28. Você!

Estou sentada no container esperando o engenheiro entrar. Segundo o meu pai esse é o melhor engenheiro da empresa, tipo o melhor dos melhores, por isso ele quer que eu fique aqui para aprender. O projetista continua sentado na cadeira fazendo seu trabalho.

Me sinto muito ansiosa, não um ansiosa ruim um ansiosa bom, aquele frio na barriga criado pela sensação de novo. Acho que tinha algum tempo que não me sentia assim, com essa sensação boa de começar algo novo.

_O Hulk disse que você fez curso fora do país. - aceno um sim com um grande sorriso - Legal!

_É...

_Porque vocês chamam o engenheiro feche com esse nome?

_Ele era lutador, dono de uma rede de academias, forte, alto. Sei lá, algum pião chamou apelidou e pegou, acho que foi isso. Quando eu entrei ele já tinha esse apelido.

_Hum... - respondo. Um pensamento beirando o impossível passa pela minha mente - Qual o nome dele?

_Do Hulk? - aceno - Júlio eu acho.

_Julio... - murmuro me lembrando de que o Guilherme chamava o Ricardo assim, Júlio era o primeiro nome dele. Seria muito maluco se isso acontecesse. Penso que essa é uma coincidência de muito mal gosto.

_Boa tarde. - perco o meu ar no minuto em que a voz dele chega aos meus ouvidos, eu nunca me esqueceria da voz dele... - Quanto tempo Layla.

_Ric... - meu coração bate tão rápido que começo a achar que vai estourar aqui dentro do meu peito. Eu quero chorar e rir, quero correr para os braços dele e quero bater tão forte naquele rostinho bonito, quero não olhar para ele e ao mesmo tempo eu quero olhar cada mínimo detalhe mudou com o tempo. Me sinto feliz por vê-lo aqui tão bem depois tudo e me sinto tão triste e magoada por vê-lo bem depois de tudo.

Ricardo exita ao se aproximar, parece tão nervoso quanto eu, os olhos dele refletem algum tipo de sentimento bom, como se estivesse feliz por me ver.

_Você está está ainda mais bonita! - o elogio me faz derreter, meu coração era duas batidas, talvez três. - Esperei tanto por esse momento...

O que?

Não se ilude! - Minha parte sensata grita.

Me sinto um bichinho, um nada, uma criança indefesa enquanto ele se aproxima devagar.

_Senti sua falta... - ele diz antes de me dar um abraço apertado.

Não consigo me mover, estou em completo estado de choque, ou talvez, Ricardo tenha criado algum tipo de poder sobre mim. A quem eu quero enganar, ele sempre teve algum tipo de poder sobre mim, sobre o meu corpo que parece querer o dele independente do minha mente e meu coração digam.

A verdade é que dentro de mim, tudo está bagunçado, meu corpo diz que eu ainda sou dele, que devo me entregar sem amarras, meu coração diz fuja, ele vai te magoar outra vez e minha mente mente me lembra que temos uma filha juntos, me lembra que não tivemos um fim eu só fugi como uma grande covarde.

Um raspar de garganta me desperta e eu afasto Ricardo.

_Não! - Eu digo saindo de dentro das paredes de ferro e correndo para o meu carro.

As lágrimas escorrem grossas pelo meu rosto. Eu sei que estou fugindo outra vez, sei que não é a atitude mais sensata, mas é a saída mais fácil. Passo por pelo menos seis homens no caminho até o meu carro e antes que entre, antes mesmo de destravar as portas os braços dele estão ao meu redor.

_Me perdoa por favor. Por favor não vai, não foge outra vez. Eu senti sua falta Layla.

Minhas pernas sedem e tudo parece de mais. Ainda que esteja sendo amparada por Ricardo estou caindo em um abismo.

_Olha pra mim Lay, olha nos meus olhos e você vai ver que eu te amo, sempre amei.

Me viro de vagar e encontro os olhos aflitos dele, Júlio Ricardo sempre foi um homem seguro, eu me lembro de ver determinação neles, eu o admirava por isso, agora, tem insegurança, medo e algum sentimento não reconheço e temo descobrir.

Um beijo, sou surpreendida por um beijo, tudo em mim se cala no instante que seus lábios tocam os meus...

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