Cap. 009

* Caso vocês gostem de ouvir música enquanto lêem, sugiro que ouçam a música da mídia (call out my name - The Weekend) principalmente em uma cena específica para uma melhor experiência.*

As coisas entre mim e Pedro fluíram de uma maneira muito transparente e natural.

Desde o nosso primeiro beijo no dia da festa do Neymar, nós dois nos aproximamos bastante e no último mês acho que posso me atrever a dizer que somos ficantes sérios.

Os trabalhos com o Barcelona foram intensos e muito puxados para todos, desde a área técnica até os jogadores. Porém, o mais importante e o que mais buscamos na temporada enfim foi alcançado!

O Barcelona é o campeão da La Liga!

Até agora é inexplicável tentar explicar como foi estar presente no dia em que os jogadores venceram e todos comemoraram ao verem o time catalão se consagrar campeão.

A única coisa da qual me lembro com clareza foi de toda a equipe gritando e pulando enquanto invadimos o campo ao final da partida.

Foi incrível compartilhar esse momento com todos eles!

As comemorações pelas ruas de Barcelona não foram diferentes. As pessoas lotaram cada espaço possível para saldar os jogadores no desfile que fizeram.

Meus tios fanáticos por futebol quase enlouqueceram quando minha mãe mandou as minhas fotos com os jogadores no grupo da família.

Até então ninguém, além dos meus pais e meu irmão, sabiam que eu tinha conseguido uma vaga no Barcelona.

Mas completamente inevitável que eles não descobrissem depois dessa vitória.

Nesse período eu acabei me aproximando bastante dos meninos do time. Posso até dizer que nos tornamos ótimos amigos.

Gavi e Adrián são os únicos a saberem de mim e Pedri, porém eu tenho certeza que Ansu e Ferran estão desconfiando de algo nas últimas semanas.

Raphinha quase nos flagrou dentro do vestiário no dia da final. Pedri e eu nos beijamos em comemoração ao título do Barcelona, e por sorte, Raphael acabou esbarrando em algo que fez com que nós dois nos afastássemos antes.

Mas não é nada que esteja fugindo do nosso controle.

Ao menos não até agora.

Depois de todo o alvoroço e de todas as comemorações com o público, hoje a noite, toda a equipe vai participar de um jantar de comemoração.

Matteo nos enviou o convite digital com a localização e tudo que iríamos precisar para podermos entrar no lugar.

Confesso que estou um pouco nervosa, nunca fui em eventos grandes como esse.

Acho que já troquei de roupa umas quatro vezes. Óbvio que pedi ajuda a minha amiga, mas como ela está em outro país, acaba complicando um pouquinho.

Nesse último mês, Angela conseguiu uma bolsa para se especializar como estilista na Itália, e óbvio que minha amiga aproveitou a oportunidade.

Lucca e eu nos empenhamos muito para que ela tivesse todo apoio possível para seguir seu sonho de ser uma grande estilista.

Resmunguei alguns palavrões e vesti o vestido preto que ganhei da Angela. O posicionei na frente do meu corpo enquanto me observava em frente ao espelho.

Eu só tinha usado ele uma única vez, acho que agora seria o momento ideal para tirá-lo do meu guarda roupa.

Vesti o mesmo e voltei para frente do espelho.

O tecido fica totalmente justo no meu corpo e por ter duas alças super finas e delicadas, não posso usar um sutiã. Apenas o bojo que o próprio vestido tem já é o suficiente.

Coloquei um salto com detalhes que combinavam com as alças do vestido e um colar prata.

Até que para o tamanho da minha indecisão eu estou gostando bastante do resultado.

Fiz uma maquiagem leve e agora comecei a brigar com o meu cabelo. Estou com uma dúvida enorme entre fazer um coque mais despojado ou deixá-lo solto com um babyliss nas pontas.

Acabei optando pela segunda opção.

Meu gato observava tudo enquanto estava deitado no centro da minha cama, Zico é com toda certeza o gato mais calmo que já adotei em toda minha vida.

Lembro que quando eu tinha 15 anos, adotei uma gatinha e ela simplesmente destruiu todas as almofadas da minha mãe.

Nesse dia nós duas quase fomos expulsas de casa.

Peguei meus objetos pessoais e os coloquei dentro da minha bolsa de mão.

Espero não ter exagerado ou ser simples demais, pelo o que o Adrián comentou comigo, as esposas dos jogadores e de outros membros da equipe também estarão lá.

Estou louca de expectativas para que a Taia esteja também. Depois daquela festa Raphinha me disse que ela tinha gostado muito de mim e até me passou o contato dela.

Nós duas conversamos bastante.

Respirei fundo e me olhei no espelho outra vez, ficou bem melhor do que eu esperava.

Tirei uma foto e mandei para Angel que logo me respondeu com emojis de coração e me disse que estou linda.

Adrián e eu havíamos combinado de irmos juntos, porém ele teve um pequeno imprevisto com a família e iria chegar um pouquinho atrasado.

Por esse motivo eu tive que chamar um Uber.

O local onde o evento aconteceria já tinha uma pequena movimentação dos jogadores e algumas pessoas da equipe.

A entrada era totalmente bloqueada pelos seguranças que ficavam no portão. O uber só conseguiu avançar até a entrada depois que abaixei o vidro da parte de trás e mostrei meu convite e uma pequena checagem foi feita.

Paguei a corrida e respirei fundo antes de virar e caminhar até às escadas que levavam até a entrada.

Os seguranças que estavam ali me cumprimentaram e eu adentrei o lugar.

Passei por um pequeno corredor e logo dei de cara com o troféu exposto onde alguns jogadores tiravam fotos com seus celulares.

De certo os fotógrafos já devem ter tirado as fotos com a grande maioria das pessoas.

Algumas pessoas passaram a prestar atenção em mim quando entrei no salão principal e em poucos segundos quase todos estavam me olhando.

