Truman High School - Fairfax - Indiana, 22 de agosto de 1997.

Sammy chega a escola acompanhado de Dean, e é aclamado, aplaudido e exaltado pelos alunos enquanto caminhava pelo pátio em direção a entrada da escola.

- Valeu Sammy, acabou com ele. - Fala um garoto passando pelos irmãos de bicicleta.

- Ele estava precisando daquela surra. - Grita uma garota com óculos fundo de garrafa.

- Está famoso em maninho. - Fala Dean orgulhoso de Sammy.

- Tentei de várias maneiras fazê-lo parar de implicar com meus amigos, mas vi que ele não iria. - Responde Sammy dando de ombros.

Pelos corredores da escola não foi diferente, por onde Sammy passava, a alegria e exaltação era gigante.

- Você acabou com ele em. - Fala um garoto ruivo que levanta a mão para uma batida.

- Ele mereceu. Valeu Sammy. - Grita uma garota loira próxima a escada.

- Legal em Sammy, colocou ele no lugar. - Fala um atleta que caminha pelo corredor.

- Mandou bem Sammy, detonou o Dirk Pateta. - Fala uma garotinha abraçando-o.

Sammy segue orgulhoso de si pelos corredores até a sala, para em frente à porta e sua ficha cai, aquele era seu último dia ali, último dia que veria seus amigos.

Desperta de seus devaneios apenas quando o professor pede para que entre pois está atrapalhando a passagem.

Sammy segue para seu lugar de costume, o lugar onde sentou desde seu primeiro dia ali, onde conheceu seus amigos Barry e Thraja e também Dirk.

- Está famoso em Sammy. - Fala Thraja sorrindo.

- Nada mais que o merecido, ele colocou Dirk em seu lugar. - Comenta o atleta agora sentado próximo aos amigos.

Sammy copiou pela primeira vez toda a matéria e respondeu todas as tarefas, aquela era a última chance de ficar próximo ao que ele pode chamar de segunda família.

O dia passou rapidamente, Sammy via as horas passar e o tempo ao lado dos amigos acabando, sabia que teria que dizer a eles que iria embora e não mais voltaria.

Então, soou o tão desesperador sinal, Sammy teria que se despedir de seus amigos e possivelmente, ele nunca mais os veria.

- Sammy, gostaria de falar com vocês uns minutinhos. - Fala o Professor.

- Me encontrem no pátio, quero dar um presente a vocês. - Fala Sammy aos amigos.

- Olha professor se for pela briga, o Dirk perturbava o Barry todos os dias, aí quando cheguei ele começou a me intimidar, eu sei que não foi certo mas ele merecia. - Fala Sammy preocupado com sua ação.

- Gostaria de falar com você sobre sua redação Sammy. - Explica o professor sentado em sua mesa com vários papéis espalhado sobre.

- Ah! Sim, então professor, se quiser me dar zero, tudo bem eu não ligo, quando meu pai voltar vou embora daqui mesmo. - Responde Sammy.

- E porque lhe daria zero Sammy? Sua história é incrível, eu te dei um dez. - Responde o professor.

- Então por que o senhor me chamou aqui? - Pergunta o garoto curioso.

- Abriram as inscrições para o Concurso de Redações do Estado, Sammy, e queria que você participasse. - Lhe fala o professor entusiasmado.

- O que acha? - Lhe pergunta em seguida.

- Eu adoraria. - Responde Sammy sorridente.

- Mas hoje é meu último dia aqui professor, meu pai já acabou o serviço que veio fazer, então nós vamos embora. - Lhe explica o garoto com uma voz dolorosa e com a cabeça baixa.

- É uma pena Sammy, tinha certeza que você ganharia. Mas você já pensou em talvez ser escritor? - Pergunta o professor.

- Não posso, eu tenho que entrar para o negócio da família. - Responde ainda cabisbaixo e com um falso sorriso de lado.

- Negócio da família? - Questiona o professor.

- É, meu pai, ele é corretor. - Fala o garoto sem ao menos parar para pensar. - Então eu tenho que ser corretor igual a ele. - Continua a explicação tentando ser convincente.

- Mas por acaso você quer entrar nesse negócio? - Lhe pergunta o mestre.

- Nunca ninguém me perguntou isso antes. - Fala Sammy com um sorriso de ponta a ponta.

- Mas e aí? - Continua o professor.

- De jeito nenhum, não. - Lhe responde o garoto animado pelas oportunidades que lhe veio em mente.

- Escuta. - Pede o professor se levantando de sua cadeira e indo a frente da mesa próximo a Sammy. - Eu não estou querendo me intrometer em nada, mas, você não precisa fazer nada que não queira. - Continua colocando sua mão no ombro do garoto.

Sammy o ouve com expressão de isso é bem mais complicado do que parece professor, mas se mantém calado.

