Encontros casuais ou de trabalho

Park Seung-ah

Tudo que eu estava fazendo naquelas semanas era pesquisar, tirar dúvidas e pesquisar novamente, não tinha tempo para sair, me divertir ou até mesmo assistir alguma coisa que outros achavam interessante, para ser sincera eu queria o quanto antes achar um esclarecimento para toda aquela pesquisa e me sentia afundando cada vez mais e mais em busca daquilo.

Eu sempre fui assim para ser sincera, sempre que alguma matéria ou pesquisa me interessava eu mergulhava de cabeça sem me incomodar com meu bem estar, eu só queria dar o meu melhor, ser a melhor, no entanto daquela vez estava sendo diferente, não por eu me distrair ou por não ter o foco, mas porque Kim Seokjin me fazer sair da zona de conforto e explorar momentos diferentes. Me deixei explicar melhor:

Já fazia duas semanas que estava naquele novo laboratório que o mesmo havia me 'emprestado', Hyunwoo as vezes me fornecia ajuda e coisas que eu precisava como matéria prima, fonte de pesquisa ou explicações sobre seus conhecimentos passados de geração em geração, mas ele também aparecia, muitas vezes falava que seu objetivo de aparecer de surpresa era para verificar se estava realmente tendo progresso ou se estava trabalhando, outras vezes brincava dizendo que havia vindo mais cedo me tirar dali porque estava criando teias.

Na primeira sexta feira eu fui pega de surpresa pelo mesmo, até então eu achava que ele sempre chegaria mais tarde e não se importaria comigo trabalhando ali, mas foi totalmente o contrário ele simplesmente abriu a porta e disse:

- Que tal sair um pouco da frente do computador e comer alguma coisa?

Foi então que me dei conta que o máximo que estava fazendo era beliscar algumas coisas e não comer direito a horas e aquele foi nosso primeiro encontro - posso dizer assim? - onde comemos e conversamos sobre os avanços – ou não – que eu estava tendo na pesquisa, eu taxei aquilo como 'encontro para discutir o trabalho' nada romântico ou com algo a mais, somente duas pessoas interessadas naquela estranha pedra com poderes misteriosos em uma sexta a noite, é isso e não pensarei mais sobre isso.

Porém não ficou somente nisso, se bem que achei que aquela conduta dele não se repetiria até que na segunda fui pega de novamente de  surpresa quando estava chegando para começar mais uma carga de pesquisa dei de cara com ele me esperando, repito ele estava me esperando e não, eu não estava sonhando até por que ele disse:

- Bom dia, Seung-ah, estava te esperando!

Admito que fiquei na porta lhe encarando e olhei duas vezes para confirmar que Hyunwoo ouviu a mesma coisa, já o mesmo não esboçou nenhuma feição diferente então possivelmente estava ouvindo o mesmo que eu.

- Que tal irmos tomar um bom café da manhã, assim podemos começar bem o dia não acha? - seu sorriso acabou me fazendo sorrir também, ele estava sendo gentil assim por ser sua personalidade ou por interesse? Juro que fiquei na duvida. 

- Sim, uma boa ideia... - resolvi não pensar muito caminhando a passos lentos analisando tudo 

Praticamente fui empurrado pelo tal 'amigo' do meu patrão por conta de minha hesitação, depois de me sentar me encontrei pensando novamente o porque dele estar sendo tão amigável daquela forma, sei que seus métodos de trabalho eram diferentes dos outros patrões que existiam nesse nosso país, mas eu não me sentia tão a vontade pelo simples fato de não ter outros funcionários e de em minha cabeça eu ficar confusa se aquilo era casual ou trabalhístico.

- Ei fique à vontade, não precisa ficar pensando o tempo todo sobre se é certo ou não. - Deus como ele sabia?

E mais uma vez eu pensei: deixarei de pensar somente mais uma vez, talvez isso não se repita mais, talvez só queria ser agradável, naquele dia não conversamos sobre trabalho e sim nos conhecemos melhor, me senti a vontade para falar de mim, de meus planos e ouvi também os sonhos daquele homem em minha frente, apesar de ter anos e anos de vida ele ainda possuía metas e sonhos que queria realizar e de alguma forma senti nele uma inspiração que não sentia a muito tempo.

E chegamos ao dia de hoje, não saímos novamente, mas sempre chegava lanches na hora ou do almoço ou da tarde com bilhetes de Seokjin, com pequenos lembretes que eu não devia pular as refeições e que era importante eu estar forte e saudável para poder trabalhar.

