Capítulo um: as regras
As badaladas do relógio de parede soaram onze horas da noite do dia 24 de Janeiro. Eu encontrava-me deitado em meu sofá de veludo vermelho, assistia seu seriado preferido, CSI MIAMI, sempre fui apaixonado por séries policiais e para ser sincero, era muito bom em desvendar crimes.
Eu desfrutava de meus salgadinhos preferidos enquanto sentia uma forte dor de cabeça, talvez por conta do cansaço do dia-a-dia.
Olhando para a tela de televisão, estava passando uma propaganda de crianças brincando e eu acabava pensando em minha infância, no meu passado que para mim era um completo borrão, não me lembrava de nada, se tinha amigos, como eram meus verdadeiros pais ou se tinha algum familiar. Ao pensar nisso sentia-me completamente vazio por dentro.
O relógio soava novamente, revelando ser meia-noite, então encontrava-me decidido a ir deitar para descansar. Quando já estava no corredor próximo a escadaria que dava para o segundo andar, pôde-se ver um vulto, eu pensei que estava alucinando, já que não teria como alguém entrar em meu apartamento sem o meu conhecimento. Pelo menos era o que achava.
Entrando em meu quarto sem acender uma luz sequer, deitava-me em minha cama, puxando meu cobertor de veludo que havia ganhado de minha avó. Tudo aquilo parecia estranho, era como se aquele dia estivesse com uma energia pesada.
Ao fechar meus olhos para dormir, senti uma enorme pancada na cabeça, como se um taco de beisebol tivesse me atingido.
"A lenda local dizia que criaturas saíram da escuridão vestidas com carne de humanos.
Em vez de temer a escuridão, onde criaturas terríveis aguardavam sua próxima vítima, a cidade floresceu nela, pois a lua era um protetor mais celestial do que o sol poderia ser.
Apesar de todas essas palavras, nem todas as lendas são felizes.
Especialmente para a garota chamada Jennie.
— Jennie. É você? Você me encontrou?
— Namjoon!
Ele estava com medo, era fácil de entender isso, mas o Kim sorriu de alívio.
No entanto, uma ilusão alonga o abismo escuro ao vosso redor, tornando difícil chegar até ele.
A cada passo, a distância entre os dois continuava crescendo.
O vazio do escuro que sempre aparece no sonho o afasta mais uma vez.
— Você está indo embora?! — perguntou Namjoon.
O loiro começa desaparecer bem diante dos olhos de Jennie e ela começa a se contorcer como protesto."
O choque do pesadelo foi o suficiente para me fazer acordar, tudo parecia tão real.
Tudo o que passava pelos meus olhos era completa escuridão e uma sensação de veludo contra sua bochecha, claramente havia dormido em minha cama.
Ao afundar meus dedos no tecido macio, aquilo não parecia minha cama e nem o meu sofá. Algo estava errado.
Decidi afastar minha cabeça do travesseiro, olhando em volta tentando me ajustar ao escuro.
Quando meus olhos conseguiram ver algo, observaram…
Corpos?!
Eu, pelo susto, puxei a almofada contra minha boca, me impedindo de gritar.
Onde estou?! Eles estão mortos?!
Era tudo o que conseguia pensar.
Os meus pensamentos sombrios foram interrompidos por um envelope caindo de meu colo, assim que havia puxado a almofada, pode-se ler meu próprio nome escrito delicadamente no papel.
Apertando o pergaminho por entre os dedos, analisando todos os detalhes. A caligrafia chamava minha atenção, era delicada, muito delicada.
"Sr.Min, é um grande prazer em convidá-lo para uma oportunidade única na vida.
I Curse Them, um lugar que concederá os desejos mais obscuros de alguém."
Desejos mais obscuros?
Pensava.
O sonho que teve minutos antes passa em minha cabeça novamente, quem poderia ser aquelas pessoas?
— Irmã…
Uma voz me assustou, que por reflexo olhei para meu lado direito.
Sob a luz assustadora está o corpo de um garoto aparentemente mais jovem em uma poltrona azul.
Parece que ele está dormindo.
Caminhando sorrateiramente até o rapaz, adormecido, pude enxergá-lo melhor.
Ele possuía cabelos azuis, parecia um anjo celestial. No seu convite que estava em suas mãos dizia o nome "Soobin".
Antes que eu pudesse me mover, observei olhos castanhos olhando para si. O rosto do jovem ficou vermelho e eu claramente sem palavras.
— Você é o Soobin, certo?
— Eu… te conheço? — Sua voz soava tímida, mas cheia de preocupação.
— EU JÁ DISSE UMA VEZ, NÃO ENTRE EM MEU QUARTO PARA LIMPAR SE EU ESTIVER DORMINDO!
Aquilo nos assustou.
Soobin e eu nos encostamos um no outro, se abraçando como se fosse nos proteger de quem havia gritado.
