Rodovia 41, Nevada, Estados Unidos, dias atuais.

Lucy e Daniel Harper estão dirigindo por uma estrada escura e deserta, parecem estarem perdidos.

Os dois estão nesta estrada há mais de uma hora e não viram um único carro.

Olhando para o mapa, Daniel insiste que eles não estão perdidos e que estão na estrada 99.

Alguns segundos depois, eles passam por uma placa onde se lê Highway 41.

- Estou apenas seguindo o caminho cênico. - Fala Daniel.

Mas Lucy não se diverte muito em passar o seu primeiro aniversário de casamento em um carro.

Daniel, tentando compensar a situação em que os colocou, começa a fazer cócegas de brincadeira, fazendo com que Lucy desvie seus olhos da estrada.

Quando Lucy volta seu olhar para a pista, assim que vê algo no caminho, leva um baita susto, e imediatamente pisa no freio, fazendo com que eles saiam da estrada, descendo a colina, entrando em uma vala e batendo de frente com uma árvore.

Lucy acorda em seu carro, mas Daniel não está com ela, há muito sangue no banco do passageiro e a porta está aberta, o que a deixa ainda mais preocupada.

- Daniel, amor. - Chama Lucy pelo marido.

- Daniel, onde você está. - Grita desesperada enquanto começa a caminhar pela floresta.

Após andar alguns metros dentro da floresta, Lucy observa uma pequena claridade, vinda de um chalé em meio a ela.

Daniel poderia estar ali, pode ter ido pedir ajuda, então, a garota decide ir ao chalé e pedir ajuda ela também, na desculpa de ver se Daniel se encontrava ali.

Chegando no pequeno chalé, Lucy vê luzes e ouve um barulho vindo de dentro da casa, bate por algumas vezes na porta, mas, quando ninguém a atende, resolve entrar.

- Oi? Olá? Tem alguém aqui? - Pergunta Lucy enquanto empurra a porta e entra no chalé.

Ao entrar, observa em um canto escuro longe da lareira uma figura parada de costas e em silêncio.

- Me desculpa, o senhor não respondeu, achei que não tivesse ninguém. - Fala Lucy se aproximando do homem.

Ao chegar mais perto, pode perceber que o homem sangrava.

- O senhor está bem? Está ferido? - Pergunta ela.

Então, o homem se vira pra Lucy, e há um ferimento enorme em seu abdome, sai sangue por sua boca e seus olhos estão completamente negros como a noite.

E atrás do homem, ouve-se uma voz feminina.

- Ela é perfeita!

Lucy sai rapidamente da casa e corre de volta pela floresta subindo a colina até a estrada.

Ao longe, ela vê os faróis de um carro e corre em sua direção gritando para pararem.

São Sam e Dean em seu, Impala 1967.

Dean que estava distraído ouvindo o som de sua banda preferida, ao ver a mulher parada em meio a estrada, leva um susto pisando bruscamente nos freios de seu carro que quase roda na estrada.

- Vocês precisam me ajudar, por favor. - Implora Lucy batendo na janela de Sam.

- Tudo bem, só fica calma e nos conta o que aconteceu. - Pede Sam a mulher.

Os irmãos saem para fora do carro e Lucy desesperada tenta explicar a eles o que aconteceu.

- Eu me chamo Lucy Harper, estava com meu marido Daniel Harper, saímos da estrada por causa de um homem parado, desci o barranco e bati o carro em uma árvore, mas quando acordei, meu marido estava desaparecido e o homem da estrada que nos fez cair e bater, começou a me perseguir. - Fala apavorada.

- Ele parecia ter sido atropelado por um caminhão? - Pergunta Dean.

- E como você sabe disso? - Lucy o questiona desconfiada.

- Só um palpite. - Responde Dean com um falso sorriso no rosto.

- Tudo bem, tudo bem, vamos te leva-la a um lugar seguro, para a cidade e voltaremos para procurar seu marido. - Fala Sam a ela.

- Sem o meu marido eu não saio daqui. - Fala Lucy que se recusa a cooperar.

- Me levem de volta para o meu carro por favor? - Pede ela então.

Ao chegarem próximo ao local do acidente, Lucy fica surpresa ao não encontrar seu carro como se nenhum acidente tivesse ocorrido.

Ela não conseguia entender o que poderia ter acontecido, e em um ato repentino, desce o barranco correndo em direção o local onde bateram.

- Dean, precisamos tira-la daqui, não sabemos se o que ela viu é uma pessoa ou outra coisa.

- Ele pode voltar a qualquer momento. - Sussurra Sam.

- Claro Sam, vamos dizer a ela que o que ela tem visto é obra de um fantasma. - Fala Dean em tom irônico. - Isso só fará com que ela saia correndo em outra direção. - Acrescenta ele.

- Eu sei que parece loucura, mas batemos naquela árvore, não sei o porque levariam o carro, ele estava todo arrebentado. - Fala Lucy apontando para o local. - Vocês precisam acreditar em mim.

- E sim, acreditamos em você, por isso queremos tira-la daqui. - Fala Dean tentando convencer-la a sair daquele lugar.

- Precisamos falar com alguém, a polícia. - Lucy pede desesperadamente.

- Isso, a polícia, vamos te levar lá e você explica a eles o que aconteceu, tudo bem? - Sugere Sam a mulher desesperada.

- Tudo bem. - Responde ela que aceitando a ideia dos irmãos.

