Desejo distorcido

Jimin bocejou, se espreguiçando na cama, mas a pontada em sua lombar o fez uivar.

O ômega praguejou baixinho, tentando não se mexer até a dor infeliz passar ou diminuir. No entanto, precisava ir ao banheiro com urgência, sua bexiga estava prestes a explodir.

Dor, sono e bexiga cheia... Quem vinha primeiro?

O cansaço fez ele cochilar de novo, se assustando com o som do próprio ronco.

ㅡ Hum? Que horas são?

Jimin abriu os olhos com dificuldade, a luz Sol lhe cegando momentaneamente, por causa das janelas de vidros descobertas.

Isso era estranho, já que nunca deixava de usar cortinas bloqueadoras por causa do astigmatismo forte. Daí o motivo de usar óculos.

E por que estava com dor mesmo?

Não fazia sentido.

Pescando coisas de sua  memória curta, traçou seus passos em uma linha lógica, embora ainda lutasse com as pálpebras pesadas, que ameaçavam a voltar a fechar: sexta-feira à noite, ele saiu com Taehyung com destino a boate, encontrou Jungkook e depois trouxe o alfa para casa, ou melhor, Jungkook lhe deu uma carona. Então Yoongi apareceu no dia seguinte e...

ㅡ Meu Deus!

Jimin arregalou os olhos, acordando de vez. Ele esfregou o rosto entre as mãos, as lembranças chegando em episódios curtos, porém desfocados. O pior foi lembrar que, literalmente, se jogou nos braços do striper, como uma oferenda barata, despido de roupa e pudor.

E pelo jeito eles transaram bastante. Claro que sim, a dor nas costas e o seu buraco sensível, era um belo lembrete que fornicaram até ele apagar na cama. Se bem que não lembrava de todos os detalhes, sua mente era como um nevoeiro. Quer dizer, apenas do começo, quando Jungkook o segurou em frente ao espelho e...

Jimin bagunçou o cabelo, com um gemido frustrado. O que passou em sua cabeça, ou melhor, o que deixou passar para ser tão impulsivo e inconsequente? Não poderia negar que foi bom, na verdade foi excepcional, mas nem conhecia o striper direito, no entanto foi imprudente dormindo com o alfa duas noites seguidas.

ㅡ Eu realmente entrei no cio? ㅡ murmurou, com os olhos vidrados, mordendo os lábios com força.

Se fosse o caso, teria que ir à clínica mais tarde, fazer alguns exames, um check-up geral. Havia um tempo que não via seu médico. Na teoria, se preparou muito para viver esse dia. Mas não foi nada como imaginou. Não gostou de ficar tão fora de si, a ponto de não ter controle do seu corpo, nem dos seus feromônios. Caramba, ele agora liberava feromônios como os outros ômegas? Isso era perigoso. Ele poderia estar em apuros se algum alfa lhe atacasse na rua. Teve sorte em estar em casa, com o striper.

ㅡ Onde ele foi?

O ômega piscou, apertou os olhos, olhando ao redor. O striper parece ter ido realmente embora, porque além da bagunça que ficou o quarto, o apartamento estava em um silêncio sepulcral. Não que estivesse reclamando, porque seria um pouco constrangedor falar normalmente com o alfa depois de transarem feito coelhos.

Pensar nisso, em como se comportou, nos gemidos desavergonhados que fez quando gozou, fez o rosto de Jimin esquentar.

ㅡ Mas agora estou bem, certo? Não vou pilhar por ter, possivelmente, entrado no cio e ter perdido a virgindade de uma só vez. ㅡ resmungou, franzindo o cenho. ㅡ Então foram duas estréias em uma única noite, caramba...

Outra pontada na bexiga, e o rosado chutou os lençóis, precisava mesmo ir ao banheiro, mas suas pernas falharam miseravelmente e ele foi ao chão com um baque.

ㅡ Socorrooooo! Tem alguém aí? ㅡ gritou inutilmente, tendo esperança que o alfa ainda circulava em seu apartamento, mas o silêncio permaneceu, então Jimin bufou irritado. ㅡ Então é assim? Ele trepa com ômegas e  sai de fininho depois de se esbaldar? Típico de alfas...

