CHAPTER EIGHT
Capítulo Oito
— The god in my dream —
Meu corpo parecia fraco mas eu não sentia dor. Tinha fechado os olhos devido ao impacto, mas os abri para checar o que estava acontecendo. Minha visão estava turva e tudo parecia girar. Algo quente parecia escorrer pelo meu rosto. Levei a mão direita á testa ainda encarando o teto. Os barulhos de luta e objetos se quebrando pareciam distantes. Observei as pontas dos meus dedos enquanto um sangue vermelho vinho misturado com o líquido azul escorria e caia de volta no meu rosto.
"Ah, isso só poderia ser uma maldita brincadeira, certo?". Lembro-me de pensar ao ver o líquido azul se misturar ao meu sangue como se estivesse vivo. Foi a última coisa que pensei antes de desmaiar por completo. A voz de Peter gritando meu nome em desespero foi ficando cada vez mais silenciosa até que um completo nada me inundou.
— Onde eu estou? — Murmurei ao recobrar a consciência. Estava de pé... mas onde infernos eu estou?
Olhei ao redor. Parecia ser um castelo. Estava em um enorme e cumprido corredor cheio de colunas esculpidas em pedra branca. O chão era limpo mas de um material escuro em contraste com as paredes brancas. O teto era simplesmente feito de ouro... Eu morri?
Nah, eu não posso ter morrido, até porque está tudo escuro e isso significaria que eu teria vindo ao inferno. Porém eu nunca fiz nada muito ruim para vir para o inferno. Ou fiz?
Mesmo com as diversas janelas no corredor ainda posso ver as estrelas e a escuridão devastadora da noite... Seria o dia mais belo que isso?
Não. Na verdade essa noite está muito mais bonita do que qualquer paisagem que se possa ter com a luz do dia. Posso ser um pouco suspeita ao falar porque sempre fui uma pessoa noturna, mas eu podia ver até mesmo as constelações e sua poeira arroxeada.
Me aproximei da janela vendo uma lua enorme e azulada, quase como naqueles filmes de fantasia. Parei estática com a beleza do lugar.
Abaixo havia um lago e uma floresta. Algumas montanhas com seus topos cobertos por neve mais a frente podiam ser vistas.
— Wow. — Deixei escapar. Essa com certeza era a coisa mais bela que eu já havia visto em toda a minha vida. Estava certa de que aquele local não era real. Não podia existir um local como esse na terra.
Queria ficar e observar mais um pouco, porém ainda não sabia onde estava e ficar parada agora pode ser perigoso.
Andei mais uns passos a frente vendo uma porta de duas folhas com mais de dois metros e meio esculpida em madeira e detalhada em ouro. A primeira porta em um bom tempo, se havia um salão ali deveria ser gigantesco.
Segurei ambos os lados da porta e empurrei percebendo que ela era um pouco pesada.
Estava certa. O salão era enorme. O teto também era de ouro, mas era esculpido mostrando uma espécie de história. Andei em frente até a outra ponta do salão com a cabeça erguida observando aquela fascinante obra de arte em ouro. Homens em guerra, monstros e alguma espécie de Deus segurando um cajado enquanto assistia eles guerrearem do céu. Ao fim, o Deus abaixa seu cajado e... mata a todos? A última coisa esculpida era o rosto do Deus com um sorriso sádico. Bizarro.
Abaixei meu olhar percebendo que havia andando bastante. Agora podia ver claramente o trono de diamante à minha frente e o homem sentado nele.
— Eh? Uma mulher? — Ele parecia confuso enquanto me observava com sua cabeça pesado sobre seu braço direto. Seus cabelos brancos e cumpridos deleitavam pelo seu ombro, alguns fios curtos caiam sobre sua face. Os olhos tão azuis e brilhantes como aquele líquido estranho. Esqueça o que eu disse anteriormente sobre a paisagem. ELE é a coisa mais bela que eu já vi. — Interessante. Nunca tinha visto uma mulher antes. — O homem mostrou um sorriso de lado. Engoli seco, aquela beleza era perigosa.
Suas vestes eram como as dos deuses gregos, ou seria romanos? Panos brancos finos e uma faixa azul marinho que passava por seus ombros e cintura. Seu peitoral totalmente amostra.
Eu estava completamente perdida em seu corpo. Se eu tiver morrido naquele museu e ressuscitado em outro universo com apenas esse pedaço de mal caminho eu não reclamaria.
