Do que me adianta a eternidade?
No avião eu permaneci em silencio, tentei até ler um livro durante o caminho para me distrair, eu não queria pensar nos problemas que tudo poderia causar ou nas pessoas que até então eu considerava amigas e se tornaram inimigas, no entanto as palavras proferidas mais cedo ainda continuavam em minha cabeça como um cd arranhado... Eu realmente queria que ele não me incomodasse mais quando tudo aquilo acabasse, será que queria perder contato e nunca mais o ver?
A resposta era bem clara em minha cabeça, porém eu tentava avidamente me enganar repetindo que não era necessário tudo aquilo, que talvez ele seguiria sua vida já com alguém em mente e eu seguiria a minha em um novo caminho e lugar.
A viagem não seria muito longa foi-se explicado que por estar em uma avião fretado tudo seria feito de forma silenciosa e rápida, mas devido a minha ansiedade para tudo dar certo com respeito a exposição de Jin aquela rapidez antes falada parecia se arrastar, parecia que as horas não passavam e que estávamos presos naquele avião a mais tempo do que aparentava, diferente de mim Hyunwoo dormia profundamente como se não possuísse nada de preocupante a frente, já Jin permanecia concentrado em seu tablet, talvez fazendo planejamentos ou pensando em algo que precisasse para sua empresa.
Permaneci o encarando, o admirando e acho que me esqueci que poderia ser pega a qualquer minuto e apenas continuei apreciando a beleza do rapaz em minha frente, até que fui pega de surpresa com sua voz me alcançado:
- Ainda me avaliando? Você aparenta estar tão preocupada com algo... – me desesperei um pouco, porém era evidente meus olhos cravados nele, mesmo que eu disfarçasse pareceria uma tola.
- É que... Eu... – tentei pensar em algo
- Queria dizer que sou lindo? É eu causo isso nas pessoas sim – senti seu ar de brincadeira, mas fingi bufar e olhar para frente para não lhe dar confiança seria o melhor para entrar na brincadeira, fechei meus olhos tentando pegar no sono ou esvaziar minha mente, porém a poltrona que estava vazia ao meu lado afundou e conseguindo olhar de relance o vi sentar e dessa vez me examinar:
- Você está muito distante e pensativa, preocupada eu diria, há probabilidade de não dar certo?
E novamente ali ele me pegou de surpresa, me reconhecendo mesmo quando achei que passaria despercebida, eu realmente estava daquela forma para mim tudo que poderia surgir a frente era um mistério.
- Eu não sei o que nos aguarda e tenho medo sim de não dar certo, não vou concordar ou negar, afinal estou tentando achar todas as melhores maneiras.
- Sabe, as vezes a melhor maneira é deixarmos a vida rolar, deixarmos que as coisas aconteçam naturalmente.
- Mas aqui sua vida está em jogo!
- Se der certo eu viverei como um humano normal, se der eu errado eu posso morrer – concordei com a cabeça – porém também não me importo já que vivi o suficiente! – disse sereno
- E as pessoas ao seu redor? Acha isso justo?
- Não, mas eu já perdi tanto também que já não me importo mais com esse senso...
Suspirei com suas palavras, não adiantava ficar naquela discussão ele já havia vivido muito, já havia visto e passado por muitas coisas eu era somente uma criança ao lado dos longos anos de vida que ele teve, talvez tivesse até passado pela tristeza de perder amores e amigos para morte, se apaixonar e ter medo de não conseguir viver com sua amada, eu realmente não podia exigir um senso de justiça de alguém que passou por tudo aquilo.
- Não quero que se sinta triste, apenas estou dizendo que qual for o resultado estarei bem e que você não precisa se preocupar tanto. Não foi um péssimo trabalho, sei que deu o seu melhor!
Ao transmitir aquelas palavras ele tocou meu ombro, eu acabei sentindo a tranquilidade e a sinceridade em suas palavras, olhando em seus olhos concordei somente usando a cabeça deixando escapar um leve suspiro, muitos pensamentos ainda reverberavam em minha cabeça então apenas deixei meus olhos se fecharem talvez se eu dormisse um pouco tudo melhorasse.
Quando se dorme, você se perde em um mundo que tudo passa devagar, por isso quando acordei me assustei já estarmos a caminho para a cabana perto do evento noturno que teriamos.
- Espera, - olhei ao redor – como? Você?
- Sim, eu fiz uma cena de filme carregando minha amada nos braços, sabe pelo menos fiz algo legal durante essa vida!
- Jin! – repreendi mesmo ouvindo e ficando tremula com a palavra "Amada" – pare de falar como se fosse morrer, pelo amor de Deus, não faça meu coração doer mais do que já está dolorido!
Acabei não medindo o que falaria e despejei minha preocupação e meu sentimento que eu custava em esconder naquele taxi para ele e o motorista ouvir, ficamos nos encarando por alguns minutos até o motorista declarar que havíamos chegado ao destino, ambos estavam envergonhados e um tanto abalados pelas coisas faladas então apenas seguimos em silencio rumo a cabana para ajeitar tudo.
O local era bem simples, composta de paredes e moveis de madeira fazia lembrar aqueles locais onde no filme o personagem se esconde para refletir sobre sua vida ou seu passado, havia algumas coisas tecnológicas afinal era um local bastante procurado por cientistas e astrônomos – como eu – nos ajeitamos da melhor forma que conseguimos já que o espaço não era tão grande e luxuoso nos concentraríamos onde cada um iria dormir somente depois daquela noite.
Por sorte a dispensa estava cheia e com o aquecedor ligado ficamos mais a vontade de transitar pelo espaço e fazer as coisas que precisávamos até a noite cair, o silencio ainda reinava na casa e entre nós dois, acho que minhas palavras pairavam pela cabeça de Jin e estando naquele mesmo espaço sentindo que qualquer passo ou pensamento poderia ser ouvido ou analisado.
Por fim o almoço ficou pronto e sentamos para comer, um de frente para o outro, em um silencio enorme, apenas trocando olhares de vez em quando por não saber o que dizer, até que:
- Eu não aguento mais isso! – o barulho da cadeira se arrastando para trás ao ele se levantar foi estridente segui seus passos até ele chegar a minha frente e me puxar para seus braços
- Jin... O que é isso? – me senti alerta
- Nós dois somos adultos, nós dois sabemos o significado para esse silencio...
Sem me deixar refutar ele juntou nossos lábios, os selares aos poucos se tornou um beijo intenso onde eu retribui prontamente me sentindo cada vez mais sentimental a respeito dele, suas mãos alisaram minhas costas e apertaram minha cintura a cada minuto que passava aquilo se tornava mais intenso e uma resposta clara para tudo que estávamos guardando com aquele silencio.
Eu não sei exatamente como aconteceu, não sei dizer em que momento meu coração começou a vacilar por Kim Seokjin, não sei explicar quando ele começou a sentir o mesmo e tentar se aproximar, mas eu sei dizer que ali naquela cabana foi o clímax para mostrarmos tudo que sentíamos por meio de ações.
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