CHAPTER NINE

Capítulo Nove
— Back to home —

Abri meus olhos lentamente tentando me acostumar com a claridade. Minha cabeça doía.

A luz do dia adentrava a sala do hospital onde eu estava por uma enorme parede de vidro á minha esquerda. O barulho da máquina mostrava meus batimentos cardíacos e alguns fios estavam ligados ao meu peito e cabeça.

— Argh, muita luz. — Reclamei em um sussurro para mim mesma. Me ajeitei confortavelmente na cama sentindo minhas articulações doerem a cada mínimo movimento. Arfei em dor tentando achar uma posição melhor.

Que merda. Eu tive um sonho muito bizarro.

Olhei para o lado vendo Peter dormindo em uma poltrona com a cabeça deitada sobre minha cama. Memórias da sua voz me chamando antes de eu desmaiar vieram á minha cabeça e não pude evitar de sorrir. Ele provavelmente me tirou daquela bagunça.

Levei a minha mão direita a sua cabeça e fiz um pouco de cafuné. Parker despertou alguns segundos depois. Sua cara de sono me fez rir.

— Bom dia, Parker. — Disse.

— A-Amberly?! Finalmente você acordou, eu estava morrendo de preocupação. — Peter disse me abraçando.

— Ai, meu corpo ainda está meio dolorido. — Disse e ele se afastou pedindo desculpas. — Não se desculpe por isso, eu que deveria estar pedindo seu perdão agora. Prometi que não me meteria em problemas e quase fui morta.

— O importante é que você está bem agora. Eu tenho que avisar á algum médico que você acordou, espere um pouco. — O garoto saiu da sala e eu observei o quarto espaçoso. Havia alguns girassóis em em jarro junto a um cartão. Estiquei o braço devagar e peguei o papel abrindo a carta.

" Esperamos que você se recupere logo, estamos super preocupados. Te amamos muito gatinha. A gente ta te mandando girassóis porque você mencionou numa call que gostava deles <3.

PS.: Não morra ainda, gastei muito dinheiro nesses girassóis, você tem que ver eles. - Ellie
Que ideia foi essa de entrar no meio de um assalto?? Só podia ser você mesmo. Acorde logo e não me mate mais do coração. - Tyler

De: Ellie e Tyler"

Ri, saber que aqueles dois se deram o trabalho de escrever uma carta e comprar flores juntos por mim me confortou.

Ainda havia mais flores e cartões, porém decidi abrir-los quando minhas articulações doessem menos.

Barulhos de passos rápidos no corredor foram aumentando gradualmente até que a porta foi aberta abruptamente e uma Megan ofegante apareceu.

— AMBER! — Ela disse chorando e veio correndo em minha direção me dando um abraço apertado. Meu corpo tremeu em dor porém não disse nada, eu queria abraça-la também. — Que ideia de girico foi essa de invadir o museu pra me resgatar?! Olha só pra você. — Ela disse chorando. Aquilo mais soou como um agradecimento do que uma repreensão.

— Ainda bem que você está viva. — Disse enquanto as lágrimas caiam pelo meu rosto. — F-foi terrível, havia c-cabeças de crianças e... — Gaguejei lembrando das cenas de terror que estavam tão frescas na minha cabeça.

— Eu sei... Mas você está bem e pra mim isso basta. Nunca faça isso de novo. Me prometa.

— Você sabe que eu não posso prometer isso. — Disse enxugando as lágrimas com o dorço da mão. — Eu pularia na frente de um trem pra te salvar.

— Eu só espero que não faça isso agora, mocinha. — Uma voz grave vindo da porta disse. Voltei meu olhar para o homem de jaleco branco segurando uma prancheta. Os cabelos curtos e grisalhos arrumados para trás. — Você precisa se recuperar antes de pular na frente de qualquer trem, se bem que eu não aconselharia pular mesmo assim. — Brincou, checando a máquina ao meu lado. — Para quem dormiu por três dias você parece bem.