Trincando os dentes, Jimin rastejou trêmulo até o banheiro e com muito esforço, conseguiu sentar no sanitário para se aliviar.

O ômega revirou os olhos em alívio quando o pinga pinga se tornou um jato forte, com boa pressão. Um pouco mais lúcido, notou que cueca que vestia, não foi ele quem escolheu. E reparando bem, seu corpo, apesar de detonado, com marcas arroxeadas de chupões nas cochas e peitoral, estava limpo. Inspirando a pele macia do braço, conseguia até sentir um leve cheiro do seu sabonete.

Jungkook fez isso?

O rosado suspirou alto. Por que esperava algo do outro, se não eram nada? E por que se surpreendia com qualquer boa ação? Só estava andando em círculo, fazendo suposições e pensando coisas do alfa que mal conhecia.

Um pouco mais recuperado, Jimin conseguiu dar alguns passos, se apoiando nas paredes, até chegar na cama. Só então viu a jarra com água e um copo de vidro, em cima da mesinha de cabeceira.

Outro detalhe bobo, mas significante, era que o alfa se preocupou em deixar mais acessível ao ômega.

Jimin nem se importou em beber diretamente da jarra. Ele deu grandes goles, fazendo o líquido derramar pelos cantos da boca. Nem sabia que estava com tanta sede assim, mas do meio para o fim, se engasgou e começou a chorar no processo.

Longe do mundo, protegido em seu casulo, o ômega deixou as lágrimas correrem ao pensar no fim do noivado e de como sua vida parecia decadente. Nessa hora todo mundo já deveria estar sabendo sobre o fim do noivado. E embora pudesse pegar o celular e perguntar ao cerimonialista para ver se Yoongi realmente cancelou o casamento, decidiu não saber de nada, nem falar com ninguém. Muitas vezes a ignorância era uma benção. Já estava machucado o suficiente para encarar a realidade.

Agarrado ao travesseiro, antes mesmo das lágrimas secaram, o sono voltou com mais intensidade, então sua cabeça afundou nos lençóis limpinhos e ele voltou a dormir feito um bebê.

[...]

O som "bip bip" da porta sendo destravada era inconfundível. Jimin gemeu, querendo se esconder embaixo da cama. Apenas duas pessoas sabiam o código de segurança: sua mãe e Kim Taehyung. No entanto, não estava com a mínima vontade de falar com nenhum dos dois.

Os ouvidos do ômega ficaram atentos. Pelas passadas longas, ele já descartava a possibilidade de ser sua progenitora.

Quando uma cabeleireira ruiva apareceu no arco da porta, Jimin se endireitou na cama.

ㅡ O que você faz aqui, Taehyung? ㅡ perguntou com a voz rouca, ajeitando o travesseiro atrás das costas.

ㅡ Nossa... ㅡ sibilou de um jeito teatral. Já era noite e o quarto estava com as luzes apagadas, todavia a Lua grande no céu banhava boa parte da penumbra. Jimin conseguia ver perfeitamente a silhueta elegante do amigo. ㅡ É assim que você trata a pessoa que te livrou de um futuro de merda? Eu deveria ser recebido com champanhe e confetes.

ㅡ Sem piadinhas. Estou farto delas, mas principalmente do piadista. ㅡ disse Jimin amargo, franzindo a testa. Agora que havia acordado, cogitava pedir no delivery algo quente, como uma sopa de carne, apenas para forrar o estômago. Depois se entupiria com alguma coisa doce e gordurosa. E que se dane a dieta. Já não usaria aquele maldito terno branco, feito sob medida. ㅡ Se veio se explicar, então começa a falar logo.

ㅡ Por que está sendo tão grosso comigo? Foi Yoongi quem te traiu, eu. ㅡ disse na defensiva, chegando mais perto. Ele farejou o ar, estranhando uma fragrância nova.

ㅡ Imagino que pressionou ele para me contar.

ㅡ Óbvio! Eu disse que se ele não falasse a verdade, eu abriria meu bocão e você saberiam que ele não é nenhum santo do pau oco.

ㅡ Não, Taehyung, o santo aqui é você. Tão bonzinho que deveria ter um par de asas e uma auréola dourada em sua cabeça. Meus parabéns. ㅡ retrucou, batendo palmas.