Encolhi meus ombros um pouco nervosa e fechei os olhos.

O fato de ter dois amigos extrovertidos é que eles me treinaram para situações como essa.

Respirei fundo e ergui a cabeça, arrumei minha postura e abri os olhos. Muitos olhares curiosos estavam em mim e eu sequer sei o porquê.

Acho que talvez por nunca terem me visto em uma comemoração privada antes.

Sorri sem mostrar os dentes e voltei a caminhar. Meus olhos procuraram alguém mais próximo e pude avistar Matteo.

O meu superior me observava com uma expressão indecifrável. Me aproximei dele, que sorriu.

- Boa noite Guimarães, pelo horário achei que não fosse mais aparecer. - O tom de sarcasmo em sua voz foi nítido e me fez rir.

- Boa noite Garcia. Não pode reclamar de atrasos hoje. - Ele concordou.

- Venha comigo, preciso te apresentar a duas pessoas. - Concordei e Matteo me deu seu braço para acompanhá-lo.

Seguimos até um grupo de homens que conversavam e o homem ao meu lado pigarreou a garganta, chamando a atenção de ambos.

- Laporta, Sérgio, gostaria muito de apresentar uma pessoa a vocês. - Ele segurou minha mão e me colocou a sua frente.

- E quem seria essa graça? - Sérgio, o fisioterapeuta que eu acabei ocupando a vaga, perguntou. - Não me diga que é sua acompanhante!?

Matteo riu enquanto negava e eu tentava ser indiferente a esse pequeno constrangimento.

- Bem, lembra da fisioterapeuta que eu disse que contratei para a sua vaga? - O homem assentiu. - Então, quero que vocês dois a conheçam.

- Então você é a tão famosa Clara Guimarães! Quem diria que uma mulher tão jovem iria ocupar meu lugar.

- Não se engane pela idade, essa garota é uma jóia no mundo da fisioterapia. - Tenho certeza que estou vermelha de vergonha nesse momento.

- É um prazer imenso conhecer os senhores. E não deixem o Matteo comprarem vocês com essa conversa, apenas faço meu trabalho da melhor maneira possível. - Sérgio sorriu e encarou Laporta.

- Não tem modéstia alguma, Clara é uma profissional excepcional! Arrisco dizer que é melhor que você, Sérgio. - Ouvi a voz de Xavi e sorri tímida.

- Se Xavi disse está dito! Tenho certeza que terá uma carreira brilhante!

- Tantos elogios assim, só tenho mais certeza que Matteo fez um ótimo trabalho quando escolheu a senhorita Guimarães. - Laporta falou um tanto simpático e eu sorri.

Não tinha visto Pedri até então, tanto que meus olhos mal paravam nos homens à minha frente.

Eles me envolveram em uma conversa um tanto quanto descontraída e me prenderam ali por alguns minutos.

Porém, para a minha sorte, outros caras importantes se aproximaram e começaram outra conversa.

Essa é a minha melhor deixa.

Pedi licença com a maior simpatia possível e me retirei até a mesa onde os profissionais ficariam.

Cada assento tinha o nome, para minha felicidade, Adrián ficou ao meu lado.

Só que como nem tudo são flores, Sophia acabou ficando do meu outro lado.

Avistei Gavi próximo a Taia e ao Raphinha e sorri mais aliviada. Me encaminhei até eles e a brasileira sorriu assim que me viu.

- Clara! Meu Deus, você está linda! - Abracei a mulher e sorri com seu elogio.

- Nem é pra tanto vai. Mas muito obrigada. A propósito, você está perfeita, Taia! - Ela sorriu e me agradeceu de volta.

- Já encontrou seu futuro marido hoje? - Raphinha questionou e sua esposa lhe deu um tapinha discreto.

- O que? - Eu sabia que ele estava falando do Pedro, mas não podia deixar isso tão óbvio.

- Ah, para! Você sabe exatamente de quem eu estou falando!

- Não sei mesmo. - Ele riu enquanto negava.

- Ficou bonita em, quem diria que você tem um bom gosto. - Gavi disse e eu acabei rindo.

- Vou levar como um elogio, projeto de Messi.

- Foi um elogio, aspirante a doutora Harley.- Acho que prefiro não comentar sobre os diversos apelidos que eu e Gavi nos demos durante esse último mês.

Por ser o único entre os jogadores a saber sobre eu e Pedro, Pablo e eu acabamos nos aproximando bastante.

Até já saímos juntos para almoçar. E é óbvio que ele reclamou horrores e disse que não queria ser a minha vela particular e ainda fez uma pequena birra quando Pedri disse que ele precisava tirar logo a carteira de motorista.

- Pedri quase deixou a baba escorrer quando te viu entrando. - Raphinha disse e eu senti minhas bochechas arderem. - Vocês formariam um casal muito bonito, mas são orgulhosos demais para admitirem o que sentem um pelo outro.

- Pior que eu concordo com você, vocês são lindos quando estão juntos. - Taia reforçou a fala do brasileiro e eu neguei.

- Só somos amigos, nada demais. - Raphael negou e eu ri.

- Se estão falando sobre nossa querida Clara e nosso amigo Pedri formarem um casal digno de filme, eu concordo plenamente. - Ferran afirmou enquanto tinha seus braços ao redor do pescoço de Pedro e Araújo.

- Deixem eles em paz, sem pressão galera. - Araújo disse e Pedri lhe deu um soquinho.

- Vocês são tão desnecessários. - Ouvi o espanhol falar e o encarei. Seus olhos me observaram de cima abaixo enquanto um sorriu de canto se formou em seus lábios.

- Você está maravilhosa Clara, todo mundo ficou doido pra saber quem era você. Acho que esqueceram até o motivo de porque estão aqui quando te viram entrar. - Araújo me elogiou.

Meu rosto estava em chamas, eu nunca soube lidar com nenhum elogio.

- Imaginação sua. - Araújo riu e negou.