- Era para estarmos no Lago Tahoe, comemorando nosso primeiro ano de casamento. - Fala Lucy no banco de trás do Impala.

- Que belo primeiro aniversário. - Comenta Dean.

- Pouco antes de batermos, tivemos uma briga boba, eu o chamei de idiota. - Fala Lucy começando a chorar.

- Vamos descobrir o que aconteceu com seu marido. Eu prometo - Comenta Sam confiante.

No instante em que Sam fez sua promessa a pobre Lucy, o rádio do carro ligou e sintonizou em uma frequência sozinho, começando a tocar uma música melancólica e triste. Fazendo os irmãos sentirem que havia algo de errado.

- Foi você quem ligou? - Perguntou Dean.

- Não, pensei que tivesse sido você. - Responde Sam.

- Legal, tinha medo que dissesse isso. - Replica Dean.

- Essa canção, conheço essa canção. - Fala Lucy que se aproxima para ouvir melhor a música.

- Conhece? - Perguntam os irmãos em coro.

- Sim, ela estava tocando quando batemos. - Responde Lucy.

E novamente a frequência muda, e ouve-se uma voz horripilante saindo do rádio.

- Ela é minha. Ela é minha. Ela é minha. - Fala a voz por diversas vezes.

- Mas que porra é essa? - Pergunta Lucy apavorada aos irmãos.

Então, ao fazer a curva da estrada, se deparam com um homem parado em meio a pista.

- Segurem-se. - Fala Dean que pisa mais fundo no acelerador do carro.

- O que está fazendo, vai matá-lo. - Grita Lucy, enquanto vê Dean acelerando e se aproximando com mais velocidade do homem.

Dean não tira o pé do acelerador e ao chegarem bem perto do homem, o carro o atravessa, fazendo com que aquilo que estivesse ao meio da estrada, sumisse.

- O que foi aquilo? - Pergunta Lucy desesperada. - O que foi que aconteceu? - Ela continua as perguntas.

- Fique tranquila Lucy, vai dar tudo certo. - Responde calmamente Sam.

Nesse mesmo instante, o carro do trio começa a falhar e para no meio da estrada, agora fria e chuvosa.

- Acho que, você foi otimista de mais Sam. - Fala Dean que tenta por diversas vezes ligar novamente o carro, mas o mesmo não da nenhum sinal.

- Ele não vai deixa-la ir. - Sussurra Dean a Sam.

Os irmãos saem do carro, seguidos por Lucy, começava a chover e o frio logo tomaria conta.

- Isso não pode ser algo real. - Exclama Lucy.

- Ah! Vai por mim, é bem real. - Lhe responde Dean, enquanto abre o porta malas do impala e confere se há balas em sua Pump Action*.

Lucy ao ver a quantidade de armas que os dois possuíam, se sente apavorada.

- Bom, acho que eu já vou indo. Obrigada pela ajuda, mas agora já posso me virar sozinha. - Fala Lucy dando alguns passos para longe do carro.

- Lucy, fica aqui, precisamos te contar uma coisa. - Pede Sam ao vê-la sair apavorada.

- Não, me deixem em paz, fiquem longe de mim. - Rebate Lucy pronta para correr se necessário fosse.

- Não foi uma coincidência, encontrarmos você. - Sam diz ela.

- Do que você está falando. - Pergunta ela ainda a alguns passos de distância.

- Não sabíamos que iriamos encontrar você, estávamos aqui caçando. - Fala Dean dando alguns passos em direção a ela.

- Caçando o que? - Finalmente pergunta Lucy.

- Fantasmas. - Fala Dean sério, voltando em seguida para perto de seu carro.

- Vocês são loucos. - Lucy responde incrédula.

- Tão loucos quanto, um cara que some do nada com as vísceras para fora em meio a estrada? - Dean a questiona.

Lucy está perdida, molhada e com frio, perdeu seu marido, esta completamente apavorada e viu um homem que se dissolveu no ar.

- Acreditamos, que se ele se chamava Johan Gralley, era um rancheiro local, que morreu a dez anos, nesta mesma rodovia. - Fala Sam quebrando o silêncio.

- Impossível. - Desacredita Lucy.

- Uma vez por ano, na noite da morte dele, ele assombra essa estrada, e é por isso que estamos aqui hoje Lucy, para deter ele. - Continua Sam.

- A claro, e presumo que esse tal fantasma foi quem fez meu carro sumir também. - Fala Lucy com ar irônico.

- Para mim já chega, vou até a polícia sozinha. - Continua Lucy que começa a sair de perto dos irmãos.

- Acho que não vai ir muito longe, nosso plano "A", era tira-la daqui antes de caçarmos ele, mas pelo visto ela a quer, então não importa o que tentar, ou onde se esconder, ele vai encontra-la. - Fala Dean duramente.

- Todo ano Gralley acha alguém para punir pelo que aconteceu com ele, e hoje Lucy, essa pessoa é você. - Sam explica na intenção de faze-la mudar de ideia.

- Então quer dizer que o Gralley foi quem levou o meu marido? - Pergunta ela ainda sem acreditar.

- Sim, mas nos vamos te ajudar tudo bem? Só precisa acreditar na gente e nos ouvir. - Responde Sam.

- Ajudar vocês? Como? - Questiona ela.

*Pump Action - Também chamadas de "espingardas de ação repetida" ou "espingardas de ação deslizante" são uma classe que se distinguem na maneira pela qual os cartuchos usadas são extraídas e os novos são armazenadas na câmara.