[20] Fazendo as Pazes

Boa leitura:

Andar de um lado para o outro no quarto, por longos minutos, já estava deixando o ômega zonzo. Estava refletindo seus últimos feitos, em dúvida se tinha exagerado dessa vez. Pelo estado em que estavam suas unhas, ele diria que sim. Jisung colocou o alfa para fora de seu próprio quarto. Ele só poderia estar louco. 

Ainda tentou dormir um pouco para acalmar seus ânimos, mas em pouco tempo acordou. Ele estava acostumado com a casa silenciosa na maior parte do tempo, e até gostava disso, mas no momento o ômega iria preferir ouvir os resmungos de Jackson, pedindo para abrisse a porta, ao invés do seu silêncio

O caçador ficou quieto algum  tempo antes de o ômega dormir, e foi desde então que ele começou a roer as unhas. Jisung olhou pela janela e estava escuro, as ruas estavam quase completamente vazias, se não fossem pelos oficiais da Marinha que mantinham a guarda. Ele pensou em dormir novamente, mas seu estômago o lembrou de que não comeu praticamente nada o dia inteiro. Seguiu devagar para não fazer barulho e encostou o ouvido na porta tentando captar algum ruído, mas tudo parecia muito quieto. Ele chamei baixinho:

— Jackson? — Nenhuma resposta. Hesitou por alguns segundos e coloquei a mão na maçaneta. — Eu vou abrir a porta...

O ômega girou a maçaneta devagar e abriu a porta minimamente, apenas o suficiente para espiar o corredor e notar que o alfa não estava do lado de fora como ele suspeitou. Estava bastante escuro mas ele conseguiu perceber que a decoração permaneceu no mesmo lugar. 

Jisung abriu um pouco mais até conseguir passar metade do corpo, apoiou a mão no mezanino e esticou-se o máximo que conseguiu, tentando enxergar alguma coisa no andar debaixo. Viu algumas sombras que se formaram a partir da luz que vinha do lado de fora, atravessava as janelas e batia nas plantas. 

Uma sombra passou pela cozinha e o ômega voltou dois passos dentro do quarto instantaneamente. Seu coração acelerou e ele sentiu vontade de se trancar novamente. Mas à medida que respirava pausadamente o ômega conseguiu controlar o medo e decidiu ir atrás do possível invasor. Se ele for Jackson, então Jisung o mostrará que ele não tem medo. O ômega segurou um castiçal com uma mão, a outra ele usou para empunhar a pistola. 

As sombras feitas pelas plantas o causou um pouco de medo, principalmente algumas com seus formatos assustadores, aparecendo monstros. Jisung já estava se arrependendo de ter decorado a casa daquele jeito. Ele desceu as escadas vagarosamente, com seus olhos mudando de direção a cada instante, acreditando ter visto algo.

O sofá estava vazio e mesmo sabendo que seria inútil, enquanto ele se aproximava da cozinha, decidiu chamar mais uma vez:

— Jackson, você tá aí? — Seu silêncio já estava irritando. Se o alfa tinha a intenção de  assustá-lo assim como  vez com a ajuda de Chanyeol no acampamento que fizeram durante a jornada a caminho da Coréia, Jisung estava disposto a provar o quanto ele estava enganado. — Eu estou armado...

O ômega detectou um cheiro diferente e assim que colocou os pés na cozinha, ouviu um remexido nas folhas em suas costas. Ele girou o corpo rapidamente e sem pensar duas vezes, mirou a pistola na silhueta que se formou em sua frente. 

Duas mãos agarraram seus braços e ele apertou o gatilho. O disparo atingiu o teto e Jisung foi lançado de costas em cima da mesa, com um peso logo acima dele.

— Atirou em mim! — O caçador estava abismado.

— Você me assustou — O ômega respondeu, agora mais calmo. Jackson o estudou em silêncio, seus olhos desciam pelo corpo dele, como se Jisung fosse uma refeição muito saborosa posta sobre a mesa. — Será que dá pra sair de cima? Eu estou com fome.

— Você também me deixou com fome... — o alfa inclinou o corpo para frente e com o ato, Jisung sentiu algo rígido encostar em suas partes íntimas. 

Jackson arrastou o nariz na curva de sua mandíbula e seguiu descendo até abaixo da orelha. Moveu os quadris contra os dele e o ômega quase engasgou esquecendo-se de respirar. Jisung abriu um pouco mais as pernas e o caçador aproveitou-se para se encaixar perfeitamente no meio delas, ainda movendo-se e friccionando seus órgãos.

