo menos Lizie, já que se dependesse de Suguru ela já estaria nua.
-- Tenha um bom retorno. --Saudou sorrindo amavelmente, mas para a surpresa dela, Suguru alisou seu rosto mais uma vez antes de se curvar e tocar os lábios dela em um selar.
-- Quando tiver sua resposta basta me dizer. -- A tensão palpável que se estabeleceu entre ambos naquele breve encontro os deixou atordoados, cada um lutando para compreender o turbilhão de emoções que os envolvia. O toque suave dos lábios de Lizie na boca de Suguru e a resposta firme de suas mãos em sua cintura revelaram um desejo latente que havia sido sufocado por tanto tempo.
Suguru, com sua mente habitualmente calculista e racional, se viu incapaz de articular os pensamentos tumultuados que o invadiram na presença de Lizie. A proximidade dela, o calor de seu toque e o brilho em seus olhos despertaram uma avalanche de sentimentos há muito adormecidos e que a partir de agora ele tinha plena ciência de que não esconderia mais.
Enquanto isso, Lizie, com seu coração palpitando descontroladamente, sentiu-se transportada de volta aos tempos em que sua ligação com Suguru era tão intensa e poderosa. A eletricidade entre eles ainda estava presente, evidenciada pelo olhar profundo e pela pouca intimidade física que os envolvia.
No entanto, antes que pudessem explorar a complexidade desse encontro inesperado, ela deveria se abster dos pensamentos que diziam que não daria certo, não quando funcionaram melhor sendo amigos, não quando o casamento acabou por impaciência e ainda assim conseguiram manter o respeito mútuo. Não quando o amor, parecia carecer de uma manutenção que naquela época não compreendiam e que agora estavam dispostos a reaver.
Para Suguru a resposta era simples, queria Lizie e apenas isso, mas, para a mulher perdurava todas as escolhas feitas e cada passo dado desde o momento em que assinou os papéis do divórcio.
[...]
Depois de toda essa confusão, Suguru e Lizei não tocaram mais nos assuntos emocionais, focando apenas nas crianças. Mimiko e Nanako passavam as tardes na casa da mulher que insistiam em dizer que viraria sua mãe. Era doce para aqueles que escutavam, já a cacheada não fazia a menor ideia tal como o próprio pai.
Duas semanas se passaram e Lizie por incrível que parece não se sentia cansada, estava sempre com as meninas e é claro, com as auxiliares que lhe davam todo o suporte, assim só se preocupava em dar atenção para elas, exceto quando Nanami aparecia para verificar alguns documentos e de certa forma bastou olhar para as meninas que entendeu o motivo da alegria de Lizie, no fundo, o loiro sabia do desejo oculto dela, uma vez que Takahashi era um de seus amigos próximos.
Em uma noite especial, Suguru queria discutir o balanço financeiro com Miguel e perguntou para Lizie se as meninas poderiam dormir em sua casa, de início a cacheada achou que ele teria um encontro romântico, mas seu receio morreu no sorriso cínico de Geto a compreender o repentino ciúme e gostar disso essa também seria a primeira vez que as crianças dormiriam fora.
Lizie pensou em seus passos com cuidado, a sala da mansão foi cuidadosamente adaptada para recebê-las, levando em consideração a presença das crianças e suas necessidades. Os tons claros e a mobília em tons de madeira permaneciam, criando uma atmosfera acolhedora e familiar, mas agora com toques adicionais de leveza e diversão.
No centro da sala, um tapete macio e fofo cobria o chão, oferecendo um espaço confortável para as meninas brincarem e se divertirem. Uma grande cesta de vime estava estrategicamente posicionada ao lado do sofá, repleta de brinquedos e livros coloridos para entreter Mimiko e Nanako durante sua estadia.
A mesa de centro de madeira foi substituída por uma mesa menor, mais baixa e com cantos arredondados, garantindo a segurança das crianças enquanto exploravam o espaço. Sobre a mesa, uma seleção de jogos de tabuleiro e quebra-cabeças estava disposta, pronta para desafiar as mentes curiosas das meninas.
Nas prateleiras das estantes, foram adicionados livros infantis e DVDs de desenhos animados favoritos das crianças, criando um ambiente acolhedor e familiar. Almofadas coloridas e macias foram espalhadas pelo sofá e poltronas, proporcionando um espaço aconchegante para Mimiko e Nanako se acomodarem enquanto assistiam a seus programas favoritos.
Um dos cantos da sala foi transformado em uma área de artes e artesanato, com uma mesa coberta por papel, lápis de cor, tintas e pincéis. Mimiko e Nanako podiam expressar sua criatividade livremente, criando obras-primas dignas de serem exibidas nas paredes da sala.
Apesar das mudanças, a essência da sala de estar da mansão permanecia a mesma, um ambiente acolhedor e familiar, projetado para proporcionar conforto e diversão para todos os seus ocupantes. Era um espaço onde Mimiko e Nanako podiam se sentir em casa, livre para explorar, brincar e criar memórias felizes ao lado de Lizie e claro, seu pai, Suguru. Já que elas insistiam para brincar com elas quando estavam ali.
O que mais surpreendeu Geto foi realmente a mudança rápida no ambiente e ele até mesmo se desculpou pela bagunça, mas Lizie afirmou que não era necessário já que, segundo ela, o dinheiro serve para isso e uma empresa especializada também.
