ÚNICO: OS ASTROS E A ROTAÇÃO DO PLANETA
Escrita por taeatria
Bem, Olá! Eu queria muito falar um pouquinho sobre essa fanfic que se tornou tão especial para mim nos últimos tempos. Em primeiro lugar eu queria agradecer as duas pessoas que estiveram comigo desde o início desse projeto quando pegaram ela em seu estado cru e aceitaram fazer a betagem e a capa. jupteryoon e riveager vocês me fizeram amar essa história de formas que eu não pensei que seria possível quanto eu comecei a escrever. A betagem doce, cheia de dicas de como eu posso ser uma autora melhor e a crítica que me deixou muito mais confiante do que quando eu comecei o processo de escrita jupteryoon, e as duas capas maravilhosas que pegaram tão bem as nuances dos meus dois protagonistas, cada uma dando seu merecido foco a ele, ficou simplesmente majestoso riveager. Vocês fizeram arte e eu sou muito grata por isso. Bom, pra não ser muito chata e me prolongar demais, gostaria de dizer que a história não é para atacar e menosprezar ninguém, caso tenham algum problema na narrativa me mandem uma DM e eu tentarei resolver isso da melhor forma possível. Sim, eu acredito em signos, astros, leio baralho mas eu não sou um ser inequívoco e eu peguei muito das minhas experiências e conhecimentos pra fazer isso na história, então se algo estiver equivocado já peço perdão. Ademais, uma boa leitura a todos.
Espero que vocês gostem da fanfic, ela se tornou aos pouquinhos muito especial para mim e, confesso que pegou um lugarzinho no meu coração que até então não sabia que seria possível (quem sabe algum dia eu não volto mostrando o que rolou depois desse primeiro encontro regrado as estrelas. Tudo depende da posição dos astros) Antes de eu ir, gostaria de agradecer mais uma vez as pessoas talentosas que fizeram essa história se tornar algo tão bonito jupteryoon e riveager o trabalho de vocês foi essencial em cada mínimo detalhe e eu estou extremamente grata de ter tido essa oportunidade. Vocês foram luz, agradeço de todo o coração pela betagem e capa, respectivamente. É isso, até uma próxima! Tchau, tchau!
Os astros eram uma constante quando o assunto se tornava a humanidade desde os seus primórdios da sociedade. Eles sempre estiveram lá, planando o céu noturno.
Não se tem uma data exata do início da astrologia como uma ciência, mas há indícios desde a suméria e babilônia de sua existência, porém, a popularidade veio de fato com a grécia antiga, onde a astrologia ganhava um formato helenístico de compreensão divina, relacionando os fenômenos astronômicos como as estrelas, planetas e a rotação da Terra, com a crença da influência na vida mundana. Foi nessa mesma época em que a ciência ganhou um nome, vindo a partir da junção de “astron”, ou melhor, “astro”, com a terminologia “logos”, que nada mais era do que estudo.
Conforme o tempo se passou, a confirmação da astrologia como ciência caiu-se por terra, sendo considerada muito mais uma pseudo ciência do que o estudo dos astros propriamente dito, afinal, não havia uma confirmação para a influência dos astros, sendo mais um fato social. A prática caiu apenas em um hobby para divertimento dos jovens em muitos aspectos, os oráculos passaram apenas para as revistas infanto-juvenis, as combinações apenas para saber se dariam certo com a paquera e os velhos hábitos de mapa astral apenas um passatempo em justificativas irreais. Havia, sim, indivíduos que acreditavam na magia do horóscopo e na influência dos astros em sua vida, porém, no mundo contemporâneo, eles não passavam de uma minoria crente, não faziam parte da maior massa populacional.
Choi Yeonjun estava fora dessa minoria. Quer dizer, quando era criança, costumava entrar em diálogos sobre signos com seus amigos; em sua pré-adolescência usou sites para verificar a compatibilidade com seus crushzinhos do pátio da escola mas, conforme crescia, era nítido que passou a ver o significado oculto dos astros como besteira.