- Não acho que seja possível que todos tenham a mesma imaginação que eu. - Os garotos concordaram e eu sorri totalmente tímida.

- Não vai elogiar a garota, Pedri? - Ferran questionou e os meninos o provocaram com algumas brincadeiras.

- Já disse que odeio vocês hoje? - Eles riram e ele me encarou.

- Diz logo que ela está linda, dá pra ver de longe que você tá babando nela. - Ansu, que estava sentando totalmente concentrado em seu celular, disse e Ferran concordou.

- Gente, estão matando a Clara de vergonha. - Natália disse enquanto eu escondia meu rosto com as mãos.

- Idiotas. - Senti as mãos dele sobre as minhas e as abaixei. Pedro estava bem próximo de mim e quando abaixei minhas mãos por completo ele aproximou o rosto do meu e deixou um beijo rápido em minha bochecha. - Você está linda corazón. Ainda mais perfeita que o habitual.

Os outros jogadores gritaram um pouco e algumas pessoas nos encararam totalmente alheias.

- Obrigada Pedro. - Minhas bochechas ardiam tanto que eu podia jurar que as arranhei com as unhas.

- Viu, não foi tão difícil assim. - Raphinha disse enquanto Gavi se segurava para não rir.

Continuamos conversando e algumas das esposas de outros jogadores acabaram por vir nos cumprimentar.

Todas extremamente simpáticas e educadas.
Anna Lewandowska foi a que de longe mais interagiu comigo e com a Taia, porém, todas foram umas fofas.

Estávamos comentando sobre como os homens são complicados até o momento em que Pedro chamou minha atenção.

Ele fez um gesto para mim enquanto se afastava um pouco das pessoas e eu o segui com o olhar.

Seu corpo sumiu após ele cruzar uma pequena esquina e isso foi o suficiente para o meu lado curioso entrar em alerta. Preciso dar uma desculpa para conseguir sair daqui.

- Meninas, eu vou ali rapidinho ligar para minha mãe. Com licença. - Eu sempre fui péssima tentando mentir, e tenho certeza que eles desconfiaram de algo.

Gavi me olhou confuso e Anna e Taia ficaram totalmente perdidas.

Abaixei o olhar me sentindo envergonhada e caminhei até onde Pedro havia ido.

Um corredor vazio e com menos iluminação que o local onde estávamos. O procurei pelos lados, porém só encontrei uma porta.

Ele só pode ter entrado ali. Me direcionei até a porta e abri a mesma enquanto conferia se ninguém iria me ver entrando naquele lugar.


*Podem ouvir a música da mídia a partir daqui se quiserem*

Fechei a porta e antes que pudesse me virar senti alguém agarrar minha cintura e me virar de costas para o objeto de madeira.

- Achei que não iria chegar aqui nunca. - Pedro sussurrou contra meu ouvido e eu suspirei.

- Você sabe que não podemos fazer nada aqui. - Um sorriso pervertido escapou de seus lábios e o espanhol trancou a porta com a chave que estava na maçaneta.

- Vai ser rápido corazón, eles nem irão sentir nossa falta. - Dito isso, sua boca avançou contra a minha em um beijo rápido e com vontade de ambos.

Suas mãos deslizaram pela lateral do meu corpo e pararam na minha bunda onde ele deixou um aperto.

- Pedro... se alguém nos descobrir eu vou tá fodida. - O afastei por uns segundos e ele voltou a me apertar forte contra o seu corpo.

- Você só vai estar fodida se eu estiver te fodendo, Clara. - Absolutamente todos os pêlos do meu corpo arrepiaram com suas palavras.

Pedri me ergueu em sua cintura e me colocou sentada sobre uma pequena mesa de escritório. Não havia reparado muito, mas acho que estamos em algum tipo de escritório pessoal.

Suas mãos apertaram minhas coxas com força e as separaram, ele se encaixou no meio das minhas pernas e puxou minha cintura para que nossos corpos ficassem colados.

Sua boca começou uma trilha de beijos do meu queixo até os meus seios. González explorava cada parte das minhas pernas com as mãos enquanto sua boca deixava inúmeros beijos e pequenas mordidas na minha clavícula.

Senti sua mão acariciar a parte interna da minha coxa e aos poucos aquela carícia foi subindo.

Minha respiração estava começando a ficar desregulada e eu sentia meu ponto sensível latejar de desejo.

Os dedos dele passaram por cima da minha calcinha e eu acabei deixando um pequeno gemido escapar.

Levei as mãos até minha boca e Pedri sorriu, logo em seguida as afastando do meu rosto.

- Eu ainda não comecei corazón, me prometa uma coisa? - Seus olhos estavam vidrados nos meus enquanto sua mão segurava meu pescoço e a outra acariciava minha buceta por cima da calcinha.

- Prometer... o que? - Ele roçou nossos lábios e mordeu meu lábio inferior.

- Que vai ficar bem quietinha enquanto eu te fodo com os meus dedos. - Gemi completamente manhosa e pressionei minhas coxas contra seu corpo. - Pode me prometer isso, Clara? - Meu nome saiu de sua boca de uma maneira tão sexy que eu precisei reprimir outro gemido.

Assenti totalmente ofegante e ele negou.

- Quero que você diga em palavras. - Senti seus dedos puxarem minha calcinha para o lado e entreabri minha boca.

- Eu prometo... não vou fazer barulho. - Seus lábios atacaram os meus e eu pude sentir toda a tensão sexual que exalava de nós dois.

Seus dedos deslizaram do meu clitóris até minha entrada e ele sorriu.

- Tão molhada... - Deitei minha cabeça em seu ombro e reprimi alguns gemidos enquanto sentia seus dedos em uma sincronia única circulando o meu ponto sensível.

Meu corpo estava em total desespero por eu não poder expressar todo o prazer que estava sentindo naquele momento.