Taehyung piscou confuso. De onde estava vindo tanta hostilidade?

ㅡ De nada?

ㅡ Por que não me disse? Por que preferiu ameaçar meu noivo, quando poderia ter vindo diretamente até mim e me contado tudo? ㅡ Jimin rosnou baixo, seus os olhos castanhos saindo labaredas de fogo. ㅡ Tem ideia de como isso é revoltante? Eu sinto que fui traído duas vezes! Sinto que fui apunhalado nas costas pelas duas pessoas que eu mais confiava na vida!

ㅡ Jimin... Baixe o tom. Aos berros ninguém chegará a lugar algum! ㅡ se contradizendo, Taehyung também aumentou o tom de voz, mas respirou fundo, puxando os fios vermelhos para trás. ㅡ Se eu tivesse falado que seu noivo perfeito, que seu Min Yoongi endeusado, estava se esfregando em outros machos, você acreditaria? Faltava pouco  para o casamento dos seus sonhos, se eu chegasse com essa história, você diria que era uma invenção, que estava com inveja ou  com ciúmes, porque pesaria o fato de que nunca gostei daquele alfa! ㅡ fez uma pausa, seu peito inflando e desinflando. Não era para o amigo lhe contestar, ele fez o certo, agiu com a melhor das intenções. ㅡ Vamos jogar limpo, querido: no fundo você sabe que duvidaria, que não acreditaria em mim, se eu não tivesse provas concretas sobre a infidelidade do seu noivinho.

Jimin travou a mandíbula.

ㅡ Se você não tem provas, então por que Yoongi cedeu a suas ameaças? ㅡ questionou desconfiado, fazendo nascer mais rugas em sua testa.

ㅡ Que inferno, por que está brigando comigo?! ㅡ esbravejou, Taehyung, avançando na direção do rosado. ㅡ Acha que forjei alguma coisa? Eu vi com meus próprios olhos! Se eu tivesse um HD na memória, mostraria como ele estava feliz transando com um monte de alfas! ㅡ
o choque da revelação, fez Jimin emudecer. ㅡ Isso mesmo, seu noivo é um esquisito do caralho, mas eu não  me rebaixaria tanto para armar um flagrante. Foi ele mesmo que deu um jeito de estragar tudo. Ele simplesmente não conseguiu segurar o pau dentro das calças, faltando pouco para o casamento!

ㅡ Se foi assim, você é tão desprezível quanto ele!

ㅡ Eu não fiz nada!

ㅡ Exatamente, você não fez nada! Você me tirou o benefício da dúvida ao esconder a verdade. Cabia a mim acreditar ou não. E te odeio por isso! 

ㅡ Caralho, Jimin. Então é desse jeito?  ㅡ soprou o ar, sem realmente acreditar que estava sendo tão injustiçado. Taehyung sentou na ponta da cama, com o rosto distorcido em mágoa. Realmente aos berros, com os nervos à flor da pele, nada seria resolvido, eles só iriam brigar mais e mais. ㅡ Aquele filho da puta faz as merdas, mas quem paga a conta sou eu?

Jimin mordeu os lábios.

ㅡ Então como descobriu? ㅡ grunhiu, cruzando os braços, ainda carrancudo.

ㅡ Alguém me disse que tinha visto ele na sauna gay. No começo também não acreditei, estava cético, eu duvidei, porque não gostava do idiota, mas aquela carinha dele sem sal dele, me enganou tami. Aquele filho da puta, sonso do caralho... Ele não te merece. Por um lado foi melhor, a máscara dele ter caído agora. ㅡ comentou com a voz mais mansa, alcançando os dedos dos pés do rosado.  Uma sombra escureceu as íris castanhas quando afirmou com fervor: ㅡ Então eu peguei ele no ato. E mesmo assim, ele disse que seria apenas minha palavra contra a dele. Mas eu fui esperto o bastante para levar essa pessoa comigo. Então essa é uma testemunha importante que eu poderia usar contra ele. ㅡ Taehyung esfregou os pés do ômega recessivo, subindo um pouco mais para o tornozelo. A fragrância que sentiu ao entrar no quarto, se torna mais acentuada. ㅡ Você precisava ver a cara dele de pânico quando me viu. Me senti como um urubu rei voando por cima da carniça.