— Você é atrevida por me olhar assim tão descaradamente. — O homem disse com um sorriso de diversão, ele estava curtido me ver naquela situação.
Toquei meus lábios para ter certeza que não havia babado. Suspirei em alívio.
— Não sei do que está falando. Pode me dizer onde estou e como faço para voltar para casa?
— Não entendo. Algo aconteceu com aqueles vermes? Depois de tanto tempo eles mandaram uma fêmea e... — Ele subitamente parou de falar me encarando com espanto. — Se aproxime. — Disse apoiando as costas no trono de forma desleixada me chamando com os dois dedos. Maldito seja, porque tão bonito?
Ao perceber que não estava me movendo, ele revirou os olhos e minhas pernas se mexeram sem minha permissão me fazendo andar e subir os três degraus até a área do trono ficando entre suas pernas. Ele estava me controlando?
— Que interessante. Faz muito tempo que não via uma coisinha insignificante como a sua espécie. — Ele riu segurando meu braço e puxando meu corpo para baixo. Eu ainda não tinha controle do meu próprio corpo e ver seu rosto tão perto do meu não estava ajudando. — Me diga, qual o seu nome garotinha?
— A-Amberly. — Gaguejei. Ele observou meu rosto mais um pouco parando o olhar sob meus lábios.
— Você gostaria que eu o fizesse? — Perguntou. Murmurrrei um "ahn?". Do que ele estava falando? — Você é muito transparente, deveria aprender a controlar a seu corpo melhor. — Seus olhos voltaram a encarar os meus e finalmente pude controlar meus próprios movimentos.
Me afastei rapidamente tropeçando nos meus próprios pés e caindo sentada. Agora que o vi de perto ele me parece muito assustador.
O homem pôs-se de pé.
— Creio que não faz ideia de quem eu sou uma vez que está sendo tão imprudente. — Ele disse e se agachou erguendo meu queixo com as pontas dos dedos. — Deixe me apresentar, Amberly. Meu nome é Naualli Raullus. Mortais e fracos como você me consideram um Deus, mas na realidade eu sou mais como um prisioneiro aqui. — Seus olhos brilharam em fúria. — Fui aprisionado neste planeta vazio por vermes e forçado a passar uma pequena faísca de meu poder ás gerações dos herdeiros da minha terra natal, Metzli.
Ri. Ri em negação. Estava esperando as câmeras escondidas e o apresentador de tv sair a qualquer segundo.
— Que tipo de piada doentia é essa? — Perguntei entre dentes. Aquilo estava começando a me irritar. Quero voltar para casa. — Me deixe ir pra casa.
— Você deve ter entrado em contato com meu sangue por engano, mas eu gostei de você. — Deu de ombros soltando meu rosto e voltando para seu trono. — Não é como os covardes que não ousavam me olhar nos olhos, ou como os arrogantes que me desrespeitaram. Ah, se bem que foi divertido matar esses... — Ele sorriu, um sorriso perverso como aquele da escultura dourada acima de nós. Estremeci. — Bem, irei te dar um pouco a mais do meu poder do que normalmente dou. Tente não morrer, mesmo com esse corpinho frágil. — Ele apontou para meu corpo com desdém, girando as pontas dos dedos, uma luz azulada saiu deles indo em minha direção.
O momento em que aquela luz dançante entrou em contato com meu corpo senti todos os meus ossos se quebrarem. Gritei em dor. Ele estava me matando?
Meu sangue parecia borbulhar enquanto eu me contorcia e gritava por ajuda em palavras emboladas. Eu queria morrer, parar de sentir aquilo. Por que eu não morria logo?
Implorei para que ele parasse. Chamei o nome de minha mãe esperando que sua alma pudesse me salvar e me levar para longe desse cara.
Pelo canto do olho a figura de Naualli refletia diversão. Ele estava gostando?
Quando eu já não tinha mais forças para gritar e implorar, a figura do homem se aproximou do meu corpo trêmulo. Não me importava. Só esperava que ele me apunhalasse e me matasse ali.
— Você resistiu bem inseto. — Naualli se aproximou do meu rosto com um olhar encantado. — Venha me ver depois. — Ele sussurrou no meu ouvido e tudo voltou a ficar preto. Eu havia desmaiado.
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