Agarrei seus cabelos os apertando entre meus dedos e permiti que minha outra mão invadisse a parte de trás de sua camisa, alcançando suas costas, onde cravei minhas unhas enquanto sentia ele contrair a mesma.

Pedri afastou seus dedos de mim e eu gemi manhosa, ele não seria capaz de parar agora, seria?

Sua mão acariciou meu rosto e ele tocou os meus lábios com seu dedo médio. Entendi exatamente o que ele queria.

Abri minha boca e González sorriu ao colocar seu dedo entre meus lábios. Chupei o mesmo e ele o retirou dali, o levando novamente até o meio das minhas pernas.

Senti uma leve carícia na minha entrada e em seguida fui preenchida com seu dedo.

Apertei seus cabelos ao mesmo tempo em que meus gemidos foram abafados em seu ombro.

Seus movimentos eram lentos. Aos poucos, senti um segundo dedo ser introduzido e revirei os olhos enquanto minha respiração falhou por alguns segundos.

Alguns movimentos começaram a me fazer ter vontade de gritar de prazer, mas acabei me contendo. Nem que eu quisesse poderia fazer barulho aqui.

Pedro era ágil e sabia exatamente onde estava me tocando. Ele não precisaria de muito mais para me fazer delirar de prazer em sua mão.

- Geme pra mim... só pra mim. - Tirei meu rosto de seu ombro e encarei seus olhos, suas pupilas estavam dilatadas e o castanho de suas íris estava mais escuro que o normal.

Retirei minhas mãos de seu corpo e acariciei o meu próprio corpo. Preciso me conter ao máximo para não fazer muito barulho.

Deixei alguns sussurros escapar enquanto minhas mãos acariciavam meus seios.

Um pequeno gemido escapou e ele sorriu antes de me puxar para um beijo. Mas, sem interromper seus movimentos dentro de mim.

Eu podia sentir meu corpo em chamas e meu subconsciente simplesmente não funcionar como deveria.

Pedri intensificou a maneira como penetrava seus dedos em mim e eu mordi o lábio inferior com força, reprimindo um grito.

Meu corpo tremeu e eu rebolei involuntariamente em seus dedos, o prazer havia tomado conta de mim.

Gemi seu nome o mais baixo e contido que eu pude e agarrei seu pescoço.

Curvei minhas costas e fechei meus olhos, uma onda de prazer tomou conta de mim e tenho certeza que ele percebeu isso pois, não parou em momento algum.

- Goza pra mim corazón. - Sua voz rouca e baixa (quase em um sussurro) foi o estopim para que eu chegasse ao meu ápice.

Deitei minhas costas na mesa enquanto sentia minhas pernas tremendo. Meu clitóris latejava de prazer e um formigando gostoso cresceu em meu ventre.

Eu havia gozado nos dedos de Pedri González.

A outra mão dele subiu desde a minha barriga até os meus seios onde ele apertou sem muita força.

Passei minhas mãos pelo meu cabelo e ergui meu corpo o apoiando em meus cotovelos.

González retirou os dedos de dentro de mim enquanto eu remexia meu quadril contra eles e os colocou em sua boca chupando-os.

Deixei outro gemido manhoso escapar quando ele passou seus dedos na minha buceta - agora ainda mais sensível - outra vez apenas para lambê-los novamente.

Sua mão puxou minha calcinha para o devido lugar e ele segurou na minha cintura me puxando para si e dando início a um beijo.

A sincronia em que nossas línguas estavam, parecia até mesmo que estavam em uma dança perfeita.

Sua mão apertando minha nuca me fazia arrepiar e ansiar cada vez mais por ele.

Esse homem vai acabar me enlouquecendo.

- A gente tem que voltar agora. Laporta vai discursar antes que sirvam o jantar. - Suas palavras me trouxeram a realidade outra vez.

Havia esquecido completamente do jantar.

Pedri me puxou para fora da mesa e assim que coloquei os pés no chão senti minhas pernas tremerem.

- Preciso ir ao banheiro antes, não dá para voltar para lá agora. - Ele segurou meu rosto com uma mão e me deu um selinho demorado.

- Vou te acompanhar até a entrada do banheiro e irei voltar para lá. Você se recupera e volta depois, tudo bem? - Concordei com a cabeça e ele segurou minha mão para podermos caminhar.

O espanhol destrancou a porta e colocou a cabeça para fora do lugar observando os lados.

Ele me puxou para fora e fechou a porta outra vez.

Caminhamos pelo corredor e paramos em frente ao banheiro feminino.

- Te vejo no salão principal corazón. - Demos um selinho rápido e ele se retirou.

Respirei fundo e adentrei o banheiro.

Essa foi uma das coisas mais loucas que já fiz em toda minha vida.

Olhei para o meu reflexo no espelho e suspirei. Meu cabelo está bagunçado, meu batom borrado, minha respiração totalmente desregulada e minhas bochechas coradas.

Onde eu estava com a cabeça quando permiti que isso acontecesse em um local como esse?

Limpei o borrado do batom e retoquei novamente passando o gloss por cima.

Penteei meus cabelos com a ponta dos meus dedos e consegui dar um jeito na pequena bagunça que ele estava.

Meu corpo exalava o perfume amadeirado dele. Tenho certeza que qualquer pessoa que respirar perto de mim vai conseguir sentir o cheiro do Pedri.

Borrifei algumas vezes o meu perfume e respirei fundo em seguida. Havia conseguido controlar minha respiração enquanto me arrumava.

Lavei minhas mãos e as sequei antes de voltar para o salão principal do jantar.

A única coisa que não consegui disfarçar foram as minhas bochechas coradas.

Adentrei o local e todos já estavam em seus devidos lugares, até mesmo Adrián havia chegado e Laporta se preparava para dar seu discurso.

Apressei meus passos e me sentei rapidamente tentando chamar o mínimo de atenção possível.

- O que a dona Fátima queria? - Adrián cochichou perto de mim.

- Hum? Minha mãe não queria nada.

