Bônus

Layla

Não posso mentir e dizer que não esperava por uma reação como essa, eu sabia que corria o risco dele não dizer o mesmo, ainda que sinta. Ricardo não parece o tipo de homem que assume seus sentimentos com facilidade, talvez ele não saiba que me ama...

A quem eu quero enganar! Talvez o que temos seja exatamente o que temos, nada.

_Layla... - ele parece estar sofrendo ao dizer meu nome.

_Não precisa dizer nada, eu sei que não sente o mesmo. Tudo bem, eu sabia que aconteceria. - me levanto de sobre o corpo dele tentando me cobrir de alguma forma. - Me desculpa, eu estraguei o momento.

_Layla... - ele começa outra vez, Ricardo senta na cama e me olha enquanto eu me arrumo.

_Não tem obrigação alguma, nunca me prometeu nada. - reúno minhas roupas e o que sobra de dignidade. - Vou... Indo.

_Você não precisa ir. - Ricardo diz colocando uma bermuda - gosto quando está aqui. Só...

_Não me ama. - completo por ele, porque eu sei que é exatamente isso.

_É muito cedo. - ele responde depois de esfregar o rosto nervosamente.

_Muito cedo!? - quero gritar com ele, mas já está sendo humilhante além da conta.

_Temos um lance legal, eu só... - porque ele simplesmente não admite que não me ama? Não como eu o amo pelo menos... - Eu ainda não parei para pensar nisso! - ele aponta de mim para ele e de volta para meu corpo. - Não sei o que está rolando aqui dentro - Ric coloca a mão sobre o peito e me olha nos olhos - Mas não quero que você vá, não depois de dizer o que disse, porque apesar de sentir um medo do cacete, eu gostei de ouvir. - sem que eu percebesse sou envolvida pelos grandes braços dele.

Eu sou mesmo uma grande pateta! Uma idiota, trouxa, sei lá que adjetivo eu mereço nesse momento porque enquanto Ricardo me beija tudo que consigo fazer e beija-lo de volta. Porque eu o amo, o que é uma grande merda como ele mesmo diria.

Depois da noite que tivemos eu tive certeza que ele me amava também, já não tenho certeza do amor dele. Acredito que talvez esse amor possa nascer do que temos, eu não sei... Só quero me entregar a ele outra vez e estar nos seus braços.

...

_Lindinha eu não sei você, mas eu, estou com uma fome do caralho! - Ric reclama deitado ao meu lado. Acabamos nus na cama outra vez, ele está agindo como se nada tivesse acontecido. Talvez isso bom, me deixa menos constrangida.

_Hum... - me mexo na cama dele abrindo os olhos - quer pedir alguma coisa?

_ Não... Vou fazer alguma coisa. - Ricardo se levanta.

São sete e meia da manhã, eu ainda estou aqui, ele fingindo que não sabe que eu amo, eu fingindo que não disse nada. Não sei até quando vamos fingir que nada aconteceu, mas agora quero viver isso só mais um pouco.

Se Ricardo gosta quando estou perto, eu gosto muito mais de estar perto.

_Que tal pão com pasta de amendoim e leite desnatado!? - o homem que né tem nas mãos diz aparecendo na porta do pequeno quarto.

Ele tem um sorriso simples e qualquer coisa diferente nos olhos, devolvo seu sorriso e me sento na cama.

_Trouxe uvas também... - eu constato quando vejo o prato que ele trás consigo a cama.

_Você disse que gostava, como tem ficado aqui comigo... - a resposta faz meu coração parar.

Não quero me iludir, não posso me iludir!

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