Capítulo 07 - Truman High School - Parte IV
Truman High School - Fairfax - Indiana, 21 de agosto de 1997.
Sammy passou a noite toda lendo as anotações e copiando algumas das ideias de Dean para completar seu plano contra o fantasma que junto a seus amigos libertaram pela escola.
- Bom dia Sammy. - Cumprimenta Barry ao lhe encontrar no pátio da escola.
- Um belo dia, Barry, viu a Thraja? - Pergunta Sammy.
- Ela disse que chegaria mais cedo, acredito que já esteja na ala abandonada nos esperando. - Responde Barry ao amigo.
Ao chegarem no local do encontro, Thraja já estava a espera, não teve coragem de adentrar o lugar, sozinha, mas permaneceu escondida até avistar os amigos.
- Não vamos entrar ali agora não né? - Questiona Barry amedrontado.
- Sim, vamos, contarei o plano a vocês e precisaremos revirar tudo ali dentro atrás de algo pessoal da falecida Sandie. - Responde calmamente Sammy.
- Isso é uma péssima ideia Sammy. - Comenta Thraja.
- Só confiem em mim. - Rebate Sammy.
Já dentro da ala, Sammy despeja sobre uma velha e empoeirada mesa escorada próxima à porta de saída, vários papeis e anotações onde se continha o plano, aprimorado a partir das ideias de caça de seu irmão mais velho Dean.
- Nas anotações do Dean, encontrei algumas coisas que ainda precisamos fazer, antes de tentarmos nos livrar daquele maldito fantasma. - Explica Sammy.
- Que tipo de coisas? - Perguntam Barry e Thraja em coro.
- Para haver um fantasma, a pessoa precisa ter uma morte dolorosa e cheia de rancor, mas isso ainda não é o suficiente para que ele possa voltar, é necessário, que haja algo em que o espirito pode se agarrar, um livro, pedaço de unha, cabelo, couro, qualquer objeto que possua uma dessas coisas, pode ser o receptáculo para o fantasma. - Explica Sammy aos amigos.
- Credo, unha, cabelo? - Fala Thraja fazendo cara de nojo.
- Sim, então precisamos encontrar essa coisa e destruí-la, pelas anotações do meu irmão, Sandie foi cremada, então se for ela o nossa fantasma, deve ter se agarrado a algo que esteja aqui, mais especificamente nos camarins queimados. - Responde Sammy.
- Por que antes esse fantasma não assombrava por aqui? - Indaga Barry.
- O Dean acredita que o armário que abrimos, servia como uma casa para o espirito dela, e quando abrimos, violamos o seu lugar sagrado de descanso, mas ele deixou anotado que precisava examinar o armário para ver se encontrava algo lá. - Esclarece Sammy.
- Mas o que pode ser esse objeto receptáculo dela? - Questiona Thraja.
- Ai que está o problema e o motivo de estarmos aqui, não faço idéia do que pode ser, precisaremos olhar tudo a procura de algo que se encaixe. - Informa Sammy.
Cada um dos amigos seguiu para uma parte da ala queimada, examinando minuciosamente cada canto daquele lugar.
Horas se passaram e os amigos ainda não haviam encontrado nada, até que Thraja já exausta de procurar em cada canto, resolve dar uma olhada no armário aberto pelos garotos.
Thraja se aproxima do local com certo receio, não sabia se o fantasma estaria ali a espreita de quem ousasse mexer em suas coisas.
Cuidadosamente a garota abre a porta do armário e começa a observar marcas de arranhões por todo o interior. Foca sua lanterna a procura de sangue ou algo que pudesse se parecer com fluido humano, mas não há nada.
Continua sua procura, passando as mãos por cada detalhe do armário, cada canto, cada madeira, e ao voltar sua procura a parte superior, ela pode ver que havia um pequeno buraco, do tamanho apenas para que fosse colocado seu dedo indicador, relutante e com medo, a garota, aproxima a ponta de seu dedo do pequeno vão e com certa dificuldade, consegue puxar a madeira solta do armário.
- Sammy, Barry, acho que encontrei alguma coisa aqui. - Fala Thraja retirando por completo aquele pedaço de madeira encaixado.
Na parte de dentro do pedaço de madeira, continha um símbolo entalhado e junto a ele uma pequena caderneta com capa de couro, com o nome de Sandie gravado.
No instante em que Thraja coloca as mãos no objeto, solta um grito horripilante, deixando o mesmo cair ao chão e começando a se debater e convulsionar.
- O que está acontecendo com ela. - Pergunta Barry paralisado atrás de Sammy.
- Acredito que ela tenha encontrado o que procuramos, mas não saiu da forma que imaginei. - Responde Sammy, abrindo sua mochila a procura de algo.
Sammy pega o pote de sal que havia levado em sua mochila, faz um círculo para Barry se manter a salvo enquanto segue em direção a garota caída no chão.
Ao ver que Sammy se aproximava do corpo agora possuído por Sandie, a garota possuída se levante na tentativa de lutar contra o garoto, dando lhe socos e empurrões.
- Pobre Sammy Winchester, precisa me matar para provar ao irmão que não é mais um bebê chorão. - Provoca Sandie no corpo de Thraja.