A noite em que as meninas passariam na casa vermelha finalmente chegou e elas estavam muito empolgadas, principalmente quando Lizie as levou para o quarto que seria seu.
-- Sempre que quiserem descansar esse aqui será o cantinho de vocês. -- sorriu abrindo a porta e os olhos das meninas brilharam:
O quarto das duas, era um verdadeiro refúgio de contos de fadas, projetado para despertar a imaginação e proporcionar-lhes uma noite de sono tranquila e mágica. Apesar das paredes brancas que refletiam a luz suave que entrava pelas janelas, o ambiente estava repleto de elementos que transportavam as meninas para um mundo encantado.
No centro do quarto, duas camas de princesa com estruturas delicadas e dosséis esvoaçantes serviam como o ponto focal. As camas eram adornadas com colchas macias e almofadas fofas em tons suaves de rosa e lilás, criando um ambiente acolhedor e confortável para Mimiko e Nanako se aconchegarem.
Os dosséis das camas eram decorados com enfeites de flores e borboletas, criando uma atmosfera de conto de fadas que envolvia as meninas enquanto dormiam. Luzinhas de LED delicadas estavam entrelaçadas nos dosséis, emitindo uma luz suave e reconfortante que transformava o quarto em um lugar mágico durante a noite.
Ao redor das camas, prateleiras brancas exibiam uma coleção de livros de contos de fadas e brinquedos encantados, convidando Mimiko e Nanako a mergulharem em aventuras imaginárias antes de dormir. Bonecas de princesa e pelúcias adoráveis ocupavam lugares de destaque nas prateleiras, trazendo um sorriso aos rostos das meninas enquanto se preparavam para se deitar.
Nas paredes, murais de parede pintados à mão retratavam cenas de castelos mágicos, florestas encantadas e fadas brincando entre as flores. As cores suaves e os detalhes delicados dos murais criavam uma atmosfera serena e acolhedora que convidava Mimiko e Nanako a sonhar com aventuras emocionantes durante a noite.
No canto do quarto, uma área de leitura aconchegante estava equipada com uma poltrona macia e uma pequena estante cheia de livros infantis. Era o lugar perfeito para as meninas se aconchegarem com uma história antes de dormir, deixando suas imaginações vagarem para mundos distantes e cheios de magia. Em suma, o quarto das meninas era um santuário de sonhos e imaginação, projetado com carinho e atenção aos detalhes para oferecer a Mimiko e Nanako uma noite de sono tranquila e cheia de magia. Era um espaço onde as duas poderiam se sentir como verdadeiras princesas, cercadas por beleza e encanto em cada canto e seus olhinhos expressavam o que pediriam a seguir:
-- Tia Liz conte uma história, por favor. -- A cacheada se aproximou afagando os cabelos de Mimiko.
-- Faz em mim também. -- Nanako elevou as mãos até a cabeça pedindo carinho e a mulher riu, óbvio que faria, ela apenas não conseguiu esperar por ser uma criança.
-- Está bem, façamos o seguinte, escovem os dentes e troquem de roupa, vou buscar leite quente para ambas caso não consigam dormir. -- as crianças assentiram se apressando em obedecer e Lizie fez seu trajeto usual até cozinha, após preparar tudo retornou ao quarto com uma bandeja em mãos e colocou na mesinha próxima às camas, diminuiu a led criando um ambiente com iluminação fantasiosa e esperou as meninas se deitarem nas camas, cobriu uma de cada vez e pegou o livro que elas haviam escolhidos juntas.
Enquanto Lizie contava a história de princesa para Mimiko e Nanako, as duas meninas se aconchegavam em seus lençóis, os olhinhos brilhando com admiração. Elas estavam completamente envolvidas na narrativa, perdendo-se nos contos de castelos encantados, aventuras emocionantes e finais felizes.
À medida que a história chegava ao seu desfecho, Lizie notou como as respirações das meninas se tornavam mais calmas e regulares. Ela sentiu um aperto no coração ao perceber que logo seria hora de se despedir delas. Como poderia deixar para trás aquelas duas pequenas que haviam se tornado tão queridas para ela?
Quando as meninas finalmente adormeceram, Lizie permaneceu ao lado delas por um momento, observando seus rostinhos angelicais. Ela sabia que teria que enfrentar o desafio de se separar delas no dia seguinte, e uma onda de tristeza a inundou.
No entanto, Lizie também sabia que tinha que aproveitar cada momento precioso que tinha com Mimiko e Nanako. Ela se prometeu fazer o máximo para tornar o tempo que passavam juntas inesquecível, mesmo que soubesse que seria difícil dizer adeus.
Com um suspiro resignado, Lizie apagou a luz do quarto, deixou um beijinho em cada cabeça e saiu silenciosamente. Enquanto se dirigia para seu próprio quarto, ela ponderou sobre o que o futuro reservava para ela e para as meninas. Ela sabia que teria que encontrar uma maneira de conciliar sua vida no mundo dos negócios com o amor que sentia por Mimiko e Nanako, mesmo que não fossem suas filhas, mas por enquanto, ela se permitiu afundar no travesseiro e fechar os olhos, saboreando a sensação reconfortante de ter feito as meninas felizes, mesmo que fosse apenas por um instante. E, no fundo do coração, Lizie sabia que essas lembranças preciosas iriam acompanhá-la onde quer que ela fosse.
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Significado das flores: Narcisos- renascimento, recomeço
e Rosas Vermelhas - paixão, amor.
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