Silêncio. Jimin estremeceu com as mãos quentes do lúpus, então parou o ruivo, porque aquele toque fez suas entranhas formigarem.

Só não sabia dizer se era de um jeito bom ou ruim.

ㅡ Q-quando aconteceu?

ㅡ O quê? ㅡ Taehyung piscou confuso. Do que o amigo estava falando mesmo?

ㅡ Há quanto você sabia? ㅡ Jimin refez a pergunta, se encolhendo no colchão ao dobrar as pernas.

ㅡ Sei lá... Um mês, mais ou menos? ㅡ o lúpus deu de ombros, coçando o nariz. Definitivamente, aquele cheiro era de algum alfa, mas tinha uma nota doce mesclada. Um feromônio que nunca sentiu antes.

ㅡ Que engraçado, você diz isso com naturalidade. ㅡ murmurou horrorizado.

ㅡ Foi por isso que te empurrei para o stripper. Para você não ficar tão arrasado quando descobrisse a verdade. Jimin, você não precisa de uma aliança no dedo para ser feliz. ㅡ disse sincero, agora jogaria toda a verdade no ventilador. Ele realmente esperava que o amigo lhe recebesse de braços abertos, com uma carinha brilhosa de choro pedindo colo, como sempre fazia. No entanto, se era uma dose de realidade que Jimin precisava, ele lhe daria um balde cheio. ㅡ Não foi divertido ontem naquele dia na boate? A gente pode voltar lá, ou ir para outros lugares. Existe um mundo de possibilidades, posso te apresentar muito gente legal!

ㅡ Não quero.

ㅡ Ji, me escuta, por favor... ㅡ Taehyung tentou abraçar o amigo, mas Jimin o empurrou. ㅡ Por que está com tanta raiva de mim? Eu te fiz um favor!

ㅡ Vai para o inferno!

ㅡ Que porra é essa, Jimin?
ㅡ apontou para a marca no mamilo direito. Puxando o lençol, ele encontrou mais chupões espalhados pela pele pálida do ômega recessivo. O ciúme começou a ferver em suas veias. ㅡ Quem fez isso? Foi o striper?

ㅡ Não é da sua conta!Taehyung, vai embora daqui, depois a gente se fala! ㅡ disse constrangido, empurrando novamente o lúpus, todavia Taehyung Kim segurou seus pulsos.

ㅡ Então a noite foi mais proveitosa do que imaginei. Não esperava que vocês fossem tão longe. ㅡ a voz de Taehyung era baixa e perigosa. Seu rosto era ilegível, enquanto Jimin se debatia tentando se soltar. ㅡ Você gostou? Significa que agora o caminho está livre para outras conexões?

Em um piscar de olhos, o ruivo montou no outro ômega.

ㅡ Do q-que diabos está falando?! ㅡ Jimin se engasgou, surpreso. O lúpus nunca tinha agido dessa forma. ㅡ Está me machucando, Taehyung!

ㅡ Se soubesse que escolheria qualquer um, tinha me candidatado a vaga para te foder primeiro. Sempre fomos o primeiro um do outro, não foi?

ㅡ E-enlouqueceu de vez?! ㅡ foi o que conseguiu dizer com dificuldade quando o ruivo cheirou seu pescoço, fazendo seu corpo todo arrepiar. ㅡ Meu pau é tão bom quanto de um alfa. Eu também sei ser dominante, sabia?

Nesse momento,Taehyung já tinha largado seus pulsos, mas Jimin não o afastou, ele estava paralisado. Sua respiração era ruidosa, um peso inexistente comprimindo seu peito por causa das palavras e intenções do melhor amigo, mas quando o aroma doce do ruivo se espalhou, Jimin arfou, fechando os olhos.

ㅡ Você está tão lindo, não sei explicar... Mas eu também quero deixar minha marca em você. ㅡ elogiou antes de morder a dobra do pescoço alheio, onde havia uma marca mais clarinha ali.

Jimin fincou suas mãos nas costas do lúpus, lhe trazendo para mais quando Taehyung lambeu ali, beijando o local dolorido em seguida. Aquilo era um ritual que normalmente alfas faziam em ômegas "marcar território". Ou melhor, para selar seu cheiro, fazendo com que nenhum outro alfa se aproximasse.