- Eu sabia! Você e o Pedri estavam se pegando em algum lugar, não foi? - Senti meu rosto queimar e neguei. - Você está mais vermelha que um tomate. Bebe um pouco de água.

Peguei o copo em cima da mesa e tomei um gole do mesmo.

- Agora conta, onde vocês foram se pegar?

- A gente não tava se pegando, Adrián.

- O Gavi disse que o Pedri sumiu e você deu uma desculpa esfarrapada de que iria falar com a sua mãe. Sério Clara, com a sua mãe?

- Me pareceu uma boa ideia quando eu falei. - Ele negou enquanto ria discretamente.

- Vocês podem fazer silêncio? Quero ouvir o Sr. Laporta falar. - Sophia direcionou sua fala a nós e Adrián revirou os olhos.

- Se você está tão incomodada assim, por que não vai para outro lugar? - A mulher respirou fundo e virou o rosto na direção do presidente do FC.

- Que grosseria Adrián! - Disse em provocação e ele deu de ombros.

- Esquece ela, vocês realmente se pegaram? - Adrián é um tremendo fofoqueiro. Eu só contei tudo para ele porque o meu amigo acabou nos flagrando em uma conversa onde Pedri deixou escapar sobre o nosso "relacionamento".

- Só foi um abraço e um beijo, não teve nada demais.

Ele fez um biquinho e negou.

- Vocês são tão sem graça, um mês inteiro juntos e não passam dos beijos? - Ri com sua expressão fácil e mordi os lábios.

- Eu já te expliquei que nós vamos devagar, estamos bem desse jeito. - Talvez pela intimidade que nós dois já temos, possa explicar o que aconteceu naquela sala.

Porém, de alguma maneira, saber que permiti que ele me tocasse daquela forma, me fez ficar um pouco ansiosa.

O fato de ter tido experiências não muito agradáveis no meu passado me fazem ser tão insegura atualmente quando se trata de um relacionamento.

Às vezes somos tão negligenciados de amor e atenção, que acabamos nos contentando com migalhas. E esse com certeza é um grande erro. Aceitar o mínimo quando merecemos o máximo, só servirá para nos fazer ainda mais inseguros.

Eu precisei aprender isso com o tempo. Mas também quebrei muito a cara para poder compreender que eu merecia bem mais do que o mínimo. Desde criança eu aprendi que deveria dar o meu máximo para ser a melhor em tudo, então, por que eu deixaria que as pessoas me tratassem como suas segundas ou até quartas opções?

Mas, é claro que um "equilíbrio" como esse traria uma consequência. A grande segurança profissional que eu tenho, esconde a garota insegura e cheia de traumas de viver um relacionamento com qualquer pessoa. Desde amizade até uma relação amorosa.

Um único momento de fraqueza e eu descumpri uma das minhas regras.

"Não se deixe levar pelo momento."

Talvez a combinação estar 100% focada na minha carreira e ter Pedro González ao meu alcance não seja uma combinação tão boa assim.

Deus, onde eu estou me metendo!?

Laporta havia feito seu discurso em agradecimento a toda equipe e principalmente aos jogadores. Obviamente, não estaríamos aqui sem eles, um trabalho mútuo de ambas as partes.

O jantar foi servido e eu confesso que estou adorando a comida, até que os espanhóis tem um bom gosto.

- Já sabe o que vai fazer neste período de férias do trabalho? - A pergunta de Adrián me fez pensar um pouco, não havia me planejado em nada.

- Pior que eu não faço a mínima ideia. Foquei tanto nos tratamentos para a recuperação dos atletas e em alguns estudos que nem parei para pensar sobre isso.

- Caso decida ir viajar, saiba que estou aceitando convites. - Sorri enquanto concordava.

- Provavelmente irei ficar em casa fazendo uma bela faxina e assistindo à minha lista enorme de filmes e séries.

- Sem graça. - Dei de ombros e voltei a comer. - Você e o seu boy poderiam ir para algum lugar juntos. Já pensou transar em um barco na Grécia?

Engasguei com a comida e comecei a tossir. Adrián arregalou os olhos e deu dois tapinhas sutis nas minhas costas.

Meu Deus, é incrível como essas coisas só acontecem comigo.

Bebi um gole do vinho que serviram mais cedo e consegui me recompor.

- Achei que você iria morrer garota! - Seu tom de preocupação me deu vontade de rir.

- Você precisa aprender a controlar sua língua, eu e ele não vamos transar! Só nos beijamos algumas vezes, Adrián. Nada mais que isso.

O loiro revirou os olhos e afastou seu prato após terminar de comer e eu fiz o mesmo.

- Eu ouvi você dizer a mesma coisa sobre se aproximar dele e agora vocês são quase namoradinhos que não se comeram ainda.

- Adrián!

- Tô mentindo? - Revirei meus olhos e ele continuou - Eu juro que vou ter todo o prazer do universo de esfregar na sua cara que eu tinha razão o tempo todo.

- Eu prefiro não comentar. - Um dos garçons que circulam pelas mesas retirou nossos pratos e serviu um pouco mais de vinho.

Meus olhos estavam fixos na mesa a frente da minha, Pedri estava sentado de frente para mim e seu olhar mal desviava de mim.

- SOPHIA! - Ouvi Adrián gritar o nome da loira e em seguida senti meu corpo ser encharcado por algum líquido.

Levantei de pressa e as pessoas me encaravam sem entender.

Sophia acabou de esbarrar na sua própria taça de vinho e ela acabou virando inteira em cima de mim.

- Clara, me desculpa, não foi por mal. - Eu sequer prestava atenção em seu pedido de desculpas, minha respiração estava começando a ficar desregulada enquanto eu sentia minhas bochechas queimando.

- Caralho, você é tão cínica a esse ponto? - Adrián se levantou e pegou minha bolsa. - Clara, vamos tentar limpar isso.

