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Seus olhos castanhos me fitaram no exato momento em que adentrei o nosso quarto, seus olhos quase fechando pelo excesso de sono de algumas noites mal dormidas. Me deitei outra vez, puxando a coberta sobre o meu corpo, logo em seguida a puxando para se aninhar em meus braços também.

- Ele dormiu? - Sua voz se arrastava, carregada de cansaço. 

- Dormiu, a febre baixou e consegui fazer com que bebesse o remédio. 

- Isso é ótimo, assim que a medicação começar a funcionar no organismo dele tenho certeza de que ira dormir o resto da noite. 

- Assim espero, e como minhas duas princesas estão hoje? - Acariciei sua barriga, já bem grande levando em consideração que fará 8 meses na próxima semana. 

- Estamos bem, só precisamos dormir bem por uma noite e tudo volta ao normal. 

A fraca luz emitida pela lua, me permitia enxergar os seus olhos. Meus dedos fazendo círculos imaginários por sua barriga. 

- É incrível que ela sempre fica agitada quando você toca na minha barriga. Acho que sente a sua presença, de alguma forma ela sabe que é o pai dela. - Ela guiou minha mão para um ponto especifico e pude sentir pequenos movimentos ali. - Ela não parou de chutar desde que você chegou do jogo hoje. Tirei Clara delicadamente dos meus braços e me inclinei sobre sua barriga, encostando meus lábios em sua pele. 

- Oi minha princesinha, papai está aqui com você. Quer saber como foi o jogo de hoje? Sabia que seu papai marcou 3 gols? Igual no dia que eu pedi a sua mãe em casamento. Foi tudo incrível minha pequena, mal vejo a hora de ter você aqui fora com a gente, seu irmão está ansioso por sua chegada, mesmo que ele não tenha como te dar atenção nos últimos dias porque está resfriado. Bem, boa noite meu amorzinho, nós te amamos. - Deixei uma última caricia na altura de seu ventre e um pequeno beijo. 

Clara se aconchegou em meus braços outra vez;

- Eu já falei que te amo? - Questionou-me. 

- Deixa eu pensar... Acho que hoje não. - Ela riu. 

- Eu te amo, Pepi.

- Eu também te amo, corazón. 

...

Clara dormia calmamente enquanto a pequena Alice mamava em um de seus seios. 

O parto havia sido difícil, ela precisou se esforçar muito para conseguir trazer a nossa filha ao mundo. E graças ao céus ela conseguiu. Alice tem as características dela, a mesma pele bronzeada naturalmente, cílios longos e já nasceu com pequenos caracoís em seus cabelos. 

- Papai, por que ela é tão pequena? - Théo me perguntou, baixinho, com medo de acordar Clara ou de assustar a bebê em seus braços. 

- Porque ela estava na barriga da mamãe. Agora que está aqui com a gente, vai crescer igual você. 

- Eu também fiquei na barriga da mamãe, igual a Alice? 

- Sim, e sua mãe ficou linda com a barriga enorme. Você nos deixou muito felizes quando descobrimos que estava a caminho. - Ele olhou para a bebê, esticando a própria mão com cuidado para tocar os pequenos dedos de sua irmã. 

Clara se mexeu, aos poucos abrindo os olhos e aninhando Alicia em seus braços. Ela virou o rosto para nós, sua expressão cansada. E então ela sorriu. 

- O que os dois homens da minha vida estão conversando? 

- Papai me disse que eu também morei na sua barriga, mamãe. - Ela sorriu, como sempre totalmente calma e tênue com nosso filho. 

- É verdade, assim como a Alice, você ficou guardadinho aqui dentro até o momento de vir aqui fora nos encontrar. - Ela estendeu a mão em minha direção, segurei seus dedos e acariciei os mesmos. - Sabe, Théo, seu pai já sabia que você existia antes de eu mesma perceber.

- Mas se eu estava na sua barriga, como o papai soube antes de você? 

- Foi no jogo que ele ganhou o troféu de artilheiro. 

- Na La Liga? - Ela concordou. 

- Ele disse que independente daquela vitória ou do prêmio, o maior prêmio dele estava sendo preparado. E ele tinha razão, na semana seguinte descobrimos que você estava na minha barriga. - Os olhos do pequeno brilharam ao ouvir as palavras da mãe. 

- Então a Alice também é um prêmio? 

- É claro que sim. Vocês três são os maiores prêmios que eu poderia ter nessa vida. 

Os dedos dela acariciaram as pontas dos meus. 

- Você, sua irmã e o seu pai são tudo de mais precioso que eu tenho. Nada nunca será mais importante que vocês. Eu amo vocês.

Ergui sua mão, deixando um beijo nas costas de sua mão, sorri antes me perdendo em suas palavras.

- E eu amo vocês mais que qualquer outra coisa. Amo você, mi corazón. 

...

Agora sim, chegamos ao fim. 

É com muita gratidão que eu lhes agradeço mais e mais. Sem vocês eu nunca teria conseguido escrever essa história, e sabem, todas as vezes que eu pensei em simplesmente desistir dessa fanfic, eram vocês que me davam motivos para continuar. Cada comentário, cada voto, cada interação estará para sempre guardada em meu coração.

A nova história estará disponível para leitura a partir do dia 15, os avisos e outras coisinhas estarão publicados e aguardando novos leitores que estejam dispostos a embarcar em mais uma aventura em um mundo totalmente novo e cheio de segredos que estão apenas esperando para serem revelados. 

Amo todos vocês, obrigada por tudo; Obrigada por tanto. 

Beijos de luz,Kalisa.

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