Jimin extremesseu.

Era a primeira vez que sentia os feromônios do amigo, na verdade era a primeira vez que sentia os feromônios reais de um ômega. Era tudo tão novo e intenso, que não sabia dizer se adorava ou repelia.

Quando os protestos do ômega recessivo pareciam ter morrido,  Taehyung começou a abrir a braguilha, deixando o mais velho em pânico.

ㅡ O q-que está fazendo?!

O ruivo se afastou um pouco, apenas para dar atenção aos botões pontudos, que tanto sentiu falta.

ㅡ A gente pode voltar a brincar de novo, como nos velhos tempos. O que acha? ㅡ perguntou, sem desviar da visão sexy, acariciando os mamilos, fascinado.

Jimin sequer teve tempo de reagir com a sugestão imoral do melhor amigo. No segundo seguinte, Taehyung segurou sua mão trêmula e a colocou por dentro da cueca.

ㅡ T-tae...?

ㅡ Oh, porra! ㅡ gaguejou os quadris em êxtase.

Jimin sentiu o pênis grosso do mais novo pulsar.

ㅡ Isso, aperta com força... ㅡ Taehyung rosnou, cavalgando na ereção crescente do rosado. Suas íris brilhavam, as sobrancelhas franzidas com a onda de prazer. Sem deixar de rebolar, ele agarrou o rosto redondo e corado do amigo para lhe dar um beijo imundo, enfiando a língua e explorando a boca entreaberta do outro.

Tão gostoso... o ruivo gemeu, já perto do seu limite.

Enquanto uma mão apoiava o peso, a outra estava sobre as mãos do rosado, ajudando a acelerar sua punheta.

Não havia doçura naquele gesto, mas sim algo duro, punitivo, que fez a cabeça do Park rodar.

O lúpus estava muito excitado e Jimin também.

Por um instante um gemido satisfeito saiu estrangulado da garganta do ômega recessivo, no entanto durou pouco e a realidade sufocou Jimin. Então ele empurrou Taehyung, que dessa vez, cedeu com o golpe.

ㅡ Isso não d-deveria ter acontecido! ㅡ limpou a saliva do amigo, sentindo ânsia pelo que fizeram.

Aquilo era errado em um nível absurdo. Eles eram praticamente irmãos. Seus pais e amigos compravam essa ideia... e eles também, certo?

O coração de Jimin disparava de forma absurda. Taehyung havia planejado isso? Não. Poderia ver nitidamente, existia surpresa nos olhos do mais novo, embora as pupilas dilatadas também transmitiam um desejo carnal que Jimin nunca havia reparado antes.

ㅡ Então me diz que estou errado, Jimin. Que você também não sente que deixamos algo importante passar todos esses anos,  que me ama apenas como amigo. Diz que isso tudo é delírio da minha cabeça, mas fala olhando no fundo dos meus olhos e eu nunca, nunca mais vou tocar nesse assunto de novo! ㅡ enfatizou, perdendo um pouco do fôlego por falar rápido.

O rosado mordeu os lábios, agora mais vermelhos do que de comum.

Uma luta silenciosa foi travada entre os dois, até Jimin falar:

ㅡ Quero que saia da minha vida. Eu nunca mais quero te ver. ㅡ Jimin murmurou, trêmulo, a beira do choro. ㅡ Vai embora daqui, Taehyung!

Taehyung hesitou. Ele só foi embora quando Jimin ameaçou arremessar a jarra de vidro.

No entanto, mesmo com o amigo desaparecendo, a frustração do rosado não diminuiu.

Minutos depois, ele descontou suas emoções estilhaçando a jarra e copo de vidro na parede, mas não resolveu.

Na verdade, o caos que Jimin causou ali era apenas um reflexo perfeito de como estava por dentro. E ele até poderia facilmente limpar os cacos de vidro no chão depois, mas a bagunça em sua cabeça, era bem mais complexa.

Ele precisava entender e aceitar que, não só amava o ômega lúpus como um irmão, mas também o desejava de volta, de uma forma estranha e fodidamente distorcida.

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👀
Pois é...

Essa amizade é estranha demais, sempre foi.

Obrigada pelos comentários. Eu leio cada um. 💞

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