- Foi um acidente, Adrián. A Clara sabe que eu não faria isso por querer. - O sorriso de deboche que Sophia tinha em seus lábios me deixava com uma raiva absurda, porém, eu nunca me rebaixaria a brigar com ela no meio de um evento do lugar onde eu trabalho. Nunca.

- Tudo bem Adrián, foi um acidente. - Balbuciei sem olhar para um ponto específico e ouvi o loiro bufar.

Ele colocou uma das mãos em minhas costas e caminhamos para fora do salão onde o jantar acontecia.

Meu vestido está completamente encharcado e o líquido desce pelas minhas coxas.

Suspirei pesadamente ao ver a minha situação e Adrián me guiou até onde os funcionários estavam.

- Deus, o que aconteceu com você? - Uma mulher já de idade questionou assim que me viu.

- Uma louca descontrolada derrubou uma taça de vinho cheia nela. Alguém pode ajudar?

- Eu posso tentar dar um jeito, pode me acompanhar querida? - Concordei com a cabeça e a mulher segurou minha mão enquanto me puxava até um quartinho. - Eu me chamo Flávia, faço parte dos cozinheiros contratados para o jantar. Você é esposa de algum jogador?

- Não. Eu sou parte da equipe médica, fisioterapeuta. - Ela sorriu simpática e assentiu.

- E qual é o seu nome, meu bem?

- Clara.

- Um belo nome. - Sorri sem mostrar os dentes. - Tudo bem Clara, eu tenho um roupão aqui e vou precisar que você tire o vestido para que eu tente secá-lo. Pode ser? - Concordei outra vez e ela me entregou um roupão fino. - Vou deixar esses guardanapos e alguns panos aqui, acho que vai conseguir se limpar um pouco. Naquela porta ali é o banheiro, pode ficar à vontade. - Peguei os panos e o roupão e segui para o banheiro.

Deixei um gemido de frustração escapar enquanto retirava o vestido e sentia meu corpo grudar por conta da bebida.

Caminhei até a pia e liguei a torneira para umedecer o pano. Passei o mesmo pelo meu corpo e em poucos minutos consegui tirar o excesso da bebida.

Saí do banheiro e vi Flávia sentada enquanto esperava.

- Me dê aqui, voltarei o mais rápido possível. - Lhe entreguei o vestido e bufei, vou precisar esperar não sei quanto tempo até esse vestido estar um pouco menos encharcado.

Me sentei no pequeno sofá e ouvi a porta ser aberta.

- Clara? - Ergui o olhar e me assustei ao ver Pedri alí. O que ele veio fazer aqui?

- O que você está fazendo aqui?

- Matteo pediu que eu viesse ver como você está. - Ele adentrou o cômodo. - Conseguiu se limpar?

- A Flávia está me ajudando. - Um pequeno silêncio se instalou entre nós e eu senti seu olhar queimar sobre mim. - O Adrián está lá fora?

- Ele foi com a mulher que saiu com seu vestido, acho que vai tentar ajudar em algo. - Assenti. - Ei, o que foi?

- Nada, só tô morrendo de vergonha por isso. Acho que o meu karma só atrai desastres pra minha vida.

- Eu sou um desastre, senhorita Guimarães? - Seu tom foi de completo sarcasmo e acabou me arrancando um sorriso.

Eu simplesmente amo esse lado dele de tentar animar as pessoas em momentos complicados.

- Com toda certeza é um desastre. Um belo e gostoso desastre. - Seu sorrisinho de canto surgiu e ele observou meu corpo.

- Da próxima vez que derramar bebida no seu corpo pode me chamar para te ajudar na limpeza.

- Proposta tentadora senhor González.

- Quer ir embora depois que o seu vestido voltar?

- Eu acho que sim, não tenho coragem suficiente de ficar olhando para as pessoas depois disso.

- Aquela garota só pode ter feito de propósito. Não é possível que ela iria bater em uma taça de vinho daquele jeito.

- Tudo bem, acidentes acontecem.

- O acidente aconteceria se ela fosse homem, eu juro que iria dar uma plástica gratuita para ela. - Deixei uma gargalhada escapar e neguei.

- Já disse que está tudo bem. Sophia não é algo e muito menos alguém com importância na minha vida. Não preciso dar atenção a uma coisa tão insignificante como ela. - Pedri sorriu.

- Você fica ainda mais atraente quando fala desse jeito, sabia? - Revirei os olhos e deitei a cabeça no sofá. - Se importa se formos levar o Gavi em casa antes de irmos até a sua?

Levantei a cabeça rapidamente e o encarei.

- Você vai me levar para casa?

- Óbvio que sim! Não sou nem louco de te deixar pegar um Uber a esse horário. E nem tente recusar. Você vai comigo e pronto.

- Tenho escolha? - Ele negou e sentou ao meu lado.

- Sabe o que eu queria fazer agora? - Olhei para ele e neguei. - Te apertando contra o meu corpo enquanto você gritava de prazer pedindo por mais...

Arregalei os olhos e empurrei seu ombro.

- O que caralhos você tem hoje? Usou algum tipo de droga?

- Você é minha droga favorita. O meu maior vício. - Sua mão apertou minha coxa e eu mordi os lábios.

- Pedro? - Seus olhos me encararam outra vez. - Vamos devagar, lembra?

Seus dedos acariciaram minha bochecha e ele mexeu em seu ombro, com um pequeno gesto para que eu deitasse minha cabeça ali.

Respirei fundo e fiz o que ele pediu. Pedri inclinou um pouco sua cabeça e deixou um beijo demorado no local.

- Vamos devagar, Clara!

Abri meus olhos ao ouvir um pequeno falatório e levantei minha cabeça do ombro dele.

- Oh, não sabia que tinha companhia meu bem. - Flávia disse assim que abriu a porta acompanhada por Adrián.

- Quando você chegou aqui, Pedri?

- Vim ver como ela estava, pedido do Matteo. - Adrián revirou os olhos e deu um sorrisinho irônico.