Afinal, mesmo sendo de virgem, um signo de terra, todas as suas características se inclinavam muito mais para os signos de ar. Era um jovem de espírito livre, criativo, a quais amarras, especialmente de relacionamentos, ainda não eram seu forte. Tentava sempre ser imparcial, um pouco tagarela, indeciso. Deus o livre de ser todo técnico e acadêmico como era o esperado dos signos de terra, em especial o seu.
Enquanto seu signo era virgem, Yeonjun era totalmente libriano de espírito. E isso por si só já era uma comprovação suficiente que os astros e a rotação terrestre de nada influenciavam em sua vida.
— Ouve isso, Jun — falou Huening Kai, em uma tarde qualquer de domingo. O moreno tinha suas pernas jogadas acima das do Choi, que lia um catálogo da Vogue Korea. — Ao que parece, essa é uma semana promissora para as pessoas de virgem conhecerem outras. Também diz que no trabalho as coisas parecem se estagnar um pouco, então é uma época favorável para pensar fora da caixa e não se desanimar, além de avisar para ter cuidado com as pessoas em sua volta — contou o garoto mais novo, seus olhos fixos no celular, nem ao menos notando o rolar de olhos do ruivo.
— Você sabe o que eu acho desse papo torto de horóscopo, Ning — retrucou, sem tirar os olhos de sua revista, sentindo o pé alheio lhe dar um leve empurrão, como se o estivesse repreendendo à magnificência da influência dos astros. — E nem vem, que até conhecer aquele cara no prédio de humanidades você vivia fazendo piadinhas a respeito das pessoas que acreditavam nessa besteira — ele disse, seus olhos desviando do amigo que fez uma careta, parecendo uma criança contrariada.
— É que você não dá uma oportunidade para conhecer o Beomgyu, Jun. As previsões dele nunca estão erradas, acho que ele é a única pessoa do ramo da astrologia que eu confio. — Se defendeu da acusação. Ambos olhos castanhos escuros se encararam por um momento, Huening Kai com os braços cruzados e um bico em seus lábios enquanto Choi Yeonjun lançava um olhar exasperado, já parecendo cansado daquela conversa.
— Ok, então. Se eu der uma chance em conhecer esse tal “senhor das estrelas e cosmos” e mesmo assim continuar achando uma balela esse papo de mercúrio retrógrado e rotação dos planetas, você me dá um tempo? — propôs o ruivo, observando um sorriso enorme se abrir nas feições de Huening Kai, que concordava com a cabeça. — Beleza, na quarta-feira você me apresenta ele no intervalo — disse, encerrando aquele diálogo.
O domingo havia sido extremamente tranquilo e, a partir daí, os dois amigos haviam aproveitado o tempo juntos, conversando e aproveitando a companhia um do outro até a noite, quando Huening Kai se dignou a voltar para casa, após sua irmã mais velha enviar várias mensagens. O que Yeonjun não esperava, no entanto, foi que até quarta-feira seus dias fossem tão exaustivos; nada parecia andar, o seu trabalho parecia estagnado, o que fazia um dia parecer três, o frustrando completamente até aquela fatídica noite, onde conheceria o tal famoso Beomgyu.
A quarta-feira foi igual aos outros dias da semana, entediante e estagnado. O Choi se sentia cada vez mais frustrado durante a semana, parecia que todos os projetos que tinha na empresa não andavam para frente, as reuniões cada vez mais exaustivas, não vinham novidades positivas nem negativas, pareciam que as coisas não andavam nem que fossem para pior. À noite, Yeonjun estava exausto, planejando faltar aquele dia na faculdade, pois não tinha o mínimo de paciência para ter dois períodos de modelagem e tecnologia, quanto mais conhecer o tal amigo astrólogo de Kai.
Porém, ele sabia que Huening Kai nunca pararia de comentar sobre astrologia caso ele desistisse no meio do acordo e, botando na balança, aqueles dois períodos da faculdade eram mais suportáveis do que passar outro final de semana ouvindo sobre a rotação dos astros.
Entrando na sala de aula, ele se jogou em uma cadeira do fundo, abrindo seu fichário e pegando uma caneta para anotar os comentários do professor, torcendo para não ter atividades práticas naquela noite, pois estava dando seu mínimo, e aquilo seria o máximo naquela noite. Os períodos passaram de uma forma lenta; na metade da aula, Yeonjun começou a mexer no instagram, alheio a qualquer mínima coisa referente à faculdade, ouvindo apenas o sinal tocar ao fim do período, anunciando o intervalo.
