Inexistência

Narrador: Han Jisung

Estava tudo escuro, o breu estava tão profundo que chegava a machucar minha vista.
Mesmo forçando os olhos, não conseguia enxergar um palmo a minha frente.
Dando um passo, percebi que pisava em água, o som aguado me fez tremer, enquanto ao fundo, um som irritante, como "tictic" soavam, me fazendo entrar em pânico.

Eu sei que lugar é esse e não estou gostando nem um pouco.

O reflexo de esticar os braços, tateando os arredores, buscando apoio, era enorme, mas o medo de sentir a criatura do qual provinha o barulho irritante, era maior.
Por isso, mesmo temendo e tremendo, dei um passo de cada vez, ouvindo atentamente a direção dos sons medonhos do Limbo.

Sentia a água tocar cada vez mais a cima, até que em certo momento, tocava meus joelhos.
Engoli o seco, mais um passo, mais outro e outro.
Quanto mais andava, mais profundo eu percebia que estava, até que o líquido tocou meu pescoço e meu corpo travou.

Quando foi que chegou a essa profundidade? Não havia dado mais do que três passos.
Meus olhos se arregalaram, parecia que mais um passo e eu estaria completamente submerso.

Engolindo a seco, dei o último passo.
Eu deveria ter adivinhado que aquele lugar inteiro estava planejando me matar.

Em um passo, eu estava caindo abismo oceânico a baixo.
A água negra engolia meu corpo, não era possível nadar aqui, eu sabia disso, mas ainda assim, tentei.
Eu tentei voltar, mas não conseguia.

Estava preso para sempre ali?

Quando mais profundo, pior ficava, até que não conseguia mais prender a respiração, se engolisse essa água corrompida pela maldade, seria meu fim.
Aonde estava aquele "poder da amizade" quando mais precisávamos dele?

Senti meu corpo tocar o fundo do limbo, a pressão doía, meu pulmão parecia prestes a explodir, quando algo tocou meus dedos e eu gritei.
Porém uma mão tocou minha boca, seguido de lábios macios.
O oxigênio escasso me foi passado, enquanto a pessoa lutava para me levar a superfície.

Não conseguia enxergar antes, mas agora, via perfeitamente.

Era tudo belo.

A água limpa, haviam criaturas estranhas, familiares dos livros de história, chamados peixes.
A criatura que me segurava possuía a cauda de um peixe e o tronco comum de um híbrido como eu.
Ele tinha olhos belos do tom azul como todo o oceano, um sorriso lindo e... Meu deus? Era Hyunjin???

Acho que minha cara de tacho estava mostrando minha reação bem até demais, pois ele sorriu graciosamente antes de voltar a nadar para a direção da superfície.
Meu corpo foi colocado sobre o terreno macio, o maldito tictic estava presente, mas vinha de um passarinho engraçado que ciscava no chão.

O Hyunjin híbrido de peixe me olhou curioso, antes de tocar meus dedos dos pés como se eu fosse um alien.
Quando foi que perdi meus sapatos?

រឿងកំប្លែង!ele disse, antes de dar cócegas em meus dedos, me fazendo berrar gargalhando.

Ele tinha um sorriso estranho nos lábios, um sorriso bocó... Puta merda, não se apaixona por mim não! Eu não sou do seu universo.

– Eu... Tenho que ir... – disse baixo, vendo a versão de cabelos azuis longos de Hyunjin parecer confuso com minhas palavras, esticando sua mão para tocar minhas bochechas, as apertando cuidadosamente – Eu provavelmente nunca mais vou te ver...

Ele pareceu entender que isso era uma despedida, pois franziu as sobrancelhas, mostrando desânimo e tristeza.

– Adeus... – enfim, consegui respirar, dando de cara com o corpo desmaiado de Felix na minha frente e Ren completamente ensanguentado.

O que eu perdi?

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