36. Versões

Um ano e meio antes...

Estamos sentados a mesa, Everaldo ainda  come, parece alheio a tudo que está ao nosso redor. Eu fui ao RH pedir demissão, ele apareceu por lá vindo, talvez, por algum chamado ou aviso. Negociamos um salário, menor do que eu receberia, não sei como ele conseguiu convencer...

_Fiquei sabendo que você está a espera de uma moça... - sorri, ele tem essa mania de jogar no ar e esperar que você termine.

_Eu amo essa moça, admito que fui um grande cafajeste, ela era a mulher mais perfeita do mundo, eu achei que fosse apenas uma garota mimada, orgulhosa... - desvio meu olhar do dele. Tenho a impressão que Everaldo sabe sobre meu envolvimento com a Layla.

_ Já faz algum tempo. Como sabe que ela não tem outra pessoa? - meu coração gela só com o pensamento.

_Eu não sei... Mas vou esperar por ela até ter certeza que ela está com outra pessoa. Eu amo aquela mulher com a minha vida. - sou sincero.

_Vou te contar uma coisa, te admiro, outro homem já teria se envolvido com outra mulher.

_ Não vou trazer outra mulher para vida é ela que eu quero, ela que eu amo. - respondo com firmeza. - Ela tem todo o direito de voltar a viver, fui eu quem errou e muito feio. Ela tem filho, mas não soube de outra pessoa. Talvez tenho sido um caso de uma noite, não me importo! Não vou me meter no meio de uma família, mas se ela estiver sozinha eu vou lutar para que me aceite.

_Nossa! E o filho? Vai aceitar criar o filho de outro?

_Sim. É o filho dela, não importa, se ela me aceitar e me perdoar eu aceito ela com tudo. Posso cuidar do menino, posso cuidar dela. Não tenho o dinheiro que os pais têm, mas o suficiente para vivermos.

_Se aceitasse a proposta da outra empresa teria em torno de uns 30k todos os anos. - as palavras surgem como um pensamento alto.

_É... Pelo que conheço dela, o pouco que conheço, ela não se importa, não em ter uma vida abastada, dividiu uma cama velha, apartamento pequeno e hoje posso dar muito mais. Eu só queria ter sido inteligente o bastante para ter percebido que a amava antes de perder...

_Acho que só sabemos realmente o quanto amamos uma pessoa quando ela se vai. - ele suspira alto triste e cansado.

_ Eu sinto muito pela sua perca, tenho certeza que sua sua esposa é uma pessoa maravilhosa.

_Sinto falta da minha filha e da minha netinha. Elas crescem tão rápido!

......

Um ano antes...

_ Eu pensei que fosse dar certo as coisas entre você e a moça morena... - Everaldo diz.

_Você sabe que amo outra mulher, no começo foi bom, eu acho que precisa... Desestressar, distrair um pouco, eu não sei. Foi... - suspiro - acho que o amor para mim acabou.

_Voce é muito jovem, pode se apaixonar de novo. Eu tenho uma filha sabia!?

Abro sorriso. Se eu sei que ele uma fila? Amo a filha dele.

_Ela é bonita? - meu patrão abre um sorriso cheio de carinho.

_ Minha filha é linda! Eu sou suspeito para falar então vou te mostrar uma foto.  - ele tira o celular do bolso e me mostra uma foto da mulher mais linda do mundo, dormindo ao lado de um bebê, ela parece cansada.

_Achou que gostou da minha filha. - o velho sorri, parece ter se divertido - Você está com uma cara de babão...

Engulo em seco.

_Ela é realmente muito bonita.

Ele dá de ombros, talvez feliz com o elogio.

_Sinto saudades dela. - ele confessa.

_Se ela não tem um namorado, ou trabalho, o que está segurando ela lá? Trás ela de volta. - sugiro.

Ele sorri tem algum pensamento na mente desse senhor a minha frente que ele não parece querer dividir.

....

Oito meses antes...

_Ela é muito bonita, loirinha, olhos azuis... - Saulo diz sem nem ter mastigado direito.

_A mulher é perfeita! - Alberto opina.

_E você não quis sair com a moça? - Everaldo pergunta.

_ Eu já abri meu coração para o senhor. - dou de ombros.

_Acho que precisamos conversar de verdade meu jovem, você não tem pai, então, me sinto na obrigação de dizer que você tem que esquecer essa mulher e voltar a viver! É jovem, um bom rapaz, bonito, tem condições financeiras, pode ter uma família.

Não vejo ninguém ao lado, parece que todos se intimidam quando o velho levanta a voz um pouco. Todos saíram de fininho e me deixaram aqui para tomar uma lição.

_Eu aceitei dinheiro para ficar com ela, aceitei dinheiro para fazer ela se apaixonar e depois terminar com ela e fazê-la sofrer... Ela descobriu senhor Everaldo, eu já estava apaixonado. Não tinha percebido.

_Isso foi... Muito covarde.

_Foi bem sujo da minha parte. Aquela mulher tinha um coração bom, me aceitou e respeitou, não deveria ter me aceitado, mas... Antes de me ir ela passou a noite comigo e me deixou em seguida, pensei que tivesse sido perdoado, mesmo sabendo que não merecia.

_Talvez ela tenha feito.

_Se ela tivesse me perdoado não teria me deixado. Eu daria minha vida, faria o que fosse para ter a aquela mulher.

_Mas vai esquece-la. Volte a viver, dê.a volta por cima. O que passou, passou.

_Foi horrível o que eu fiz.

_Se arrependeu!?

_Muito.

_Então pronto, acabou. Se perdoe e volte a viver.

.....

Dois meses antes...

Entro na sala da presidência meio confuso. Será que estou sendo mandado embora?

_Vou viajar. Vou buscar minha filha. Enquanto isso deixei algumas anotações e mandei um e-mail com tudo que quero que faça e veja na minha ausência.

_Sua filha aceitou voltar?

_Ela não vai ter outra escolha.

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