Ao sair da sala, o ruivo deu de cara com seu melhor amigo, que parecia animado.
— E aí, Jun — comprimentou o moreno, feliz e alegre como sempre. — Pronto pra conhecer o Beommie? — perguntou, animado. Sinceramente, o Choi invejava Kai em momentos como aquele, se fosse qualquer outra pessoa iria questionar se ele estava pronto para morder a língua, mas não, o Huening estava genuinamente alegre apenas por Yeonjun ter aceitado tentar.
— Vamos acabar logo com isso, Ningning — disse, após um suspiro. O Huening riu com isso, jogando seu braço em volta do pescoço do amigo e assim começando a guiá-lo até o living do prédio de humanidades, onde seus outros amigos estavam.
O caminho ocorreu tranquilamente, tão tranquilo quanto poderia com diversos estudantes de várias idades indo de lá para cá. Huening Kai contava a seu melhor amigo como foi sua semana no estágio e Yeonjun reclamava de seu trabalho, tudo normal entre os dois amigos.
Quando chegaram no living, a atenção do ruivo foi diretamente a três estudantes que pareciam estar em seu próprio mundinho. Um moreno alto com um um crachá, uma camisa de uma banda Indie pouco conhecida, uma jaqueta militar velha e surrada e um tênis vans preto; outro moreno baixinho e musculoso, que usava uma bermuda da Adidas, um tênis da mesma marca, uma regata preta e uma garrafa de água de Brooklyn nine-nine; mas foi o último garoto, loirinho baixinho com um macacão jeans com desenhos feitos claramente a mão com tinta para tecido, os tênis all star roxo escuro com pequenas estrelas pintadas, camisa branca simples e o casaco jeans pelo menos dois números maiores, foi quem realmente chamou sua atenção. Parecia ter saído de um sonho.
— Hyuka! — Ouviu o moreno alto chamar, seus olhos se desviando do loirinho e pairando em Kai, que abriu um sorriso bobinho ao avistar o garoto.
Então, esse é o famoso Soobin… Yeonjun pensou, observando as expressões de ambos os garotos.
— Ei, Bin! — cumprimentou feliz, puxando o ruivo até o grupinho de três. — Oi, Tyun e Beom — diz após um momento, focando primeiro no moreno baixinho e após no loiro, como se sua atenção finalmente saísse da órbita alheia. — Esse aqui é o amigo que eu falei para vocês, o Yeonjun.
— Ah, sim, o descrente — brincou Taehyun com um sorriso bem humorado, recebendo um leve empurrão de Soobin. — Bom, eu sou o Taehyun, acho que você já percebeu quem é o Soobin e o que está perdido brincando com a alça da bolsa como um gatinho é o Beomgyu — disse, todos dando risada quando o loirinho alheio o olhou com os olhos arregalados.
Ok, ele pode ser um farsante, mas é um farsante bem fofo, pensou, dando um sorriso ao dizer:
— É um prazer conhecê-los. — Seus olhos foram diretamente para Beomgyu. — Então, foi o responsável por tornar o meu melhor amigo um fanático da astrologia? — brincou, ganhando uma risadinha do loiro.
— Culpado — respondeu, sua voz parecendo um tanto quanto aérea e seus olhos se fechando um pouco conforme ele sorria. “Simplesmente adorável” o pensamento voou em sua mente. — Mas, em minha defesa, o Hyuka pareceu muito mais aberto desde que eu contei que sagitário era o paraíso astral de leão no zodíaco — Beomgyu fofocou, se defendendo.
— Ah, eu soube, há semanas ele me contou sobre os seus dons místicos e como você sempre acertava, tanto no baralho quanto no horóscopo — ele fofocou, ambos sequer notando as bochechas do mais novo entre os cinco ficando avermelhadas, ou a forma que os amigos do loiro se olhavam, como se estivessem notando algo.
Fechando os olhos, Beomgyu deu uma risada tão melódica, tão gostosa de se ouvir, que Yeonjun quase fechou seus olhos, contemplando o som.
