Atração ou paixão
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CATERINE SWAN
Eu vou MATAR Isabella Marie Swan. Como se não bastasse todo o constrangimento que senti na entrada, ela, do nada, decide me foder só porque eu chamo Edward Cullen de moreno dela. Sem condições de esconder minha frustração com este dia, bati com a testa na mesa repetidamente, querendo acordar de um pesadelo muito louco e embaraçoso.
Não deu certo, obviamente, e Bella teve que me dar um puxão de cabelo para me obrigar a parar. Soltei um gemido agoniado e escondi o rosto com as mãos fingindo não ouvir meus colegas perguntarem o que foi que aconteceu.
Incrivelmente e felizmente, consigo fugir de Jasper Hale pelo resto do dia com exito. Não sei quando vou superar esse trauma, só tenho certeza de que não será hoje e nem amanhã.
Eu gosto de fazer um drama e sei que Jasper é educado demais para persistir em um assunto que mais do que evidentemente me desagrada. Nós vamos passar por essa fase só fingindo que nada aconteceu quando voltarmos a nos falar em dois dias.
Isso SE os meus sonhos com ele pararem esta noite mesmo! Caso contrário não sei como ficarei diante dele, sentindo seus olhos em mim e me recordando daquelas sensações que ele supostamente me proporcionou.
E eu achando que não ia ficar nem um pouco louca com essa coisa toda. Que piada. Nota mental: a resposta para todos os problemas é evita-los a todo custo, eu penso. Só que eu também penso em Jasper quando vou trabalhar, penso em Jasper quando volto para casa, quando janto com minha família, quando assisto TV e vou fazer minha lição de casa e as coisas ficam mais intensas quando vou deitar. Fecho os olhos e rezo para que essa perversidade saia de mim porque eu estou começando a me sentir pressionada pelo meu próprio subconsciente. Parece que eu estou me obrigando a admitir que eu o quero e isso é, no mínimo, bizarro.
Pela terceira vez, desperto ofegante e suada. Não era culpa do clima, nem de medo ou ansiedade. Afundei-me na cama e esfreguei o rosto, frustrada. Minha consciência é uma vadia bem safada e masoquista.
— Mas que porra, Caterine— resmunguei, irritada. Inacreditável é perceber que o cara que eu mais quero, é o que eu nunca vou poder ter, porque ficar a um metro de mim já o machuca, não posso nem sonhar em como seria se ele ficasse tão perto quanto eu gostaria.
É, é isso. Eu quero Jasper Hale. Eu estou tão fodida.
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Por várias vezes, meu olhar se cruzou com o dele ao longo dos dois dias seguintes. Ele não parecia cobrar nada, nem parecia tão curioso quanto no começo. Parecia apenas... estar se divertindo. Lembrei-me então que ele sente o que eu sinto então ele sabe o quanto eu resisto em ir até ele quando a oportunidade aparece. Quando vê que eu controlei meus impulsos, Jasper dá um sorrisinho ladino e vai para outro lugar, caminha em outra direção. Está óbvio que ele vai deixar que eu faça o próximo movimento. Não poderia estar mais certo, se eu o afastei, eu sou quem o chamará de volta, não é?
Essas suas atitudes o deixam cada vez mais atraente para mim e eu não paro de pensar.
Eu acho que posso ter o direito de sentir atração sexual por um vampiro. Francamente, ele é terrivelmente bonito e sexy, isso aconteceria uma hora ou outra. Mas será que eu poderia desenvolver uma paixonite? Não sei se é isso que sinto, mas não me parece uma definição errada.
Quer dizer, é um sentimento errado e eu não gosto de tê-lo. Estou confundindo as coisas? Só de pensar em vê-lo em dez minutos ou em uma hora meu coração se acelera. Nunca estive apaixonada, é isso o que as pessoas geralmente sentem? Convenhamos, em minha vida e na das pessoas ao meu redor, paixão não é um assunto muito discutido. Meu pai só teve minha mãe. Minha irmã também está começando a abrir os olhos para esse novo mundo. Minha mãe... ela parece que ama demais, de forma exagerada e imerecida. Quaisquer amigos que eu tive que namoravam quando eu estava por perto também não pareciam reais. Sei lá, não somos novos demais para isso? Eu só tenho dezessete. De repente, vejo que estou interessada por um ser místico e com anos e anos de diferença entre nós embora a sua maturidade ainda seja a de um jovem.