Jisung sentiu a necessidade de agarrar seu cabelo e direcionar a boca dele contra a sua, mas suas mãos estavam presas contra a mesa. Ele então inclinou procurando seus lábios, Jackson captou a intenção e o beijou no mesmo instante. O caçador largou as mãos dele apenas para descer até o cós da calça e puxar o tecido despindo-o de uma vez. 

Jisung agarrou nas bordas da mesa quando sentiu o contato úmido e quente da língua do alfa movendo-se firme ao redor da sua intimidade. Ele arqueou as costas e ofegou quando sentiu o ar quente que saía da boca dele batendo contra o local entre suas pernas. 

O coração do ômega batia muito forte e sua respiração tornou-se mais irregular, à medida que sentia a língua de Jackson descendo e subindo. Sentiu que seu corpo ia se desmanchar a qualquer momento, ele  não tinha mais controle de nada, estava largado sobre a mesa e entregue aos toques do caçador. Ele sentiu as mãos de Jackson agarrando suas coxas e espalhando um pouco mais para os lados. 

Jisung estava completamente exposto para ele, e gemeu mais alto quando sentiu a língua dele deslizar pela área. Ele agarrou os fios negros de Jackson e segurou firme, para mantê-lo exatamente onde estava. O caçador cravou os dedos no interior das coxas dele enquanto seguia com a língua em movimento, e quanto mais ele explorava, mais fluido o corpo do ômega expelia. Ele deixou suas coxas para retirar o cinto da própria calça e conforme subia com a língua, deslizando até acolher o órgão em sua boca novamente. 

Jisung sentiu o seu clímax chegando como uma avalanche sem controle. Jackson continuou estimulando-o enquanto ele sentia seu baixo ventre vibrar em uma explosão de prazer. O caçador ergueu os olhos para ele e sorriu, lambendo os lábios. O Ômega sentou na mesa e o puxou pela nuca, para beijá-lo outra vez. Jackson o abraçou pela cintura para logo em seguida erguê-lo da mesa. Ele segurou em seus ombros ainda sem interromper o beijo e enlaçou seus quadris com as pernas. Alguns segundos depois, suas costas foram pressionadas contra algo firme que Jisung entendi que seria uma das paredes da cozinha.

As mãos do caçador desceram até embaixo da coxa do ômega e ele moveu os quadris. Jisung estava tão perceptível que o órgão dele deslizou facilmente pelo seu canal interno. Seu corpo ainda estava muito sensível desde que faziam apenas alguns segundos que teve um orgasmo. Jackson moveu-se devagar e inteiramente dentro dele. Gradativamente o alfa foi acelerando suas investidas e Jisung largou seus ombros para agarrar em qualquer coisa fixa. A primeira coisa que ele encontrou e segurou com força foram dois vasos com flores, que ao puxar ouviu quando caíram no chão, partindo-se em vários pedaços.

— Aaahn... — Jisung choramingou pelas plantinhas, e também pela mordida que Jackson acabou de dar em seu ombro, próximo a marca.

— Te machuquei? — Ele perguntou.

— Não. — Respondeu de imediato e mordeu o lábio sorrindo ao ver uma mariposa pousada no ombro do caçador.

Assim que notou o inseto, Jackson resmungou e espantou-a lançando a mão contra ela. A mariposa foi lançada para longe, voando com dificuldade.

— Por que fez isso? 

— Não gosto de insetos. — O alfa investiu fortemente contra ele.

Jisung sentiu seu corpo estremecer quando foi tocado em seu ponto mais sensível. Suas pernas estavam cansadas e as costas necessitavam de algo macio, para sustentar as investidas do caçador. Jisung gostava muito de ser tocado desse modo, e ainda mais quando ele o pega com força, mas talvez ele tenha tido um pouco de sorte pelo alfa por não ter passado um de seus rut consigo. 

Por ser um lúpus, todas as características de Jackson se sobressaem a um alfa comum, principalmente as físicas. Jisung nunca esteve com outro alfa antes, mas de certa forma podia entender a diferença

Com cuidado, Jackson segurou firme em seus quadris e os levou até o sofá, era como se ele tivesse sentido que ali estava desconfortável para o ômega. O caçador deitou as costas do ômega no estofado macio. Ainda estavam conectados fisicamente, quando o caçador voltou a mover-se. Jisung sentia cada centímetro dele deslizando e ocupando cada cantinho do seu interior. Estava muito quente com seu corpo entre o de Jackson e o sofá. Ele curvou para frente até deixar seus corpos ainda mais juntos um no outro, e o ômega sentiu que o outro estava tão molhado de suor quanto ele, até os cabelos.

