CHAPTER TWO
Capítulo dois
— School Still Sucks —
Acordo com o meu celular tocando alguma música aleatória a qual não lembro o nome.
Reviro os olhos tentando não desistir da minha vida acadêmica pra vender balinha no semáforo.
Por sorte, antes de me mudar para New York, já conhecia três pessoas maravilhosas daqui. Duas delas frequentavam o mesmo colégio pra o qual fui transferida: Eleanor ou Ellie Peterson; Uma ruiva de olhos verdes e corpinho de modelo, com um gênio um pouco forte demais. E o outro, Tyler Blake.
Diferente de mim que tenho simples olhos e cabelos castanhos, o Tyler é dono de uma beleza de cair o queixo, mas ele prefere esconder embaixo daquelas roupas de vovô que sua vó lhe dá todo verão antes dele ir viajar para casa de praia dos seus pais.
A velha acha que essas roupas modernas não "protegem a pele" e ele pode morrer queimado por causa do calor da Califórnia.
Hoje eu estou com o típico mal humor de quarta-feira. Entretanto hoje é segunda e eu tenho ele a semana toda.
Me arrumo pondo apenas uma calça jeans e uma regata qualquer, pego minha mochila e tomo café antes de sair correndo para alcançar o ônibus escolar.
Preciso correr um pouco e pedir para o ônibus parar. Adentro o veículo e me sento ao lado de um garoto de cabelos loiro escuro que vestia uma jaqueta azul marinho com a logo do time de basquete do colégio por cima de um moletom cinza.
Devia ter pego meu moletom, está frio hoje, pensei.
Ele lia um jornal, estranhei. Pensei que fosse a única adolescente que ainda gostava de ler jornais impressos. Sim, eu tenho uma alma de velha.
— Você deve ser uma raridade na raça humana. — Disse sorrindo e me apresentando para o garoto. — Sou Amberly Grays.
— Oh! Uhm... Eu sou River, River Phoenix. — Disse o mesmo complemente atrapalhando. Ri baixo.
— Você está lendo sobre esse tal de Homem-Aranha?
— Sim, legal não é?
— Não sei, tenho minhas dúvidas.
— Dúvidas?
— É, ele pode até se dizer um super-herói, mas eu não acredito muito nesse papo furado. Além disso, por que ele não revela a identidade? Digo, o homem de Ferro não tem esse problema todo.
— Ele deve ter seus motivos.
— Mas ainda é estranho... — Mordo o lábio inferior pensando em como eu iria descobrir quem era o verdadeiro Homem-Aranha.
O ônibus para em frente ao Midtown Science High School.
— Foi bom falar com você, River. Até a próxima. — Digo sorrindo após descermos do ônibus e irmos para direções diferentes.
Ando pelos corredores do enorme colégio quando um garoto estúpido coloca o pé propositalmente para que eu caia.
Missão cumprida, estou tão jogada no chão quanto minha auto-estima.
Ergo meu rosto olhando furiosa para o imbecil que fez isso.
Ele parece ser aquele típico cérebro de batata que joga no time de futebol que se acha o gostosão da turma, mas convenhamos que ele deve ter usado tanta bomba que o cérebro virou mais um músculo do braço.
— Poxa nem vi você, novata. — Um garoto de cabelos loiros ironizou e seus amigos somos-babacas começaram a se vangloriarem daquela idiotoce. Um dos amigos do loiro resmungou um "boa Travis".
Revirei os olhos.
Então esse era o nome do Imbecil?
— Por que você se expõe ao ridículo assim, Travis? Já não basta esta sua cara deformada? Você tem que se humilhar ainda mais? — Falei já cansada daquele babaca rindo da minha cara enquando eu fazia um esforço enorme pra não sair correndo e ir chorar no banheiro.
Não que eu seja uma dessas meninas dramáticas, mas hoje meu mal humor resolveu aderir os sintomas da TPM.
— O que você disse, vadia?
— Você também é surdo? — Disse e sai esbarrando propositalmente no ombro de Travis.
Já vi que não vou me dar bem com muitas pessoas aqui.
Já distante daquela confusão, olhei meu horário e fui andando até a sala da professora McFitis. Minha primeira aula seria de Química. Que ótimo jeito de começar o dia.
Entrei na sala e girei meu pescoço procurando por um garoto de vestido com roupas coloridas demais e uma garota ruiva usando a roupa mais cara que o dinheiro pode comprar.
Vi os dois sentados no fundo da sala e sentei na cadeira entre os dois.
— O que eu perdi? — Perguntei percebendo um clima tenso entre eles, mas nenhum me respondeu. — Será que dá pra me contar o porquê de vocês estarem com essas caras de cu?!
— Pergunta pro seu amiguinho baba ovo da Lilly eu-sou-uma-puta Collins. — Ellie disse olhando para a lousa onde a professora copiava algumas fórmulas.
— A Lilly não é uma puta! — Foi a vez de Tyler responder.
— Na verdade ela é Tyler. Só porque ela gostava de você quando tinhamos doze anos e usava aparelho, não quer dizer que ela não tenha mudado. — Ellie resmugou abrindo o caderno.
— Você não a conhece, tá legal? — Ele falou fazendo bico.
— Ellie me disse que ela te chama de esquisitão... — comentei.
— Mas... — Tyler começou, mas foi interrompido por Ellie que se levantou da cadeira bruscamente dando um soco na mesa.
— Dá pra você ser menos imbecil, Tyler?! — Ellie gritou chamando atenção da sala toda.
— Senhorita Peterson, algum problema com o senhor Blake? — A professora McFitis perguntou.
— Somente o fato dele ser um idiota. — Ellie falou com deboche.
— Olha só quem fala, projeto de patricinha fail! — Tyler revidou e nessa hora a sala toda já cochichava e ria da cena.
— Já chega! Os dois pra diretoria. Agora! — A professora fala realmente irritada.
— Eu não vou a lugar nenhum com esse cuzão. — Ellie disse cruzando os braços.
— Você não é a dona do mundo senhorita Peterson, vá logo ao menos que queira receber uma punição pior! — A professora falava. — Ellie bufou e saiu batendo o pé até desaparecer pelo corredor. Tyler foi logo atrás resmungando alguma coisa incompreensível.
— Eu vou resolver o problema desses dois, se comportem, por favor. — A professora disse minutos depois que meus amigos saíram. Ela deve ter ido a diretoria passar uma advertência, nada demais, Mcfitis não é capaz de dar uma suspensão por isso... Ou é?
Tomara que eles se resolvam. Digo, o Tyler e a Ellie.
Os dois nem se importaram de estarem me vendo pela prinera vez após 4 anos, me senti realmente magoada.
Olhei para o fundo da sala com a sensação de que alguém me observava. Na mosca.
Realmente havia alguém me observando, mas não era nenhum carinha gostoso ou algo assim. Só mais um perdedor qualquer.
Acenei sorrindo. Talvez assim ele percebesse que eu já tinha notado ele ali.
De forma atrapalhada, o garoto despertou de seus desvaneios caindo da cadeira. Ri voltando-me para a frente da sala e começando a anotar as malditas fórmulas.
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