Se fosse apenas e puramente a vontade de só... transar com ele, eu juro que saberia lidar bem. Não sou nenhum animal das cavernas, posso me controlar com isso. Mas e as outras vontades? As vezes eu só queria tocá-lo, sentir sua pele na ponta dos dedos e vê-lo abrir um sorriso singelo para mim. É cedo demais para pensar nessas coisas, considerando que não sei de verdade quem é Jasper Hale. Neste momento estou brincando com argila na sala de artes. Tão imersa nas minhas perguntas sem resposta que mal presto atenção quando o sinal toca indicando o final da aula. Fomos coordenados a fazer uma escultura. Design livre. Ao ver que quase moldei um coração, amassei a massinha e fiquei indignada comigo mesma até o fim da aula. No final, meu trabalho tinha um formato de cachorro, bem tosco e deformado, mas a professora apreciou minha tentativa. Eu odeio artes.
Assim que deixei a sala, arrumando a mochila no ombro e sentindo meus dedos rígidos pela argila, recebi um puxão e quase soquei minha sósia pelo susto. Baixei o punho e a fulminei com o olhar.
— Não faz isso de novo— sibilo. Ela parecia tão afobada que rapidamente superei minha irritação— O que foi?
— Eu vou sair com Edward esse final de semana— ela sussurrou, olhou para os lados com atenção procurando por qualquer vampiro com super audição. Nenhuma de nós achou qualquer um.
— Pra onde?— franzi a testa, no entanto, evitei demonstrar preocupação. Considerando que Bella também é a cantante de Edward, a ideia não me agrada muito mais do que deve agradar Rosalie que começou a deixar seu desgosto por nós cada vez mais evidente.
— Eu não sei ainda— Bella admitiu, balançando a cabeça— Ele me chamou para me mostrar como ele é na luz do sol e eu aceitei. Só... vou precisar da sua ajuda— ela arregala os olhos castanhos ao olhar por cima do meu ombro, se assusta e segura minhas mãos antes que eu siga sua reta, curiosa— A gente conversa em casa— ela determina e se afasta antes que eu consiga processar qualquer pergunta. Fico parada perto dos armários, completamente confusa. Os alunos trocando de sala estão diminuindo cada vez mais no corredor e eu suspiro porque me esqueci qual seria minha próxima aula. Murchei de frustração e olhei ao redor tentando localizar algum conhecido para pedir socorro, só que, ao me deparar com um loiro alto abrindo passagem entre outras pessoas com o olhar fixo em mim, eu me lembrei. Filosofia.
Ele me ofereceu novamente aquele sorriso discreto e eu respirei fundo tirando coragem de algum lugar para me aproximar dele. Fui andar lado a lado com a fonte da minha confusão nos ultimos dias e ele não falou nada. Fiquei de cabeça baixa por uns instantes então o olhei.
Ele olhava para frente, o caminhar determinado e um ar um tanto indiferente.
— Oi— cumprimento depois do que pareceu ser uma eternidade. Seus olhos, um pouco mais escuros do que estavam na última vez que conversamos, se voltaram para meu rosto e eu lutei para não me encolher.
— Olá, Caterine.— disse, formalmente. Já disse o quanto gosto de como ele fala meu nome? Gosto mais quando ele fala meu nome com todas as letras do que use qualquer apelido que eu pudesse vir a ter.
— Tudo bem com você?
— Claro, e com você?
— Bem também— suspirei e voltamos a olhar para a frente. Passei a unha em meus dedos para me livrar daquela bendita argila e descontar um pouco da minha ansiedade— Ficou sabendo do encontro dos nossos irmãos?— puxo assunto porque não suporto que o silêncio reine entre nós.
— Fiquei, Edward meio que acabou de convidar sua irmã na sala do lado da minha, então eu ouvi tudo— ele dá de ombros. Coloco os cabelos atrás das orelhas e me agito— O que há de errado, Caterine?— ele pergunta quando chegamos na porta da nossa sala. Jasper segura a maçaneta e nós dois ficamos parados.
— A gente pode fazer um acordo de ignorar tudo o que aconteceu na segunda feira?— pergunto de uma vez, arrancando o curativo.
— Como quiser— ele meneia com a cabeça e abre a porta esperando como um cavalheiro para que eu entrasse na frente. Assenti e sorri em amarelo em agradecimento passando por ele— Só não garanto que vou esquecer.— Jasper sussurra e eu acelero o passo para ir me sentar no meio da sala para manter uma distância segura entre nós. O loiro passou por mim com um sorriso cínico nos lábios e eu virei o rosto quando ele me lançou uma piscadela audaciosa. Meu corpo entrou em combustão e eu só tive certeza que estava bem longe de odiá-lo. Muito pelo contrário, para minha infelicidade.
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