- Conseguimos dar um jeito no seu vestido, eu lavei ele com água corrente e consegui secarrar minimamente. Ficou um pouco úmido, mas acho que melhora um pouco.

- Nossa, muito obrigada mesmo, Flávia. Não sei o que seria de mim sem você. - A senhora sorriu e eu peguei a peça de sua mão. Adentrei o banheiro outra vez e retirei o roupão para poder me vestir.

Assim que ajustei a peça outra vez no meu corpo, senti o tecido uma pouco frio, porém, nada pior do que estava antes.

Joguei meu cabelo para trás e sai do cômodo.

- E então? Ajudou em algo?

- Ajudou muito, mal dá para sentir que está um pouquinho úmido. Muito obrigada Flávia.

- Não foi nada, se precisarem de algo podem vir me procurar. - Me aproximei dela lhe puxando para um abraço que ela logo retribuiu.

- Obrigada mesmo. - Flávia deu um sorriso e nós saímos dali. Adrián devolveu minha bolsa e andamos juntos até o salão do jantar.

Adentramos o lugar e algumas pessoas nos observaram.

Taia, Raphinha, Gavi e Ferran nos viram e logo foram se aproximando.

- Clara, está tudo bem? Conseguiu se limpar? - Natália me perguntou e eu apenas concordei.

- Consegui ajuda e demos um jeito no vestido.

- Que ótimo. Aquela garota é louca? Como ela derrubou uma taça de vinho em você!?

- Como você mesma disse, por pura loucura. Mas a Clara insistiu em dizer que foi um acidente.

- Adrián, eu não vou perder meu tempo com ela. Por mais que não tenha sido sem querer, seria minha palavra contra a dela. Não chegaríamos a lugar nenhum. - Ele suspirou e concordou.

- Nem estando errada aquela cobra consegue se ferrar. - Comentou e eu dei de ombros.

- Gavi, eu vou deixar a Clara em casa. Tudo bem por você? - Pedri perguntou ao mais novo que apenas concordou.

- Nada melhor que ficar de vela para os meus dois amigos. - Raphinha começou a rir e Pedri deu um tapa na nuca do amigo.

Cumprimentamos algumas pessoas e antes que eu pudesse ir embora, Matteo acabou reunindo toda a equipe e tiramos uma foto.

Sérgio acabou me cumprimentando outra vez e me desejou ótimas coisas para minha carreira. Confesso que ter o apoio de um dos melhores fisioterapeutas da Espanha me deixa ainda mais segura do meu trabalho.

Saímos do local e seguimos até o carro do Pedri. Gavi disse que iria atrás, mas se nós dois ficássemos com "frescuras" iria bater em Pedri.

- Eu tô falando sério, se vocês começarem com algum tipo de viadagem eu vou te bater, Pedri.

- Cala boca fedelho, eu mando em você, lembra? - Pedro provocou o mais novo que lhe deu um tapinha na cabeça.

- Eu estou prestes a fazer aniversário, tá legal? Não é porque você é 2 anos mais velho que quer dizer algo.

- Por falar nisso, vai fazer o que no seu aniversário? - González perguntou enquanto dirigia.

- Acho que algo simples, mais voltado para família e amigos próximos. - Gavira sendo reservado como sempre.

- Deveria fazer uma festa enorme, isso sim.

- Seu aniversário é logo depois do meu. Fique à vontade. - Diferente dos dois que não paravam de falar por um segundo sequer, eu estava calada enquanto pensava eu e Pedri.

Não como se eu não gostasse dele, mas algo dentro de mim ainda grita alto dizendo para irmos ainda mais devagar. Eu sei bem que lá no fundo eu tenho um medo absurdo de me machucar. De novo.

- Clara? Ainda tá nesse planeta? - Ouvi a voz do Gavi me chamar e o encarei.

- Oi? Desculpa, não ouvi nada do que vocês falaram.

- A gente te perguntou do que você acha do Pedri fazer uma festa de aniversário e contratar o Quevedo e o Bad Bunny. E colocar um tema bem foda para decoração, derrepente as baladas de Las Vegas?

- O aniversário do Pedri não é em novembro? - Questionei e eles assentiram. - Por que estão organizando isso agora? Ainda é junho!

- Organizar tudo com antecedência é mil vezes melhor, minha querida Clara. - Dei de ombros e voltei a olhar pela janela.

Talvez Pedri tenha notado minha inquietação pois colocou sua mão em minha coxa e deu um leve aperto.

Olhei para o local que ele acariciava e sorri sem mostrar os dentes.

Não demoramos muito para chegar no apartamento do Gavi, o mais novo se dispediu de nós dois e Pedri deu a volta na direção da minha casa.

Todo o caminho foi em silêncio e não muito demorado, o trânsito em Barcelona estava até que favorável pelo horário avançado.

- Corazón, você tem alguma vaga no estacionamento do seu prédio?

- Tenho... eu nunca usei, mas tenho sim. Por que a pergunta?

- Quero deixar meu carro lá enquanto estiver com você. - Olhei para ele um pouco confusa e surpresa ao mesmo tempo.

Não estava esperando isso dele. Tudo bem que Pedri iria conhecer minha casa uma hora ou outra, mas eu não esperava que fosse hoje e de uma maneira tão aleatória assim.

Mostrei a vaga para ele que estacionou e descemos do carro. Ele desceu primeiro para abrir a porta para mim e seguimos para o elevador.

Pedro havia pegado uma mochila do banco traseiro e a pendurou em seu ombro.

Abri a porta do meu apartamento e logo de cara o meu gato veio me cumprimentar se esfregando em minhas pernas.

- Oi mini craque, senti sua falta, sabia!? - Me agachei para pegar o Zico nos braços e Pedri sorriu.

- É com esse carinha que eu tenho que dividir você? - Minha mente está tão desconectada que eu esqueci da presença dele por 30 segundos.