- Eu venho de uma família de médicos. - Continua o professor soltando uma risadinha ao final da frase. - Só que eu não quis ser um, eu troquei todo aquele dinheiro e o prestígio de ser médico pelo glamour que você vê aqui. - Fala mostrando a sala em sua volta com as mãos.

- Sabe, tem algumas escolhas que determinam a vida, e é você quem tem que fazê-la, não outra pessoa, você Sammy, pensa nisso. - Dando uma pausa. - Você é um ótimo rapaz, faça da sua vida o que você quiser, se cuida, foi um prazer conhecê-lo Sammy Winchester. - Termina o professor estendendo-lhe a mão para um cumprimento.

Quando Sammy chegou ao lugar marcado com os amigos, os mesmos já o aguardavam.

- O que vai dar de presentes para nós? - Pergunta a garota curiosa.

- Falei para não fazer isso Thraja. - Ralha Barry.

- O que o professor queria? Era sobre sua briga de ontem? - Pergunta a amiga.

- Não, ele queria que me inscrevesse em um concurso de redação que abriu. - Responde Sammy.

- E você vai? - Pergunta Barry.

- Não, devido ao "emprego" de caçador do meu pai, Dean e eu nós mudamos frequentemente de escola, nunca fiquei mais que um mês em lugar algum, a caçada dele acabou, vamos embora amanhã de manhã.

- Embora? - Perguntam os amigos em coro.

- Sim, nunca tive amigos, e vocês me aceitaram de início, sem fazer perguntas... eu não queria ir, mas não tenho escolha, me desculpem. - Lamenta Sammy com a cabeça baixa, olhando para os pés. - Vocês me ajudaram a matar um fantasma... - Continuou falando Sammy que é interrompido por Thraja.

- Um fantasma que vocês soltaram. - Interrompe a garota sendo cutucada por Barry.

Sammy sorri e continua:

- Fantasmas que nós mesmos soltamos, e me proporcionaram as melhores semanas que já tive em anos. - Conclui sorrindo.

- Vai me fazer chorar. - Fala Thraja ironicamente fingindo enxugar uma lágrima.

- Deixa ele falar Thraja. - Lhe adverte Barry.

- Enfim, eu gostaria de dar a você meu caro amigo Barry, o meu bem mais precioso, meu canivete. - Decide Sammy estendendo o canivete em direção ao amigo.

- Caramba Sammy, é o seu canivete, você não pode me dar. - Explica Barry pegando e abrindo o objeto ganho.

Antes que Sammy respondesse o amigo, a atenção dos garotos é chamada por uma buzina.

- Droga, Sammy eu preciso ir, meu ônibus vai me deixar. - Fala Barry guardando o canivete na sua mochila.

- Barry me dá um abraço? - Pede Sammy.

- Claro Sammy. - Responde o amigo.

E novamente o motorista buzina, avisando aos garotos, que aquela era possivelmente, a última vez que se veriam.

- Tchau Barry. - Se despedem Sammy e Thraja ao mesmo tempo.

- E pra você Thraja. - Fala Sammy se virando de frente a garota.

- Eu te dou o meu colar amuleto de proteção. - Continua, retirando seu colar com um pingente diferente do pescoço e colocando nas mãos da garota.

Thraja segura o colar com delicadeza enquanto observa a estranha imagem do pingente.

- União, é um amuleto fortíssimo, protege contra a morte, violência e inimigos poderosos. Eu comprei dois, um para mim e outro para meu pai, mas como sempre foi o Dean que cuidou de mim, eu dei a ele, no natal de 1991. - Conta-lhe Sammy.

- Mas se você me der ele, você vai ficar sem proteção. - Exclama a garota estendendo o colar novamente em sua direção.

- Não, agora que você sabe que coisas sobrenaturais existem, tenho certeza que elas também sabem de você. - Explica o garoto, segurando nas mãos de Thraja.

Ela então o coloca no pescoço e sorri.

Bibi-Bibi-Bibi - Buzina Jhon para Sammy.

- Acho que é agora que nos despedimos. - Fala a garota com um sorriso triste.

- Acho que sim. - Lhe responde Sammy.

Thraja então coloca uma mecha de cabelo para traz se aproximando de Sammy e o beija. Um "selinho" rápido mas ao mesmo tempo demorado.

- Adeus Sammy Winchester. - Despede a garota com lágrimas nos olhos.

- Adeus Thraja Townes. - Responde o garoto que segue em direção ao Impala de sua família, entra, e a observa ficar, enquanto ele vai.

Ela o vê partir parada embaixo de uma figueira, a mesma árvore onde havia beijado Sammy minutos atrás.

Thraja não sabia muito sobre como seria sua vida daquele momento em diante, mas tinha um desejo em seu coração:

Reencontrar Sammy Winchester.