Assim que algo quente invadiu seu interior, Jisung não se conteve quando, pela marca, sentiu que seu alfa havia chegado em seu ápice, e foi levado juntamente a uma segundo apogeu. Sentiu a respiração de Jackson encontrar-se com a sua, quando ele fechou os olhos e encostou a ponta do nariz dele no seu. Ficou parado, apenas esperando pelo que o caçador iria fazer. Imaginou que ele voltaria a se mover, já que ainda permaneceu dentro de si, mas poucos segundos depois ele se retirou vagarosamente e acariciou a bochecha do ômega com o polegar.

— Desculpa... — Jackson sussurrou. — Não precisa se desfazer das suas decorações.

Jisung negou, balançando a cabeça.

— Esse é o nosso lar, eu deveria ter me contido. Tenho que respeitar seus limites também. Eu realmente exagerei, me desculpe.

O caçador sorriu, assentindo, e trocou suas posições. Agora, o ômega estava deitado, apoiado em seu peitoral e de frente para ele.

— De onde você tirou moedas pra comprar todas essas plantas?

— Uhm... — Jisung hesitou por alguns segundos antes de responder: — Da minha parte do Imperium. Foi apenas uma pequena arca, eu peguei um pouco pra mim.

— Tudo bem. Onde está o boneco que encontrou?

— Dentro de um baú em nosso quarto, por que?

— Pretende entregá-lo ao seu sobrinho, certo? Então precisamos consertar, está faltando um braço.

O rosto do ômega de repente se tornou pequeno para suportar o grande sorriso que abriu. Ele ergueu a cabeça e deixou alguns beijinhos no rosto do caçador.

— Eu te amo tanto!

Jackson afastou uma mecha do cabelo loiro e a colocou atrás da orelha dele.

— Também te amo, meu bem. E tenho uma notícia que acho que vai deixá-lo muito empolgado.

— O quê?! 

— Peguei uma missão e levarei você comigo.

— Sério? Vai me levar em uma missão?

— Vou.

— E eu vou poder te ajudar?

— Sim — O caçador confirmou, rindo de sua expressão. — Você vai me ajudar a concluir.

— É um assassinato, não é? — O ômega sentiu um arrepio na nuca.

— Sim.

— Certo… — Respirou fundo. — Mas o que ele fez?

Jackson ergueu o corpo para sentar no sofá, o que levou Jisung a fazer o mesmo.

— Uma missão é apenas uma missão. Não nos importa saber o que ele fez. Alguém pagou muito caro solicitando seu assassinato, e é o que faremos.

— Mas e se ele for uma pessoa inocente? Um pai ou mãe de família? Não quero matar pessoas boas. 

O ômega mordeu o lábio com medo de ser repreendido, mas ao invés disso, o caçador sorriu compreensivo, e assentiu com uma expressão suave:

— Faremos o seguinte: vamos investigar o nosso alvo e se ele for alguém que realmente merece morrer, você que irá apertar o gatilho. 

Jisung já matou antes, ele sabe como é conviver com o peso de ter tirado uma vida. Fica menos intenso a cada assassinato, e ele tinha consciência de que com o tempo ele ficará tão acostumado quanto Jackson, Baekhyun, Chanyeol e até mesmo Yoongi. 

Mesmo que o alvo seja uma pessoa má, tirar a vida de alguém sempre é algo muito forte. Mas essa é a vida que ele escolheu para si, e nunca seria um completo caçador se deixar-se levar apenas pelas emoções. Por isso, respirou profundamente e encarou o alfa nos olhos:

— Estou de acordo.

Jackson sorriu assentindo, e o beijou carinhosamente.

— Ainda está com fome? 

— Estou faminto — Jackson desceu os olhos pelo corpo do ômega e sorriu, concentrando-se em suas coxas. Jisung puxou um vaso com lavandas e cobriu a região íntima. — De comida, Jackson! De comida!

— Mas eu não disse nada. — Fingiu, com falsa inocência.

— Eu conheço esse olhar. 

O caçador sorriu.

— Vou fazer alguma coisa pra você comer.

Jisung sorriu agradecido. Ele foi beijado nos lábios, antes do alfa se levantar e seguir até a cozinha. 

Assim que encontrou-se sozinho na sala, o ômega se deu conta de que ainda estava somente com uma camisa. Levantou-se imediatamente e seguiu com pressa até o quarto, escolheu uma roupa confortável e foi até o banheiro preparar a tina, para um longo e relaxante banho.

Continua...

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top