— Espera… esse não é meu quarto… — disse uma garota loira.
Ela estava encostada em uma poltrona próxima de nós dois.
— Esses adolescentes insuportáveis — indaga um senhor de meia idade.
— Você teve a audácia de se referir a mim como uma adolescente insuportável, velhote?! Tens ideia de com quem estás falando?! — A loira continuou.
As minhas sobrancelhas se juntam ao observar aquele estranho diálogo.
— Vocês poderiam se importar de alguma forma? — falou um desconhecido.
Assim que eu olhei para ele, pude ver um cabelo alaranjado e uma carinha angelical e preocupada.
— Eu gostaria de saber… — fui interrompido.
— Você deve me conhecer, velhote, eu sou Onda, filha da família mais poderosa dessa cidade, com um estalar de dedos meu você perde sua aposentadoria!
— E eu sou Park Jimin, fico feliz que nós dois tenhamos nome, agora poderia deixar esse senhor em paz e prestarmos atenção no que está acontecendo aqui? — Jimin inclina a cabeça para o lado sorrindo descaradamente e aquele sorriso me pega desprevenido.
— Eu fui sequestrada? Isso é alguma brincadeira? — perguntava a garota, quase que desesperada.
— Ricos. É como se pudessem ouvir apenas eles mesmos — disse um homem adulto. — A propósito, meu nome é SeokJin.
— E o meu é Min Yoongi! — Sorria para ele. — Agradeço por falar comigo, estava me sentindo um pouco perdido… SeokJin, você por acaso tem ideia do que está acontecendo?
— Infelizmente, não.
Sem saber o que responder, eu apenas olho para os outros que ainda estão discutindo.
— Eu deveria me apresentar corretamente, eu sou Lalisa Manoban, detetive de NCIS.
— Não é tão importante — alfinetou Onda.
— Preciso que todos prestem atenção aqui. Este bilhete em minhas mãos diz que somos os sete pecados capitais, sete convidados da sorte.
— Estamos em oito, Inteligência. — A loira deu risada.
Sinto um puxão em meu braço e olho para trás vendo Soobin.
— Estamos em perigo? — Sussurra ele.
— Nós iremos ficar bem, certo? E eu te protejo se acontecer algo. — O Tranquilizei. — Aquela mulher ali chamada Lalisa disse que é uma detetive, estaremos seguros com ela!
"Jennie?! Você está me deixando?!"
Eu afasto a voz distorcida do desconhecido do meu sonho de minha mente.
— Promete não sair do meu lado?
— Prometo!
Nós dois sorrimos um para o outro.
— Ei, Você.
Ouço a voz acusatória de Jimin vindo em minha direção.
— Eu ouvi que seu nome é Yoongi?
— Você ouviu corretamente. — Ele está a centímetros de mim.
— O que você acha de ter um infiltrado aqui? — falou se aproximando.
— E-eu não sei.
— Você é muito barulhento. — Ouvi a voz de um desconhecido, seus cabelos escuros pareciam macios, suas roupas de "playboy" me chamava a atenção. — Não cansas de brincar?
— E por que você não nos ajuda a atender esse lugar? — questionei.
— Não tenho intenção de fazer isso. Esqueça.
— Vamos nos acalmar, o que acham de falarmos nossos nomes? — Soobin nos olhou, meio tímido.
— Perda de tempo. — O desconhecido cruzou os braços.
Jimin se aproximou do rapaz, pegando o envelope de suas mãos e disse:
— Jungkook, seu nome é Jungkook.
— Desagradável.
— Meu nome é Lourival — disse o senhor de meia idade. — Não que isso importe agora...
Olhando aquele caos, respirei fundo e me coloquei no meio da sala, pronto para assumir o controle de tudo.
Porém, avistei no canto de minha vista o mesmo vulto que havia visto em minha casa.
Olhando em direção a única porta da sala, observei duas pessoas uniformizadas.
— Bem-vindos, ilustres convidados. Meu nome é Hwasa, é uma infelicidade conhecê-los. Este ao meu lado é meu parceiro, Kim Namjoon.
Olhei para o rapaz e o reconheci imediatamente.
Do meu sonho.
— Suas tarefas aqui é organizar uma festa com matanças sangrentas. Um, e apenas um dos reunidos aqui receberá a bênção da amante dessa mansão, a maldita bruxa Jennie. — Sorriu contente ao falar o nome da bruxa. — Agora vão, matem quem quiserem.
O copo que alguém estava segurando se quebra.
— Esse nome… — disse Lourival assustado. — Esse nome é uma maldição para quem ouve!
— Jennie? — Estava sem entender.
Os outros convidados prendem a respiração ao me ouvirem falar deste nome.
Eu olho para Soobin, esperando claramente uma explicação.
— Você… realmente não sabe?
