CHAPTER TWELVE

Capítulo Doze
I never said I was a saint.

Li mais uma vez a mensagem de boas vindas soltando uma risada incrédula. Os faxineiros já limpavam algumas letras e a tarde provavelmente a entrada da escola Midtown de Ciência e Tecnologia estaria novinha em folha, como se nada tivesse acontecido. Bem, quem me dera ser uma parede para apagar as coisas simplesmente com uma boa ducha de sabão e esfregões.

Apressei o passo me perdendo na multidão que adentrava pelos portões do colégio. Deixei Peter para trás, não precisava de palavras de conforto agora, precisava socar algo, alguém.

Mumurros ecoam junto a piadinhas e olhares curiosos. Tento ignorar, mas alguns apontam em minha direção descaradamente. Não estou aqui a muito tempo então meu rosto não é tão reconhecido. Agradeço por isso enquanto me direciono ao meu armário o mais rápido que posso. A raiva querendo sair e quebrar tudo.

— Ei gatinha! — Uma voz soa atrás de mim. Reconheço a voz grossa e um nó se forma no meu estômago. Uma mão agarra meu braço esquerdo e me viro para ver o rosto definido e os fios loiros de Travis. Você de novo não... — Não sabia que você era das que gostam de um pouco de adrenalina. — Ele ri junto a seus amigos da piadinha suja e mal tenho tempo de processar o que ele falou, estou muito ocupada enfiando meu punho direito no seu queixo.

Travis solta meu braço e cambaleia para trás segurando o queixo. Ele geme de dor, porém já estou com meu punho em seu nariz, e em sua boca, e em seu nariz novamente.

Uma multidão de alunos nos cerca rapidamente e alguns gritam meu nome com euforia.

Travis é bem mais alto e musculoso do que eu, porém meu pai sempre disse que apesar de ser meio magrela, eu tenho uma força absurda. Talvez carregar caixotes de mudança todos esses anos tenham fortalecido meus músculos. Eu também sou bem rápida, sempre entrava para o clube de atletismo nas minhas escolas anteriores. Bem, isso antes de eu desistir de todo esse negócio de clubes e amigos.

Minha respiração está ofegante e os amigos de Travis estão com os olhos arregalados. Alguns soltam um palavrão, outros riem do amigo que agora tem um nariz quebrado e o canto da boca pingando sangue.

— Vadia... — Travis resmunga antes de me acertar um soco e me fazer ir com tudo ao chão. Seus amigos se abrem em gargalhadas e a cena de me abaixar diante dele passa como um maldito dejavú do nosso primeiro encontro. Eu já tinha dois band-aids na testa e cortes em processo de cicatrização pelo rosto, agora tenho um olho roxo pra completar o visual de arruaceira.

Por um momento me pergunto como ele pode me bater, digo, ele não foi ensinado a não levantar a mão á uma mulher? Então lembro de que estou falando do maior babaca dessa cidade.

Travis parte pra cima de mim novamente e fecho os olhos esperando outro soco ou chute, mas seu corpo é subitamente parado e puxado para longe de mim.

— Que porra é essa, Travis? — Um garoto de cabelos loiros escuros incrivelmente bonito fala para Travis. Seu rosto me era familiar. — Você está maluco? Que te deu na cabeça pra bater em uma garota?! — Ele vocifera segurando os braços do brutamonte para trás. Ele não tinha tantos músculos quanto Travis, mas não era magrelo. Entretanto, o dono do par de olhos esverdeados parecia ser mais forte que o amigo. Os esteroides de Travis não devem dar o mesmo resultado que alguém que realmente vai à academia.

— Me larga, River! Caralho, essa puta que começou! — Travis cospe em minha direção, mas erra. Meus olhos correm de Travis para River. O garoto do ônibus!

— Você apanhou de uma garota? — River rir. — Doeu tanto assim pra você se irritar ao ponto de revidar? — A multidão ao nosso redor urra e parece que o garoto pegou no ponto fraco de Travis. Já ia começar com meu discurso feminista, mas algo no olhos de River me diziam que ele estava encenando um papel, como se soubesse exatamente o que Trevor não queria ouvir.

Dito e feito, o cérebro de ervilha se acalmou endireitando-se e sendo solto pelo amigo.

Meu olhar é desviado para outro garoto de cabelos castanhos que da tapinhas no ombro de River e se dirige até mim estendendo sua mão para que eu levantasse.

Não sabia qual era a sua, ele podia estar muito bem querendo me pregar uma peça e desviar sua mão no momento que eu estendesse a minha de volta. Apenas desvio o olhar com um sorriso azedo no rosto e me levanto sozinha.

— Hey, darling, não seja tão mal humorada. Eu não mordo. — O moreno pisca e seus olhos castanhos esverdeados me prendem a atenção. Primeiro River, depois ele. Estou me sentido como um patinho feio num show de cisnes. — Só se você quiser. — Ele sussurra no meu ouvido e se afasta com um sorriso malicioso. Não me surpreendo, não esperava nada de alguém que anda com Travis.

Estava indo tudo bem até a sombra da diretora aparecer abrindo caminho pela multidão de alunos que assistiam nosso pequeno show.

— Vocês dois na minha sala, agora! — Ela diz irritada apontando para o corredor. — E o resto de vocês circulando! — Ela diz pra multidão que de desfaz e segue seu caminho para as salas de aula. Sigo a diretora atrás de Travis que tem o olhar fixo no chão. Sorrio vendo su carinha de cachorro molhado.

Passo por Peter que tem um olhar de decepção no rosto. Seus olhos sem acreditar na briga que eu havia começado com o capitão do time de futebol.

— Eu nunca disse que eu era uma santa, Parker. — Sussurro apenas para ele antes de alcançar Travis e a diretora novamente.

Isso vai ser interessante.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top