Está brincando comigo; o homem era lindo, amigável, carismático e ainda atencioso... estava começando a me perguntar se ele era uma ilusão ou real, afinal homens assim estavam obsoletos. Me peguei me perguntando se por hoje ser véspera de final de semana ele apareceria para me convidar a comer algo, talvez eu estivesse precisando de amizade por isso estava daquela forma – ansiosa – ou talvez estava realmente interessada em Seokjin.

Acabei trabalhando além do tempo, não por conta de o estar esperando, mas sim por achar um resultado que realmente queria, um progresso em como decifrar as características daquele artefato e somente por aqueles avanços pulei te alegria dando pequenos socos no ar.

- Você está animada! – sua voz me fez parar imediatamente e o olhar

- Ah boa noite...

- Não, não pare por minha causa – adentrou em meu espaço – qual o motivo da festa? – perguntou olhando os computadores

- Por incrível que pareça achei um reagente terrestre nela, quer dizer algo nela foi ativado ao entrar em contato com o nosso ar...

- Está dizendo que nosso oxigênio é a fonte? – se virou e me encarou franzindo as sobrancelhas mostrando evidente duvida

- Não! – sorri – pode ser o gás carbônico também já que ele pode ser absorvido, mas tenho que pesquisar avidamente, achei também algo interessante, esse meteoro já passou novamente na terra então quer dizer que de cem em cem anos ele nos faz uma visita e no passado ele caiu na terra por alguma estranha razão.

- Acasos não existem – ele murmurou

- Não mesmo, talvez com o avanço da tecnologia sua rota foi desviada por conta dos satélites – cruzei os braços pensativa. – ainda tenho que pensar e pesquisar melhor isso, mas com certeza sua rota modificou, nada fica igual para sempre.

Permanecemos em silencio olhando a tela cheios de dúvidas, apesar de ter descoberto um fato parecia que mais três surgiram em minha frente. Até que ele quebrou o silencio sugerindo o que eu estava esperando:

- Que tal comemorarmos o seu avanço? Eu pago a bebida...

- Mas Kim Seokjin foi um avanço mínimo – tentei refutar

- Mesmo assim foi um avanço e por favor me chame de Jin me sinto mais confortável.

Eu não iria conseguir vencer aquela batalha de aceitar ou negar, então simplesmente concordei e o segui para o local que falou que eu iria gostar, me preparei o caminho todo para lhe perguntar o motivo de ser assim, mas fui medrosa em todos os momentos achando que poderia o chatear ou irritar, no entanto as pessoas são espertas e entender bem as ações das outras e aquele cara de longa vida não ficava atrás ainda mais por ser experiente.

Depois que chegamos, achamos uma mesa para nos acomodar decidindo juntos qual seria a melhor coisa a ser pedido, assim que o clima ficou tranquilo a nossa volta ele não hesitou em perguntar:

- Além do trabalho o que tanto te preocupa?

Fui pega desprevenida por aquela pergunta, e me ajeitei na cadeira para tentar formular a melhor resposta.

- É que... Essa é a segunda semana que estamos trabalhando juntos e você sempre sugere de sairmos, então eu fico pensativa sobre o assunto...

- Você não gosta? Por que eu posso parar...

- Não, não é isso! - neguei imediatamente balançando as mãos para mostrar que não me incomodava -  é que as vezes me sinto desconfortável me perguntando se esses encontros são uma extensão do trabalho ou...

- Fica tranquila, não estou aqui para pegar um relatório detalhado de como foi sua semana ou seu dia de trabalho, sei que foi cansativo e exaustivo e sei também que está dando o melhor de si, então eu faço isso por casualidade, você não trabalha para mim Seung-ah, estamos juntos nessa querendo o mesmo objetivo e te convido assim para tentar fazer uma amizade e não para te forçar ou te deixar desconfortável.

- Ah... É que eu me senti em uma corda bamba sabe...

- Sei e meu conselho é para você descontruir isso, não é minha funcionária, um está ajudando o outro e quero te ajudar de todas as formas que estiver ao meu alcance.

Ele foi calmo e simpático ao proferir suas palavras, mantendo contato visual e mexendo as mãos para se expressar, entendi que Jin – como havia me pedido para o chamar – queria me deixar a vontade e não me pressionar e acho que depois de compreender completamente aquilo relaxei e deixei aquele encontro ser proveitoso e amigável, afinal o que era mais importante naquele momento era relaxar...

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