Quando os primeiros raios de Sol se fizeram presentes no céu, meus olhos se abriram e um bocejo escapou de meus lábios. Com os olhos semicerrados, olhei para o meu lado e sorri ao ver a loira puxar o lençol que a cobria para o seu rosto.

No dia anterior, Hope e eu decidimos deixar Vênus e Brandon sozinhos no apartamento, visto que o clima entre as irmãs não estava muito legal. Por isso, apenas esperamos a hora em que os dois foram para o quarto e saímos correndo de casa, logo pegando o primeiro táxi que vimos para o prédio de Hope.

Quando chegamos, fomos direto ao telhado do prédio e Hope pegou suas coisas para forrar o chão. Não conversamos, apenas decidimos observar as estrelas até que o sono viesse e ele não demorou a vir. Era a primeira vez que dormíamos juntos e, mesmo que houvesse sido por um motivo importuno, foi muito bom acordar ao seu lado e, saber que ela sentia segura ao dormir ao meu lado, me fazia sentir-me o homem mais feliz do mundo.

— Hum... – a loira resmungou e eu a encarei. — Por que você acorda tão cedo? – retirou o lençol que cobria o seu rosto e me olhou com os olhos semicerrados.

— Eu não sei. – ri e ela se aproximou mais do meu peito. — Talvez seja para te admirar um pouco mais. – ri novamente assim que senti um beliscão em minha costela.

— Obrigada por ter vindo comigo. – colocou seu braço esquerdo em cima do meu tronco e se aninhou mais contra o meu corpo. — Se eu viesse sozinha, tenho certeza que não conseguiria dormir...

Eu amava saber que Hope se sentia segura comigo, que eu a trazia confiança para o que quer que fosse e que eu podia confortá-la em qualquer situação. Eu queria ser aquele que segurava sua mão e a puxasse do fundo do poço; queria ser aquele que a abraçasse forte e dissesse que estava tudo bem e que ela não estava sozinha, não importa quantas vezes ela dissesse que estava. Hope sempre teve a mim, nunca esteve sozinha, sempre teve alguém que a amava, foi uma pena ela não ter visto isso.

— Você sabe que não te deixaria sozinha, Hope. – beijei o topo de sua cabeça. — E outra, eu não aguentaria ficar lá com o Brandon e a Vênus. Quando a Vee está por perto, eu não reconheço o meu melhor amigo. – olhei para o céu azul e trinquei minha mandíbula.

— Esse é o efeito que a Vênus causa nas pessoas. – riu com escárnio.

Ficamos deitados ali por mais alguns minutos até que o Sol começou a esquentar e ficamos com calor. Ajudei Hope a guardar as coisas novamente em seu cantinho e descemos para o seu apartamento, com a finalidade de fazer algo para comermos.

— Bom, eu não costumo comer algo no café da manhã, então eu só tenho esses mini burger. – Hope sorriu sem graça.

— Por mim tá tudo bem. Podemos comer com Coca, o que acha? – fui até a sua geladeira e peguei a garrafa que já estava na metade.

— Isso não é nem um pouco saudável... – a menor cruzou os braços e mordeu o lado interno de sua bochecha esquerda. — Eu quero! – abriu um enorme sorriso e eu fiz o mesmo.

O café da manhã seguiu tranquilo. Hope e eu conversamos sobre assuntos aleatórios enquanto comíamos e eu fiquei indignado quando ela disse que futebol americano era mil vezes melhor que basquete. Aquela era uma completa blasfêmia!

— Sabe, no nosso casamento só vamos servir mini burgers. – falei ao dar a última mordida em meu hambúrguer.

— No nosso casamento? – Hope riu antes de dar um gole em seu refrigerante.

— Não acha que vamos nos casar? – arregalei novamente os olhos, o que a fez rir novamente. — Nós vamos nos casar sim e será um 'puta casamento. E vamos entrar vestidos de Cleópatra e Júlio César.

— Não seria um pouco imoral? – fez uma careta e eu dei de ombros.

— Não sei, mas seria legal quebrar padrões. – ri. — Vestido branco e terno é um pouco ultrapassado, não acha?

— Eu topo qualquer coisa se você estiver comigo, Zion. – sorriu e eu fiz o mesmo. Era bom saber que Hope não me achava emocionado ao abordar assuntos como aquele, mesmo que fosse de brincadeira. — Mas eu só aceito me casar com você assim se adotarmos um cachorro e um gato. E um deles tem que se chamar Hércules.

— Por que Hércules? – ri colocando o prato e os copos no chão.

— Porque eu gosto de semideuses e amava o filme dele quando criança. – deitou-se de bruços e eu a puxei para mais perto de mim.

— Tudo bem então. Teremos um cachorro e um gato e um deles se chamará Hércules. – a encarei fixamente nos olhos e ela sorriu. — Você é perfeita, Hope. Eu contarei as estrelas sobre você. – falei hipnotizado pelos seus olhos azuis.

— Não se eu contar primeiro de você pra elas. – beijou a palma de minha mão que estava em seu rosto e eu sorri com seu ato, antes de puxá-la para um beijo.

Hope e eu passamos a tarde deitados em sua cama. Eu geralmente me sentia um pouco incomodado quando não tomava banho assim que acordava, porém, pela primeira vez, eu não me sentia daquela forma. Eu gostava de passar horas deitado com Hope fazendo nada.

Recebi algumas mensagens de Austin me chamando para sua casa e de Brandon perguntando onde eu estava, mas eu decidi ignorar todas elas. Eu estava em modo avião naquele Domingo, apenas para curtir o máximo que eu podia com Wright.

— Sabe, eu nunca me senti tão confortável quanto agora. Eu nunca fiquei o dia todo na cama, quer dizer, não fiquei por livre e espontânea vontade. – Hope ajeitou o coque que havia feito em seu cabelo. — É legal ficar deitada sem fazer nada porque quer, e não porque está tendo uma crise existencial ou algo do tipo.

Eu tinha que concordar. Ficar deitado à toa era bom, sem ter que se preocupar com nada, apenas... Curtir o momento. Naquele momento eu não pensava em Brandon, nos meus problemas pessoais, no meu trabalho, nem nada. Eu me sentia confortável com Hope ali, apenas deixando o tempo passar e aquilo era a única coisa que importava: estar ao lado dela.

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https://youtu.be/Rp-Hg6Q3fs0