- Cala boca, você não sabe de nada. - Responde Sammy irritado que novamente parte para cima.
Sandie desvia de Sammy, o arremessando com força contra o outro lado da sala.
Enquanto Sandie gargalha por ter atingido seu alvo, deixado-o zangado, ele aproveita o momento para encher a boca de sua amiga com uma grande quantidade de sal, enquanto a segura com toda a força que seu corpo de um garoto de quatorze anos lhe permitia.
A garota lutava para se soltar dos braços de Sammy, que se manteve firme, até que Thraja começou a se debater e finalmente foi liberta pelo fantasma, que no instante em que saiu da garota, sumiu no ar, em um grande borrão preto.
Barry ao ver que seu amigo havia conseguido tirar o fantasma da colega, saiu de seu círculo de proteção em direção aos amigos.
- Ela está bem? - Pergunta Barry.
- Ela vai ficar. - Responde Sammy ao amigo.
Permanecendo desmaiada por alguns minutos, até retomar novamente consciência.
- Eu a senti. - Fala Thraja ao acordar.
- Graças a Deus você acordou. - Agradece Barry.
- Pude sentir toda a fúria, ódio e raiva dela dentro de mim, como se aqueles sentimentos fossem meus. - Relata aos amigos.
- Fico feliz de você não ter se machucado. - Exclama Sammy sorrindo, enquanto segura a mão da garota.
- Coff-coff. - Tosse Barry, fazendo os amigos se afastarem rapidamente.
- É, você encontrou o que estávamos procurando. - Fala Sammy cabisbaixo e levemente corado.
- Eu não quero tocar mais nisso. - Fala Thraja ao ver Sammy se aproximar do caderno.
- Acredito que agora está tudo bem, o Dean sempre disse que quando usamos o sal contra os fantasmas, eles demoram um pouco para conseguir energia novamente para voltar. - Sammy tranquiliza os amigos.
- E o que vamos fazer agora? - Pergunta Barry.
- Precisamos queimar o livro e o armário por precaução. - Explica Sammy.
- Vamos queimar aquela vadia. - Exclama Thraja determinada.
É assim fizeram, pegaram o pedaço do teto que Thraja havia retirado e o caderno de couro e devolveram para o armário, com ajuda de algumas coisas que Sammy havia trazido consigo, arrastaram o objeto para um canto e tacaram fogo.
Assim que se iniciou o fogo, o fantasma de Sandie apareceu queimando e gritando desesperada, um grunhido tão horripilante que fez Thraja tampar os ouvidos.
- É isso? Matamos aquele fantasma? - Pergunta Barry.
- Sim, nos matamos aquele fantasma. - Responde Sammy orgulhoso de si mesmo.
Voltando para o pátio do colégio, Barry está a alguns passos de distância de seus amigos.
Dirk se aproxima dele o empurrando contra o chão, fazendo-o bater a cabeça e derrubar todos os livros que carregava consigo.
- Melhor prestar atenção por onde anda cara. - Fala Dirk ao garoto caído ao chão.
- Já falei para deixar ele em paz Dirk. - Grita Sammy correndo para perto do amigo, seguindo por Thraja que seguiu em direção Barry caído ao chão e o ajudou a levantar.
- Você não aprende né Nanico? - Fala Dirk estralando os dedos e se aproximando de Sammy.
- Leve-o para o ônibus Thraja. - Pede Sammy a amiga, olhando fixamente para Dirk e seguindo os amigos em seguida.
Ao ver Sammy sair da briga mais uma vez, e o fazer passar vergonha perante os amigos valentões que estão a sua volta, Dirk se irrita empurrando Sammy que cai ao chão.
- O que foi marica, está com medo? Relaxa, prometo pegar leve dessa vez. - Fala Dirk causando risos entre os presentes.
- Qual é marica, vai ficar aí no chão? - Provoca ele.
- Vem fracote, mariquinha. - Continuando com as provocações.
Sammy cansado dos desaforos de Dirk contra ele e seus amigos, levanta subitamente surpreendendo-o, o empurrando para trás enquanto segura fortemente na gola de sua jaqueta.
Sammy ao solta-lo, ve que ele tenta lhe acertar com um soco de direita, mas como ele estava a uma certa distância, consegue se abaixar desviando do soco.
Pessoas começam a ver o ocorrido e se aglomerar próximo aos garotos que iniciavam uma briga.
Dirk tenta acertar novamente desta vez com a mão esquerda, Sammy, que desvia novamente e certa um soco no abdômen do garoto, seguido por um chute entre as pernas e uma sequência de socos na face, finalizando com outro chute na parte traseira da perna, fazendo Dirk se ajoelhar e olhar para Sammy que finaliza a surra com um soco no queixo, fazendo assim seu oponente cair ao chão.
- Você não é durão, é só um pateta, Dirk Pateta. - Zomba Sammy, causando risos aos presentes.
- Mas é mesmo um pateta. - Fala um garoto ao fundo.
- Pateta. - Exclama uma garota loira a frente.
- Dirk Pateta, Dirk Pateta, Dirk Pateta. - Gritavam em coro os presentes.
Dirk se levanta cabisbaixo e sai correndo em direção os ônibus, envergonhado e humilhado, da mesma forma que vinha tratando vários alunos da escola.
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