— TRÊS DIAS?! — Sabia que estava inconsciente a um bom tempo, mas três dias dormindo pareci um absurdo.

— Eu já estava achando que você tinha hibernado. — Megan forçou um sorriso no rosto, tentando acabar com o clima pesado.

— Então doutor, tem alguma previa de quando ela receberá alta? — A voz de Peter soou da porta do quarto. Ele estava com o celular no ouvido como se estivesse em uma chamada.

— Iremos fazer alguns exames só pra ter certeza, mas provavelmente amanhã você já poderá ir pra casa.

Enxuguei o rosto com o dorço da mal e assenti com a cabeça. Estava viva e tudo ia voltar ao normal. Olhando pelo lado positivo, ao menos é uma boa história para contar, o que me lembra de algo.

— Meu celular... — Disse. — Vocês o acharam? Deixei naquele armário do museu.

— Os policiais colheram os pertences das vítimas quando faziam a perícia no local. Acredito que esteja na delegacia. — Disse Megan.

— Ótimo. Você pode ir comigo busca-lo quando eu receber alta?

— Pode deixar. — Megan sorriu segurando minha mão.

— Vocês devem sair agora. Irei conduzir alguns exames na senhorita Gray e precisarei da sala vazia. — O médio disse.

— Certo. Vamos Megan. — Peter chamou a ruiva que saiu fazendo biquinho. — Já falei ao seu pai que você acordou. Ele precisou ir para casa descansar e resolver algumas coisas por isso não estava aqui quando você acordou, mas ele já está a caminho. — Então era com meu pai que ele estava ao telefone.

— Obrigada. — Agradeci antes da porta se fechar e eles sumirem no corredor.

Os exames foram longos e chatos. Tiraram meu sangue e me colocaram em máquinas estranhas duas ou três vezes. Meu pai chegou poucas horas depois e passou a noite comigo. Acabei recebendo alta apenas dois dias depois, pois meus músculos ainda doíam bastante. Uma das enfermeiras disse que era devido ao estresse, uma vez que meu corpo estava perfeitamente saudável.

— Pai, eu já disse que estou bem, consigo andar sozinha. — Disse negando sua mão para subir as escadas.

— Tem certeza? — Perguntou preocupado.

— Tenho. Vou apenas passar o resto do di no meu quarto descansando.

— Vou preparar o almoço, desça quando tiver fome.

— Certo.

Subi as escadas e entrei no meu quarto. O cheiro de lavanda estava fresco. Meu pai tinha limpado tudo para quando eu voltasse. Sorri.

Tomei um banho demorado e me deitei na cama abrindo o notebook. Passei uma olhada pelo twitter respondendo alguns amigos dos meus antigos colégio que estranharam meu sumiço repentino.

Pouco tempo depois ouvi a campanhia tocar e desci as escadas correndo. Meu pai ainda estava cozinhando, queria agradece-lo mesmo que fosse atendendo uma porta.

— Amberly? Graças a Deus! — May me abraçou assim que abri a porta. — Peter estava me contando que você receberia alta hoje. Desculpe por não visita-la antes, estava lotade de trabalho.

— Tudo bem, não se preocupe. Não foi nada demais, estou ótima agora. — Balancei as mãos em frente ao meu corpo.

— Seu pai está aí? — Perguntou.

— Ah sim, ele está na cozinha preparando o almoço. Pode entrar, fica a vontade. — Galei educadamente dando espaço para May passar.

— E aí. — Uma voz rouca disse atrás de May. Era Peter. Não o havia percebido até agora.

— Oi. — Disse dando um soquinho no seu ombro tentando quebrar o clima estranho.

Parker segurava uma travessa de lasanha que entregou a May a pedido da mesma.

— Trouxe isso para você. Vou levar até a cozinha. — May falou se retirando e deixando apenas Peter e eu na sala.

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