— E você acha que não tem nada em comum com o seu elemento, Choi Yeonjun — comentou, seus olhos presos ao ruivo que estava confuso com a brusca mudança de assunto. — Você é pura sinceridade, mesmo que doa, e é tão direto que choca a maior parte das pessoas — acrescentou seu raciocínio de forma calma, o ar avoado nunca deixando sua voz.
— Bem, se as madames pararam de fofocar — Soobin brincou, sua mão na cintura de Huening —, o Gyu me prometeu que iria ver se eu tinha chance de conseguir um estágio melhor e eu meio que estou cobrando isso — brincou, ganhando um revirar de olhos de Taehyun e uma risadinha do próprio Beomgyu, que encarou Yeonjun por um momento, ambos olhos negros se chocando antes de sorrirem.
— Ah, sim, verdade! Vamos jogar então, Binnie — concordou o garoto, tirando da mochila um deck de tarot um tanto quanto velho, as bordas das cartas praticamente se desfazendo e as mesmas em si amareladas. Não era um daqueles baralhos aesthetic que viam em fotografias do Pinterest, mas era o fiel escudeiro de Beomgyu. — Você vai querer jogar depois, Yeonjun? Ou tem muito medo do que a sua energia tem a revelar? — perguntou em brincadeira, embaralhando as cartas de forma habilidosa.
— O que eu tenho a perder? — brincou, sentando ao lado do lado de Soobin.
A leitura de Soobin a respeito de sua vida foi bem promissora, a maioria das dúvidas do moreno era a respeito da área profissional. Enquanto isso parecia se encaminhar, o loirinho o avisou para tomar um certo cuidado com insônia e dores ao longo da sua lombar, mas no geral, seu jogo não demonstrou ter grandes preocupações no futuro próximo.
Após isso, foi a vez de Yeonjun, ao se sentar em frente a Beomgyu. Ambos trocaram um sorriso mínimo, o astrólogo comentando sobre uma visão geral de seu jogo, antes de ambos passarem para as perguntas e respostas. O ruivo fez todos os tipos de perguntas que surgiam em sua mente a respeito de todos os aspectos, vida pessoal e profissional, se sentindo satisfeito ao ouvir respostas positivas para algumas das inseguranças que tinha em ambas as áreas.
A conversa fluiu a partir daí, os cinco falavam sobre tudo como se houvessem se conhecido a vida toda. Beomgyu e Yeonjun, então, às vezes pareciam estar em uma órbita própria, discutindo sobre as chances da rotação das estrelas realmente influenciarem a vida e a personalidade dos seres vivos. O ruivo ainda não acreditava, mesmo todas as coisas lidas no horóscopo naquele domingo com Huening Kai se concretizavam durante os dias até então, enquanto o loiro tinha certeza que os astros tinham influência em certas características e decisões dos seres humanos.
Foi um papo tão bom que, quando os cinco jovens perceberam, estavam todos atrasados para as suas respectivas cadeiras.
— Então, eu posso ter seu Instagram? Sabe, pra gente continuar com esse papo — o virginiano pediu, estendendo o celular para o pisciano, que deu um sorriso, colocando seu ig para ele seguir.
— Você sabia que virgem e peixes, apesar de não serem o paraíso astral um do outro, são uma ótima combinação astrológica? — perguntou Beomgyu, devolvendo o aparelho para o Choi.
— Ah, é? E o que isso significa? — questionou em brincadeira.
— Significa que você deveria me chamar para sair. Pois o seu elemento me deixa mais pé no chão enquanto o meu te influencia a ser mais mente aberta — explicou o pisciano, ouvindo uma risada do ruivo, que concordou.
— Sexta-feira depois da aula? Você está livre? — Yeonjun se atreveu a perguntar, vendo o outro concordar com a cabeça.
— Eu adoraria, Choi Yeonjun. Até porque é uma ótima semana para virgem conhecer pessoas novas — disse, antes de sair de volta para sua aula.
Ali, naquela noite de quarta-feira, após dias terríveis no trabalho, Yeonjun aprendeu que os astros poderiam, sim, ter razão, pelo menos quando eram lidos a partir dos olhos atentos de Beomgyu.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top