- O próprio. Pedro, esse é o Zico. Zico, esse é o Pedro. - González segurou a pata do meu gato em forma de cumprimento e eu sorri. - Aliás, pode entrar. Você ficou aí fora.

González adentrou o meu apartamento e eu enfim fechei a porta.

Coloquei o gato no chão e retirei os saltos, os jogando no canto da parede.

Pedri colocou sua mochila sobre o meu sofá e observou o apartamento enquanto eu descia o zíper na parte lateral do vestido. Por ser um zíper embutido, ninguém o percebia.

Zico observava Pedro um pouco confuso e se aproximava devagar do espanhol. O gato cheirou suas pernas e em seguida se esfregou no mesmo que abaixou o olhar para encará-lo.

- Ele gostou de você. Mas sugiro que não fale mal do Flamengo perto dele.

- O que acontece? - Pedro se agachou e segurou o gato nos braços fazendo carinho no mesmo, que ronronou ao sentir a carícia.

- Ele vai te morder e te arranhar horrores. Angela era expert em provocar meu gato flamenguista.

- Anotado. Não provocar o gato flamenguista. - Concordei e mordi o lábio inferior. - Clara, aconteceu alguma coisa?

- Não, nada demais. Por que?

- Você ficou estranha. Se foi pela maneira que eu te toquei eu te peço desculpas, acabei me deixando levar pelo momento e não pensei nas consequências. - Suas palavras me fizeram observá-lo. Eu não havia me incomodando por sua liberdade comigo, eu havia permitido que ele me tocasse de tal maneira, porém, sua preocupação em saber se eu me senti bem me fez sorrir involuntariamente.

- Não... não foi por isso, eu até que gostei que você tenha me tocado daquela forma. - Comentei em um tom baixo e ele sorriu de canto.

O jogador colocou o gato sobre o sofá e se aproximou de mim.

- E o que está te incomodando, corazón? Estou aqui para te ouvir e para resolvermos qualquer coisa que exista entre nós. - Sua mão acariciou meu rosto e eu fechei os olhos com sua carícia.

- É só que eu acho que devemos ir mais devagar. - Ele ergueu minha cabeça e deixou um selinho demorado em meus lábios.

- Que tal se nós dois passarmos essa noite e o dia de amanhã inteiro juntos? Assim podemos andar as coisas sem apressar tanto.

- Você está se convidando para dormir aqui essa noite, Pedro? - Prendi o riso.

- Não traria uma mochila de roupas e doces à toa, corazón. Mas é só se você quiser. Não quero te pressionar, porém, seria bom para nós dois. O que me diz?

Eu não vejo problemas em passarmos um tempo juntos. Pra falar a verdade, desde o dia em que resolvemos nos dar uma chance, o único momento que tivemos para ficarmos um pouquinho juntos foi no dia em que eu, Pedri e Gavi fomos almoçar.

Depois disso não paramos nem para conversar direito. Graças ao empenho máximo em ser campeão da La Liga.

- Tudo bem, vamos passar um tempo juntos. - Ele sorriu animado e me puxou para si.

- Jurei que fosse me enxotar daqui. - Ri com sua fala e neguei. - Bom, já que vamos ficar o resto da noite juntos, o que me diz de uma sessão de séries ou filmes.

- Tipo uma festa do pijama? - Ele concordou e eu sorri animada. Amo esse tipo de coisa.

- Como a nossa noite acabou um pouco mais cedo com a equipe do trabalho, podemos compensar um pouco dessa forma.

- Você tinha planejado isso muito antes do imprevisto com a Sophia, não tinha?

- Eu tinha planejado tudo para amanhã, mas acabou que hoje surgiu esse imprevisto e achei que seria uma boa. - Seus olhos me fitavam de uma maneira tão intensa que eu sentia minha respiração falhar.

- Acho melhor tomarmos um banho e trocar de roupa antes. Assim ficamos mais à vontade. - Ele concordou e eu o puxei pela casa. - Pode deixar suas coisas aqui, vou te apresentar tudo antes e depois você pode tomar um banho.

Mostrei todo o meu apartamento - que nem era tão grande assim - ao espanhol que observou tudo atentamente e em seguida fui tomar um banho rápido.

Não estava nos meus planos passar a noite com ele, mas se ele não estivesse aqui eu provavelmente iria ficar horas durante a madrugada pensando sobre o que aconteceu e isso poderia engatilhar algumas coisas que eu já vivi no passado.

Coisas que eu odeio lembrar.

Pedri está se mostrando uma pessoa incrível a cada dia. Ele percebeu que algo estava me incomodando e quis conversar sobre isso para resolvermos. Juntos.

Talvez eu não esteja tão equivocada ao dar uma chance para nós dois. Ele realmente me parece ser diferente dos outros.

Pedro não é do tipo de homem que só fala sobre o que deve fazer. Ele realmente faz na prática.

Esse homem é perfeito demais para ser real.

Em alguns momentos eu até me questiono se realmente não estou dormindo e apenas sonhando com tudo isso.

Mas, aparentemente o amor resolveu sorrir da melhor forma possível para mim.

Ao mesmo tempo que me sinto assustada por esse sentimento, sinto que dessa vez é diferente.

Só me resta seguir em frente e descobrir se minha intuição está realmente certa sobre ele.

E mais que nunca na minha vida eu estou torcendo para que realmente esteja.

Já vou iniciar por aqui com um pedido de desculpas pelo atraso na postagem desse capítulo. Na sexta-feira eu tive um imprevisto que acabou me atrasando em várias outras coisas, sem contar que eu reescrevi algumas cenas desse capítulo mais de uma vez.
Eu acabei tendo um pequeno bloqueio criativo também, e isso ajudou um pouquinho no desenvolvimento do capítulo.

Espero que gostem! 💙

*Aproveitando o momento aqui, vocês assistiram o jogo de ontem (29/07) do Barcelona x Real Madrid? O que acharam?*

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Beijos de luz,Kalisa.

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