Capítulo 9

Estou entrando pela porta do meu apartamento quando meu celular começa a tocar. Estou todo dolorido e meu tornozelo está inchado. Atendo o telefone só para me sentir pior do que estava. Layla está chorando tanto que não consegue dizer uma palavra.

Me lembro que pai dela andou passando mal, o coração do velho parece não estar muito bem, não tem nem seis meses que a mãe morreu e o pai está doente.

_Quando foi?

_ Na sexta a noite. - ela diz entre o choro.

_Seu pai, onde ele está agora?

_Ele passou ontem, está internado no hospital, talvez, talvez tenha que fazer uma cirurgia, o coração dele... Eu não sei se consigo aguentar! - o choro aumenta me deixando aflito.

_Vem pra cá, dorme aqui comigo. - peço.

_Não precisa fazer isso... - ela diz tentando se recompor.

_Eu não estou fazendo nada além de acolher uma garota que precisa de ombro amigo. Não é uma casa grande e bonita mas...

_Eu não me importo. - ela diz.

_ Então vem, vou estar te esperando.

...

Nem abro a porta direto e Layla mergulha nos meus braços, eu a recebo com um abraço apertado mesmo que meu corpo inteiro esteja doendo.

_Você está tão machucado... - ela diz tocando meu rosto de leve.

_Eu aguento o tranco, não é a primeira vez e também não será última. Vem. Você já comeu alguma coisa? - Layla balança cabeça em um não culpado. - Fiz sanduíche para você e tem um suco feito com limão velho, espero que goste. - vou mancando até a cozinha.

_Não precisava se incomodar...

_Fora isso temos cervejas e eu sei que você não gosta.

A garota abre um pequeno sorriso. - desviando seus olhos dos meus.

_Senta aí e come, depois vamos deitar.

Layla se senta na cadeira velha e come em silêncio enquanto eu arrumo a cozinha. Em seguida ela se levanta e agradece pelo lanche simples como se fosse realmente importante.

Dou a mão a ela e a levo para quarto. Abro a gaveta e pego uma blusa velha entregando a ela em seguida.

_Pode se vestir no banheiro.

Ela obedece em silêncio quando volta parece sem graça, está coberta apenas do meio da coxa para cima e eu corro os olhos por ela sem pudor algum. Tinha me esquecido como é dolorido essa mulher aqui em casa. Ela é bonita e gostosa demais para que consiga manter minha minha sanidade intacta.

_Vem deita aqui do meu lado.

_Eu não sei se é uma boa ideia... - ela resmunga ficando vermelha.

_Eu poderia dizer para você que dormiria no chão ou no sofá mas, não vai rolar mal me cabe sentado naquele sofá pequeno e no chão como você vê o espaço é pequeno. Então, vou prometer que não vou tocar em você. Isso te deixa mais tranquila?

Ela acena e dá a volta na cama se deitando do outro lado. Ela já dormiu aqui outras vezes então porque esta tão preocupada, nunca fiz nada. Apago a luz e me deito de costas para ela.

_Ric? - respondo um já pegando no sono - obrigada.

_Não por isso princesa.

...


Acordo com o pequeno corpo agarrado ao meu, quando foi que essa merda aconteceu? Ela está entre os meus braços e eu não consigo não perceber o quanto parece ter sido feita para eles, o encaixe perfeito. Olho para o relógio sobre a cômoda velha são seis horas de uma manhã de domingo e eu não estou com vontade alguma de me levantar.

Uma parte do meu corpo resolve acordar e dar o ar graça, chega a ficar dolorido o que me impede totalmente de voltar a dormir. A loirinha dorme pesado, devia estar cansada, com tudo que vem acontecendo eu realmente a entendo.

Tiro ela dos meus braços de vagar, até que ela esteja deitada dormindo confortável. No banheiro um banho frio acalma um pouco as coisas. Quanto tempo não transo com alguém? Porque não tenho coragem de tentar nada com princesinha deitada na minha cama? Eu deveria fazer pressão, deveria...

Não. Eu deveria ser homem e esperar, é isso que homens de verdade fazem, principalmente no meu caso que depois que ela abrir as pernas vai tomar um grande fora.

Saio do quarto para me deparar com a visão do inferno, do meu inferno pelo menos, a blusa subiu e eu consigo ver o começo da bunda dela, uma linha fina que dá lugar a minha imaginação.

Situações extremas dão lugar a medidas extremas, preciso de um paleativo até encontrar alguém que resolva o problema de vez, volto para o banheiro quase que correndo.

...

Layla tem um pequeno sorriso enquanto me ouve contar sobre a vez que decidi matar aula aos nove anos. Ela é bonita, os olhos castanhos com manchas verdes, a pele alva e o cabelo tem as pontas naturalmente mais claras com alguns anéis.

_Você está me olhando estranho... - ela diz ficando vermelha.

_ Acho que você é meio maluquinha, eu que bato a cabeça e você que fica pirada. - digo fazendo pouco caso.

_Acho que podemos ir. Quero tentar ver meu pai, obrigado de novo. - Layla se ergue, já pagamos a conta e sei que ela tem razão apesar de querer ficar mais um pouco.

Entro no carro dela em silêncio, tem alguma coisa no ar e eu não consigo identificar. Ela para na entrada do prédio e eu quero beija-la antes de ir.

_Obrigada Ricardo. Por tudo. - finalmente seus olhos estão em mim e essa e a minha oportunidade.

_Não por isso. - respondo depois de beija-la.

Não é como gostaria mas posso me contentar com esses beijos simples.

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