Eu balanço minha cabeça desesperadamente.
— Diziam que uma garota chamada Jennie vivia em uma floresta com criaturas sangrentas e que toda noite de lua cheia ela ia na cidade sequestrar crianças, era assustador. No dia de sua morte ela amaldiçoou os humanos, dizendo que voltaria para caçá-los. Eu… não posso falar mais.
A boca do azulado começa a tremer.
— Eu não entendo. Por que ela causaria tanta angústia? — perguntei.
— VOCÊ ESTÁ LOUCO?! — gritou Onda, abraçando o corpo de Rose e SeokJin.
Eles pareciam ofendidos com minha pergunta.
Todos olhavam para mim assustados, menos Namjoon Hwasa e Jimin.
— Será que devo te contar mais? — questionou o Park.
— Não há necessidade de discutir isso agora, as regras não foram ditas — disse Namjoon, seriamente.
— Por que você brincaria com algo tão sério?! — Lourival estava desesperado.
— Você deve ficar preocupado! O meu povo irá me procurar! Você será pego. — Onda argumentava.
— No momento que eu relatar isso você ficará preso! — falou Lalisa.
— Você terá que vencer o jogo primeiro para fazer tal coisa. — Brincou Hwasa. — Vocês são tolos em pensar que atenderiam o seu desejo sem nenhum risco ou sacrifício. O jogo não terminará até que apenas uma pessoa permaneça. Agora ouçam com atenção.
Todos ficaram em silêncio.
— Todos os dias vocês devem se reunir na sala de jantar, de manhã e de noite. Provavelmente notaram que o sol não nasce, então será sua responsabilidade controlar seu próprio tempo. Essas duas refeições nos dirão quem caiu como uma vítima e quem está mais perto de sobreviver.
Lalisa procurava algo em sua cintura de forma ansiosa.
— Se está procurando suas armas, Sra.policial, saiba que foram confiscadas assim que adentrou este lugar.
— Devolva a minha arma. Agora!
Acabo ouvindo alguém respirar de uma maneira não tão natural.
Olhando ao redor pude ver que era Lourival.
— Tire-nos daqui! Agora!
— Lourival… temos que manter a calma. — Tentava o acalmar falando de forma gentil.
— Calma?! Isso é tudo o que você tem a dizer?!
Com a voz do senhor aumentando o volume, Namjoon virou-se com fervor na direção do homem.
Lourival corre em direção à porta e começa a arrancá-la com força o suficiente para deixar marcas.
— Como eu disse, apenas um pode sair. — Repetiu Hwasa.
O de cabelo grisalho se agacha para pegar um pedaço de caco de vidro que estava no chão, olhando diretamente para a mulher que segundos antes falara as regras.
— Ei… Lourival… o que você?
— Vá para o inferno, seu monstro!
Quando eu iria tentar parar Lourival, observo Namjoon se mover em direção a sua parceira, apenas para que ela o empurre para o lado.
— Não.
Era tudo o que dizia.
As pontas do meu dedo agarravam a jaqueta do homem idoso. Ele era forte demais para que eu pudesse pará-lo.
— Y-Yoongi! — Soobin me puxava para trás enquanto escutava uma risada abafada por trás de mim.
— Interessante. — Jimin observava a reação de Soobin.
Hwasa permanece imóvel, já Lourival corria em sua direção com o fragmento de vidro em mãos, empalando o caco em seu peito.
A sala preenche de suspiros quando o sangue da mulher se espalha em todas as direções.
— Sempre existe um… — Ela sussurrava. — Que tolo ir contra os parentes da bruxa.
Em segundos, o corpo de Lourival desaba na poça de sangue de Hwasa, deixando todos da sala em completo choque.
— Sua vida teria durado mais alguns dias se tivesse se comportado como um cachorrinho.
— E-ele… ele… morreu? — Era óbvia a resposta, mas Lalisa não raciocinava direito para perguntar algo sensato.
Onda cambaleia para trás, olhando para o corpo sem vida do idoso de forma desesperada.
— O que… o que você fez?! — Era a primeira vez que Rose, amiga de Onda, havia falado alguma coisa.
O suspiro de repulsa de Hwasa me acorda de meus pensamentos conturbados.
— Parece que temos nossa primeira vítima. — Ela sorria. — Irei me trocar, logo depois acompanharemos vocês aos seus devidos quartos.
— Como é possível que você ainda esteja viva? — perguntei.
Eu mal consigo respirar quando meus neurônios começam a entender o porquê. Observando a mulher atentamente, espreitando do cabelo de Hwasa estão as orelhas de lobo.
— Criatura da floresta, então as lendas são verdadeiras — dizia Lisa.
— As lendas sobre essas criaturas nunca estavam erradas. Sim, eu sou a serva da bruxa que você teme com razão. Boas mortes.
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